terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A REVOLUÇÃO CUBANA


A Revolução Cubana foi o primeiro movimento que conseguiu resultados positivos contra a hegemonia norte-americana no continente.

Após a Guerra de Independência (1895-1898), Cuba tornou-se independente da Espanha. Desde então o país esteve muito ligado aos Estados Unidos. Tornou-se um protetorado norte-americano, quando a Constituição de 1901, aceitou a inserção da Emenda Platt, que dava o direito de intervenção (inclusive militar) aos Estados Unidos. Os norte-americanos construíram uma base militar na ilha - a base de Guantánamo-, que ainda existe. Essa emenda foi revogada em 1934.

Até meados do século XX, não houve mudanças na estrutura econômica de Cuba. A economia continuava a ser agroexportadora, baseada no latifúndio monocultor açucareiro, e a maior parte das terras passou a ser controlada pelo capital estrangeiro, assim como a quase totalidade do setor de serviços, inclusive a rede de turismo (voltada ao turismo estrangeiro).

Cuba tornava-se cada vez mais dependente em relação aos Estados Unidos. Em Cuba, sucediam-se (entre 1930-1940), governos repressivos, envolvidos em corrupção e crimes diversos. Essa situação permaneceu até 1952, quando Cuba era governada pelo ditador Fulgêncio Batista (foi presidente entre 1940-1944), apoiado pelos Estados Unidos. Chegou novamente ao poder em 1952, por um golpe, montando uma estrutura de governo autoritária e corrupta.

O governo de Batista, servia de proteção a todo tipo de negociatas e práticas corruptas dos oficiais do exército, da pequena elite cubana e dos norte-americanos que mantinham negócios em Cuba. Enquanto a grande maioria da população vivia na pobreza. Os seus adversários políticos eram tratados com repressão, tortura e prisão em massa.

Durante o governo de Batista, começou a se organizar um grande movimento guerrilheiro nacionalista, liderado por Fidel Castro. A proposta política de Fidel era derrubar o ditador Batista e acabar com a corrupção. Reuniu um pequeno grupo de homens e tentou tomar o Quartel de Moncada (em Santiago de Cuba), e dominar o restante das forças militares do país. Fracassou no ataque e foi preso.

Dois anos depois, foi solto e exilou-se no México, onde reuniu 82 guerrilheiros e articulou o golpe que derrubaria a ditadura de Batista.

Desembarcaram no litoral de Cuba, em 1956. Houve luta na chegada. O grupo se dispersou, só 12 conseguiram escapar e se esconder nas florestas de Sierra Maestra. Entre eles, estava o médico argentino Ernesto Che Guevara, Camilo Cienfuengose Raul Castro (irmão de Fidel).

do alto da serra, através de rádio, passaram a pregar a luta contra o governo de Batista. Com ataques-surpresa a guarnições do exército e da polícia, foram conseguindo mais armas e munições.

As idéias dos revolucionários, conquistaram sobretudo o apoio dos camponeses e operários, que sofriam com salários baixos, desemprego, falta de terra, doenças e analfabetismo.

O grupo dos 12, em pouco tempo transformou-se numa tropa que causava baixas cada vez maiores ao governo. Os revolucionários aumentavam em número e recebiam o apoio da população rural e urbana.

Os guerrilheiros desceram a serra e se espalharam pelo país, abrindo uma frente de guerra contra o exército de Batista. Nas cidades, grupos de apoio atacavam a polícia e as instalações do exército.

Em 1 de janeiro de 1959, comandados por Fidel Castro, Camilo Cienfuengos e Raul Castro, tomaram Havana e outras cidades importantes. Fulgêncio Batista e membros de seu governo abandonaram Havana. Os rebeldes dominaram Havana em 2 de janeiro de 1959. Um novo presidente assumiu, substituído depois por Fidel Castro, líder da Revolução. O novo governo tomou diversas medidas, entre as quais: reforma agrária, com a expropriação das grandes propriedades; nacionalização de empresas estrangeiras e dos setores-chave da economia, como combustíveis, sistema de comunicações e de energia elétrica (reduzindo as tarifas de imediato); reforma do ensino; para erradicar o analfabetismo, sendo a educação gratuita em todos os níveis. Medidas voltadas para a saúde pública, etc.

Em 1961, Cuba optou pelo socialismo, contrariando os interesses norte-americanos.

Os Estados Unidos reagiram à revolução cubana, com um bloqueio econômico (1959) e um golpe fracassado da CIA, a invasão da Baía dos Porcos, em 1961, por uma força militar treinada e financiada pelos Estados Unidos, formada por exilados cubanos.

A derrota norte-americana fortaleceu Fidel, que diante da ameaça dos Estados Unidos, procurou e obteve apoio da União Soviética e de outros países socialistas. Em maio de 1961, Fidel declarou que Cuba passava a ser um Estado Socialista. Num pronunciamento histórico, afirmou que adotava o marxismo-leninismo e se aproximava da URSS.

Em 1962, houve a crise dos mísseis. O governo de John Kennedy, identificou bases de mísseis soviéticos em Cuba. Esse fato gerou uma grave crise internacional. Em outubro de 1962, John Kennedy, empreendeu um bloqueio aeronaval a Cuba. Diante da ameaça dos Estados Unidos, de usarem sua força nuclear, os mísseis soviéticos foram retirados.

Sob influência dos Estados Unidos, a OEA (Organização dos Estados Americanos), expulsou Cuba da organização, determinando seu isolamento político e econômico.

Ao longo do tempo, as reformas promovidas pela Revolução Cubana, mudaram o país. O analfabetismo foi eliminado; as condições de saúde melhoraram; as terras foram distribuídas aos camponeses; as tarifas de transportes e aluguéis reduzidas; a assistência médica e a educação são gratuitas.

Com a crise dos regimes socialistas e a desintegração da União Soviética, Cuba perdeu uma importante fonte de ajuda econômica. As dificuldades da população são grandes sobretudo em relação ao abastecimento de produtos essenciais. Também, tem ocorrido manifestações de intelectuais e de outros grupos reivindicando liberdade de expressão e maior participação nas decisões políticas.

Cuba mantém-se fiel aos princípios do socialismo, embora na esfera econômica venha adotando medidas destinadas a atrair investimentos privados do exterior.

 

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