segunda-feira, 2 de maio de 2016

PLANO DE AULA - TEMA AVALIAÇÃO

Métodos de ensino: método expositivo; método de trabalho independente; método de elaboração conjunta e método de trabalho em grupo.
Objetivo geral:
Compreender a avaliação escolar
Objetivos específicos:
 Conceituar avaliação
 Indicar as funções de avaliação;
 Identificar os tipos de avaliação;
 Discutir os instrumentos de avaliação.
1.Introdução + Motivação=10 minutos (Elaboração conjunta e expositivo)
1.1 Os alunos corrigem o TPC e fazem revisão da aula passada e, o professor intervirá caso necessário
 Correção do TPC
 Revisão da aula passada
2. Mediação e assimilação do conteúdo novo=50 minutos (métodos de ensino =Expositivo e elaboração conjunta)
2. O professor apresenta o novo tema aos formandos:” A AVALIAÇÃO”
2.1. Após a apresentação do novo tema os formandos dão o conceito de avaliação e a formadora intervirá caso necessário
Segundo MEC (2004), avaliação é um processo de recolha e interpretação sistemática de informações que implicam juízos de valor com vista a tomar decisões.
Na perspectiva de DUARTE & BASTOS (2012/2013), avaliação educacional é uma atividade que deve percorrer os processos educativos, engloba a dimensão qualitativa, não descurando a quantitativa, identificando os pontos fortes e os constrangimentos, visando melhorar e garantir a qualidade. Nesse sentido, são formados juízos de valores e tomadas decisões, comparando o que foi proposto com o que é alcançado.
De acordo com LIBÂNEO (2008), avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem.
Ainda na perspectiva de LIBÂNEO (Ibid.), a avaliação é uma tarefa complexa que não se resume á realização provas e atribuição de notas. A mensuração apenas proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação assim cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controlo em relação as quais se recorre a instrumentos de verificação do rendimento escolar.
2.2. Em seguida, os formandos indicam as funções de avaliação e a formadora intervirá para dar resumo e corrigir os erros que forem constatados.
Funções da avaliação
Função pedagógica
Se refere ao papel da educação no cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Cumprindo a sua função didática, a avaliação contribui para a assimilação e fixação. E depois a correção dos erros cometidos, possibilita o aprimoramento, ampliação e aprofundamento de conhecimentos e habilidades e, desta forma, o desenvolvimento cognitivo.
Função diagnóstica
Permite identificar o progresso e dificuldades dos alunos, a atuação do professor que por sua vez determinam as modificações do processo de ensino, para melhor cumprir com as exigências dos objetivos.
A avaliação diagnóstica ocorre em três momentos: no inicio da aula, onde se verificam as condições prévias dos alunos de modo a prepará-los para a matéria nova; durante o processo de mediação e assimilação é feito o acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando os resultados obtidos, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas estimulando-os a continuarem a trabalhar até que alcancem resultados positivos. Ao mesmo tempo essa avaliação fornece ao professor informações sobre como ele está conduzindo o seu trabalho, no final de uma unidade didática, trimestre ou ano letivo.
Função de controle
A função de controlo se refere aos meios de frequência das verificações e de qualificações dos resultados escolares, possibilitando o diagnóstico de situações escolares. Há um controlo sistemático e continuo que ocorre no processo de integração professor-aluno, no decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permitem ao professor observar como os alunos estão se conduzindo na assimilação de conhecimentos, habilidades e no desenvolvimento das capacidades mentais.
Há que salientar que estas três funções funcionam num sistema de interdependência de maneira que não se possa restringir a avaliação a mera classificação numérica aos conhecimentos dos alunos, que vai determinar a sua seleção ou apuramento para níveis subsequentes do ensino.
Segundo Claudino Pilleti, a avaliação, se desenvolve, em diferentes momentos do PEA, com objetivos distintos. No inicio do processo, temos a avaliação diagnóstico (tem função diagnóstica) que é utilizada para verificar:
Conhecimentos que os alunos têm;
Pré-requisitos que os alunos apresentam;
Particularidades dos alunos.
Aplica se este tipo de avaliação no inicio de cada unidade, semestre, trimestre ou ano letivo.
Ao longo do processo de ensino e aprendizagem temos a avaliação formativa que tem uma função controladora. São os seguintes propósitos da avaliação formativa:
Informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem;
Localizar as deficiências na organização do ensino.
Ao longo do processo de ensino e aprendizagem temos a avaliação somativa, que tem a função classificatória, isto é, classifica os alunos no fim de um semestre, trimestre, ano, curso ou unidade, segundo os níveis de aproveitamento.
Objeto de avaliação
O objeto de avaliação pedagógica corresponde aos três grandes domínios do comportamento humano: Domínio cognitivo: relativo ao saber, ao conhecimento em si, em termos de conceitos, de teorias e de informação técnico-científico sistemático;
Domínio efetivo: que diz respeito ao saber ser e saber estar, implicando determinados valores e atitudes de conduta;
Domínio psicomotor: relacionado com o saber fazer, ou seja, com as habilidades de diversa ordem, que ditam uma certa orientação do individuo, em termos de intervenção prática no meio.
2.3. Depois da atividade acima os formandos identificam os tipos de avaliação e a formadora intervirá caso necessário.
Tipos de avaliação
Avaliação diagnóstica
É um tipo de avaliação que tem como objetivo fundamental, proceder a uma análise de conhecimentos e aptidões que o aluno deve possuir num dado momento para poder indicar novas aprendizagens.
A avaliação diagnóstica é de suma importância, pois é ela que vai indicar o grau de dificuldades que a nova aprendizagem poderá ter. Saber-se-á qual é a medida de aprendizagem a ser usada, pois a medida que indica quanto o aluno deve aprender e ao próprio aluno, as suas possibilidades.
 Avaliação formativa
A avaliação formativa, acompanha todo o processo de ensino e aprendizagem, identificando as aprendizagens bem sucedidas das que levantaram dificuldades que se possa dar remédio a estas últimas a conduzir a generalidade dos alunos a proficiência desejada e ao sucesso nas tarefas que realizam.
É um tipo de avaliação que ocorre enquanto o aluno está aprendendo, enquanto está executando as atividades. Destina-se a observar a que a que o aluno, para ver como faz e orientá-lo para fazer tudo certo, sem, todavia impor nada, pois errado também se aprende. Assim o aluno aprende de forma correto e o professor evita que o aluno cometa erros e não haja desperdício de tempo.
 Avaliação somativa
Esta avaliação procede ao balanço de resultados no final de um segmento de ensino e aprendizagem, acrescentando novos dados aos recolhidos pela avaliação formativa, contribuindo para apreciação mais equilibrada do trabalho realizado. Esta avaliação é realizada para fazer um balanço do aproveitamento dos alunos, pelo menos em termos de objetivo cognitivos e algumas habilidades mentais. Normalmente é feita através de provas escritas. É importante porque indica ao professor o grau de alcance dos objetivos e também permite ao professor fazer a análise de eventuais causas do insucesso dos alunos. Quanto mais frequentes forem as avaliações, mais rapidamente podem ser removidos os problemas que impedem os problemas que impedem uma melhor aprendizagem.
2.4. Após a atividade acima os formandos discutem os instrumentos de avaliação e a formadora intervirá para remediar possíveis erros.
Instrumentos de avaliação
a)      Para a avaliação diagnóstica, por exemplo, pode-se realizar o pré-teste, o teste diagnóstico, a ficha de observação ou qualquer outro instrumento elaborado pelo professor.
b)     Para avaliação formativa, são as observações, os exercícios, os questionários, as pesquisas.
c)      Na avaliação somativa, os dois tipos de instrumentos mais usados são as provas objetivas e as provas subjetivas. Se por um lado, as provas objetivas têm vantagens de precisão e clareza, elas são mais limitantes do que as provas subjetivas, pois estas oferecem mais chance ao aluno para colocar a sua opinião, formar conceitos e generalizações.
 3. Domínio e consolidação = 20minutos (método de trabalho em grupo)
Para verificar o domínio e consolidação dos conteúdos acima tratados os formandos em grupos respondem o seguinte questionário por escrito e a formadora intervirá caso necessário
Questionário
1 O que se entende por avaliação?
 Avaliação é uma apreciação qualitativa sobre os dados relevantes ao processo de ensino e aprendizagem que auxilia ao professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.
2.Indique as funções de avaliação
Função pedagógica didática;
Função diagnóstica;
Função de controle.
3. Descreva a avaliação formativa.
A avaliação formativa, acompanha todo o processo de ensino e aprendizagem, identificando as aprendizagens bem sucedidas das que levantaram dificuldades que se possa dar remédio a estas últimas a conduzir a generalidade dos alunos a proficiência desejada e ao sucesso nas tarefas que realizam.
4. Verificação= 10 minutos (método de ensino= trabalho independente)
4. Finalmente para verificar o nível de compreensão dos conteúdos dados os formandos irão responder as seguintes perguntas em casa.
1. Explique como ocorre a avaliação somativa no processo de ensino e aprendizagem
2. Indique 4 procedimentos indispensáveis para uma boa prova oral
3. Em que consiste o teste de correspondência?
TABELA RESUMO
Tipo
Função
Diagnóstico
Diagnóstica
Formativa
Controladora
Somativa
Classificatória
Bibliografia
1.DUARTE & BASTOS, caderno de atas de comunicações das jornadas da educação 2012/2013
2.MEC, Manual de apoio à avaliação Pedagógica, 2004

3.LIBÂNEO, Didática, são Paulo Cortez, 2008

terça-feira, 1 de março de 2016

MAOMÉ E O ISLÃ

Maomé – Mundo árabe.
Maomé, nascido em Meca (ano 570), teria tido um  certo dia uma visão do arcanjo Gabriel que lhe teria dito: “Maomé, tu és o profeta do Deus único, Alá”. A partir disso, Maomé começou a pregar o monoteísmo. Não foi aceito em sua cidade (Meca) e no ano 622 fugiu para a cidade de Medina. É o que chamamos de Hégira.
No ano 630, Maomé voltou para acidade de Meca e começou a expandir seu império. Pregava cinco orações diárias, jejum, dar esmola, visitar a cidade de Meca pelo menos uma vez na vida e se dedicar à expansão do islamismo.
As restrições religiosas à representação de figuras humanas e de animais no Islã impediu a evolução de técnicas como a pintura e a escultura e acabou por transformar a arquitetura na modalidade artística mais desenvolvido na cultura islâmica.
A ARQUITETURA
A arquitetura islâmica, em virtude da forte religiosidade, encontra sua melhor expressão na mesquita, edifício destinado às orações comunitárias.
A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
Compõe-se de um minarete, torre muito alta com plataforma da qual o almuadem chama os fiéis para as cinco orações diárias; um pátio de arcadas que tem, ao centro, a fonte para as abluções; uma grande sala de orações, dividida em diferentes naves com colunas; e a qibla, muro ao fundo da sala onde se encontra o mihrab, ou santuário, um nicho que indica ser aquela a direção da cidade santa de Meca, voltada para a qual os fiéis devem rezar. Junto ao mihrab, está localizado o púlpito, ou minbar.     
Vale sempre a riqueza da decoração, com base em motivos epigráficos (inscrições com trechos do Alcorão em escritura), vegetais (palmas, folhas de videira e de acanto) e geométricos (arabescos). A ornamentação inclui ainda, com freqüência, estalactites em gesso, em forma de prisma e com a face curva. A arquitetura islâmica se caracteriza também pelo uso do tijolo, muitas vezes coberto de mosaicos, estuque ou gesso; pelo emprego de arcos em forma de ferradura e multilobulados; e pelo uso da cúpula, elemento de origem bizantina, quase sempre ornamentada.     
Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
Após a morte de Maomé, os Califas (sucessores de Maomé) expandiram seus territórios e conquistaram o Oriente Médio, partes da África e Europa. A partir de 732 os seguidores de Maomé começam a ser derrotados e a perder os territórios conquistados.

ATIVIDADES

01. A religião muçulmana, que contribuiu para unificar os povos de origem árabe e lhes forneceu amparo espiritual ao longo de sua expansão,
a) Inspirava a forma de governo parlamentar, pois os líderes religiosos reuniam-se em assembleia proporcional.
b) Pregava o politeísmo na medida em que reconhecia a adoração de vários deuses.
c) Retirava sua orientação dos textos considerados sagrados, contidos no Corão.
d) Reconhecia em Maomé o único e verdadeiro Deus a ser adorado pelos islamitas.
e) Tinha como seu mais importante centro espiritual a cidade de Bagdá.

02. (FAAP) O Império Islâmico, que dominou grande parte do mundo medieval, chegou a alcançar um notável desenvolvimento científico. Para que isso acontecesse, muito contribuíram os conhecimentos que sobreviveram de uma civilização anterior. Que civilização foi essa?
a) Germânica
b) Babilônica
c) Grega
d) Romana
e) Egípcia

03. A pregação de Maomé fez-se inicialmente em Meca, e atemorizou os coraixitas, guardiões da Caaba e beneficiados com o comércio caravaneiro. A principal preocupação de Maomé foi:
a) Destruir o predomínio comercial em Meca, em benefício da cidade de Medina, que o adotou.
b) Promover uma aliança entre as cidades árabes para combater os beduínos, que vivam na pilhagem e impediam o desenvolvimento comercial.
c) Estabelecer uma doutrina sincrética, que pudesse ser assimilada tanto pelos beduínos do deserto, como por cristãos e principalmente judeus.
d) Desenvolver uma doutrina que promovesse a unificação religiosa, favorecendo a unidade política, necessária para superação das grandes dificuldades dos árabes.
e) Criar condições para o expansionismo árabe que possibilitasse o enriquecimento dos povos beduínos, marginalizados no deserto.

04. (UFJF-MG). O islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na unidade árabe, tem como fundamento: 
a) O monoteísmo — influência do cristianismo e do judaísmo —, observado por Maomé entre os povos que seguiam estas religiões. 
b) O culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos. 
c) O politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá. 
d) O princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte. 
e) A concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado por povos inferiores.

05. (VUNESP) O islamismo, ideologia difundida a partir da Alta Idade Média, em que o poder político confunde-se com o poder religioso, era dotado de certa heterogeneidade, o que pode ser constatado na existência de seitas rivais como:
a) politeístas e monoteístas
b) sunitas e xiitas
c) cristãos e muezins
d) sunitas e cristãos
e) xiitas e politeístas

06. Qual a relação existente entre a expansão do islamismo e o feudalismo?

07. (OSEC) A Hégira assinala:
a) um marco histórico para o início do calendário judaico;
b) a reunificação do império Romano sob Justiniano;
c) a fuga de Maomé de Meca para Medina;
d) o domínio dos navegantes escandinavos sobre os mares Báltico e do Norte;
e) a tomada de Constantinopla pelos turcos.

08. (UPIS) Em 711, os muçulmanos atravessaram o Estreito de Gibraltar e conquistaram quase toda a Península Ibérica. Depois transpuseram os Pireneus e entraram na Gália, mas foram derrotados em 732 por Carlos Martel na famosa Batalha de:
a) Aljubarrota
 b) Poitiers
c) Waterloo
d) Alcáder-Quebir
e) Granada

09. (MACK) A contra-ofensiva européia no Oriente Próximo, durante os séculos XI – XII, resultou de vários fatores. Assinale a alternativa incorreta:
a) Atuação do Papado na condução dos fiéis às Cruzadas.
b) Estabilidade política e social da Europa.
 c) Crise política do Islão.
d) Surgimento dos califados islâmicos.
e) Aumento da população européia.

10. (FUVEST) A rivalidade entre Meca e Iatreb era:
a) econômica e política
b) política e religiosa
c) econômica e religiosa
d) religiosa e cultural
e) econômica e cultural

11. (FGV-SP) A hégira, um dos eventos mais importantes do islamismo e que marca o início do calendário islâmico, corresponde:
a) à entrada triunfal de Maomé em Meca em 630.
b) ao casamento de Maomé com uma rica viúva, dona de camelos.
c) à fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Medina.
d) à revelação de Maomé que lhe foi transmitida pelo arcanjo Gabriel.
e) ao grande incêndio da Caaba em Meca em 615.

12. (VUNESP) As invasões e dominação de vastas regiões pelos árabes na Península Ibérica provocaram transformações importantes para portugueses e espanhóis, que os diferenciaram do restante da Europa medieval. As influências dos árabes, na região, relacionaram-se a:
a) acordos comerciais entre cristãos e mouros, a fim de favorecer a utilização das rotas de navegação marítima em torno dos continentes africano e asiático, para obter produtos e especiarias.
b) conflitos entre cristãos e muçulmanos, que facilitaram a centralização da monarquia da Espanha e Portugal, sem necessitar do apoio da burguesia para efetivar as grandes navegações oceânicas.
c) difusão das ideias que ocasionaram a criação da Companhia de Jesus, responsável pela catequese nas terras americanas e africanas conquistadas através das grandes navegações. 
d) acordos entre cristãos e muçulmanos, para facilitar a disseminação das ideias e ciências romanas, fundamentais, para o crescimento comercial e das artes náuticas.
e) contribuições para a cultura científica, possibilitando ampliação de conhecimentos, principalmente na matemática e astronomia, que permitiram criações de técnicas marítimas para o desenvolvimento das navegações oceânicas.

13. (FUVEST) Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem histórica:
a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antiguidade, na Península Arábica;
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente;
c) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa;
d) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna;
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.

14. (FUVEST 2009) "A Idade Média européia é inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do islamismo, sobre uma área comum impregnada pela cultura greco-romana."  José Ortega y Gasset (1883-1955). O texto acima permite afirmar que, na Europa ocidental medieval,
a) formou-se uma civilização complementar à islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
b) originou-se uma civilização menos complexa que a islâmica devido à predominância da cultura germânica.
c) desenvolveu-se uma civilização que se beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
d) cristalizou-se uma civilização marcada pela flexibilidade religiosa e tolerância cultural.
e) criou-se uma civilização sem dinamismo, em virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.

15. (G1) 2) O islamismo, uma religião tão comentada no século XXI, foi fundada por Maomé (570-632). De caráter monoteísta, esta religião, também conhecida por muçulmana ou maometana, foi a base do Estado Muçulmano de caráter teocrático criado por Maomé, que passou inicialmente a dominar a península Arábica. Em face desse enunciado, analise as afirmações seguintes.
( ) A expansão muçulmana, principalmente após a morte de Maomé, fez com que esse Estado dominasse vastos territórios, desde o norte da África, noroeste da China e quase toda a península Ibérica.
( ) O livro sagrado do islamismo é o Alcorão, que teria sido resultado das revelações do Deus Alá ao Profeta Maomé. Além de ditar a conduta religiosa, este livro contém recomendações de como manter a ordem social e os interesses dos grandes comerciantes.
( ) A força do Alcorão, para alguns, deve-se à obediência a alguns princípios como: fazer cinco orações diárias; crer em Alá, deus único, e em Maomé, seu profeta; ir em peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida; ser generoso com os pobres e dar esmolas.
( ) Maomé, ao pregar o monoteísmo, foi de encontro à religião politeísta que dominava entre os árabes. Entretanto, conseguiu organizar um exército de seguidores e, através dele, proibir o politeísmo e assim unir as diversas tribos árabes em torno da religião.
( ) A decadência do Império Islâmico é atribuída às disputas internas, que provocaram o desmembramento do Império. No entanto, deve-se também levar em consideração a reação dos diversos povos submetidos à dominação árabe.

16. (UFG-GO) A história do Mediterrâneo é a historia das migrações populacionais e da circulação de valores de culturas distintas. Discorra sobre a expansão árabe , a partir da unificação islâmica na idade média.

17. (UFPE 2005) A expansão muçulmana atingiu territórios da Europa, contribuindo para a divulgação de hábitos culturais que marcaram a formação histórica da Península Ibérica. Além disso, mudou as relações comerciais da época. Em relação a outros povos e à Igreja Católica, os muçulmanos:
a) mantiveram, ao longo de sua história, uma tradição de total tolerância religiosa.
 b) eram temidos, em razão do seu grande poderio militar.
c) mantiveram uma convivência sem choques culturais, revelando-se, no entanto, intolerantes com os judeus.
d) foram intolerantes e violentos, não assimilando as culturas adversárias.
e) só eram temidos em Portugal, pelos cristãos e pelos judeus, sendo bem aceitos na Espanha.

18. (PUC 2004) O Islã, criado a partir da pregação religiosa de Maomé no início do século VII, adquiriu claro significado político com a hégira, migração de Maomé e seguidores de Meca para Medina. As relações do Islã com outras religiões e com o Ocidente foram marcadas
a) pela capacidade de diálogo e integração, da qual a missa ecumênica é um exemplo, uma vez que os princípios islâmicos apresentam-se como síntese do judaísmo e do catolicismo.
 b) apenas por conflitos, dos quais a jihad, ou guerra santa, é um exemplo, uma vez que os próprios princípios islâmicos determinam a guerra contra judeus e cristãos.
c) pela expansão territorial e militar do islamismo da qual a conquista da península ibérica é um exemplo, uma vez que os princípios islâmicos pregam a necessária difusão de suas crenças.
d) apenas por negociações entre chefes religiosos e políticos, das quais os encontros no Vaticano são o melhor exemplo, uma vez que os princípios islâmicos defendem prioritariamente o entendimento e a submissão.
e) pela influência de técnicas e de conhecimentos do Ocidente sobre o Oriente, da qual as interferências linguísticas são um exemplo, uma vez que os princípios islâmicos pregam a ocidentalização do mundo.

19. Leia o texto a seguir: “A gente tem vontade de perder-se em As mil e uma noites, pois sabe que, se entrar nesse livro, é capaz de esquecer nosso pobre destino humano. […] No título de As mil e uma noites existe algo muito importante: a sugestão de que se trata de um livro infinito. E ele é, virtualmente. Os árabes dizem que ninguém pode ler As mil e uma noites até o fim. Não por tédio, mas porque se sente que o livro é infinito. […]”.  BORGES, Jorge Luís. Sete noites. São Paulo: Max Limonad, 1983, p. 71-85. De acordo com o texto, é possível afirmar que:
a) o livro As mil e uma noites é um dos mais confusos livros de literatura já escritos, já que o leitor “se perde” ao lê-lo.
b) os árabes não se acostumaram com o livro As mil e uma noites, por isso não conseguem lê-lo até o fim.
c) a riqueza do livro As mil e uma noites está no fato de ele ser infinito, no sentido de oferecer leituras ilimitadas sobre os temas de que trata.
d) os árabes julgam que As mil e uma noites é uma obra de boa qualidade por ter sido escrita por chineses.
e) o autor, Jorge Luís Borges, abomina As mil e uma noites, pois é um livro infinito.

20. (Puccamp) Para compreender a unificação religiosa e política da Arábia por Maomé, é necessário conhecer:
a) a atuação das seitas religiosas sunita e xiita, que contribuíram para a consolidação do Estado teocrático islâmico.
b) os princípios legitimistas obedecidos pela tribo coraixita, da qual fazia parte.
c) os fundamentos do sincretismo religioso que marcou a doutrina islâmica.
d) as particularidades da vida dos árabes nos séculos anteriores ao surgimento do islamismo.
e) a atuação da dinastia dos Omíadas que, se misturando com os habitantes da região do Maghreb, converteram-se à religião muçulmana e passaram a ser chamados de mouros.

21. (UNESP) Num momento em que o Império Romano do Ocidente havia desmoronado e os Impérios Bizantino e Persa se esfacelavam, os árabes expandiram consideravelmente seus domínios. Em menos de 100 anos o Islã era a religião de toda a costa sul e leste do Mediterrâneo, além de ter se espalhado para a Pérsia, até o vale do Indo, e para a Península Ibérica.  (Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, História para o Ensino Médio)   No contexto de tantas conquistas, a civilização árabe: 
a) sintetizou criativamente as tradições culturais árabe, bizantina, persa, indiana e grega. 
b) rejeitou as contribuições culturais originadas de povos que professassem outras crenças. 
c) submeteu pelas armas os povos conquistados e impôs o deslocamento forçado das populações escravizadas. 
d) perseguiu implacavelmente os judeus, levando à sua dispersão pelos territórios da Europa do leste. 
e) desprezou os ofícios ligados às artes, às ciências e à filosofia relegados aos povos conquistados.

22. (UPE) Sobre o Islamismo, considere as proposições abaixo.  I. Possibilitou a unificação dos povos árabes em torno de uma nova identidade religiosa, a partir da qual se criou outra organização política e social.  II. A religião islâmica prega a submissão plena do ser humano aos preceitos de Alá, o Deus único e criador do universo.  III. Os princípios básicos do Islamismo encontram-se reunidos no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos.  IV. Crer unicamente em Alá e em Maomé, seu profeta, é uma das cinco obrigações básicas que regem a vida religiosa dos muçulmanos.   
Estão corretas: 
 a) somente I e III. 
b) somente I e IV. 
c) somente II e IV. 
 d) somente II, III e IV. 
e) I, II, III e IV. 

23. (UFAL) O Império Bizantino teve importância histórica na Idade Média, mostrando que não apenas a Europa produz cultura e tampouco existe um centro de poder que domina toda a vida social. A economia possuía intensa movimentação financeira, para a época, com fábricas e um dinâmico comércio. A sociedade desse Império:  a) era marcada pelo igualitarismo, devido aos princípios religiosos dos governantes mais tradicionais.  b) conseguiu atingir grandes níveis de luxo e ostentação por parte da sua aristocracia, formada pela minoria da população.  c) tinha a presença dos latifundiários como dominantes e controladores da maior parte das riquezas e da administração pública.   d) assemelhava-se à sociedade romana, pela divulgação de ideias republicanas e exaltação de deuses com poder nos lares mais ricos.  e) garantia a presença de uma hierarquia de poder rígida, embora não houvesse escravos, nem pessoas muito pobres.

24. (UEL) Segundo as Partidas de Afonso X de Castela (1221–1284), ― feudo é o benefício dado pelo senhor a algum homem (...). Quais eram os compromissos de quem concedia o benefício e de quem o recebia na sociedade feudal? A Igreja Católica Apostólica Romana é uma das instituições mais antigas da humanidade. Decorreram mais de mil anos desde as suas origens, como credo de contestação às crenças e práticas religiosas pagãs, passando por seu reconhecimento como religião oficial do Império Romano, até a sua primeira grande divisão, conhecida como Cisma do Oriente, ocorrida em 1054.  A respeito desse primeiro milênio do cristianismo, é correto afirmar:  a) Os principais dogmas da Igreja, no Império Romano do Oriente, nunca foram questionados, e o cristianismo, mesmo afastado do poder secular, conseguiu fortalecer o poder do Papa.  b) A crise do Império Romano, no século IV, foi um elemento importante para a ascensão do cristianismo, e, nesse período, até membros da elite romana converteram-se à nova religião.  c) A relação entre os cristãos e as lideranças romanas, no início do cristianismo, foi facilitada pela fragilidade do Império Romano, naquele momento, e ampliada pela tolerância dos cristãos com os politeístas.  d) A intolerância do Imperador Constantino com os cristãos foi um dos fatores do grande Cisma do Oriente, e a relação tumultuada entre o Imperador e o Papa levou à separação do Estado romano da Igreja.  e) O papa Leão I, líder religioso e político de Constantinopla, disputava o poder com o imperador, mediante incentivo aos monofisistas e aos iconoclastas, e esse confronto contribuiu para a criação da Igreja Ortodoxa.

25. (COVEST) Leia atentamente as afirmativas abaixo sobre a cultura muçulmana no período medieval.  (1) As manifestações culturais muçulmanas foram originais e ousadas para a época, sobretudo suas construções arquitetônicas.  (2) Os poemas do muçulmano Omar Khayyam tiveram no ceticismo e no hedonismo suas grandes marcas.  (3) A sociedade muçulmana rejeitou os feitos culturais do Ocidente, criticando a filosofia grega e seus princípios éticos.  (4) A literatura muçulmana influenciou a ocidental, destacando-se as histórias fantásticas das Mil e uma Noites.  (5) A religião e os seus preconceitos impediram descobertas no campo da medicina e das matemáticas entre os muçulmanos.
Estão corretas apenas:  a) 1 e 4.  b) 2 e 3.  c) 3 e 5.  d) 4 e 5.  e) 2 e 4.

26. (COVEST) A expansão muçulmana trouxe uma outra dinâmica histórica ao mundo medieval. Ela não se restringiu às conquistas militares, mas também teve repercussões no campo da cultura. Com relação à filosofia durante a expansão muçulmana, destaca-se:  a) o interesse pelo estudo das obras e propostas de Aristóteles.  b) o retorno do pensamento das escolas pré-socráticas.  c) a prevalência do idealismo platônico nos princípios éticos.  d) a organização de um pensamento materialista contra a religião.  e) a afirmação de princípios vindos dos sofistas gregos.

27. (UPE) A religião foi decisiva para expansão da cultura muçulmana. Apesar das guerras, os muçulmanos realizaram vários feitos culturais que repercutiram na sociedade ocidental. A influência muçulmana se fez presente na(no):  a) Península Ibérica, onde se conseguiu implantar uma filosofia que combatia o catolicismo.  b) uso de técnicas agrícolas que ajudavam no cultivo de produtos importantes para a época.  c) divulgação da filosofia de Sócrates, através de seus sábios que visitavam as universidades do Ocidente.  d) arte francesa, sobretudo na definição dos estilos gótico e românico, no final da Idade Média.  e) forma de governo espanhola, estruturada em pequenos feudos, apresentando agricultura irrigada.

28. (UPE) Muitas vezes, dá-se um destaque exagerado às guerras comandadas pelos árabes nos tempos medievais, enquanto as suas contribuições culturais permanecem como exemplos da riqueza de seus feitos. Além disso, as suas atividades comerciais dão mostras do dinamismo dos árabes, pois  a) conseguiram dominar o comércio medieval, trazendo mercadorias do Oriente para Europa Central, em grande quantidade.  b) utilizaram muitos instrumentos comerciais como cartas de crédito e companhias de ações para facilitar os negócios.  c) centralizaram suas atividades em corporações estatais bastante produtivas, com manufaturas articuladas com a exportação comercial.  d) desenvolveram rotas comerciais no Oceano Pacífico, por onde exportavam seda e pólvora para as cidades da Ásia.  e) tiveram boas relações com as cidades francesas e italianas durante os séculos finais da Idade Média, vendendo-lhes especiarias do Oriente. 

29. (UPE) Sobre a cultura islâmica, analise atentamente as afirmativas abaixo. 
I. A cultura islâmica afirmou-se pela sua religiosidade e pela falta de descobertas em outras áreas da produção cultural. 
II. A interação da cultura islâmica com a ocidental trouxe contribuições importantes e renovadoras. 
III. As conquistas territoriais dos árabes atingiram territórios do continente europeu.  IV. As divisões internas do islamismo causaram disputas políticas que ainda permanecem na sociedade contemporânea. 
V. Não há semelhanças entre o islamismo e o cristianismo.   
Após a análise, conclui-se que:
a) todas as afirmativas acima estão corretas. 
b) apenas as afirmativas I e V estão incorretas. 
c) apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas. 
d) apenas a alternativa V está incorreta. 
 e) apenas a afirmativa III está incorreta.

30. (UPE) O Islamismo – religião pregada por Maomé e seus seguidores – tem hoje mais de 1 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo, sendo ainda predominante no Oriente Médio, região onde surgiu. Um dos principais fundamentos da expansão muçulmana é a Guerra Santa.  A respeito dos muçulmanos, é correto afirmar que: 
 a) a expansão árabe-muçulmana acabou por islamizar uma série de povos, exclusivamente árabes. 
b) o povo árabe palestino, atuando na revolução armada palestina, rejeita qualquer solução que não a libertação total do Estado de Israel. 
c) em Medina, a religião criada por Maomé, embora tenha crescido rapidamente e tenha criado a Guerra Santa – Jihad – não teve caráter expansionista. 
d) a história do Líbano contemporâneo esteve sempre ligada à busca de um certo equilíbrio entre várias comunidades que compõem o país, especialmente as duas mais importantes: xiitas e cristãos. 
e) a facção dos fundamentalistas islâmicos pertence à corrente xiita, sendo que os mais radicais repudiam os valores do mundo ocidental moderno.

GABARITO 01. resposta:[C]       02. resposta:[C]       03. resposta:[D] 04. resposta:[A] Comentário:  Observando a biografia de Maomé, podemos ver que suas peregrinações junto às caravanas permitiram que ele tomasse conhecimento sobre os valores religiosos cristãos e judeus. Sob esse aspecto, vemos que a ação centralizadora imposta pela adoção do monoteísmo revela a influência que essas outras religiões tiveram no estabelecimento do islamismo. 05. resposta:[D] Comentário:  Xiitas e sunitas formam as mais importantes dissidências do mundo islâmico. Os xiitas são muçulmanos que realizam uma interpretação literal do Alcorão e não aceitam qualquer outra literatura na regulação de seu credo. Por outro lado, os sunitas admitem a Suna, livro que conta a biografia de Maomé, como um texto auxiliar na interpretação dos ensinamentos do Alcorão. Além disso, os xiitas acreditam que o poder político deveria ser controlado pelos descendentes diretos de Maomé, enquanto os sunitas acreditam que a escolha dos lideres políticos deve ser feita livremente. 06. resposta: Os árabes dominaram o oeste do Mediterrâneo e isolaram a Europa Ocidental, acentuando a tendência à ruralização econômica e contribuindo para a consolidação do feudalismo. 07. resposta:[C] 08. resposta:[B]       09. resposta:[B]       10. resposta:[C] 11. resposta:[C] Comentário:  A hégira foi um dos mais importantes elementos da crença muçulmana, na medida em que tal fuga foi essencial para que Maomé organizasse as forças e os seguidores que lhe garantiriam o controle religioso da cidade de Meca. Mediante esse triunfo, Maomé conseguiu disseminar o islamismo por toda a Península Arábica. 12. resposta:[E] Comentário:  De fato, a cultura árabe foi responsável direta pela construção de um importante legado científico que beneficiou o pioneirismo ibérico na expansão marítimo-comercial. 13. resposta:[B] Comentário:  O ideal de expansão do povo árabe esteve relacionado ao desenvolvimento da chamada “guerra santa” contra os infiéis. No caso dos fundamentalistas, o ideal da “guerra santa” foi reinterpretado e adequado para a organização de ações terroristas que iam contra as nações ocidentais, principalmente os Estados Unidos, visto com responsável pela degradação de seus costumes e o aviltamento de sua autonomia política e religiosa. 14. resposta:[C] Comentário:  Culturalmente, a Europa Ocidental Medieval foi um caldeirão de contribuições de várias civilizações, a começar pela cultura greco-romana, que se misturou com os novos valores da cultura bárbara germânica durante a Alta Idade Média. Mais tarde, não podemos esquecer das influências bizantinas e islâmica, esta última durante o primeiro contato, na Península Ibérica, e mais tarde acentuada pelo intercâmbio proporcionado pelas Cruzadas.  15. resposta: V V V V 16. resposta: Os pilares da doutrina islâmica, associados a decência dos impérios persa e bizantino, contribuíram para a expansão dos árabes. Além disso, devemos levar em conta os interesses econômicos dos mercadores árabes, que foram essenciais no processo de expansão islâmica pelo mediterrâneo. O contato com os europeus resultou no aparecimento, na região da Península Ibérica, de uma cultura híbrida, responsável pelo desenvolvimento de várias áreas do saber.17. resposta:[B] 18. resposta:[C] Comentário: Com a expansão islâmica em direção ao sul da Europa, durante o século VII, sobretudo na Península Ibérica, o confronto entre árabes e cristãos foi inevitável, com grande atrito por questões religiosas tanto em Portugal quanto na Espanha – haja vista que esses dois países só se tornaram unificados durante a luta contra os muçulmanos.
19. resposta:[C] Comentário: O escritor argentino Jorge Luís Borges era profundamente influenciado e inspirado por literatura árabe e, nesse texto, evidencia a dimensão da grandeza e da importância do clássico As mil e uma noites para a literatura universal. O adjetivo “infinito”, empregado no texto, só torna mais clara essa evidência. Portanto, a alternativa correta é a letra C. 20. resposta:[D] Comentário: A questão refere-se ao processo de unificação islâmica sob a liderança do profeta Maomé, e não sobre o processo de expansão, que veio logo depois. Então, a única alternativa que aponta para a situação dos povos árabes antes do islamismo é a letra D. 21. resposta:[A] 22. resposta:[E] 23. resposta:[B]   Justificativa:  A) Errada. Não havia igualitarismo, mas uma concentração de riqueza e uma aristocracia poderosa.  B) Certa. A aristocracia vivia no luxo, mostrando poder e ostentação, consumindo produtos dos mais diversos.  C) Errada. Havia banqueiros, mercadores e outros grupos que também possuíam riquezas e gozava de vida suntuosa.  D) Errada. Os romanos valorizavam a propriedade rural e estavam absorvidos por um outro cotidiano e outras crenças religiosas.  E) Errada. Havia uma hierarquia social bastante forte, como também um número expressivo de escravos domésticos.   24. resposta:[B] 25. resposta:[A] 26. resposta:[A] 27. resposta:[B] 28. resposta:[B] 29. resposta:[D] 30. resposta:[E]


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

CHINA MEDIEVAL

Por volta do século VII, as diferenças entre a China e a Europa eram maiores do que as semelhanças; enquanto na Europa o poder se dividia entre vários senhores feudais, na China, o poder se concentrava nas mãos dos imperadores. Enquanto as cidades européias declinavam, as chinesas floresciam, abrindo inclusive ao contato com o Ocidente. 
Entre os século VII e XV, a China foi governada por quatro dinastias.
China Medieval: Cronologia:
618   -    906               Dinastia Tang                                   
906 - 960     Era das Cinco Dinastias
960   - 1270                    Dinastia Song 
1279  - 1368              Dinastia dos mongóis  
Atualmente, há na China mais de 1 bilhão e 200 milhões de habitantes. É a maior população nacional do planeta. 

DINASTIA SONG
Durante a dinastia Song foram criadas escolas públicas frequentadas tanto pelos filhos de famílias ricas como pelos camponeses. As escolas preparavam os aluno para os concursos de acesso aos cargos no governo. O alto índice de alfabetizados entre a população e a elite gerou um grande número de leitores, que procuravam por obras variadas. Em virtude dessa procura, era grande a produção de livros em toda a China. No século XXI, 1.000 anos após o início da dinastia Song, a economia chinesa tem sido uma das mais promissoras do planeta, com taxas de crescimento em torno de 10%. O crescimento econônimco da China tem se manifestado na área educacional. No ano 2004, a percentagem de chineses que recebiam a educação obrigatória de nove anos chegou a 94%. Nos últimos 15 anos, 94 milhões de chineses saíram do analfabetismo
Pode-se dizer que durante a dinastia SONG houve um renascimento artístico na China.
Contribuíram para isso parte dos servidores públicos cuja formação abrangia o estudo de obras literárias e filosóficas , e o desenvolvimento de habilidade no campo da prosa e da poesia. Um dos funcionários mais destacados foi SU SHI, nascido na província de SICHUAN em 1036, e que adotou o nome artístico de SU SON-PO. Entre outras coisas, SU SHI destacou-se como grande escritor, que modificou o estilo de escrever prova e poesia até aquela época. Por ter ocupado vários cargos no império, até mesmo no exterior, SU SHI teve contanto com diferentes tipos de culinária sobre os quais escreveu um livro. As excelentes habilidades de SU SHI como calígrafo e paisagista renderam inúmeros poemas nos quais ele descrevia as cenas retratadas


A China é detentora da maior tradição mundial na fabricação de cerâmica e porcelana. O reconhecido destaque do país neste campo se deve não apenas à beleza e qualidades técnicas dos produtos, mas também à enorme influência que tiveram tanto na Ásia quanto no Ocidente. A cerâmica foi produzida na China desde o III milênio a.C. Alguns exemplos antigos revelam excelente qualidade e belíssima decoração, mas é apenas a partir da dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.) que tem início uma tradição contínua de fabricação de cerâmica cozida e vitrificada para uso em túmulos. Da mesma forma que os vasos, os túmulos eram feitos de modo a oferecer um retrato da vida na época, com celeiros, casas, lagos para peixes, animais e jogos reproduzidos no barro. Louça cozida também foi produzida, resultando nos produtos da sexta dinastia (251-589) e da dinastia Tang (251-589). A dinastia Song (960-1279) representou a idade de ouro da cerâmica chinesa, com os famosos fornos, tanto no sul quanto no norte da China. O sudeste do país se transformou no mais importante centro de cerâmica a partir da dinastia Yuan (1279-1368). Os chineses desenvolveram o controle sobre o pigmento azul, de modo que ele pudesse ser utilizado em detalhes pincelados. Durante a dinastia Ming (1368-1644), a louça azul e branca alcançou seu ponto alto, especialmente no século XV. Já na dinastia Qing (1644-1911), os esmaltes da "família verde" se tornaram populares no reinado do imperador Kangxi (1662-1722) e a "família rosa" no reinado de Youngzheng (1723-1735). O complexo de fabricação de cerâmica de Jingdezhen teve hábeis diretores durante o século XVIII e desfrutou do patrocínio da corte, especialmente no governo do imperador Qianlong (1736-1795), grande incentivador das artes e colecionador. A cerâmica chinesa produzida após o século XVIII tem sido vista apenas como hábil imitação dos modelos antigos.


A SEDA

Tecido leve e macio, a seda chinesa era e continua uma mercadoria muito apreciada. Produzida pelos chineses há mais de 2 mil anos e consumida pelos europeus desde a época do Império Romano, a seda era uma fonte de lucro permanente para a China; por isso, no passado , o governo imperial chinês ameaçava de morte por tortura aquele que revelasse a um estrangeiro o segredo de como se fazia a seda na China. Somente no século VI d.C os espiões europeus conseguiram descobrir que a seda era feita com o fio delicado que os chineses puxavam dos casulos dos bichos-da-seda. 1-O primeiro passo era plantar amoreiras, serviços feito pelos homens; já a tarefa de colher as folhas das amoreiras era feita pelas mulheres
2-Posteriormente, as folhas das amoreiras eram usadas para alimentar os bichos-da-seda criados em prateleiras cobertas e especialmente produzidas para esse fim.
3-Os vários fios dos bichos-da-seda eram mergulhados em água quente, separados com varetas de madeira e enrolados em bobinas.
4-O fio  enrolado no fuso era tecido por meio de uma roda de fiar. Os teares da China, naquele tempo, eram mais aperfeiçoados do que os existentes em outros lugares da Europa.
5-Os fios então tingidos e, depois, tecidos num tear manual; produzia-se tanto o tecido em cores lisas como o estampado. O trabalho exigia atenção e bom gosto, e era feito por mulheres que aprendiam a fazê-lo em casa, com suas mães, desde meninas.
6-Depois, o tecido era batido com pás de madeira para ficar macio. Em seguida era passado com ferro quente. Vendia-se a seda em peças inteiras ou na quantidade solicitada pelo freguês.

A MURALHA DA CHINA
A muralha da China, atravessa as montanhas chinesas e se estende do Deserto de Góbi, no noroeste do país, até as elevações próximas do Mar Amarelo, no nordeste. A Grande Muralha manteve-se em pé durante séculos de incursões estrangeiras no território chinês. Hoje, no entanto, ela esta ameaçada pelo,descaso das autoridades e pelas obras da civilização moderna
A muralha começou a ser construída por volta de 220. a.C., a mando do rei CH"IN, o primeiro imperador. A obra aproveitou uma série de fortificações construídas pelos governos anteriores. A função da muralha era proteger a China das invasões dos povos do norte. Os imperadores da dinastia CH'IN não deixaram relatos sobre as técnicas e o número de trabalhadores mobilizados na construção. No entanto  pelo estudo das características da obra, sabe-se que os muros eram levantados com grande blocos de pedra, fixados um no outro com uma massa feita de barro. Acreditava-se  também que milhares de operários trabalharam na construção.
Após a morte do imperador CH'IN, as obras foram paralisadas. Elas foram retomadas ao longo dos séculos e finalizadas na dinastia MING, no século XV da era cristã. No período MING a China viveu um grande desenvolvimento cultural e econômico, com destaque para o incremento da exportação de porcelanas e seda para o Ocidente. Perto de Pequim, capital da China, os imperadores MING mandaram construir um cemitério real, onde eles foram enterrados. Na estrada que levava a esse cemitério, colocaram grandes estátuas de guerreiros e animais, feitas para lembrar o poder do império e a bravura de seus soldados. A riqueza da China motivou a retomada da construção. Os muros reforçados e ampliados, introduziu-se pela primeira vez o uso de tijolo, produzidos nas olarias chinesas. Ao final da dinastia MING, a muralha estava com as caractéristicas atuais: uma rede de fortificações com cerca de 7.000 quilômetros de extensão e uma altura média de 7,5 metros. A grandiosidade da obra, porém, não impediu as invasões de mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o Império Chinês ao longo da história.




quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A IDADE MÉDIA

OBJETIVO:
Destacar a indispensável importância dos estudos para um país.
Entender a relação entre o poder político com o religioso.


PERIODIZAÇÃO:
Alta Idade Média: séc. 05 ao 09: marcada pelo surgimento do sistema feudal.
Baixa Idade Média: séc. 09 ao 15:  marcada pelo (1) crise do sistema feudal, (2) surgimento da burguesia e (3) renascimento das cidades.


1.  OS GERMÂNICOS E AS INVASÕES BÁRBARAS:
 Apesar de serem diferentes entre si, os povos germânicos apresentavam semelhanças em suas formas de organização econômica, política e social. Exemplos: suevos, vândalos, francos, anglos, saxões e ostrogodos.


Em 476, a cidade de Roma foi conquistada pelos bárbaros, liderados por Odoacro, depondo o Rômulo Augusto. 

ESSE FOI O FIM DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE. 

2.    ORGANIZAÇÃO GERMÂNICA NAS TERRAS ROMANAS: 
(1)     Organizados em clãs.
(2)     A maioria não possuía escrita.
(3)     Eram politeístas e animistas, isto é, adoravam as forças da natureza.

3. O NASCIMENTO DA ALTA IDADE MÉDIA: a lenta transição
Organização jurídica.
Religião: cristianismo.

a.         Os francos:
Os reinos germânicos tiveram pouca duração, porém, um deles tornou-se poderoso e teve grande influência na Europa, o Reino Franco. Nesses reinos, as relações entre o rei e os súditos baseavam-se nos laços de honra e fidelidade. 

a.1. Dinastia MEROVÍNGIA: Clóvis, convertido ao cristianismo em 496, organizou o reino franco e consolidou a dinastia merovíngia, com o apoio da Igreja.
 Surgimento dos majordomus (como um 1º Ministro).
Batalha de Poitiers, em 732.

a.2. Dinastia CAROLÍNGIA:  
 Pepino, o Breve: depôs o último imperador merovíngio, em 751 e doou o Patrimônio de São Pedro (atual Vaticano).
 Carlos Magno (768 a 814):
Doação e divisão de terras em troca de lealdade: condado (Conde), marcas (Marquês) e ducado (duque). Assim, formou-se a base da nobreza na Europa.
Leis Capitulares: primeiras leis escritas do Ocidente.
Renascimento Cultural: criação de escolas e preservação dos textos greco-romanos.  
Tratado de Verdum (843): É a divisão do Império Carolíngio, em 843, entre os 03 netos de Carlos Magno:
Carlos, o Calvo: França Ocidental.
Luís, o Germânico: França Oriental.
Lotário: Norte e Centro da Itália.
A partir do séc. 09, a França Ocidental passou a ser chamada de França e a França Oriental de Sacro Império Romano Germânico, a partir do imperador Oto I, em 936.

4. O SISTEMA FEUDAL: 
Conceito de feudalismo: Sistema composto de relações econômicas e sociais servis, descentralização administrativa e fidelidade política e militar entre os nobres.
a.         Os feudos:
o  Feudos: terras doadas como benefícios.
o  Senhores feudais (nobres): recebiam os feudos e eram responsáveis:

(1)   Defesa da terra (feudo).
(2)   Coleta de impostos.
(3)   Exercia o poder político e a justiça.

o  Suserano (doador do feudo) e vassalo (receptor do feudo) .
o  Cerimônia de vassalagem:
(1)     Homenagem.
(2)     Ato de fé.
(3)     Investidura.

Os servos: trabalhavam nos feudos em troca de trabalho e proteção. E ainda pagavam impostos.

b.         Os tributos feudais:
(1)          Corveia.
(2)          Talha.
(3)          Banalidades.
(4)          Captação.
(5)          Mão morta.

c.         O clero:
a Igreja controlava toda a atividade intelectual do período medieval, e era dividida em:
Clero regular, religiosos que viviam nos mosteiros ou conventos.
Clero secular: padres que trabalhavam nas paróquias.

d.         A sociedade feudal:
o    Clero: os que oram.
o    Nobreza: os que guerreiam.
o    Camponeses: os que trabalham.

Não havia mobilidade social para os camponeses, ou seja, nasceu camponês, morreria camponês = SOCIEDADE ESTAMENTAL!

e.         Economia feudal:
Manso senhorial.
Manso servil.
Manso comunal.
                         
Crise do feudalismo:
O surgimento e crescimento de um novo grupo social, a burguesia, foi fundamental para desestruturar o sistema feudal, gerando sua crise.

ALÉM DA SALA DE AULA:
Curiosidades sobre a Idade Média.
(http://www.maiscuriosidade.com.br/veja-35-curiosidades-sobre-a-idade-media/)

Na mesa, as pessoas comiam normalmente com as mãos. Até o início da Idade Moderna, era comum os convidados de um jantar levarem a faca de casa para cortar o alimento.
Banhos? Os banhos estavam longe de ser diários (era um por ano, que tal?). As pessoas se banhavam em uma tina e o primeiro a se lavar era o chefe da casa.
Era mais seguro tomar vinho e cerveja do que água, fornecida por rios e riachos das imediações.
Na Idade Média, as pessoas dormiam nuas. Quer dizer, nem tão nuas assim: elas usavam gorros para se protegerem do frio. Marido, mulher, filhos e mesmo as visitas compartilhavam o mesmo leito
Acredite se quiser, mas um dos locais mais animados do período era o cemitério. A população passeava, brincava e dançava entre os túmulos. Também era possível fazer compras (o açougueiro era apenas um dos comerciantes a dispor sua mercadoria sobre os jazigos) e participar de diversas cerimônias públicas. Os cemitérios serviam ainda para juízes comunicarem sentenças, padres darem o sacramento, pregadores itinerantes exortarem o povo ao arrependimento, prefeito informar suas medidas e, claro, de vez em quando alguém ser sepultado.


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

HISTÓRIA E COTIDIANO

O tempo flui indiferente às mazelas e catástrofes daqueles que as criaram, mais uma dimensão daquilo que se estranha e volta contra seus criadores como uma força hostil que parece controlá-los, mais uma vereda do fetichismo e da reificação, mais uma face de tempos sombrios que nos couberam atravessar.O tempo é uma criação humana. Na natureza as coisas simplesmente são. Elas têm seus ciclos de nascimento vida e morte, acendendo e apagando segundo a necessidade, nos dizia Heráclito de Éfeso. 
No entanto, as coisas, orgânicas ou inorgânicas, existem e percorrem seus caminhos sem a dimensão do tempo – este é uma construção do ser social na medida em que não apenas existe, mas ousa produzir as condições de sua existência rompendo os limites das barreiras naturais, tornando-se um ser histórico e social.Em nossas consciências imediatas o tempo se apresenta como único, como um fluxo dentro do qual se dá a trajetória das coisas e dos seres, de maneira que nossa impressão é que existe fora de nós, que dias e noites se sucedem, formando a carne dos dias que fenecem, somando-se em semanas e meses, até que anos e décadas anunciam a proximidade do fim inexorável. 
Tal fluxo existe em si e nós nos jogamos em sua corrente para viver o que nos cabe. Pulamos de onde? Bom, João Ubaldo Ribeiro em seu Viva o Povo Brasileiro, descreve a curiosa tese do “puleiro das almas”, no qual aguardamos nossa vez de entrar na dimensão temporal e mundana. Parece-me tão pertinente como qualquer outra tese religiosa ou filosófica.
Marilena Chauí, que sempre nos traz elementos interessantes, nos lembra que na Antiguidade se concebia duas dimensões: a Cósmica como um ciclo perene e eterno, portanto atemporal, e um tempo dos seres, linear e finito, seja dos seres, seja das cidades e impérios (Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária, Perseu Abramo, 2000, p. 70). 
Trata-se da famosa diferenciação de uma dimensão temporal e mundana e outra atemporal e divina, própria da consciência social medieval.De qualquer forma, nossa consciência parece nos indicar que estamos dentro de um fluxo que se encontra dentro de outro, que, por sua vez, encontra-se dentro de outro. 
Vivemos os dias que fluem dentro de períodos históricos que fluem dentro de séculos e milênios que constituem as eras. O que diferencia estas dimensões não é apenas o aspecto quantitativo (dias, anos, milênios), mas há uma diferença de ritmo e de substância que nos interessa. 
O tempo cotidiano não apenas se dá no ritmo das horas, dias, semanas, meses e anos com os quais tecemos a trama que constitui nossa vida, mas agimos nesta dimensão temporal premidos pela imediatez, pela ultrageneralização, pela heterogeneidade das esferas do trabalho, da linguagem, da vida privada. 
Como nos demonstra José Paulo Netto, seguindo as pistas de Heller e Lukács, não há um ser humano sem vida cotidiana, “enquanto espaço-tempo de constituição, produção e reprodução do ser social, a vida cotidiana é ineliminável” (José Paulo Netto e Maria do Carmo B. De Carvalho, Cotidiano, conhecimento e crítica, São Paulo, Cortez: 2012).
No entanto, apesar de “insuprimível” o cotidiano é histórico. Isto é: não é sempre o mesmo, pois trata-se da constituição, produção e reprodução de uma forma determinada de vida, uma vida histórica, portanto, nos remetendo a outro ritmo, aquele dos períodos históricos de constituição dos modos de produção, que não pode ser concebido a não ser em séculos e milênios, como pensam Marx e Engels. 
Ocorre que este tempo histórico tem também suas mediações, na história concreta das formações sociais, da dinâmica da luta de classes, no jogo político do nascimento, vida e morte dos Estados e formas de governo, na constituição de uma superestrutura política e jurídica, na conformação de uma determinada consciência social, de uma cultura e de suas múltiplas expressões.Esta segunda dimensão, dentro da dimensão histórica mais geral, encontra sua fronteira com o tempo cotidiano em conjunturas determinadas. 
Como se visualizássemos uma linha que a todo momento pudesse cortar o corpo da história com um eixo que tem sua raiz numa certa conjuntura na qual os homens e mulheres vivem seu cotidiano, transpasse um período histórico da formação social e corresponda a um ponto determinado do desenvolvimento do modo de produção que os inclui.
A simultaneidade destas três dimensões temporais, ainda que não seja percebida na “superficialidade extensiva” da consciência imersa no cotidiano, atua de forma bem objetiva no acontecimento histórico.
Uma grávida e seu marido marceneiro buscam uma manjedoura onde possam parir o messias. Fazia frio na noite do deserto. Estrelas gélidas e indiferentes pontuavam o firmamento, enquanto apenas uma parecia indicar o caminho. O casal sentia fome e frio – alegria pelo filho que vinha, mas apreensão pela situação. Esta trama não bóia no nada, tem local e tempo. Estamos na Palestina, num certo momento do desenvolvimento do Império Romano que impunha ali seu domínio, através do Rei de Israel – Herodes – garantido por poderosa força militar enviada por Antônio, imperador romano. Seu governo consolidara-se no ano 31 a. C.
Não importa se o calendário, confuso que estavam os tempos, passaria pelo ano zero com o nascimento de tão esperada criança, começando a contagem de novo. As três dimensões do tempo se chocavam naquela noite. A família pobre a espera do rebento, as dores do parto e o orgulho esperançoso do pai; o governo de Herodes e seus mega empreendimentos, sua corte de grande influência helênica de cultura refinada, havia chegado ao poder derrubando mais de um século da dinastia hasmonéia, angariando simpatias e antipatias por sua proximidade com os romanos.
A grandiosidade de seus monumentos fariam parecer eterno seu poder, como Roma, no entanto, Herodes morrerá cerca de quatro anos depois e Roma sucumbirá e dolorosa fragmentação até a deposição do último imperador romano em 476 d. C., enquanto a pobre criança perseguida, presa quando adulta, torturada e executada como criminoso na cruz ao lado de ladrões, será a base de uma religião que suplantaria a grandiosidade dos templos de Herodes e o Império que executou o homem para tornar suas idéias imortais.
Ainda que a exata conexão dos fatos e das dimensões temporais só possam ser averiguadas com o próprio desenvolvimento da história, ele estavam lá, presentes no momento dos acontecimentos cotidianos. Herodes caminhava já para sua morte, assim como germinava no grandioso Império Romano a decadência que levaria à sua queda.
Vivemos, já dizia Hegel ao seu tempo, sempre a morte de um mundo no momento em que germina outro, mas no âmbito da vida cotidiana temos a ilusão da eternidade do presente, sempre foi assim e sempre será, grita nossa consciência prenha de ultrageneralização. É difícil separar as pedras que caem em ruínas, pois são as mesmas que edificam as novas fundações daquilo que se constrói. São lamentáveis os patéticos esforços daqueles que se agarram às ruínas e zombam dos esforços dos construtores, assim como é muito difícil desprender-se da miséria dos tempos para ver além da noite que parece eterna.
Sempre me causou estranhamento a persistência daqueles que moram perto de vulcões ativos. Constroem suas casas, cultivam a terra e erguem suas cidades, criam seus filhos, ao lado do caminho da lava que ainda há pouco corria fluida e incandescente. 
Correm desesperados ao menor tremor e ameaça da gigante boca de fogo e destruição, mas logo voltam para reconstruir suas vidas em terras renovadas e férteis. Mas, talvez, assim sejamos todos nós, este estranho ser que se denomina de humano. Somos construtores de futuras ruínas, nascendo agora para morrer depois, querendo acreditar ser eterna a vida que temos, o amor que encontramos, os laços que nos unem. Talvez.
Toda crise é enorme para aquele que a vive. Maldizemos nosso tempo, a desgraça da vida, a frustração amorosa como sendo a porta que sela o destino de nossas vidas… nunca mais serei feliz… mas, a vida segue. Nem sempre nós podemos fazer o mesmo.Aceito o caráter insuprimível do cotidiano, mas a história que se abre é um fluxo feito por nós, ainda que alienada, de forma que da mesma maneira que produzimos a história que nos aprisiona na reificação, podemos igualmente, produzir as circunstâncias que podem nos emancipar. Talvez.
De uma coisa temos certeza, estes tempos vão passar e outros virão. Nossa decisão é nos inscrever nas fileiras daqueles que os construirão na perspectiva da emancipação humana. Uma das vantagens de se pensar com base no tempo histórico é essa. Tal perspectiva não tem o poder de eliminar as mazelas do cotidiano, mas nos permite olhar para elas e vislumbrar a exata estatura das coisas. E elas, meus caros,são pequenas... muito pequenas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - QUESTÕES OBJETIVAS

01. (UFAL) Entre as causas políticas imediatas da eclosão das  lutas pela independência das colônias espanholas da América, pode-se apontar:
a) a derrota de Napoleão  Bonaparte na Batalha de Waterloo;
b) a formação da Santa Aliança;
c) a imposição de José Bonaparte no trono espanhol;
d) as decisões do Congresso de Viena;
e) a invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal e a coroação de D. João VI no Brasil.
02. A independência do Brasil e das colônias espanholas na América tiveram como elemento comum:
 a) as propostas de eliminação do regime escravista imposto pela metrópole;
b) o caráter pacífico, uma vez que não ocorreu a fragmentação política do antigo bloco colonial ibérico;
c) os efeitos do expansionismo napoleônico, responsável direto pelo rompimento dos laços coloniais;
d) o objetivo de manter o livre-comércio, como um primeiro passo para desenvolver a industrialização na América;
e) a efetiva participação popular, uma vez que as lideranças políticas coloniais defendiam a criação de Estados democráticos na América.

03. (MACKENZIE) O processo de independência do Brasil caracterizou-se por:
a) ser conduzido pela classe dominante que manteve o governo monárquico como garantia de seus privilégios;
b) ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o quadro social imediatamente após a independência;
c) evitas a dependência dos mercados internacionais, criando uma economia autônoma;
d) grande participação popular, fundamental na prolongada guerra contra as tropas metropolitanas;
e) promover um governo liberal e descentralizado através da Constituição de 1824.

04. A maior razão brasileira para romper os laços com Portugal era:
a) evitar a fragmentação do país, abalado por revoluções anteriores;
b) garantir a liberdade de comércio, ameaçada pela política de recolonização das Cortes de Lisboa;
c) substituir a estrutura colonial de produção e desenvolver o mercado interno;
d) aproximar o país das repúblicas platinas e combater a Santa Aliança;
e) integrar as camadas populares ao processo político e econômico.

05. A respeito da independência do Brasil, pode-se afirmar que:
a) consubstanciou os ideais propostos na Confederação do Equador;
b) instituiu a monarquia como forma de governo, a partir de um amplo movimento popular;
c) propôs, a partir das idéias liberais das elites políticas, a extinção do tráfico de escravos, contrariando os interesses da Inglaterra;
d) provocou, a partir da Constituição de 1824, profundas transformações nas estruturas econômicas e sociais do País;
e) implicou na adoção da forma monárquica de governo e preservou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos.

06. (UCSAL)
I. Aparecimento do capitalismo industrial em substituição ao antigo e decadente capitalismo comercial.
II. Tradução em dois planos do processo capitalista: abertura das áreas coloniais à troca internacional e eliminação do trabalho escravo.
III. Transferência da família real para o Brasil e abertura dos portos.
Os itens acima sintetizam algumas razões que respondem, no Brasil,  pela:
a) eliminação da importação
b) decadência da mineração
c) colonização portuguesa
d) independência política
e) expansão territorial

07. A respeito da Independência do Brasil, é válido afirmar que:
a) foi um arranjo político que preservou a monarquia como forma de governo e também os privilégios da classe proprietária;
b) as camadas senhoriais, defensoras do liberalismo político, pretendiam não apenas a emancipação política, mas a alteração das estruturas econômicas;
c) foi um processo revolucionário, pois contou com intensa participação popular;
d) o liberalismo defendido pela aristocracia rural apoiava a emancipação dos escravos;
e) resultou do receio de D. Pedro I de perder o poder, aliado ao seu nacionalismo.

08. A Independência do Brasil:
a) rompeu o processo histórico;
b) adaptou a estrutura política do país às conveniências da aristocracia rural;
c) acelerou o processo de modernização econômica;
d) representou um sério golpe na economia escravista;
e) representou um retrocesso político, devido à forma monárquica de governo adotada.

09. O príncipe D. Pedro, na Independência do Brasil, foi:
a) essencial, pois sem ele não ocorreria a independência;
b) figura de fachada, totalmente submisso aos desejos de José Bonifácio;
c) mediador, minimizando os antagonismos entre Brasil e Portugal;
d) manipulado pela aristocracia rural, objetivando realizar a independência com a manutenção da unidade popular;
e) totalmente independente, tomando para si liderança do processo, dando à independência um caráter revolucionário.

10. O processo de emancipação política brasileiro:
a) tendeu a seguir o exemplo da América Espanhola, quer dizer, da Independência da Bolívia, Venezuela e Peru;
b) contou com grande participação popular, principalmente de negros e mulatos do Nordeste, que viviam maior opressão;
c) marginalizou os elementos populares, e manteve as estruturas sociais e econômicas do período colonial;
d) foi completado com o grito do Ipiranga, em 7 de setembro, com a decisiva participação de D. Pedro;
e) somente foi consolidado após um ano de guerra contra Portugal, uma vez que a Metrópole não aceitou a ruptura.

Resolução:
01. C
02. C
03. A
04. B
05. E
06. D
07. A
08. B
09. D
10. C


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - RESUMO


A independência do Brasil, enquanto processo histórico, desenhou-se muito tempo antes do príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços coloniais às margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como o Brasil se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da família da Corte Lusitana ao país abriram espaço para a possibilidade da independência.
A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo.
Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista como um primeiro “grito de independência”, onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites.
Para fora do campo da economia, podemos salientar como a reforma urbanística feita por Dom João VI promoveu um embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os novos súditos tupiniquins, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças por parte das elites lusitanas, que se viam abandonadas por sua antiga autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia.
Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembleia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as Cortes de Portugal.
Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder da independência brasileira.
No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posicionamento político.
Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras políticas pró-independência aos quadros administrativos de seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um processo de independência conservador guiado pelas mãos de um regime monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia.
Essa última medida de Dom Pedro I tornou sua relação política com as Cortes praticamente insustentável. Em setembro de 1822, a assembleia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal sob a ameaça de invasão militar, caso a exigência não fosse imediatamente cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em viagem) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga.