A Guerra do Contestado ocorreu entre os
anos de 1911 a 1915. O nome deve-se à disputa entre os estados do Paraná e de Santa Catarina por uma área limítrofe rica em erva-mate e madeira
doada pelo governo brasileiro aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber
& Colonization Company. Apesar da questão dos limites ter sido
resolvida, alguns sertanejos ainda viviam na região em estado de isolamento e
pobreza.
Uma agitação tomou conta dos
sertanejos da região quando a ferrovia São Paulo – Rio Grande foi aberta. Foram
liderados por um ex-soldado da polícia militar do Paraná, Miguel Lucena da
Boaventura que se dizia irmão de um curandeiro que vivera no lugar, João Maria.
Para dar veracidade à sua afirmação e conquistar a simpatia dos sertanejos,
Lucena apresentava-se como monge José
Maria.
Sob a liderança de José Maria, os
sertanejos iniciaram um combate contra as autoridades locais. Deu-se início a
uma luta violenta que entrou para a história do Brasil como Guerra do
Contestado.
O combate teve origens em
problemas sociais decorrentes da falta de regularização da posse das terras e
da insatisfação da população em uma área onde não havia presença do poder
público. Fora isso, o panorama foi agravado pelo fanatismo religioso, os
caboclos revoltados acreditavam que aquela era uma guerra messiânica.
Esta guerra tinha, em certos
aspectos, pontos em comum com a Revolta de Canudos,
que ocorrera na Bahia alguns anos antes. As semelhanças entre os dois combates
começam com o caráter religioso das batalhas, a fé do povo em um líder e a
miséria e o isolamento enfrentado pelos habitantes da região.
Para José Maria, a República era
a “lei do diabo”. Por isso, nomeou como “Imperador do Brasil” um fazendeiro que
não sabia ler nem escrever, criou a comunidade de “Quadro Santo” e montou uma
guarda de honra de 24 cavaleiros que ele intitulou de “Doze Pares de França”,
fazendo uma alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.
Porém, após o prolongamento da
batalha, os sertanejos não suportaram lutar por muito tempo contra as fileiras
bem organizadas e os armamentos das tropas do governo.
Consequências
Em 20 de outubro de 1916 foi
assinado o Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro, porém,
no mesmo ano, ocorreram manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense
contra o acordo. Em 1917 houve a homologação final do Acordo de Limites, assim
foram instalados os municípios de Mafra, Cruzeiro, Chapecó e de Porto União.
Fontes:
COTRIM, Gilberto. História
Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
SCHMIDT, Mario. Nova História: Crítica. São Paulo: Editora Nova Geração, 1999.
SCHMIDT, Mario. Nova História: Crítica. São Paulo: Editora Nova Geração, 1999.
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