AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
As causas da Revolução Francesa são alvo de um
intenso debate sobre como foi possível a mobilização de uma população diversa
em torno da queda do poder monárquico. Em termos gerais, os estudos desta
revolução apontam um grupo de razões considerando motivações de ordem
ideológica e econômica.
Por um lado, os pensadores iluministas propunham a vigência de um estado laico e representativo. O governo, de acordo com o iluminismo, deveria basear-se em instituições legitimadas por toda a população. Os cidadãos deveriam desfrutar de igualdade jurídica e tributária. Igualdade e liberdade deveriam ser as bases de um Estado apto para atender as necessidades de seu povo.
Ao mesmo tempo, o insucesso administrativo da monarquia francesa, os interesses da burguesia e a crise agrícola davam conta do contexto francês no final do século XVIII. Nesse período, a França era um país predominantemente agrário. Dos aproximadamente 25 milhões de habitantes do país, cerca de três quartos viviam no meio rural. Os camponeses estavam atrelados aos costumes feudais, pelos quais a nobreza agrária detinha a posse e o direito de exploração das terras.
Por um lado, os pensadores iluministas propunham a vigência de um estado laico e representativo. O governo, de acordo com o iluminismo, deveria basear-se em instituições legitimadas por toda a população. Os cidadãos deveriam desfrutar de igualdade jurídica e tributária. Igualdade e liberdade deveriam ser as bases de um Estado apto para atender as necessidades de seu povo.
Ao mesmo tempo, o insucesso administrativo da monarquia francesa, os interesses da burguesia e a crise agrícola davam conta do contexto francês no final do século XVIII. Nesse período, a França era um país predominantemente agrário. Dos aproximadamente 25 milhões de habitantes do país, cerca de três quartos viviam no meio rural. Os camponeses estavam atrelados aos costumes feudais, pelos quais a nobreza agrária detinha a posse e o direito de exploração das terras.
Muitos dos camponeses, não suportando as condições
de vida no campo buscavam a cidade de Paris à procura de outras opções do
trabalho. Naquele período, Paris não apresentava condições próprias para
abrigar esse novo contingente populacional. Dessa maneira, as ruas parisienses
ficavam abarrotadas de desempregados e miseráveis protagonistas de mais um
traço da crise francesa.
Como se não bastasse o próprio desgaste das
relações de trabalho rural da época, uma série de más colheitas no final do
século XVIII provocou uma crise na economia agrária que se refletiu na alta dos
alimentos consumidos nas cidades. As taxas inflacionárias sobre o preço do pão,
por exemplo, sinalizavam o total colapso vivido pela economia francesa naquela
época.
Enquanto todo esse empobrecimento da população era observado, uma parcela da sociedade francesa tinha plenos interesses na reestruturação da economia nacional por meio da mudança do jogo político francês. A burguesia, que despontava no ramo da economia mercantil, tinha na excessiva cobrança de impostos e na ausência de políticas públicas um entrave limitador de seus interesses econômicos.
Enquanto todo esse empobrecimento da população era observado, uma parcela da sociedade francesa tinha plenos interesses na reestruturação da economia nacional por meio da mudança do jogo político francês. A burguesia, que despontava no ramo da economia mercantil, tinha na excessiva cobrança de impostos e na ausência de políticas públicas um entrave limitador de seus interesses econômicos.
Em meio aos diversos grupos sociais insatisfeitos
com a situação do país o clero, a realeza e a nobreza feudal desfrutavam da
isenção de tributos e se sustentavam por meio do controle das forças produtivas
e do uso indiscriminado do dinheiro público. A vida de luxo e conforto
desfrutada por tais grupos criou um forte clima de hostilidades em território
francês. Aquela sociedade constituída pelo privilégio de uma minoria e que
tinha seu poder legitimado pela crença religiosa, corria grandes riscos.
Na década de 1780, esse conjunto de problemas
chegou a seu ápice entre os anos de 1786 e 1787. Nesses dois anos, a crise da
indústria francesa e a alta dos produtos agrícolas atingiram seus níveis mais
alarmantes. Além disso, os gastos na Guerra de Independência dos Estados Unidos
pioraram ainda mais a situação financeira da monarquia francesa.
Mediante o impasse e a pressão da sociedade, o rei
Luis XVI convocou os “Estados-Gerais” visando a reforma das leis nacionais. É
nesse momento em que temos reunidas as condições vigentes para a deflagração do
processo revolucionário francês.
OS ESTADOS GERAIS
A gravidade da crise econômica sofrida na França,
na década de 1780, conduziu o país à emergência de uma reforma política. Ao
longo desta década, vários ministros tentaram ampliar a cobrança de impostos
para assim reverterem o quadro critico do país. No entanto, o conservadorismo
das autoridades reais e a conivência de grande parte da nobreza e do clero
impediam a realização dessas mudanças.
Somente em 1789, durante o mandato do ministro Necker, que as autoridades reais abriram portas para o movimento reformista. Em maio daquele ano, os Estados-gerais foram convocados para a formação de uma assembléia que deveria mudar o conjunto de leis da França. Nesta assembléia, dividia-se a população francesa em três grandes classes sociais, cada uma representando um estado.
O primeiro estado era dominado pelo clero. Ele
contava com cerca de 120 mil religiosos divididos em: alto clero (composto por
bispos e abades, muitos destes, proprietários de terras) e o baixo clero
(formado por padres, monges e abades de pouca condição). Logo em seguida, vinha
o segundo estado integrado pelos membros da nobreza. Entre os nobres existiam
aqueles integrantes da nobreza provincial (proprietária de terras) e a nobreza
de toga (composta por burgueses que compravam títulos de nobreza da Coroa).
Por último, havia um terceiro estado composto pela esmagadora maioria da população francesa. Em seu topo localizava-se a burguesia, subdividida em três outras categorias. A primeira delas era a alta burguesia formada por banqueiros, agiotas e grandes empresários. Logo em seguida, vinha a média burguesia composta por empresários, professores, profissionais liberais e advogados. Por último a pequena burguesia formada por artesãos, lojistas e pequenos comerciantes.
Por último, havia um terceiro estado composto pela esmagadora maioria da população francesa. Em seu topo localizava-se a burguesia, subdividida em três outras categorias. A primeira delas era a alta burguesia formada por banqueiros, agiotas e grandes empresários. Logo em seguida, vinha a média burguesia composta por empresários, professores, profissionais liberais e advogados. Por último a pequena burguesia formada por artesãos, lojistas e pequenos comerciantes.
Na base do terceiro estado encontrava-se toda a
classe trabalhadora francesa. Proletários, aprendizes, pequenos artesãos, e os
camponeses livres e semi-livres. Desta maneira, notamos que dentro do terceiro
estado existia uma heterogenia de classes que, algumas vezes, chegavam a ter
interesses completamente antagônicos. Além de formar um estado misto, somente
os integrantes do terceiro estado arcavam com as taxas e impostos que
sustentavam a monarquia francesa.
Na contagem dos representantes de cada estado, o
primeiro estado contava com 291 membros, o segundo com 270 e o terceiro estado
dispunha de 578 membros votantes. Apesar da maioria absoluta, a forma de voto
da Assembléia Geral impedia a hegemonia dos interesses do terceiro estado.
Conforme previsto, os votos eram dados por estados, com isso a aliança de
interesses entre o clero e a nobreza impedia a aprovação de leis mais
transformadoras.
Inconformados com tal diferença, os integrantes fizeram enorme pressão exigindo a adoção do voto por cabeça. Desta forma, contando com o paio de alguns integrantes dos demais estados, o terceiro estado garantiria um amplo conjunto de reformas político-administrativas. Impassível ao fluxo das urgentes mudanças, o rei Luís XVI ameaçou dissolver os Estados gerais. Unidos em rebelião, os membros do terceiro estado refugiaram-se na sala do Jogo da Péla. Reclusos nesse cômodo do palácio monárquico resistiram até a convocação de uma Assembléia Nacional.
Inconformados com tal diferença, os integrantes fizeram enorme pressão exigindo a adoção do voto por cabeça. Desta forma, contando com o paio de alguns integrantes dos demais estados, o terceiro estado garantiria um amplo conjunto de reformas político-administrativas. Impassível ao fluxo das urgentes mudanças, o rei Luís XVI ameaçou dissolver os Estados gerais. Unidos em rebelião, os membros do terceiro estado refugiaram-se na sala do Jogo da Péla. Reclusos nesse cômodo do palácio monárquico resistiram até a convocação de uma Assembléia Nacional.
Sem ter mais opções, o rei Luís XVI decidiu aceitar
o estabelecimento de uma Assembléia Nacional. Os membros desta juraram em
sessão não interromper a reunião até formularem uma nova constituição para a
França. Tentando ainda que reverter a situação, o rei Luís demitiu Necker do
quadro ministerial. Em resposta, a burguesia formou uma milícia armada, a
Guarda Nacional, incumbida de proteger a assembléia das tropas reais.
O clima de tensão e conflito político instaurado
não só se observou nos salões e prédios da monarquia francesa. Os populares
começavam a se mobilizar contra a insuportável situação econômica vivida. No
dia 14 de julho de 1789, uma grande multidão invadiu a Bastilha e libertaram
todos aqueles que eram considerados inimigos da realeza. Esse foi o principio
de um conjunto de revoltas que se alastraram pelas cidades e campos, era o
início do chamado Grande Medo e o fim dos Estados-gerais.
SANS
CULOTTES
Antes
da revolução, a França era um dos mais importantes redutos que simbolizavam a
supremacia do Estado absolutista. O rei tinha poderes ilimitados e poderia
fazer de suas vontades o princípio de uma lei. Para que tivesse tantos poderes
em mãos, contava com o apoio do Clero e da Nobreza. Assim como o monarca, os
integrantes dessas duas classes sociais usufruíam de ampla riqueza e
privilégio.
Contudo,
nos fins da década de 1780, as desigualdades e a miséria que permeavam o
cenário político-econômico francês colocaram a burguesia e as camadas populares
contra o regime. No ano de 1789, não mais suportando a intransigência do rei
Luis XVI, os membros da burguesia impuseram a formação de uma Assembleia
Nacional Constituinte que transformaria o país.
Apesar de uma nova constituição, a situação das camadas populares ainda era bastante delicada. Para piorar, a crise econômica se agravou e as demais nações europeias passaram a organizar tropas contra a França revolucionária. No dia 2 de junho de 1793, os chamados sans-cullotes tomaram o governo francês e promoveram a expulsão de todas as lideranças políticas conservadoras.
A expressão sans-cullotes tem origem francesa e era utilizada para quem não utilizava um tipo de calça curta típica do vestuário dos nobres e burgueses que tinham boa vida. Inicialmente, visto como elemento de distinção social, os sans-cullotes usavam calças compridas e boinas vermelhas. Em geral, representavam os pequenos comerciantes, artesãos, assalariados, camponeses e mendigos do país.
Apesar de uma nova constituição, a situação das camadas populares ainda era bastante delicada. Para piorar, a crise econômica se agravou e as demais nações europeias passaram a organizar tropas contra a França revolucionária. No dia 2 de junho de 1793, os chamados sans-cullotes tomaram o governo francês e promoveram a expulsão de todas as lideranças políticas conservadoras.
A expressão sans-cullotes tem origem francesa e era utilizada para quem não utilizava um tipo de calça curta típica do vestuário dos nobres e burgueses que tinham boa vida. Inicialmente, visto como elemento de distinção social, os sans-cullotes usavam calças compridas e boinas vermelhas. Em geral, representavam os pequenos comerciantes, artesãos, assalariados, camponeses e mendigos do país.
No
contexto da revolução, os sans-cullotes passaram também a simbolizar os grupos
políticos que defendiam o aprofundamento das reformas políticas e a tomada de
ações de natureza popular. No período em que estiveram no poder, os membros
desta classe oficializaram o tabelamento dos preços e impuseram violenta
perseguição política àqueles que pudessem ameaçar a revolução.
Carentes de um projeto político mais claro e consistente, os sans-cullotes se viram obrigados a repassar o governo para as mãos da alta burguesia. Mesmo perdendo o papel de líderes da Revolução Francesa, os sans-cullotes acabaram simbolizando a reviravolta que se desenvolvia no país. Com o passar do tempo, sua imagem se tornou sinônimo de luta contra as desigualdades e das próprias camadas populares.
Carentes de um projeto político mais claro e consistente, os sans-cullotes se viram obrigados a repassar o governo para as mãos da alta burguesia. Mesmo perdendo o papel de líderes da Revolução Francesa, os sans-cullotes acabaram simbolizando a reviravolta que se desenvolvia no país. Com o passar do tempo, sua imagem se tornou sinônimo de luta contra as desigualdades e das próprias camadas populares.
PARTIDO : JACOBINOS
Os jacobinos foram os mais radicais partidários da
Revolução de 1789, que apesar de liderarem a França apenas por um ano, entre
1793 e 94, deixaram uma marca de audácia e sanguinarismo que espantou o mundo.
Procuraram conciliar a democracia de massas com um direção política centralizada,
tirânica; o voto universal com a decisão única, a virtude republicana coletiva
com o cultivo do talento privado. Foram apontados como o primeiro grupo
revolucionário moderno, inspirador de uma série de outros movimentos do seu
tempo, estendo sua influência e exemplo até aos bolcheviques russos de 1917
"É
pela violência que se deve estabelecer a liberdade; o momento requer a
organização do despotismo da liberdade para esmagar o despotismo dos
reis."
Marat. - O amigo do povo, 1793
As origens do clube dos jacobinos não estão em
Paris, mas sim em Versalhes, o palácio do rei perto da capital. Em meio a quase
600 deputados, representantes dos comuns, que vinham de todas as partes da
França, eleitos para participar dos Estados Gerais, inaugurados em cinco de
maio de 1789, um pequeno grupo de homens com idéias mais claras do que estava
acontecendo decidiu formar um clube. Chamaram-no de clube bretão, em razão do
seu núcleo ter vindo de lá, da Bretanha. Nas reuniões que organizavam, eles
procuravam discutir e adotar uma linha de ação em comum, na firme defesa dos
interesses do Terceiro Estado. Dada a coesão que demonstraram, rapidamente
conquistaram o respeito dos demais. Até Mirabeau, então o mais influente
tribuno do Terceiro Estado, e Lafayette, o marquês ultraliberal que fora ajudar
os colonos americanos a se libertarem da Inglaterra em 1777, passaram a
assistir as seções.
Quando a Assembléia Constituinte mudou-se para
Paris, em outubro de 1789, os integrantes do clube bretão trataram de encontrar
um outro endereço. Adrian Dupont achou-o no Conventos dos Jacobinos na Rua
Saint-Honoré, que abriu as portas do seu refeitório para acolhê-los. Não
demorou para que os seus freqüentadores fossem chamados de "os jacobinos",
aliás como vários outros grupos de revolucionários que passaram a ser
designados conforme o local em que se reuniam (como mais tarde deu-se com os
Cordelliers e os Feuillants). Nascia assim, dentro de um abrigo de monges,
oficialmente intitulada de Société des
Amis de la Constitution, a Sociedade dos Amigos da Constituição, o clube
dos jacobinos, o mais afamado grupo revolucionário - uma verdadeira máquina
política - gerado pelos acontecimentos de 1789. Poder-se-ia dizer, em
retrospecto, que o espírito do fanatismo medieval dos dominicanos que lá
habitaram, desprendendo-se das paredes do convento, incorporou-se nos que ali
estavam presentes, fazendo dos jacobinos, entre outras coisas, os inquisidores
da revolução.
Porém, nem sempre o clube tomou posições
extremistas. Conforme a revolução avançava o clube metamorfoseou-se, na
ideologia e na sua cor, transitando da monarquia constitucional para o
republicanismo revolucionário, de cor de rosa ao vermelho berrante.
PARTIDO : GIRONDINOS
Os Girondinos faziam parte um grupo
político moderado durante o processo da Revolução Francesa. Seus integrantes
faziam parte da burguesia francesa. Eram assim chamados, pois faziam parte do
partido político conhecido como Gironda. Liderados por Jacques Pierre Brissot,
os Girondinos compunham o Terceiro Estado, junto com os Jacobinos e os Cordeliers.
Os Girondinos defenderam, durante o
processo da Revolução Francesa, a instalação de uma monarquia constitucional na
França, após a queda do absolutismo. Portanto eram contrários ao radicalismo
defendido pelos jacobinos.
Com a instituição do regime do Terror
pelos jacobinos, os líderes girondinos foram eliminados em outubro de 1793.
Representavam a alta burguesia. Defendiam
uma menor participação política dos trabalhadores e o afastamento gradual dos
sans-culottes do comando revolucionário. Inspirados em Voltaire, defendiam a
Monarquia Constitucional, concentrado o poder no Parlamento. Girondino era uma referência ao local de
origem da maioria de seus membros, a próspera região de Gironda no sudoeste da
França.
Principais
lideranças:
Jacques-Pierre Brissot (advogado), Jean
Marie Roland (economista) e François Buzot (advogado).
Eram conservadores. Por se posicionarem na
ala direita da Assembleia francesa, ficaram conhecidos por Direita.
PARTIDO: A PLANÍCIE: REVOLUÇÃO FRANCESA
A "Planície" ou "Marais" - "Pântano" (em
português) - é o nome dado ao grupo mais moderado e também mais numeroso (cerca
de 400 deputados da Convenção , durante o período da Revolução Francesa. Um
grupo moderado Sua denominação vem da posição ocupada pelo grupo dentro da sala
da Convenção, em comparação com os espaços geográficos de planície ou pântano e
em oposição à Montanha. É o jornal "O Amigo do Povo" de Jean-Paul
Marat que os batiza assim. Seus membros são chamados algumas vezes, desdenhosamente,
por seus adversários os "sapos do Pântano". .Pierre Joseph Duhem, um
deputado da "Montanha" teria dito : "Os sapos do Pântano
levantam a cabeça! Tanto melhor! Ela será mais fácil de cortar."[1]. A
origem desta denominação continua a causar debates. Se o nome
"Girondinos" para qualificar o grupo fiel a Brissot é explicado
simplesmente por sua origem geográfica, a dos « Montanheses » e a dos membros
da « Planície » continuam a suscitar perguntas já que várias interpretações são
possíveis. A mais difundida consiste a se ater à risca nos termos empregados :
os deputados montanheses localizavam-se à esquerda, nois bancos mais elevados
da Assembléia, vindo daí a referência à « Montanha » e os da « Planície » nos
bancos inferiores.
Saídos em sua maior parte da burguesia liberal e republicana, estavam ligados às conquistas políticas de 1789 e à obra da Revolução Francesa e desejavam a união de todos os republicanos. Este grupo era, no entanto, muito heterogêneo. Podía-se achar homens como o abade Henri Grégoire, o abade Emmanuel-Joseph Sieyès, Boissy d'Anglas, Jean-Jacques-Régis de Cambacérès : alguns membros se ligaram, a partir da primavera de 1793 aos Montanheses como Bertrand Barère de Vieuzac, Georges Couthon, Pierre Joseph Cambon, Lazare Carnot. Quando da tomada de poder pelos Montanheses (Jornada de 31 de Maio a 2 de Junho de 1793), sua posição ao centro da Convenção ficou bastante ambigua : seus deputados tentaram agir como moderadores mas admitindo o fundamento das medidas de salvação pública votadas com seu apoio e mesmo sua impulsão já a vários meses. No entanto, vários dentre eles manifestam sua hostilidade contra Maximilien de Robespierre nos eventos do 9 Termidor do ano II (27 de Julho de 1794), juntando-se aos encarregados da investigação do complô que seriam os representantes em missão, chamados a Paris (Fouché, Barras, Tallien et Fréron).
CONVENÇÃO NACIONAL
A fase da Convenção Nacional da Revolução Francesa marca a
tomada de poder a ser realizada pelas camadas populares francesas. Nesse
período a tomada das armas para a participação na Batalha de Valmy e a
insatisfação dada pelos resultados da monarquia constitucional motivou a
convocação de uma Convenção Nacional. Essa nova instituição haveria de elaborar
uma nova carta constituinte que viesse a superar os limites do regime anterior.
Refletindo a agitação da época a Convenção foi formada por uma maioria de jacobinos, setor que representava a pequena burguesia e os sans-culottes. Além disso, haviam os girondinos, partido contrário à radicalização do processo revolucionário e defensor das conquistas que prestigiavam os interesses políticos e econômicos da parcela mais abastada da burguesia. Foi a partir desses dois grupos, um mais exaltado e outro conservador, dos quais herdamos os conceitos políticos de “direita” e “esquerda”.
Demonstrando a natureza insurgente dessa nova fase, a Convenção decidiu criar um novo calendário que fixava o dia 22 de setembro de 1792 como o primeiro dia do ano I da República. Abandonando a contagem de tempo instituída pelo calendário cristão, a nova metragem do tempo seria medida por meio de diferentes ciclos agrícolas e naturais. Na verdade, tal medida simbolizava somente a primeira e menor das reviravoltas a serem determinadas pela Convenção.
Refletindo a agitação da época a Convenção foi formada por uma maioria de jacobinos, setor que representava a pequena burguesia e os sans-culottes. Além disso, haviam os girondinos, partido contrário à radicalização do processo revolucionário e defensor das conquistas que prestigiavam os interesses políticos e econômicos da parcela mais abastada da burguesia. Foi a partir desses dois grupos, um mais exaltado e outro conservador, dos quais herdamos os conceitos políticos de “direita” e “esquerda”.
Demonstrando a natureza insurgente dessa nova fase, a Convenção decidiu criar um novo calendário que fixava o dia 22 de setembro de 1792 como o primeiro dia do ano I da República. Abandonando a contagem de tempo instituída pelo calendário cristão, a nova metragem do tempo seria medida por meio de diferentes ciclos agrícolas e naturais. Na verdade, tal medida simbolizava somente a primeira e menor das reviravoltas a serem determinadas pela Convenção.
Em suas primeiras atividades, o novo regime republicano descobriu uma
série de documentos quecomprovavam as negociações do rei Luis XVI
junto à monarquia austríaca para que fosse possível combater o processo
revolucionário francês. Em pouco tempo, um processo judicial acusou o rei da
França de traição e, mediante grande pressão popular, o os membros da Convenção
decidiram condená-lo à guilhotina no dia 21de janeiro de 1793.
A divulgação da notícia pela Europa motivou as monarquias do continente a formarem novas forças que combatessem o quadro político francês. Inglaterra, Áustria, Holanda, Prússia, Espanha, Sardenha e Rússia se mobiliaram em torno da Primeira Coligação. Internamente, os problemas econômicos e as contendas políticas permitiram a formação de uma revolta anti-republicana, estimuladas pelos nobres, por vários habitantes da região da Vendéia.
Para contornar a difícil situação, os membros da Convenção realizaram o decreto de “pátria em perigo” e, logo em seguida, criaram um órgão encarregado da defesa e da ordem interna conhecido como Comitê de Salvação Pública. Para atender os populares permitiu a criação do sufrágio universal, anulou os direitos feudais remanescentes, permitiu a formação de pequenas propriedades e tabelou o preço de todos os gêneros de primeira necessidade.
Entre outras medidas, esse novo governo também defendeu a criação da escola primeira pública e gratuita, a regulação dos salários, o direito de greve e o combate ao estado de miséria que atingisse qualquer cidadão. Apesar de buscar soluções, as medidas tomadas por esse novo regime não conseguiam suportar a crise que atingia a República por quase todos os lados. Dessa forma, entre 1793 e 1794, a perseguição sistemática dos traidores do ideal revolucionário marcou a fase do Terror dentro da revolução.
Enquanto o Comitê de Salvação Nacional buscava resolver os problemas internos, o Tribunal Revolucionário perseguia e condenava à morte qualquer um que viesse a ser visto como desleal à revolução. A ação desenfreada desse órgão instigou vários setores políticos a se voltarem contra um governo capaz de guilhotinar todo aquele que não concordasse com o governo. Não por acaso, mais de 15 mil pessoas, entre girondinos e jacobinos, foram condenadas à morte.
A divulgação da notícia pela Europa motivou as monarquias do continente a formarem novas forças que combatessem o quadro político francês. Inglaterra, Áustria, Holanda, Prússia, Espanha, Sardenha e Rússia se mobiliaram em torno da Primeira Coligação. Internamente, os problemas econômicos e as contendas políticas permitiram a formação de uma revolta anti-republicana, estimuladas pelos nobres, por vários habitantes da região da Vendéia.
Para contornar a difícil situação, os membros da Convenção realizaram o decreto de “pátria em perigo” e, logo em seguida, criaram um órgão encarregado da defesa e da ordem interna conhecido como Comitê de Salvação Pública. Para atender os populares permitiu a criação do sufrágio universal, anulou os direitos feudais remanescentes, permitiu a formação de pequenas propriedades e tabelou o preço de todos os gêneros de primeira necessidade.
Entre outras medidas, esse novo governo também defendeu a criação da escola primeira pública e gratuita, a regulação dos salários, o direito de greve e o combate ao estado de miséria que atingisse qualquer cidadão. Apesar de buscar soluções, as medidas tomadas por esse novo regime não conseguiam suportar a crise que atingia a República por quase todos os lados. Dessa forma, entre 1793 e 1794, a perseguição sistemática dos traidores do ideal revolucionário marcou a fase do Terror dentro da revolução.
Enquanto o Comitê de Salvação Nacional buscava resolver os problemas internos, o Tribunal Revolucionário perseguia e condenava à morte qualquer um que viesse a ser visto como desleal à revolução. A ação desenfreada desse órgão instigou vários setores políticos a se voltarem contra um governo capaz de guilhotinar todo aquele que não concordasse com o governo. Não por acaso, mais de 15 mil pessoas, entre girondinos e jacobinos, foram condenadas à morte.
O caos instalado pela atuação política de figuras como Maximilien Robespierre e Saint-Just acabou enfraquecendo o apoio anteriormente concedido pelos sans-culottes. A desordem, a ameaça inimiga e a miséria logo se voltariam contra aqueles que promoviam o derramamento de sangue em nome da revolução. Foi nesse contexto que os oponentes às alas radicais se uniram e conseguiram, em 24 de julho de 1794, derrubar os líderes da convenção.
Tal fato viria a ficar reconhecido como a “reação termidoriana”, que teve o nome inspirado no mês corrente em que aconteceu tal reviravolta política. Com a condenação e morte de Robespierre e Saint-Just os membros da alta burguesia acharam meios para reassumir os destinos da Revolução Francesa. Em pouco tempo, as medidas jacobinas foram anuladas e uma nova constituição – a Constituição do Ano III – deu origem a um novo órgão executivo: o Diretório.
O DIRETÓRIO
A fase jacobina da Revolução Francesa marcou um
período de grande instabilidade dentro do país. Os exércitos
contra-revolucionários, a crise econômica e a perseguição política ameaçavam o
sucesso revolucionário. Não conseguindo contornar os desafios do momento, as
alas moderadas do cenário político francês tomaram a frente no governo. Os
girondinos, representantes da alta burguesia, iniciaram uma nova fase
revolucionária.
Em agosto de 1795, criaram uma nova constituição
nacional. Nela, todos os direitos de propriedade revogados pelos jacobinos
foram revalidados. Dessa forma, a burguesia voltava a ter o controle sobre seus
bens e negócios. Além disso, o governo seria controlado por um diretório
composto por cinco deputados. Inconformados, os radicais jacobinos tentaram
reverter o cenário político. No ano de 1796, sob o comando de “Graco” Babeuf,
golpistas tentaram acabar com o Diretório
Impedidos pelos girondinos, os participantes da
Conspiração dos Iguais não concretizaram a reviravolta jacobina. Além de sofrer
pressão das alas mais inflamadas da revolução, o Diretório ainda enfrentou um
golpe realista no ano seguinte. Esse último episódio forçou o Diretório
girondino a reforçar os exércitos sobre a ameaça do fim da revolução.
No plano econômico, o novo governo resolveu anular
as assignats e criar uma nova moeda: o franco. O processo de revitalização
econômico era de extrema importância para que os exércitos da revolução
pudessem combater seus opositores. É nesse contexto que surge a figura de
Napoleão Bonaparte. Exímio estrategista, Napoleão garantiu importantes vitórias
contra as tropas monarquistas que lutavam contra a revolução.
Se no plano externo as tropas francesas pareciam
garantir a vitória revolucionária, internamente o Diretório temia por uma nova
radicalização política em solo francês. Para impedir, talvez, um novo “Terror”
os girondinos apoiaram um golpe militar encabeçado por Napoleão Bonaparte.
Tendo ele grande prestigio entre seus comandados, Bonaparte logo tomou posse do
governo pela força, em novembro de 1799, no conhecido golpe de 18 de Brumário.
O Consulado passou a ser o novo órgão máximo político francês. Nele, três membros tomavam as principais político-admininstrativas. Entre seus integrantes, que no total chegavam a três, estava Napoleão com o cargo de primeiro-cônsul. Uma nova constituição fora redigida. Em seu texto vários mecanismos deram condições para a ascensão política de Napoleão. Este último, que ganhava ares de herói nacional e principal condutor do processo revolucionário francês.
O Consulado passou a ser o novo órgão máximo político francês. Nele, três membros tomavam as principais político-admininstrativas. Entre seus integrantes, que no total chegavam a três, estava Napoleão com o cargo de primeiro-cônsul. Uma nova constituição fora redigida. Em seu texto vários mecanismos deram condições para a ascensão política de Napoleão. Este último, que ganhava ares de herói nacional e principal condutor do processo revolucionário francês.
O CONSULADO
No Consulado, buscou-se alcançar o equilíbrio entre
as conquistas militares e questões que afligiam internamente a França. No plano
econômico a primeira medida consistiu na criação de um banco nacional (Banco da
França) que deveria controlar a emissão de moeda e financiar os negócios da
burguesia. Dessa forma, o projeto industrialista francês contaria com a
participação direta do Estado.
Para tranqüilizar os conflitos entre os populares e
o clero, Napoleão reatou as relações com a Igreja em 1801. Tal reaproximação
enfraquecia os motins contra as igrejas e templos religiosos da França.
Buscando ampliar seu poder, Napoleão ainda estendeu seu mandato por mais dez
anos e rebaixou os demais cônsules à meras funções consultivas. A partir desta
medida, o primeiro cônsul teve condições para nomear os ministros ao seu próprio
gosto.
A centralização política observada no período deu poderes para que Bonaparte controlasse o país de maneira absoluta. No plano educacional estipulou que o ensino seria uma obrigação a ser cumprida pelo Estado. Diversos internatos escolares, chamados liceus, foram criados nessa época. Além disso, instituições de ensino superior foram criadas para suprir a demanda por funcionários públicos e oficiais do Exército.
A centralização política observada no período deu poderes para que Bonaparte controlasse o país de maneira absoluta. No plano educacional estipulou que o ensino seria uma obrigação a ser cumprida pelo Estado. Diversos internatos escolares, chamados liceus, foram criados nessa época. Além disso, instituições de ensino superior foram criadas para suprir a demanda por funcionários públicos e oficiais do Exército.
No ano de 1804 foi criado o Código Civil
Napoleônico. Nele, todos os anseios da burguesia foram garantidos por meio da
defesa do direito a propriedade. Em âmbitos mais gerais, a nova constituição
ainda defendeu o principio de igualdade e liberdade a todos os cidadãos
franceses. Nas colônias, o pacto colonial fora restabelecido visando claramente
fomentar o desenvolvimento da economia francesa.
Um dos mais importantes pontos da constituição, no
entanto, tratava do poder designado a Napoleão Bonaparte. De acordo com a nova
lei, ele passou a ser considerado cônsul vitalício. Com tal medida, abriram-se
portas para que Bonaparte assumisse poderes de imperador. Naquele mesmo ano foi
feito um plebiscito que o promoveu ao cargo de imperador com o título de
Napoleão I.
Nesse momento, a população francesa fazia de Napoleão uma verdadeira unanimidade política. Sua origem popular e sua habilidade militar personificaram o ideal revolucionário francês. Mediante as autoridades políticas e religiosas, Napoleão legitimou seu poder com sua auto-coroação. Era o início do Império Napoleônico.
Nesse momento, a população francesa fazia de Napoleão uma verdadeira unanimidade política. Sua origem popular e sua habilidade militar personificaram o ideal revolucionário francês. Mediante as autoridades políticas e religiosas, Napoleão legitimou seu poder com sua auto-coroação. Era o início do Império Napoleônico.
GLOSSÁRIO
Antigo Regime:
ordem social e político-institucional vigente até a Revolução, monarquia
absoluta, sociedade estamental e direitos feudais.
Assembléia Legislativa (out. 91/ago. 92): substituiu a Assembléia Nacional Constituinte de
1789; era o órgão do Poder Legislativo na Constituição de 1791.
Assembléia Nacional Constituinte (jul. 89/set. 91): aprovou a primeira Constituição, de 1791; resultou
da revolta dos deputados do Terceiro Estado contra os Estados Gerais.
“Assignat”:
bônus e depois papel-moeda emitido pelo Estado, com base nos bens do clero,
nacionalizados; sua contínua desvalorização levou-o à extinção em 1796.
Bastilha: velha
fortaleza da monarquia, odiada pela população parisiense por ser usada como
prisão e por ter sido sempre a grande barreira entre o “faubourg St.-Antoine” e
a área central da cidade.
18 Brumário (9
de novembro): data do golpe de Estado que, no final de 1799, encerrou a
Revolução; seu personagem principal foi o general Napoleão Bonaparte, que
derrubou o Diretório e estabeleceu o Consulado.
“Cahiers de Doléances”: cadernos onde os eleitores de 1789 foram orientados a registrar todas
as suas reivindicações, a serem apresentadas aos Estados Gerais por seus
representantes.
Cidadãos ativos:
cidadãos com direito de voto, porque podem pagar um imposto equivalente ao
valor de três dias de trabalho. (Constit. 1791)
Cidadãos passivos:
cidadãos que não têm direito de voto.
Comuna: na
tradição medieval, é a municipalidade, o governo autônomo de uma cidade.
Comuna insurrecional: organização político-militar criada pela população de Paris no começo
da Revolução para fortalecer e conduzir a participação popular
(“sans-culottes”) no processo revolucionário.
Constituição Civil do Clero: aprovada em 1790, reformula profundamente as relações Igreja-Estado,
liquidando os antigos privilégios do clero e tornando-o uma instância da
burocracia oficial.
Convenção (set.
92/out. 95): assembléia de deputados que dirige a República logo após sua
instituição, entre setembro de 1792 e outubro de 95, eleita por sufrágio universal.
Comitê da Salvação Pública: criado em abril de 1793, foi o órgão central do governo
revolucionário, durante o Terror.
“Cordeliers”:
fundado em 1790, tornou-se um clube político muito próximo das posições dos
“sans-culottes” e teve destacada atuação nas jornadas revolucionárias de 1792 e
93.
Corveia: um dos
mais antigos direitos feudais, consistindo em um certo número de dias de
trabalho que os camponeses deviam aos senhores.
Diretório: o
órgão do Poder Executivo na Constituição do Ano III, entre 1795 e 99.
Direitos naturais:
direitos que os iluministas do século XVIII atribuíam à natureza humana,
portanto naturais e imprescritíveis; entre tais direitos, apontavam-se a
liberdade, a igualdade e a propriedade.
Estados Gerais:
a assembléia dos representantes das “ordens” no Antigo Regime; com o
Absolutismo, perdeu quase todo seu poder.
Federação:
expressão que identifica e define a nova organização do país depois da abolição
do Antigo Regime, caracterizada pela liberdade e soberania da Nação e autonomia
dos departamentos que a compõem.
Federalistas:
expressão usada para apontar e acusar os Girondinos que defendiam a supremacia
da Convenção, enquanto assembléia dos representantes eleitos em todo país,
sobre o poder crescente das comunas, principalmente a Comuna de Paris.
“Feuillants”:
rompendo com os jacobinos, os monarquistas constitucionais, liderados por La
Fayette e Barnave, fundam novo clube, que não resiste, porém, às jornadas
revolucionárias de 1792.
Girondinos:
grupo de deputados convencionais, liderados por representantes da região da
Gironda, partidários da Revolução e da República, mas com posições bem mais
moderadas do que os Jacobinos, especialmente quanto ao papel das massas
populares no movimento revolucionário.
Governo revolucionário: a estrutura montada entre 1792 e 94, no período da revolução
democrática, centrada no Comitê da Salvação Pública, no Tribunal Revolucionário
e nos comitês revolucionários das comunas.
Grande Terror:
período de maior radicalização da política jacobina do Terror (10 de junho a 27
de julho de 1794).
“Iguais”: grupo
liderado por Babeuf, herdeiro das idéias de Marat, fortemente ligado aos
“sans-culottes”, e que lutava por uma igualdade social radical.
“Incroyables” e “Merveilheuses”: homens e mulheres da burguesia conservadora, partidários do Thermidor,
que procuram mostrar, através de uma moda extravagante e atitudes arrogantes,
seu reacionarismo político.
Lei do Máximo:
lei de 29/9/1793 que fixa limites para os preços e salários, aprovada sob
pressão popular pela Convenção.
“Lettres de cachet”: instrumento pelo qual o Rei, no Antigo Regime, podia mandar prender
alguém, sigilosamente, sem julgamento.
Montanheses:
deputados jacobinos radicais, que ocupavam as cadeiras mais altas da Convenção,
e que defendiam a aliança com a “sans-culotterie”.
Notáveis:
proprietários, homens de negócios, altos funcionários civis e militares,
membros do clero constitucional, enfim, burgueses de prestígio, são os
eleitores dos deputados pela Constituição do Ano III; a Constituição do Ano
VIII, mesmo adotando novamente o sufrágio universal, manteve, na prática, os
critérios da notabilidade na composição das listas eleitorais.
Pântano (ou Planície): a maioria dos deputados da Convenção, centristas, oportunistas, que apoiaram ora a Gironda,
ora os Jacobinos, e participaram diretamente da reação thermidoriana.
“Paz de Campoformio”: tratado assinado com a Áustria em outubro de 1797, pelo qual os
austríacos mantinham a região de Veneza e reconheciam a ocupação francesa da
Lombardia e de toda a região da margem esquerda do Reno, inclusive a Bélgica,
grande vitória político-militar-diplomática de Napoleão Bonaparte.
Realistas:
partidários do restabelecimento pleno da monarquia absoluta e do Antigo Regime,
em geral membros da Aristocracia e do Alto Clero.
“Sans-culottes”:
a população pobre dos “faubourgs” de Paris e das outras grandes cidades; foram
a grande força popular da Revolução.
Secções: entre
maio de 1790 e final de 1795, Paris foi dividida em 48 secções, para permitir à
população realizar assembléias locais e encaminhar suas reivindicações; foram
os comitês revolucionários dessas secções que levaram à formação da Comuna
insurrecional.
Terror: período
em que o governo revolucionário exerceu plenos poderes, entre o final de 1792 e
meados de 1794, instalando a violência política contra todos os suspeitos de
serem contra-revolucionários.
9 de Thermidor
(27/7/1794): marca a derrubada do governo revolucionário e a reação da
burguesia no sentido de dar novos rumos ao processo revolucionário.
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