quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

BRASIL REPUBLICA - O OCASO DA REPÚBLICA VELHA

A Crise de 29 atingiu em cheio a economia fraca e agraria do Brasil, as oligarquias passam a investir o dinheiro do café na industria, fazendo com que novas classes sociais surgiam. Esse modelo industrial é chamado de “Industria de Substituição de Importados” (ISI) que se baseia em produzir nacionalmente o que os países europeus não conseguiam mais exportar (porque estavam em guerra).

As classes urbanas que surgiram com a industrialização:
Uma burguesia industrial (que é composta pelos ex-cafeicultores (que passaram a ter duas fontes de renda) e imigrantes (italianos, alemães …).
Operariado: Que passa a se organizar para exigir leis trabalhistas do governo. Começam influenciados pelo anarquismo, mas em 1917 passam a ser, predominantemente, socialistas (porque passaram a enxergar o socialismo como uma ideologia que se concretiza quando vêem a Revolução Russa de 1917).
Classes médias urbanas: Ligadas ao setor de serviços e uma classe intelectual. Querem uma política industrial, social e moralização da política a favor do voto secreto.
Claro que nenhum deles foi atendido pelos ruralistas então se organizam em diferentes formas para influenciar o governo. Movimentos das novas classes urbanas:
Politicamente: O Movimento Tenentista e a Revolução de 30.
Socialmente: Movimento Operário e, artisticamente, o Movimento Modernista.

Modernismo:

É um conjunto de movimentos de renovação cultural e artística, ponto culminante é a Semana de Arte Moderna. Sentia-se a necessidade de uma cultura nova e de um sentimento de nação, queriam construir a identidade nacional respeitando as diferenças regionais do país.

Propostas dos modernistas:
Renovação cultural permanente: Fazendo com que o Brasil se integrasse nas grandes correntes artísticas mundias.
Revisão das interpretações históricas sobre o Brasil
Importância do regionalismo
Identidade cultural tipicamente brasileira: Dar importância ao estudo do folclore e das tradições indígenas e africanas.

Principais movimentos modernistas do Brasil:
Movimento antropofágico: Iniciado pelo quadro Abapuru (que significa “aquele que come”) tinha como ideia principal a incorporação das formas de arte européias para a realidade brasileira.
Movimento Pau-Brasil: Tendia a esquerda, muitos dos seus membros entraram para o Partido Comunista do Brasil (PCB). Como Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Movimento Verde-Amarelo, depois Grupo da Anta: Tendia a direita e era defensor de um nacionalismo ufanista, criaram na década de 30 uma versão tupiniquim do nazi-fascismo.

O modernismo não conseguiu sair dos salões artísticos da elite brasileira.

Movimento Tenentista:

Os tenentes, consideravam que o exército deveria ser o agente purificador do país, derrubando o governo caso ele fosse incapaz de prover as necessidades do país; diferente dos oficiais de alta patente que consideravam que o exército deveria ser o guardião do presidente e se manter fora da política.
 
Era um movimento sem ideias muito fixas, mas revelava-se nacionalista, liberal e reformista. Propostas:
Voto secreto, acabando com o voto de cabresto, e que a Comissão Verificadora não manipulasse as eleições.
Estabilidade financeira, diminuindo a dívida externa do país.
Proteção do governo para todos os produtos nacionais, não só o café, mas também a industria.

Revolta do Forte de Copacabana, em 1922: Foram fortemente reprimidos pelo governo. Celebrou-se o “Dezoito do Forte” em que a imprensa dizia que só sobreviveram dezoite tenentes, hoje sabe-se que foram mais.
Em 1924, comemorando o aniversário da Revolta do Forte de Copacabana eclodiu o movimento tenentista em São Paulo que se uniu a um movimento tenentista no Rio Grande do Sul formando a Coluna Prestes que percorreu praticamente todo territorio nacional. 1927 o movimento tenentista foi totalmente silenciado.

Revolução de 30:

1922, 1ª cisão oligárquica ou Reação Republicana:
Minas Gerais e São Paulo escolheram Arthur Bernardes como sei representante na tradicional Política do Café-com-Leite.
Rio Grande do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco (chamadas de oligarquias dissidentes) escolhem Nilo Peçanha como candidato, quebrando a antiga Política do Café-com-Leite.

1929, 2ª cisão oligárquica:
São Paulo escolhe Washington Luis como candidato para cuidar do café (segunda vez que eles botam um candidato paulista no governo). Minas Gerais discorda e apoia as oligarquias dissidentes elegendo Antônio Carlos como candidato. Washington Luis ganha por manipulação da Comissão Verificadora.

Eleições de maio de 1930:
São Paulo impõe a candidatura de Júlio Prestes (paulista), ao invés do Antônio Carlos (mineiro), quebrando a política do café-com-leite. Minas Gerais se junta as oligarquias dissidentes apoiando Getúlio Vargas.
As oligarquias dominantes conseguem manter o seu candidato no poder, por causa da Comissão Verificadora. Em outubro uma junta depõe Washington Luis e toma o poder colocando Getúlio Vargas no cargo. Era o fim da República Velha.

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