quinta-feira, 21 de abril de 2011

OS HEBREUS

Origem dos Hebreus

O que sabemos sobre o povo Hebreu deve-se sobretudo às informações da Bíblia, principalmente do Antigo testamento; mas pesquisas arqueológicas e obras de historiadores judeus muito têm esclarecido os estudos sobre os Hebreus.

Segundo o livro Gênesis do Antigo testamento, Taré, juntamente com sua família, abandonou a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e desceu em direção ao sul, pelas margens do Eufrates. Taré era membro de uma tribo semita, grupo étnico descendente de Sem (filho do lendário Noé, do Dilúvio). Hoje, os semitas compreendem dois importantes povos: os Hebreus e os árabes. Com a morte de Taré, a liderança dessa tribo nômade ficou com Abraão, que, segundo a tradição, recebeu inspirações divinas para ir com seu povo até Canaã ( região da Palestina), a Terra prometida.

Entre 1700 e 1500 a.C., a mais povos penetraram na região adaptando-se às condições sócio-econômicas locais. A ocupação da região pelos hebreus foi sistematizada por Jacó, que depois veio a se chamar Israel. O povo hebreu, ainda segundo a tradição, descende desses patriarcas.

O Egito e o Êxodo

O Egito oferecia melhores condições de sobrevivência que a Palestina. Para lá rumou Jacó (Israel), com parte da população dos hebreus. No Egito, os hebreus permaneceram longos anos, trabalhando para o faraó. Não era escravos, pois podiam viver juntos, criar seus filhos e preservar sua língua e seus costumes. Além disso, alguns ocupavam importantes posições no governo.

A permanência dos hebreus no Egito coincidiu com o período de invasão dos Hicsos. Após a expulsão destes sob a liderança de Moisés, os hebreus iniciaram a sua "retirada" em direção à palestina (1270 a 1220 a.C.) Esse foi o lendário Êxodo. A partir daí, guiados pelas iluminações e visões de Moisés, os hebreus passaram a adorar um só deus, Jeová (ou Iavé), dando os primeiros passos em direção ao monoteísmo.

Organização Social

Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de Josué, conquistaram parte de Canaã. Nessa época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos ("os dozes filhos de Israel"). Viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e trabalhadores não livres. O poder e o prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca, e os laços entre esses clãs eram muito frágeis.

Essa divisão em tribos dificultava a melhor condução das lutas contra os antigos habitantes da região, que resistiam à penetração dos israelitas. Com a invasão dos filisteus, a situação tornou-se ainda mais difícil.

Política

Surgiram então, chefes de sensíveis qualidades militares que ficaram conhecidos como juizes: Otoniel, Débora, Gedeão, Sansão, e Samuel. Esses juizes, além de combater os filisteus, tiveram que lutar contra os amoritas, povos que se estabeleceram na Transjordânia.

O governo dos juizes evoluiu e impulsionou os hebreus a se organizarem num sistema de governo monárquico.

Os reis hebreus:

Samuel centralizou politicamente esse povo já unificado religiosamente pelo monoteísmo. Saul ( a partir de 1010 a.C.) foi o primeiro rei de Israel.

Como a unção de Davi (1006 a 966 a.C.) como rei dos hebreus, iniciou-se uma fase marcada pelo expansionismo militar e pela prosperidade, Durante esse reinado, foi escolhida Jerusalém para capital do Estado, o que simbolizou a unificação das tribos localizadas no norte e no sul da palestina.

Salomão (906 a 926 a.C.), filho de Davi, desenvolveu o comércio, aumentado a influência do reinado sem recorrer à guerra. Construiu o templo de Iavé (Jeová). No entanto, o fausto e a riqueza que marcaram seu governo exigiam o constante aumento de impostos, que empobreciam mais e mais o trabalhador, criando um clima de insatisfação no povo hebreu.

O cisma político-religioso:

Os reinos de Israel e Judá

Com a morte de Salomão, houve a divisão religiosa e política das tribos e o fim da monarquia unificada.

Ao norte foi formado o reino de Israel, composto de 10 tribos que, após disputas internas, chegaram a u acordo em 878 a.C., com a escolha de Omri para rei. Apesar de a veneração a Iavé persistir, foi introduzido o culto a vários deuses.

O culto e o fausto da corte pesavam sobre os camponeses, que pagavam impostos sempre maiores. Nesse momento. O movimento profético ganhou força. O profeta Elias, por exemplo, defendia as aspirações do campesinato pobre e liderava a oposição à dinastia dos omridas.

Em 842 a.C., Jehu, com o apoio da população oprimida, deu um golpe de Estado e foi ungido rei por Elias. Após um período de confusão, foi novamente restabelecida a ordem, mas em 723-722a.C. o rei assírio Sargão II invadiu Israel e destruiu a capital Samaria. Concretizavam-se assim as profecias de Amós: Israel seria destruída por um invasor. Israel tornou-se província assíria e grande parte de seus habitantes foi transportada para a Mesopotâmia.

O reino de Judá, composto de duas tribos e com capital em Jerusalém, permaneceu fiel ao monoteísmo. Em meados do século VII a.C. , o rei Ezequias ( 725 a 697 a.C. ) aliou-se ao Egito tentando evitar a invasão assíria; mesmo assim, grande parte do território de Judá foi tomada pelos assírios.

Josias ( 639 a 609 a.C.) conseguiu recuperar parte da independência do reino de Judá. Mas essa região passou então a ser uma área de disputa entre o império babilônico e o egípcio. Nabucodonosor II, rei da babilônia, invadiu o reino de Judá e destruiu Jerusalém e o templo, transferindo o rei e os mais ilustres habitantes da região para a Babilônia. Este episódio é chamado de cativeiro babilônico pela Bíblia, pois ali os hebreus permaneceram durante cerca de 50 anos.

Decadência e dispersão

Quando o Império babilônico foi vencido por Ciro, rei dos persas, os hebreus foram libertados e voltaram à região da antiga Jerusalém. Ali ergueram novamente o templo. Paulatinamente, foram eliminadas as diferenciações entre os filhos de Israel e os de Juda, que ficaram genericamente conhecidos como judeus.

A partir de então os judeus foram dominados por vários povos em expansão. Mas o domínio efetivo da região deu-se em 63 a.C., quando a Palestina foi incorporada a uma potência que dominava quase todo o mundo da época: o império romano. De início, não houve interferência nas crenças religiosas dos judeus. Mas no ano 70 da nossa era, com a divinização do imperador romano e a recusa dos judeus em reconhecê-lo como tal, foi ordenada a destruição de Jerusalém. Seu povo dispersou-se pelo mundo. A esse fenômeno deu-se o nome de Diáspora.

REGIÃO E CULTURA

A história do povo hebreu não pode ser dissociada da história de sua religião. Há uma ligação tão íntima que se torna difícil falar separadamente de uma delas.

Nem sempre os hebreus foram monoteístas. No início de sua história, Iavé ( Jeová) era um deus entre muitos. Mas, como o desenvolvimento histórico, Iavé foi-se sobrepondo às outras deidades. Os hebreus foram um dos primeiros povos a sistematizar o monoteísmo.

Iavé exigia homenagens e oferendas exclusivas em sua honra, em troca, seria o Todo-Poderoso protetor do povo hebreu.

A primeira codificação do iaveísmo foi feita por Moisés ( Decálogo ou Dez mandamentos). Os profetas desempenharam importante papel na religião judaica: reformadores religiosos, pobres, mantiveram o povo de Israel fiel ao culto de Jeová. Os profetas mais importantes foram Elias, Oséias e Amós, no reino de Israel; Isaías e jeremias, no reino de Judá.

Depois dos séculos III e II a.C. começou a expectativa da vinda de um profeta do mesmo porte de Moisés. Ele deveria ser um ungido e tornar-se o Messias, isto é, aquele em que o povo acreditava que o salvaria. Estava nascendo o messianismo, que resultou no cristianismo, uma vertente do judaísmo, que se espalhou por grande parte do globo terrestre.

A produção cultural hebraica está ligada com sua vida religiosa. Salomão escreveu mais de 3000 provérbios, mais de um milhar de cânticos e emitiu opiniões sobre Botânicas e Zoologia. O legado cultural hebreu foi importante para a formação de vários traços da cultura ocidental

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