Considerada uma batalha ideológica
entre adeptos do fascismo e do socialismo de todo o mundo, a guerra civil
espanhola teve início em 1936 com a revolta de líderes do Exército contra as
crescentes tendências socialistas e anticlericais do governo da Frente Popular
Republicana do presidente Manuel Azaña.
Os
insurgentes - monarquistas, católicos e membros da Falange Fascista - foram
apoiados pela Alemanha e a Itália, que reconheceram o governo instalado por
Francisco Franco em 1º de outubro de 1936, quando a guerra civil estava ainda
em andamento.
Militar
e ditador da Espanha entre 1939 e 1975, Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo
Franco y Bahamonde nasceu em El Ferrol, na Galícia, a 4 de dezembro de 1892.
Em
1907 entrou para o colégio do Sagrado Coração, extremamente católico e
conservador. Aos quinze anos foi admitido na Academia de Infantaria de Toledo.
Ali sua educação continuou tradicional e conservadora, além de militarista e
nacionalista; esta infundia nos alunos uma mentalidade anti-comunista. Em 1910
gradua-se na Academia Militar e, em 1912, recebeu ordem de servir no Marrocos,
onde seus habitantes rebelaram-se contra o jugo espanhol. Ascende na carreira
militar. Em outubro de 1920 torna-se subcomandante da Legião Estrangeira
Espanhola, famosa pela sua violência e cuja palavra de ordem era “Viva a
Morte!”. Em junho de 1923 é indicado para o comando da Legião Estrangeira.
Em
13 de setembro de 1923 um golpe de estado coloca o general Primo de Rivera à
frente do governo espanhol. Apesar de a monarquia ser mantida, o rei Alfonso
XIII tornou-se apenas um títere.
A
crise de 1929 abala profundamente a economia espanhola. Primo de Rivera não
consegue contornar a situação, renunciando em janeiro de 1930. O rei Alfonso
XIII tenta reassumir o poder, mas não encontrava apoio político; a maioria dos
setores da sociedade desejava a República. O rei promete eleições municipais.
Estas se realizam a 14 de abril de 1931 e marcam a vitória da República. O rei
exila-se e forma-se um governo provisório sob o comando do primeiro-ministro
Niceto Alcalá Zamora, indicado para presidente em dezembro de 1931.
Em
junho de 1931 a Academia Militar de Saragoça é fechada e Franco assume o
comando militar da brigada de infantaria em La Coruña. Como Manuel Azaña, então
ministro da guerra, não demonstrava muita confiança na lealdade de Franco para
com a República, nomeia-o oficial-comandante das remotas ilhas Baleares em 16
de março de 1933.
Em
outubro de 1934 explode uma greve de mineiros nas Astúrias. Sob o comando de
Franco, que trouxe da África a sua Legião Estrangeira, reprimiu com aviões e
tanques os insurretos, executou um verdadeiro massacre e foi condecorado com a
Grã-Cruz do Mérito Militar. Em fevereiro de 1935 é nomeado comandante-chefe das
Forças Militares em Marrocos. Permanece no posto por três meses. Foi nomeado,
então, para a chefia do Estado-Maior do Exército em Madri.
Eleições
foram marcadas para 16 de fevereiro de 1936, num clima de intensa disputa e
polarização ideológica. De um lado, republicanos, socialistas e comunistas
unem-se na Frente Popular; de outro lado, a direita une-se em torno da Frente
Nacional, financiada por latifundiários, empresários e a Igreja Católica. A
Frente Popular obtém uma vitória esmagadora e, imediatamente, inicia-se uma
conspiração da qual Franco faz parte, porém esta é logo descoberta. Ele é
transferido para as ilhas Canárias em março de 1936.
Em
maio do mesmo ano o presidente Alcalá Zamora é substituído por Manuel Azaña
Diaz, que para não perder o apoio da população suspende o pagamento das terras
arrendadas e declara a posse das propriedades invadidas por posseiros.
Inicia-se uma insurreição de generais: é o início da Guerra Civil Espanhola.
Franco
sai das Canárias e vai até Marrocos. Porém, a princípio não tem como embarcar
suas tropas para a Espanha. Isolado no norte da África com seus soldados,
Franco apela para Hitler e Mussolini.
Os
aviões da Luftwaffe chegam no dia 30 de julho de 1936, iniciando o transporte
das tropas por sobre o estreito de Gibraltar. Em 1º de outubro de 1936 Franco
torna-se generalíssimo, ou seja, comandante supremo das Forças Armadas e Chefe
de Estado da Espanha Nacionalista.
Os
republicanos, que lutavam pela permanência do governo de Azaña, legalmente
constituído, receberam apoio da União Soviética e de cerca de 60 mil comunistas
e simpatizantes de esquerda de todo o mundo, que formaram as Brigadas
Internacionais de voluntários. Embora apoiassem os republicanos, Inglaterra e
França optaram por uma política de não-intervenção.
Em
três anos de acirradas lutas, período em que Moscou terminou por retirar seu
apoio às forças governistas, estima-se em cerca de um milhão o número de perdas
humanas. Finalmente, em março de 1939, foi instaurado o regime autoritário do
Generalíssimo Franco, que permaneceu no poder até falecer, em 1975.
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