A Ciência Política é a disciplina que se dedica aos estudos
das instituições políticas e aos fenômenos políticos de um dado governo
Ciência Política surgiu como disciplina e
instituição em meados do século XIX, período em que avançou como “Ciência do
Estado” principalmente na Alemanha, Itália e França. De maneira mais ampla, a
Ciência Política pode ser entendida como a disciplina que se volta para o estudo
de qualquer fenômeno ligado às estruturas políticas de maneira sistemática,
sempre apoiado na observação empírica rigorosa e fundamentado em argumentos
racionais. Nesse sentido, a palavra “ciência” é usada como ideia oposta à noção
de “opinião”, de forma que, como Noberto Bobbio* esclarece em seu Dicionário
de Política, “ocupar-se cientificamente de política significa não se abandonar
a opiniões e crenças do vulgo, não formular juízos com base em dados
imprecisos, mas apoiar-se nas provas dos fatos.”
Trata-se, portanto, de uma disciplina das Ciências Sociais
que lida com o estudo de sistemas de governo, análises de comportamento
político e de atividades políticas em geral. Ela cuida, principalmente, dos
atos e dos atores que participam de atividades políticas, considerando suas
ações e o cenário em que essas ações são tomadas. Dedica-se, também, ao estudo
dos processos de disputa política, isto é, os processos de embate em nome da
distribuição de poderes.
Em seus estudos, a Ciência Política recorre a diversas
outras áreas do conhecimento humano. Os campos de estudo da economia, do
direito, da sociologia, da história, da antropologia, da administração pública,
das relações internacionais, da psicologia e da filosofia política fazem parte
do arcabouço teórico sobre o qual os esforços da ciência política estão
apoiados.
Tendo surgido no mesmo momento histórico em que o progresso
científico começava a deslanchar no mundo europeu e acompanhando o nascimento
das demais disciplinas das ciências sociais, a ciência política construiu-se
sobre as bases do empirismo científico. Apesar de serem metodologicamente
diversos, de maneira geral, suas análises estão baseadas nos mesmos métodos
utilizados pelas demais áreas que se dedicam à pesquisa social: baseando-se em
documentos históricos, em registros oficiais, na produção de pesquisa por
questionário, análises estatísticas, estudos de caso e na construção de
modelos.
Mesmo sendo uma disciplina “recente”, a ciência política
possui raízes profundas na história do conhecimento humano. Alguns dos
primeiros pensadores que se dedicaram ao estudo da política remontam à Grécia
antiga, com Platão e Aristóteles, ou ainda à Índia, com Chanakya, há mais ou
menos 2.500 anos. Apesar de seus trabalhos pertencerem ao campo da filosofia política,
as análises dos contextos políticos de suas realidades serviram como base de
construção da disciplina que temos hoje. Em tempos mais recentes, entre os
séculos XIV e XVIII, diversos outros pensadores contribuíram para o campo do
conhecimento político. Entre os mais importantes, estão: Thomas Hobbes, John
Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e Friedrich Hegel.
*Referência: BOBBIO, N; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário
de política I. - Brasília: Editora UNB, 1 la ed., 1998.
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