quinta-feira, 21 de abril de 2011

O LIVRO DE AMÓS

Amós é o mais antigo dos profetas menores do antigo testamento, cujas palavras nos foram conservadas em forma de livro. Amós era um camponês de Técua (cerca de seis milhas ao sul de Belém) e que exerceu atividade durante o reinado dos reis contemporâneos Ozias, de Judá, e Jeroboão II, de Israel. Como o seu ministério se instaurou claramente no apogeu da prosperidade de Israel, deve ter-se prolongado pelo reinado de Jeroboão II (783-743 a.C.), em torno do ano de 750 a.C..

OBS.: A divisão de maiores e menores é por causa da quantidade do texto que eles produziram. Os profetas maiores escreveram mais. Os menores escreveram menos.

Quem era Amós? O livro nos dá três informações sobre sua profissão: um pastor (1,1), criador de gado e cultivador de sicômoros (7,14). À primeira vista, pensaríamos que Amós fosse um grande proprietário e que sua atividade profética pudesse ser em defesa de seus interesses de proprietário. Todavia, podemos pensar, e talvez com mais acerto, que Amós fosse uma pessoa pobre, com vários empregos, a serviço de outros para sobreviver: ora trabalhava como pastor, ora como vaqueiro, ora como agricultor, dependendo dos "bicos" que conseguia. Lembraria hoje o bóia-fria que vive das oportunidades passageiras de trabalho. Nessa perspectiva, a palavra de Amós adquire outro sentido: torna-se denúncia de uma situação que gera a injustiça social e a pobreza do povo.

O livro
O livro de Amós é uma grande coletânea de dados feita pelos seus discípulos ou em círculos proféticos, de oráculos e pregações do profeta, proferidos em várias situações. Embora a sua mensagem se dirigisse antes de tudo a Israel, vindo do Reino do Sul, ele não esqueceu Judá inteiramente (Am 6,1;8,14).
O livro de Amós é o terceiro dos doze profetas da Bíblia hebraica e latina, mas o segundo da grega. É o mais antigo dos livros proféticos. Começa com um título (1,1) e uma exortação, citado por Jr 25,30 e Jl 4,16. Apresenta três grandes partes: "O julgamento dos povos" (1,3-2,16); "Os discursos" (3,1-6,13); e "As visões" (7,1-9,8a). A conclusão (9,8b-15) é um acréscimo.

O Reino do Norte no tempo de Amós
No tempo de Jeroboão II, rei de Israel, entre 783 e 743 a.C., o reino do norte conheceu relativa tranqüilidade pelo fato do império assírio estar ocupado com Damasco. Isso permitiu uma espécie de milagre econômico: Israel recuperou os territórios perdidos e houve uma fase de grande prosperidade, com muitas e luxuosas construções, aumento de recursos agrícolas, progresso da indústria têxtil e tinturaria. O livro de Amós confirma esse desenvolvimento e progresso, acompanhado de injustiças e contrastes sociais, corrupção do direito e fraude no comércio. A religião servia para tranqüilizar a consciência da classe dominante, fomentando o sentimento de superioridade em relação a outros povos. A aliança com Deus tornou-se letra morta, celebrada no culto, mas sem qualquer influência na vida diária.

A mensagem
É dentro dessa situação que Amós começa a falar. Além de denunciar a situação de desigualdade social, ele aprofunda sua crítica, principalmente no que se refere à religião. Denuncia uma religião que é mera fachada para a injustiça e que acoberta um sistema iníquo, já viciado pela raiz.
Amós viu que só uma mudança radical de vida salvaria Israel (Am 5,4-6.14s) e temia que ela não viesse. Só havia um meio de afastar aquela cólera, que se anunciava próxima: "Odiai o mal e amai o bem, estabelecei o direito à porta; talvez Javé, Deus dos Exércitos, tenha compaixão do resto de José" (Am 5,15).

Prumo de Deus
Vamos ver o que diz em Amós 7:7 que fala sobre o prumo de deus: "mostrou-me também isto: eis que o senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão".
Portanto, é o Senhor mesmo que estava sobre o muro na visão de Amós. E aquele prumo em suas mãos é altamente revelador (aquele prumo revela o nosso desalinhamento, a nossa desigualdade, a nossa tortuosidade).
Da mesma forma como faz o pedreiro (constrói a parede e para verificar se está certa, alinhada, ele utiliza-se do prumo, o prumo vai mostrar onde houver tortuosidade), pois, quando Deus coloca o seu prumo em nossa vida, Ele revela esta ou aquela falha, que precisa ser tirada.
Qual é o prumo de Deus? ...A Bíblia?...A nossa consciência?...Aos padrões que a sociedade estabelece? O caminho que escolhemos seguir?
Nossa Ordem tenta "passar o prumo" seguindo e utilizando-se de instrumentos, alegorias para que seus ensinamentos sejam solidificados em nossa alma e com isso seguirmos alinhados à moral, aos bons costumes e tudo o mais que ela prega.
Agora, muitas vezes nós mesmos nos intitulamos de "prumo" e saímos a medir a parede dos outros e colocar defeitos nelas, nos esquecendo de pôr o prumo de Deus em nós mesmos! Dizemos: "Fulano de tal tá com a vida tortinha, tortinha!"
Agora, acontece ainda que quando Deus mostra falhas ou tortuosidade em nós, tentamos disfarçar com um reboco feito por nós mesmos.
A função do prumo de Deus não é revelar falhas ou defeitos para arrastar-nos a juízo e desespero. A função do prumo de Deus é revelar falhas ou pecados, para atrair-nos ao arrependimento e para que possamos encontrar perdão e plenitude em seus braços.
Portanto, deixemos que o prumo de Deus seja colocado em cada área de nossa vida! Porque precisamos andar nesse alinhamento.

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