terça-feira, 12 de abril de 2011

O CUSTO DO PROCESSO DE "JUNIORIZAÇÃO" PARA AS EMPRESAS

Durante a crise qual dos dois salvará a sua empresa?
É fato que há tempos se observa em diversas organizações um processo chamado de “juniorização”, em que cargos importantes foram excessivamente ocupados por pessoas jovens que traziam a bandeira de que levariam às empresas mais velocidade e inovação. Esse movimento não esperava o abalo no cenário financeiro mundial, trazendo períodos de incertezas e de cautela. Será que agora não seria mais interessante o investimento em lideranças mais seniores?
De acordo com o sócio CTPartners Brasil, Arthur Vasconcellos, 52, tem sido comum ouvir de seus clientes que até Set/2008 contrataram profissionais muito jovens para posições que requereriam mais experiência, pois se pensava que esse profissional poderia permanecer por mais tempo na organização, mas justamente o contrário aconteceu: “o tempo máximo de permanência nas empresas era de apenas quatro anos”, diz ele.
Além disso, de lá pra cá, ele tem observado uma maior atenção das empresas em contratar profissionais mais velhos. Para cargos de direção, pessoas entre 40 e 45 anos, e para presidência, entre 45 e 55 anos. “A única exigência que se faz é que o profissional já tenha tido alguma experiência em crises fortes, como aquelas que tivemos no Brasil ao longo da década de 80”, comenta. Alguns especialistas acreditam que os EUA só devem voltar a uma situação normal em 2011, se isso acontecer, muita decisão difícil deverá ser tomada, por isso a estratégia de ter profissionais seniores em cargos de liderança é a mais correta.
“Em águas turvas é preciso marinheiros mais experientes”.
Para o gerente de RH da Aliança Navegação e Logística e da Hamburg Süd, Antonio Marco Gomes, 45, as empresas erraram na contração de jovens porque tinham paradigmas velhos, ou seja, mesmo com um modelo de administração mais conservador e hierárquico, elam contrataram jovens, que em sua maioria odeiam esse modelo administrativo. “Por isso essas pessoas ficaram tão pouco tempo, porque não encontraram perspectivas de crescimento rápido”, comenta.
Já na Mirvi do Brasil, empresa que fornece tampas plásticas, a crise de lideranças não chegou à empresa porque a turbulência econômica passou longe do seu segmento. De acordo com o supervisor de RH, Luis Reis, 45, a empresa investe em lideranças jovens, e sabe que as mesmas pecam pela falta de experiência em lidar com conflitos e gestão de pessoas. Por isso a organização contratou uma consultoria para fazer o desenvolvimento de lideranças, mas como é um investimento a longo prazo, o supervisor admite que a percentagem de líderes muito jovens poderia atrapalhar se a crise econômica atingisse o seu ramo.
De acordo com o diretor de performance organizacional da Right Management, Felipe Westin, as empresas de certa maneira privilegiaram mais o moderno que o eterno. Não olharam para os profissionais que tinham mais maturidade e experiência. “Existem certas coisas que na verdade não dá para cortar caminho, é preciso vivenciar, ganhar aprendizagem, mas até o abalo da crise, a experiência passada até então não ajudava a alavancar o futuro”, explica.
Em minha humilde opinião um líder sem experiência tem mais dificuldade para tomar uma decisão e traçar um plano de ação. Seu planejamento é mais primário, pois falta conhecimento do dia-a-dia. Acredito numa mescla dos dois perfis de liderança: a cautela natural do sênior, aliada à abertura para a inovação que o jovem tem


O CUSTO DO PROCESSO DE JUNIORIZAÇÃO DAS EMPRESAS - PARTE DOIS - DICAS
Para as organizações que se excederam no recrutamento de líderes jovens, é interessante que sigam algumas providências para melhorar o rendimento de suas lideranças diante das crises. Veja dicas:
• Faça um processo de coaching e mentoring, a troca de experiências com pessoas mais maduras pode ajudar muito;
• Mexa em algumas posições que são mais criticas e eventualmente coloque pessoas um mais experientes em posições-chave;
• A liderança deve ter consciência de como lidar com as mudanças, mas também como preparar os liderados a navegar e se motivar nessa nova travessia macroeconômica

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