Vamos mostrar como a evolução do capitalismo e do
desenvolvimento econômico foram gerando a degradação ambiental e, como
resposta, reações políticas e acadêmicas. Revisão : Importante ficar
claro que este breve artigo não substitui aulas ou pesquisa no sentido de estudos, mas deve ser vista como um guia de conhecimentos e um pequeno
resumo dos principais pontos e ideias apresentados sobre a questão ambiental.
Revolução
industrial sec. XVIII
Efeitos sobre o meio ambiente já ocorriam, mas em proporções
menores e menos impactantes.
A partir do séc. XVIII, o homem dá inicio a uma mudança
radical e sem precedentes na história da humanidade, transformando amplamente
sua relação com o meio ambiente. O desenvolvimento industrial acelerado a
partir de então, não foi acompanhado por políticas de proteção ambiental. Nesse
sentido, até meados do séc. XX, a maior parte das medidas de proteção da
biosfera era tímida e não surtia efeito significativo a longo prazo.
Evolução do
capitalismo
Voltado para a produção, acumulação e consumo de bens, o
desenvolvimento capitalista gerou mais impactos com a exploração de recursos
naturais.
Efeitos da
expansão do capitalismo nos se. XIX e XX
Gerando uma verdadeira “explosão” demográfica, rápida
industrialização nos grandes centros urbanos da Europa e nos Estados Unidos,
aumento da desnutrição e miséria, desaparecimento contínuo de recursos não
renováveis.
Clube de Roma: “Os
Limites do Crescimento”, 1974
A partir das preocupações com os efeitos danosos do
crescimento industrial nas décadas anteriores, o relatório publicado chama
atenção para a necessidade de se repensar o crescimento global em termos de
equilíbrio global, visando reflexão sobre os modelos de crescimento baseados na
exploração predatória dos recursos naturais.
I Conferência
sobre Meio Ambiente em Estocolmo, 1971
Seu principal objetivo era institucionalizar o tema
ambiental no cenário internacional. Neste encontro os temas sociais e
econômicos também passam a ser vistos como parte da questão ambiental,
atrelando meio ambiente e desenvolvimento.
Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente, 1972
Primeira instituição internacional com sede num país
africano, o PNUMA voltou seus trabalhos para a promoção da pesquisa cientifica
na área ambiental e na promoção de acordos internacionais, fomentando a chamada
agenda ambiental global.
Comissão Mundial
do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, 1980
Primeira iniciativa no sentido de conscientização global
sobre o tema ambiental e da necessidade de reformulações nos padrões de comportamento,
compatíveis com os desafios da interdependência nas questões ambientais.
Expansão das ideias de transnacionalidade da questão ambiental. Sua atuação foi
prejudicada pelo contexto da Guerra Fria e a centralidade do tema “segurança
internacional” na agenda política global. Ao longo da década de 70, um
substancial aumento da regulação e controle em torno de elementos que exerciam
influência sobre o meio ambiente surgiu como decorrência direta dos debates e
deliberações da Conferência de 1972.
Comissão Mundial
do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, 1980
Presidida pela Primeira-Ministra norueguesa Gra Harlem
Brundtland, a comissão se aproximou de grupos ambientalistas e ONGs ligadas ao
tema a fim de produzir um estudo imparcial, amplo e isento sobre a questão
ambiental e os impactos do homem na biosfera. Na década de 1980, entra em vigor
em grande parte do mundo as legislações voltadas para a regulação das
indústrias, principalmente as mais poluentes.
Nosso Futuro
Comum: o relatório Brundtland, 1988
O documento produzido pela Comissão Mundial do Meio
Ambiente, considerado o mais importante documento oficial já produzido sobre o
tema, chamou atenção para o papel do homem nas ameaças ao perfeito equilíbrio
do meio ambiente planetário, apontando processos de degradação já em andamento.
Também pode ser considerado inovador, por diferenciar o papel dos países ricos
e pobres sobre os impactos do desenvolvimento no meio ambiente e atrelar,
definitivamente, questões ligadas ao desenvolvimento das nações aos temas
ambientais. Outro ponto importante é que no relatório em questão é formalizado
o conceito de desenvolvimento sustentável.
Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO-92
Além de consagrar o desenvolvimento sustentável como mecanismo
necessário à preservação ambiental frente às necessidades de desenvolvimento
dos povos e revisar todas as medidas e recomendações feitas na Conferência de
1972, a ECO-92 produziu cinco documentos de grandes importâncias, entre eles a
Agenda 21, com proposições para um amplo plano de ação a longo a prazo para
governos, órgãos da ONU, grupos e entidades setoriais independentes e agências
de desenvolvimento, respeitando as características locais e os princípios
defendidos pelo documento geral dessa conferência.
Ao longo da década de 1990, a questão ambiental passa a
ocupar ainda mais espaço na agenda internacional por conta do fim da
bipolaridade e da centralidade do tema segurança internacional na política
global da Guerra Fria.
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