segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A REVOLTA DO CONTESTADO


A Guerra do Contestado ocorreu entre os anos de 1911 a 1915. O nome deve-se à disputa entre os estados do Paraná e de Santa Catarina por uma área limítrofe rica em erva-mate e madeira doada pelo governo brasileiro aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company. Apesar da questão dos limites ter sido resolvida, alguns sertanejos ainda viviam na região em estado de isolamento e pobreza.

Uma agitação tomou conta dos sertanejos da região quando a ferrovia São Paulo – Rio Grande foi aberta. Foram liderados por um ex-soldado da polícia militar do Paraná, Miguel Lucena da Boaventura que se dizia irmão de um curandeiro que vivera no lugar, João Maria. Para dar veracidade à sua afirmação e conquistar a simpatia dos sertanejos, Lucena apresentava-se como monge José Maria.

Sob a liderança de José Maria, os sertanejos iniciaram um combate contra as autoridades locais. Deu-se início a uma luta violenta que entrou para a história do Brasil como Guerra do Contestado.

O combate teve origens em problemas sociais decorrentes da falta de regularização da posse das terras e da insatisfação da população em uma área onde não havia presença do poder público. Fora isso, o panorama foi agravado pelo fanatismo religioso, os caboclos revoltados acreditavam que aquela era uma guerra messiânica.

Esta guerra tinha, em certos aspectos, pontos em comum com a Revolta de Canudos, que ocorrera na Bahia alguns anos antes. As semelhanças entre os dois combates começam com o caráter religioso das batalhas, a fé do povo em um líder e a miséria e o isolamento enfrentado pelos habitantes da região.

Para José Maria, a República era a “lei do diabo”. Por isso, nomeou como “Imperador do Brasil” um fazendeiro que não sabia ler nem escrever, criou a comunidade de “Quadro Santo” e montou uma guarda de honra de 24 cavaleiros que ele intitulou de “Doze Pares de França”, fazendo uma alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.

Porém, após o prolongamento da batalha, os sertanejos não suportaram lutar por muito tempo contra as fileiras bem organizadas e os armamentos das tropas do governo.

Consequências

Em 20 de outubro de 1916 foi assinado o Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro, porém, no mesmo ano, ocorreram manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo. Em 1917 houve a homologação final do Acordo de Limites, assim foram instalados os municípios de Mafra, Cruzeiro, Chapecó e de Porto União.

Fontes:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
SCHMIDT, Mario. Nova História: Crítica. São Paulo: Editora Nova Geração, 1999.

 

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