terça-feira, 29 de janeiro de 2013

NAZISMO - RACISMO

“Esta é uma mais relevantes questões da história moderna, devido às implicações filosófico-morais que traz consigo: como pôde um povo culto e civilizado seguir até o fim uma liderança criminosa, devastando a Europa numa escala inaudita, de maneiras inimagináveis até então?” (FSP. Pág. 6-6. 29/11/92)
 
Em  1923 os nazistas, liderados por Hitler, tentaram sem êxito subir ao poder pela força, num golpe conhecido por Putsch da cervejaria. Condenado à 5 anos de prisão (dos quais cumpriu 9 meses), Hitler escreveu na Prisão de Landsberg sua famosa obra Mein Kampf (Minha luta – 1924). Apesar de ser um tratado político importante por explicar a filosofia nazista, Minha luta parece ter sido escrito por um intelecto de terceira categoria, cheio de monólogos enfadantes, divagações e banalidades que exaltam o anti-semitismo e a superioridade da raça ariana.
 
Quando criança Hitler recebeu “lições de canto no coro paroquial de Lambach” e, tornar-se sacerdote, era então sua “aspiração mais elevada”.(Minha Luta, pág. 16, edição de 1983) Hitler conheceu também o padre da ordem dos Cistercianos Adolf Joseph Lanz, um ardoroso defensor da raça ariana.
 
Com o padre Lanz, aprendeu que o ariano possui “a mais elevada semelhança de Deus”, “a maravilha do Criador”. (Minha Luta, pág. 241, edição de 1983)Hitleracreditava que “a missão da conservação e do progresso de uma raça superior escolhida por Deus é que deve ser vista como a mais elevada”. (Minha Luta, pág. 250, edição de 1983) Por isso o casamento entre raças deveria ser evitado, pois é “uma instituição destinada a reproduzir a imagem de Deus e não criaturas monstruosas, meio homens meio macacos”. (Minha Luta, pág. 252, edição de 1983).
 
O cristianismo de Lanz era perverso, com um Cristo que anunciava a pureza, anjos como seres puros da raça e a luta entre arianos e “homens-animais”(negros e judeus) como a luta do julgamento final. Em Minha Luta Hitler havia declarado: “acredito agora que ajo de acordo com as prescrições do Criador Onipotente. Lutando contra o judaísmo, estou realizando a obra de Deus.” (Minha Luta, pág. 52, edição de 1983).
 
Hitler classificava os judeus como “retrógrados”, “parasitas da humanidade”, “roubadores e opressores”, “destruidores e mentirosos”, “calamidade equivalente à peste”, “eternas sangue-sugas”, “abomináveis”, “castigo do céu para os outros povos” e “mestres da mentira”. (Minha Luta, pág. 144, 103, 104, 129, 153, 200, 201, 203, 224, edição de  1983).

A atriz, bailarina e cineasta oficial do nazismo Leni Riefenstahl, descreveu no seu livro The sieve of time (A peneira do tempo – 1987): “A primeira vez que ouvi falar de Hitler foi (...) em abril de 1932. (...) Naquele discurso ele só falou em paz e trabalho, e nos males de uma sociedade de classe – não falou uma palavra sobre racismo.” (FSP. Pág. 6-5. 29/11/92)

Mas oito anos antes, em seu livro, Hitler dizia que os lampônios, esquimós, chineses e todos os povos da América do Sul, eram “inferiores”. (Minha Luta, pág. 247, 244, 248, 186, edição de 1983) Quanto aos negros, Hitler os chamava de “primitivos e atrasados”, “meio macacos” e “indivíduos inferiores”, do mesmo nível dos animais inferiores como o cavalo. (Minha Luta, pág. 253, 267, 191, edição de 1983) Em sua loucura, Hitler chegou a afirmar que se um negro se torna advogado, professor, pastor ou primeiro tenor, “trata-se na realidade de um adestramento, como o do cão, e nunca de educação científica.” (Minha Luta, pág. 267, edição de 1983) .

Quando em 1934 foi feito um filme sobre o Dia do Partido em Nuremberg – chamado O triunfo da vontade – o vice-presidente nazista Walther R. Rudolf Hess (que cometeu suicídio em 1987, aos 93 anos) “só falou em paz... e trabalho... contra o desemprego... nem uma palavra sobre judeus ou qualquer coisa ideológica.” (FSP. Pág. 6-5. 29/11/92)

Em abril de 1933 o governo alemão havia sido criada a GESTAPO (Geheime Staatspolizei). Agora em 1936 a Gestapo já possuía plenas liberdades para interrogatórios especiais aos quais deveriam submeter-se poloneses, comunistas, russos, marxistas, terroristas, agentes de ligação, sabotadores, marginais, trabalhadores insubordinados, vagabundos e estudiosos da Bíblia.
Foi justamente a GESTAPO o orgão utilizado para por em prática a solução final que culminou com a morte de 6.271.600 judeus e de 500 mil ciganos, entre outros. Crê-se que, de uma população de 3 milhões de judeus que povoavam a Polônia antes da Guerra, restaram menos de 500 mil em 1945.
No dia 30 de abril de 1945 Hitler e sua amante Eva Braun, juntamente com o pervertido sexual Joseph Goebbels, sua esposa Magda e seus seis filhos, cometerem suicídio. Interessante é “que aquele ser, tão precioso para milhões de seus patrícios, morreu, derrotado pelos que considerava inferiores e subumanos (os russos).” (FSP. Pág. 6-6. 29/11/92).
 
O catolicismo romano também foi um dos responsáveis pela divulgação do anti-semitismo no Ocidente. Durante a Idade Média, para fazer parte do Tribunal do Santo Ofício, cujo objetivo era manter puroos dogmas da fé católica, um dos requisitos era provar que possuía sangue limpo, que na linguagem inquisitorial significava não descender de judeus.
 
Pinchas Lapide observa, em Jesus in two perspectives: a Jewish-Christian dialogue, que “não menos do que noventa e seis conselhos eclesiásticos e cento e catorze papas publicaram editais contra os judeus, ridicularizando, desprezando, deserdando e despojando a todos, tratando-os como párias e levando Israel à beira da destruição.” (As Religiões do Mundo. Pág. 306.1996).
 
Em 1937 o presidente mundial das Testemunhas de Jeová escreveu em seu livro Inimigos: “Entre os instrumentos que ela (a Prostituta de Babilónia) usa, estão os homens ultra-gananciosos chamados 'Judeus' que só procuram o lucro pessoal”. (J.F.Rutherford, Enemies, 1937, pág. 281)

Rutherford em sua Declaração de Fatos enviada a Hitler, menciona os "opressores do Grande Comércio". Na Declaração ele diz: “Foram os homens de negócios Judeus do Império Anglo-Americano que estabeleceram e têm mantido os Grandes Negócios como um meio de explorar e oprimir os povos de muitas nações.... Este fato é tão manifesto na América que existe um provérbio a respeito da cidade de Nova Iorque que diz: ‘os Judeus são donos dela, os Católicos Irlandeses governam-na, e os Americanos pagam as faturas." (Anuário das Testemunhas de Jeová de 1934, pág. 135-136)
Em 1995 o bispo de Versalhes, França, monsenhor Jean-Charles Thomas foi obrigado a retirar seu imprimátur (permissão para imprimir texto submetido à censura). A obra em questão, conhecida por Bíblia das Comunidades Cristãs, foi considerada anti-semita, tanto no texto quanto nas notas. Nela “os ritos judeus são objetos de sarcasmos vulgares” e “retoma a acusação de deicídio [assassinos de Deus] do povo judeu” (assassinos de Deus). (OESP. Pág. A23. 23/03/95) O mais estranho é que esta Bíblia já era vendida há mais de 20 anos, nas línguas espanhola e inglesa, com o nome de Bíblia Latino-Americana.

Os mesmos historiadores oficiais do Vaticano qualificaram, em 8 de Setembro de 1999, o livro O Papa de Hitler: a história secreta de Pio XII, de John Cornwell, de “reciclagem de acusações vergonhosas e desacreditadas.” (OESP, Pág. A20, 9 de setembro de 1999)

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