terça-feira, 29 de janeiro de 2013

GUERRA CIVIL ESPANHOLA


Considerada uma batalha ideológica entre adeptos do fascismo e do socialismo de todo o mundo, a guerra civil espanhola teve início em 1936 com a revolta de líderes do Exército contra as crescentes tendências socialistas e anticlericais do governo da Frente Popular Republicana do presidente Manuel Azaña.

Os insurgentes - monarquistas, católicos e membros da Falange Fascista - foram apoiados pela Alemanha e a Itália, que reconheceram o governo instalado por Francisco Franco em 1º de outubro de 1936, quando a guerra civil estava ainda em andamento.

Militar e ditador da Espanha entre 1939 e 1975, Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde nasceu em El Ferrol, na Galícia, a 4 de dezembro de 1892.

Em 1907 entrou para o colégio do Sagrado Coração, extremamente católico e conservador. Aos quinze anos foi admitido na Academia de Infantaria de Toledo. Ali sua educação continuou tradicional e conservadora, além de militarista e nacionalista; esta infundia nos alunos uma mentalidade anti-comunista. Em 1910 gradua-se na Academia Militar e, em 1912, recebeu ordem de servir no Marrocos, onde seus habitantes rebelaram-se contra o jugo espanhol. Ascende na carreira militar. Em outubro de 1920 torna-se subcomandante da Legião Estrangeira Espanhola, famosa pela sua violência e cuja palavra de ordem era “Viva a Morte!”. Em junho de 1923 é indicado para o comando da Legião Estrangeira.

Em 13 de setembro de 1923 um golpe de estado coloca o general Primo de Rivera à frente do governo espanhol. Apesar de a monarquia ser mantida, o rei Alfonso XIII tornou-se apenas um títere.

A crise de 1929 abala profundamente a economia espanhola. Primo de Rivera não consegue contornar a situação, renunciando em janeiro de 1930. O rei Alfonso XIII tenta reassumir o poder, mas não encontrava apoio político; a maioria dos setores da sociedade desejava a República. O rei promete eleições municipais. Estas se realizam a 14 de abril de 1931 e marcam a vitória da República. O rei exila-se e forma-se um governo provisório sob o comando do primeiro-ministro Niceto Alcalá Zamora, indicado para presidente em dezembro de 1931.

Em junho de 1931 a Academia Militar de Saragoça é fechada e Franco assume o comando militar da brigada de infantaria em La Coruña. Como Manuel Azaña, então ministro da guerra, não demonstrava muita confiança na lealdade de Franco para com a República, nomeia-o oficial-comandante das remotas ilhas Baleares em 16 de março de 1933.

Em outubro de 1934 explode uma greve de mineiros nas Astúrias. Sob o comando de Franco, que trouxe da África a sua Legião Estrangeira, reprimiu com aviões e tanques os insurretos, executou um verdadeiro massacre e foi condecorado com a Grã-Cruz do Mérito Militar. Em fevereiro de 1935 é nomeado comandante-chefe das Forças Militares em Marrocos. Permanece no posto por três meses. Foi nomeado, então, para a chefia do Estado-Maior do Exército em Madri.

Eleições foram marcadas para 16 de fevereiro de 1936, num clima de intensa disputa e polarização ideológica. De um lado, republicanos, socialistas e comunistas unem-se na Frente Popular; de outro lado, a direita une-se em torno da Frente Nacional, financiada por latifundiários, empresários e a Igreja Católica. A Frente Popular obtém uma vitória esmagadora e, imediatamente, inicia-se uma conspiração da qual Franco faz parte, porém esta é logo descoberta. Ele é transferido para as ilhas Canárias em março de 1936.

Em maio do mesmo ano o presidente Alcalá Zamora é substituído por Manuel Azaña Diaz, que para não perder o apoio da população suspende o pagamento das terras arrendadas e declara a posse das propriedades invadidas por posseiros. Inicia-se uma insurreição de generais: é o início da Guerra Civil Espanhola.

Franco sai das Canárias e vai até Marrocos. Porém, a princípio não tem como embarcar suas tropas para a Espanha. Isolado no norte da África com seus soldados, Franco apela para Hitler e Mussolini.

Os aviões da Luftwaffe chegam no dia 30 de julho de 1936, iniciando o transporte das tropas por sobre o estreito de Gibraltar. Em 1º de outubro de 1936 Franco torna-se generalíssimo, ou seja, comandante supremo das Forças Armadas e Chefe de Estado da Espanha Nacionalista.

Os republicanos, que lutavam pela permanência do governo de Azaña, legalmente constituído, receberam apoio da União Soviética e de cerca de 60 mil comunistas e simpatizantes de esquerda de todo o mundo, que formaram as Brigadas Internacionais de voluntários. Embora apoiassem os republicanos, Inglaterra e França optaram por uma política de não-intervenção.

Em três anos de acirradas lutas, período em que Moscou terminou por retirar seu apoio às forças governistas, estima-se em cerca de um milhão o número de perdas humanas. Finalmente, em março de 1939, foi instaurado o regime autoritário do Generalíssimo Franco, que permaneceu no poder até falecer, em 1975.

 

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