domingo, 27 de setembro de 2015

GESTÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA PÚBLICA

O empreendendorismo relaciona-se com criar algo novo, transformar ideias inovadoras em ações através das quais se produzem resultados sejam materiais (lucro) ou imateriais (satisfação, atendimento de necessidades).
“Assim, o empreendedorismo relaciona-se à criação de algo (ideia, produto, serviço, processo), que caracteriza uma novidade ou inovação no ambiente (diferente do que já existe), de modo organizado (planejado, controlado, administrado), com o objetivo de gerar riqueza (resultado), assumindo-se os riscos dessa criação (avaliando as dificuldades e possíveis problemas ou desafios a serem enfrentados) ”.
Pode-se observar que a motivação para esta atitude de empreender vem de uma ação por necessidade ou oportunidade. A primeira ocorre quando há falta de trabalho, por exemplo e a pessoa tem a necessidade de criar um novo trabalho para seu sustento. A segunda, é a do profissional que mesmo empregado ou não observa a chance de criar o empreendimento, assumindo os riscos de fracasso e a vontade de obter ganhos (ser o próprio patrão, ter liberdade de sair da rotina, criar oportunidade de satisfação tanto no âmbito pessoal quanto à sociedade).
Durante a infância, pode-se focar principalmente na educação financeira e nos princípios de independência, inovação, capacidade iniciativa e criativa, facilitando à criança focar nas próprias oportunidades, no potencial do envolvimento em questões como construção do projeto de vida da criança, pautado nos sonhos dela com perseverança.
A juventude vem cada vez mais participando dessa área e lançando produtos novos e criativos. Como é de característica da juventude as ideias e ideais, além disso, o jovem não tem medo de empreender, pois tem acesso às diversas informações necessárias para buscar o pioneirismo e acreditar nas chances de sucesso no mercado.
Os idosos, no que diz respeito a aposentadoria tem mudado o foco ao longo dos anos e na prática resolvem abrir um negócio, montar roteiros de viagem e retornar ao antigo emprego em jornadas reduzidas abertas a novas possibilidades.
O empreendedorismo é instrumento econômico de desenvolvimento da sociedade, pois aumenta a renda do cidadão, contribui para a produtividade e disponibilização de tecnologias, produtos e serviços.
Estas ações nas organizações públicas transformam o poder em favor do cidadão e seus direitos. Atualmente, há uma crescente preocupação em fiscalizar os bens e as atividades realizadas pelo poder público. Porém, ainda se tem um investimento muito aquém nas diversas áreas públicas e é necessário que se faça um bom uso dos recursos escassos. Portanto, o desafio é inovar e utilizar bem os recursos que vem da sociedade contribuinte.
A criação de projetos ou empreendimentos em organizações públicas
Pode-se haver remuneração ou não neste tipo de empreendimento, mas a motivação frequente ao empreender nestes setores geralmente é de que haja um reconhecimento social e satisfação pessoal, considerando-se assim, uma missão de criar e inovar com qualidade.
Desafios do intraempreendedor
Consideram-se empreendedores os que criam novos empreendimentos e os que inovam dentro de organizações e negócios que já existem, este último chamado de intraempreendedor. Para este servidor que esteja empenhado em desenvolver projetos inovadores dentro das organizações há vários desafios.
Segundo o Livro da disciplina, pode-se considerar como desafio maior é que não basta querer é preciso poder! Pois, as organizações públicas - até mesmo as instituições privadas, são permeadas por leis, normas, resoluções e regras que muitas vezes limitam as ações e delimitam os termos de mudanças, o que impede o processo criativo do intraempreendedor. Portanto, deve-se encontrar oportunidades dentro destas margens e saber relacionar-se com os profissionais habilitados, a fim de convencê-los, de maneira persistente, que é realmente necessário o tipo de mudança proposta e flexibilizar estas possíveis normas, de forma a influenciar a execução do novo empreendimento e ter seus projetos aceitos e executados;
Ainda podemos considerar mais alguns desafios:
Ø Administração dos recursos: para fazer mais com menos, utilizar bem, pois os recursos advêm da população através dos impostos;
Ø Gestão eficiente: a fim de determinar e alcançar as metas e gerar os resultados externos esperados, de modo a satisfazer as expectativas da sociedade (público-alvo).
Ø Análise crítica de chefias e órgãos especializados aos devidos projetos: que avaliem a viabilidade técnica, financeira e social antes de autorizá-los, pois deve-se ter em mente a possibilidade do fracasso, embora os esforços devem ser feitos para levar o novo empreendimento ao sucesso. Nesse sentido, aprender com os erros e evitar fracassos maiores muitos projetos são interrompidos para que não acarretem em maiores perdas dos recursos públicos;
Ø Existência de um ambiente amigável à inovação e à mudança, propício ao intraempreendedorismo;
Ø O interesse deve ser público e coletivo, sobrepondo aos interesses individuais;
Ø Aprender sempre mais: de maneira sistêmica, que abranja todos os setores da empresa;
Ø Manter o espírito crítico, questionador e impulsionador de mudanças e quebras de paradigmas;
Ø Formalizar a ideia em projeto escrito e elaborado através de dados e informações relevantes, objetivos delineados e resultados esperados;
Características do servidor público intraempreendedor:
Há alguns aspectos relevantes para caracterizar o servidor que se propõe a desenvolver a inovação nas organizações, mesmo sem podermos dizer que há um perfil claro que identifiquem com exatidão este profissional, pode-se compor um conjunto de algumas habilidades essenciais dentre as capacidades que devem possuir, sobretudo destacam-se:
Ø Buscar a inovação e melhorias dos processos organizacionais;
Ø Conhecer bem sobre o negócio ou setor, identificando possíveis riscos;
Ø Pensar constantemente em criar produtos, serviços e projetos para atender melhor às necessidades dos cidadãos;
Ø Desenvolver competências necessárias para elaboração profissional de projetos;
Ø Atuar em equipe com comprometimento e treinamento adequado, observando e usufruindo das competências de cada membro, atribuindo metas e tarefas de acordo com o perfil.
Ø Desenvolver a capacidade de negociação, aprender a planejar e conduzir o processo pois, podem ocorrer mudanças de chefia e cargos de comando que autorizem ou não a continuidade de projetos já iniciados;
Os processos de intraempreendedorismo contribuem com a motivação do servidor, pois o intraempreendedor desenvolve habilidades questionadoras, propostas de mudanças e inovação das organizações. 

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO - DEMOCRACIA CRÍTICA OU CRISE

Democracia é uma categoria central para o direito, a política, a filosofia, enfim, para a vida, para a sociedade, para a vida em sociedade. Há muito a dizer, afinal, desde os antigos essa é uma especulação e uma experiência sobre a qual se fala, se discute, se delibera, se constrói concepções. Este não é ou pretende ser um artigo compreensivo sobre a “evolução” do sentido de democracia ao longo do tempo no ocidente. Aliás, lugar comum nos trabalhos acadêmicos é justamente a tal “evolução histórica” da democracia ao que, sempre que posso, educadamente digo, por favor, não. O que quero explorar é o vínculo entre democracia e crise ou precisamente a ideia de que democracia, em certo sentido (o que mais me atrai) é crise.
Os eventos políticos, sociais e econômicos que vimos presenciando no Brasil, especialmente desde a última eleição presidencial, sugerem uma superlativa crise sobre a qual os cínicos vaticinam e procuram atribuir culpa e castigo ao pecador (como se houvesse um), mas no fundo se contorcem de prazer ao apostar no “quanto pior melhor”. Os iludidos, por sua vez, suavizam a crise e buscam fazer crer que se trata apenas de uma macabra manobra contra o governo pelos seus detratores. Dos dois lados, cínicos e ingênuos aniquilam, a sua forma, a democracia. Aqueles porque não sabem ou não querem saber de conviver com ela e estes porque subestimam o seu conteúdo, seu procedimento e seu sentido crítico.
Não por acaso, crise e crítica têm na sua origem a palavra grega krinein que significa tanto distinguir, separar, quanto julgar, decidir. Ser crítico é internalizar o sentido de crise não só teórica, mas praticamente e, assim, a democracia deve ser enfrentada como algo que se constitui na e com a crise e empreende um permanente julgar ou decidir ou discernir.
Ao contrário do que a maior parte das pessoas deduz ou é levada a deduzir os tempos de crise são próprios de regimes políticos em que podemos ver e rever nossas escolhas, nossas posições, conforme procedimentos sobre e a partir dos quais deliberamos para, assim, decidir sobre o que nos afeta. Em regimes políticos não democráticos a regra é exatamente oposta, isto é, não escolhemos, não nos posicionamos, não há procedimentos a partir dos quais deliberamos, ou seja, é um tempo e espaço no qual reina a paz dos cemitérios.
As ações humanas são, genericamente falando, motivadas pela razão, pelos interesses e pelas paixões. No plano da razão e dos interesses teorias e práticas focalizam em cálculos e medidas o que pode suscitar diagnósticos para a democracia, no limite, aproveitáveis, mas sobre os quais devemos sempre ter uma certa desconfiança, afinal, os críticos do século dezenove denunciaram o lado perverso de uma sociedade que se organiza baseada no interesse individual e egoísta, assim como os críticos do início do século vinte denunciaram o caráter instrumental da razão. Mesmo assim, há explicações racionais da democracia, oferecidas pelas chamadas ciências sociais positivas, que são persuasivas (incrivelmente para muitos) justamente por sugerir a eliminação, na medida do desejável, do impacto das paixões e das preferências do campo da política democrática.
Contra a contingência e o caráter aberto da sociedade e da identidade dos atores políticos, teorias racionais sobre a democracia se valem do cálculo entre meios e fins por meio do qual se pode chegar a um acordo quanto aos interesses, mitigar as preferencias e eliminar as paixões. A crise, neste sentido, não é compreendida como algo que constitui a própria democracia, mas é descrita por meio do cálculo do comportamento dos atores, do desenho das instituições, etc., ou seja, a crise é externa e indesejável e naquilo que a relaciona com a crítica esta também deixa ser uma possibilidade para pensar a democracia.
Não acho que a maioria dos cínicos que advogam pelo “quanto pior melhor” ou dos ingênuos que creem em manobra macabra tenham, consciente e refletidamente, uma explicação para a democracia que se valha, necessariamente, do instrumental das ciências sociais positivas. Ao contrário, falta-lhes mesmo ciência, no sentido próprio, tanto quanto política. Entretanto, o que meu argumento quer forçar é a ideia de que seja para o senso comum, quanto para as ciências e suas teorias racionais o sentido de crise, de crítica e de paixão simplesmente não se coloca no horizonte da democracia, exceto para ser eliminado. E por que?
Ora se subestima a nossa capacidade de enfrentar a democracia, as tensões e crises que a constituem ora se sente ameaçado diante de reflexões e práticas criticamente democráticas que não acomodam privilégios e favorecimentos, na medida em que demandam ação permanente e transformadora (a reinventar a própria democracia).
A precária situação política do atual governo da República Federativa do Brasil mostra como a democracia é mal tratada de todos os lados. Os políticos que se opõem ao governo, tentam, dia-após-dia, estratégias para o pedido de impeachment da presidente eleita, não sem contar com o apoio luxuoso de outros privilegiados da burocracia estatal. Tomam o conflito da política democrática como algo a ser eliminado e para tanto desrespeitam as próprias e mais básicas regras do processo democrático. As recentes deliberações e respectivas decisões da Câmara dos Deputados, sob o comando do seu atual presidente, baseadas em procedimentos duvidosos, rompem com as regras do jogo democrático, ao mesmo tempo que fazem do princípio republicano uma quimera. Nestas circunstâncias não basta descrever o comportamento do presidente da Câmara Federal e num cálculo de probabilidades dizer que ele vai atuar de tal ou qual maneira, pois neste caso, há algo que escapa esse cálculo pois pertence ao âmbito do que não é calculável como os princípios éticos ou morais.
É preciso uma postura crítica, radicalmente crítica, por meio da qual a democracia questiona a si mesma todo o tempo. Nesta constatação percebo que o conflito é inevitável, que as decisões políticas são contestáveis, que o desacordo é o campo por excelência da política democrática e não a sua eliminação. Minha interpretação sobre o impeachment nas atuais circunstâncias é que se trata de um expediente para aniquilar o desacordo, o conflito e, por consequência, a própria democracia. Neste sentido, se crise há, ela é pelo não reconhecimento do seu sentido como constitutivo da democracia.
O governo, por sua vez, acuado, parece medroso da democracia quando evita questionar-se e, assim, se isola em cálculos equivocados (e haja equívoco nas últimas contas) de todas as ordens. O fato é que a despeito dos avanços sociais promovidos pelo governo, este não foi a campo para promover a necessária alteração nas estruturas de poder. Como sugere Roberto Gargarella, em seu último livro intitulado La sala de máquinas de la Constitucion, dos siglos de constitucionalismo em América Latina (1810-2010), não adianta apenas ampliar o rol de direitos, reinterpretá-los à melhor luz e permanecer com uma maquinaria institucional não alterada. Outro Roberto, o Mangabeira Unger, em seu recente lançado livro T he critical legal studies movement: another time, a great task, também fala que sem reformatar os arranjos institucionais do governo e sua relação com a sociedade, sem mudanças estruturais, sem aumentar a temperatura da política como o nível do engajamento popular na vida política cotidiana, a democracia padece. Ou seja, a efetivação dos direitos sociais e econômicos esbarra em uma sala de máquinas institucional de engrenagens antigas e inadequadas para a democracia, pois forjadas para um modelo de Estado e de governo de concentração de poder, de renda e de privilégios.
Interessante seria dirigir diretamente a pergunta ao segundo Roberto, o Mangabeira Unger - que até pouco tempo participou do governo- acerca dos limites e possibilidades de tomarmos a nossa democracia em nossas próprias mãos, assumindo-a como um categoria em si mesma crítica e constituída pela ideia de crise, de forma que com ela, sempre com ela e nunca contra ela -e de maneira criativa- possamos alterar a nossa sala de máquinas e promover as transformações necessárias nas anacrônicas engrenagens do poder.
* As opiniões expressas nesta coluna apresenta o ponto de vista de sua autora  e não reflete o posicionamento do Judiciário Brasileiro.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

2015 UM ANO QUE NÃO IRÁ TERMINAR PARA O BRASIL

O ano de 2015 não está sendo fácil para ninguém. Empresas, trabalhadores e os próprios governos tentam entender o atual cenário político e econômico. A economia brasileira vem, desde 2011, tendo dificuldades em crescer. O Produto Interno Bruto (PIB) real médio do atual governo não é nada animador: 2,12%. Mesmo diante de tantas incertezas, a maioria das empresas tem optado por manter seus investimentos. Claro, algumas com reduções de meta, já que precisamos ter uma definição política e econômica para o Brasil.
O que precisamos ver são ações que tenham resultados efetivos. Não podemos ter políticas econômicas que apenas privilegiem o aumento de impostos. A nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo. Em 2014, o total de impostos pagos pelos brasileiros somou R$ 1,8 trilhão, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Mas, e os investimentos? Os números do primeiro semestre deste ano também não são animadores. O cenário que vimos foi um Brasil mais demitindo do que contratando. De acordo com os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram fechados mais de 100 mil postos de trabalho com carteira assinada no país. O resultado é o menor desde 1992.
Estamos sofrendo as consequências pelos muitos anos de uma economia que insistia em trilhar o mesmo caminho. Nós, empresários, mesmo diante de tal realidade precisamos continuar acreditando e apostando no Brasil. Decidir manter o planejamento para 2015 faz parte da estratégia, claro, com algumas adaptações, mas sou otimista e sei que mudanças são necessárias e urgentes.
O empresariado brasileiro espera soluções que atendam a toda a sociedade. A crise econômica vivida pelo país causou fechamento de postos de trabalho, alta da inflação e menos dinheiro em circulação. Todas as empresas estão passando por momentos difíceis de inadimplência em alguns contratos; alguns negócios ruins, alguns com mais impacto e outros com menos; mas eu sempre acredito que na crise também existem oportunidades que devem ser aproveitadas.
De acordo com a Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), o faturamento do setor de segurança privada no Brasil, em 2014, foi da ordem de R$ 46 bilhões, um aumento de 5,8% ante os R$ 43,5 bilhões em 2013. Para este ano, a entidade projeta crescimento de 8,7%, para R$ 50 bilhões. Os números constatam que o mercado de segurança privada, mesmo diante das dificuldades econômicas, tem muito a crescer.
O país entrou em recessão técnica e o que devemos esperar a partir disso? Continuar apostando e acreditando que vamos superar mais esse desafio. As previsões indicam que, a partir do segundo semestre de 2016, vamos começar a vislumbrar um cenário melhor. Temos que confiar que a economia estará em outros patamares, e isso fará com que o Brasil volte a pensar em crescer e investir.
O sentimento geral é de que 2015 será um ano de ajustes, não só para as famílias brasileiras, mas para empresas e, principalmente, para o governo. É preciso retomar o crescimento, fomentar a nossa indústria e abrir mais postos de trabalho. O brasileiro tem enfrentado dias difíceis, mas sei que vamos superar essa fase, mas é preciso assimilar os erros para que possamos ter mais acertos no futuro


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

É POSSÍVEL APRENDER UM IDIOMA SOZINHO?

Há várias teorias que defendem que  no desenvolvimento da pessoa estão presentes duas linhas de desenvolvimento que se entrecruzam: o desenvolvimento biológico (ou natural) e o desenvolvimento cultural. Isso significa que o  ser humano  constitui-se através das relações sociais e pela ação do trabalho. Vygotsky  salientava que o modo de pensar e agir do sujeito desenvolve-se a partir das interações sociais e culturais que ele estabelece com o meio que o cerca.

Hoje há um consenso que, quanto mais a criança tiver condições de estabelecer interações com o outro, com o seu entorno físico e sociocultural, maior será seu potencial de desenvolvimento e aprendizagem.
Todo este preâmbulo serve apenas para demonstrar que para aprender uma língua é necessário haver comunicação logo, interação. Entretanto, há algumas coisas que podemos fazer para melhorar  e aprofundar o conhecimento:
  1. Leitura de revistas e textos em geral: este hábito  amplia o vocabulário e ajuda a pensar em língua estrangeira, sem mencionar a questão cultural e o modus vivendi. Uma língua só existe agregada ao seu contexto sócio-cultural.
  2. Música: ouvir música desenvolve a percepção sobre  o ritmo das frases, pronúncia e  vocabulário.
  3. Filmes com som e legenda desenvolve a habilidade de compreensão auditiva e  colabora para a memorização de novas expressões.
O importante é o contato constante. Costumo dizer aos meus alunos que é necessário estudar todos os dias pelo menos por dez minutos.
Seguindo meus próprios conselhos já sou capaz de traçar um grande diálogo em alemão:
- Gute Nacht!
-Danke!
Ou:
-Essem auf dem tisch.
-Danke.
Ou ainda:
-Für dich
Ah, tem mais uma:
-Ish bin zuhause.
Bem, não é muito grande, mas tem sido um aprendizado muito agradável

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A ERA VARGAS - RESUMO GERAL

Era Vargas

A Era Vargas ou Período Getulista teve inicio com a Revolução de 1930 que finalizou a República das Oligarquias, afastando o então presidente Washington Luís. Os motivos que antecederam a era varguista está centrada na crise do café nos últimos anos da década de 1920 e da crise econômica dos Estados Unidos com Queda da Bolsa de Nova York. A venda das sacas de café brasileiro foram afetadas com seus preços sendo reduzido a 50% entre 1929 e 1930, tal fato foi um desastre econômico que levou vários cafeicultores a bancarrota.
Além disso, a desestrutura do pode tradicional contribuiu para o rompimento da base política que sustentavam a Primeira República.  A ruptura ocorreu com o desacordo ente as elites de Minas Gerais e de São Paulo na indicação do candidato a sucessão presidencial, que iria substituir
Washington Luís.
O Partido Republicano Paulista (PRP) apoiava Júlio Prestes, que era o governador de São Paulo. Enquanto os políticos mineiros apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, governador de Minas. O desentendimento agitou o cenário político do país. Os políticos da oposição aproveitando a ruptura da política do Café-com-leite, propõem uma aliança para conquistar espaço político, formando assim a Aliança Liberal.
A Aliança Liberal reuniu lideranças políticas do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e da Paraíba. Lançando o nome de Getúlio Vargas como candidato a presidente de república. A Aliança Liberal tinha um programa de reformas cujos pontos principais eram;
A instituição do voto secreto.
A criação de algumas leis trabalhistas do trabalho dos menores e das mulheres.
Esse programa tinha grande aceitação junto a classe média urbana e aos militares ligados ao tenentismo.

O Movimento de 1930
Foi a eleição mais concorrida da Primeira República tendo em seu desfecho a vitória de Júlio Prestes, derrotando Getúlio Vargas. Os lideres da Aliança Liberal recusavam-se a aceitar o resultado das eleições, afirmavam que a vitória de Júlio Prestes não passava de fraude. O clima de revolta aumentava em várias regiões do país, atingindo vários grupos: operários, militares, profissionais liberais. A revolta teve uma maior intensidade quando João Pessoa, candidato a vice-presidente foi assassinado por motivos pessoais em 26 de julho de 1930.
A luta armada teve início em 3 outubro no Rio Grande do Sul espalhando-se por Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco e tinham o objetivo de impedir a posse de Júlio de Prestes. Washington Luís foi deposto antes do fim do seu mandato. E Getúlio Vargas assumi como chefe político do movimento de 1930.

O Período Getulista
O período getulista durou 15 anos com transformações político-sociais no país. A população urbana cresceu em lação a agrária. O período está dividido em três fases: Governo Provisório (1930-1934), Governo Constitucionalista (1934-1937) e Governo Ditatorial (1937-1945).

Governo Provisório (1930-1934)
Ao assumir a presidência, Vargas tomou medidas para assumir o controle político do país. As iras medidas foram:
Suspensão da Constituição de 1891.
Fechamento dos órgãos do Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembleia Legislativo e Câmara Municipal).
Indicação de interventores militares para chefiar os governadores estaduais com o objetivo de desmontar a estrutura política da Primeira República, sedimentadas no poder dos coronéis-fazendeiros. Os interventores não eliminaram o poder dos representantes dos fazendeiros que sustentavam o regime deposto em 1930

A Revolução Constitucionalista de 1932
O governo de Getúlio Vargas se revelava centralizador, preocupado com as questões sociais e interessado em defender as riquezas nacionais. Ao tomar essas medidas a oposição do PRP para enfrentar o governo federal, formaram uma frente única com os lideres do Partido Democrático (dissidentes do próprio PRP) que haviam apoiado a Revolução de 1930, mas que estavam descontentes. 
A oposição política do Estado exigia a nomeação de um interventor civil, cedendo as pressões Getúlio nomeia o interventor Pedro de Toledo, mas tal medida não contentou a oposição, que passaram a exigir novas eleições e a convocação de uma Assembleia Constituinte. O impasse resultou  num confronto entre polícia e estudantes, ocasionando nas mortes dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Com as siglas dos nomes desses estudantes, formou-se a sigla MMDC que tornou o símbolo do movimento constitucionalista.
No dia 9 de julho de 1932, teve início a Revolução Constitucionalista que mobilizou armas e 30 mil homens de São Paulo para lutar contra o governo federal. As tropas eram formadas por soldados da polícia estadual. Muitas indústrias do estado contribuíram com a fabricação de material de guerra. As tropas ficaram isoladas do restante do país. Tendo apoio do estado de Mato Grosso. O apoio
prometido pela elite de outros estados não se concretizou.
O conflito durou três meses de lutas e muitos mortos e feridos. Os soldados paulistas foram derrotados pelas tropas federais. Mesmo com a derrota obtiveram uma conquista política: o governo federal procurou evitar indispor-se com a elite paulista. E convoca novas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, encarregada de elaborar a nova constituição.

Governo Constitucionalista (1934-1937)
Em 16 de julho de 1934, foi aprovada a nova Constituição do Brasil, que tinha como principais aspectos:
Regime republicano e manutenção dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Eleições diretas para o Executivo e Legislativo, mas Vargas foi eleito pelo Congresso de forma indireta. Seu mandato seria de 4 anos (1934-1938).
Voto feminino e secreto.
Criação do Tribunal do Trabalho.
Legislação trabalhistas - reconhecendo direitos trabalhistas como: salário mínimo, jornada de trabalho de 44 horas semanais, descanso semanal remunerado, férias remunerada, regulamentação do trabalho feminino e infântil. 
Nacionalismo econômico - proteção das riquezas naturais do país, como jazidas minerais e queda-d'água capazes  de gerar energia.
A nova Constituição de 1934, estabeleceu que após sua aprovação, o primeiro presidente da república seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembleia Constituinte. Vargas é eleito  como 175 votos, enquanto o segundo colocado, Borges de Medeiros ficou com 59 votos.

Os Integralistas
No âmbito político, o governo constitucional de Vargas foi marcado pela radicalização ideológica na sociedade. A formação de partidos autoritários na Europa influenciou o surgimento da Ação Integralista Brasileira (AIB), em 1932, com fortes tendências fascistas. Nacionalistas, antiliberais, anticomunistas e antissemitas, os integralistas defendiam um governo centralizador, unipartidário, sob o comando de um líder e com o lema “Deus, Pátria e Família”.Seu principal líder era Plínio Salgado. Em 1932, é lançado o Manifesto à Nação de autoria de Plínio Salgado e outros intelectuais, expondo os princípios do integralismo - inspirado nas ideias fascista de Benito Mussolini e nas ideia de Adolf Hitler.

A Ação Integralista Brasileira (AIB) - Organização política que conquistou a simpatia de muitos empresários. Os integralistas combatiam o comunismo, pregava o nacionalismo extremado, a exigência de um Estado poderoso, a disciplina e a hierarquia dentro da sociedade e a entrega do poder a um único chefe integralista.
Tinha como slogan Anauê, de inspiração indígena, que queria dizer mais ou menos "você é meu irmão!". Seguiam um modelo nazi-fascistas, eram submetidos a uma rígida disciplina, vestiam uniforme com camisas verdes que usava de violência  contra seus adversários. Uma parcela significativa da alta burguesia , do clero, da cúpula militar e de segmentos das camadas médias urbanas apoiavam esses movimento.

Os Aliancistas
Sob influência dos ideais comunistas, estavam os grupos de esquerda que fundaram a Aliança Nacional Libertadora (ANL) chamados de aliancistas. Reunia grupos de várias tendências, como socialista, anarquistas e comunistas. cujos integrantes criticavam o liberalismo e o imperialismo e eram liderados por Luís Carlos Prestes, remanescente do Movimento Tenentista dos anos 1920. 
As propostas da ANL estavam: a suspensão de pagamento da dívida externa, a nacionalização das empresas estrangeiras e a realização da reforma agrária.
Os enfrentamentos entre comunistas e integralistas nos anos sucessivos levaram o governo a aprovar a Lei de Segurança Nacional em 1935, tornando as greves e as manifestações de protesto “crimes contra a ordem”.
A radicalização da ANL, no final de 1935, promoveu um levante conhecido como Intentona Comunista.

A Intentona comunista (1935)
Tentativa de golpe por meio de uma revolta armada em 1935, teve participação de Rebeliões de Batalhão do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro, foi uma revolta militar contra o governo. A intentona serviu com pretexto para os setores mais autoritários do governo radicalizarem o regime político, em nome do perigo comunista. Essa tentativa de golpe foi duramente reprimi‑ da pelo governo federal. Seus lideres foram presos, entre eles, Luís Carlos Prestes e Olga, sua esposa e líder revolucionária

Estado Novo (1937-1945)
Nos anos seguintes a insurreição da ANL, Vargas decretou várias vezes estado de sítio e a repressão a oposição tornou-se mais intensa. A suspensão das garantias constitucionais e a radicalização ideológica ameaçavam as eleições presidenciais, previstas para 1938. Getúlio Vargas, não poderia concorrer ao pleito, apontava para o eminente "perigo comunista" e, em setembro de 1937, o serviço secreto do exército noticia a descoberta de um plano comunista, o Plano Cohen veio à tona.
 O Plano Cohen, foi um plano fictício, elaborado por um integralista que denunciava um suposto golpe comunista. Com o apoio de vários setores da sociedade brasileira, Vargas atingiu seus objetivos e, no dia 10 de novembro de 1937, diante desse "risco", Getúlio deu um golpe de Estado:
Suspendeu as eleições
As liberdades civis e políticas.
Fechou o Congresso. Era o início do Estado Novo.

Após o golpe, a Constituição de 1934 foi anulada e substituída por uma nova Carta (apelidada "Polaca"). De inspiração polonesa de caráter autoritário, apresentando aspectos fascistas. Principalmente:
Centralização política e fortalecimento do poder presidencial.
Extinção do Legislativo.
Subordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo.
Instituição dos interventores nos estados e de uma legislação trabalhista.
Extinção dos partidos políticos, entre eles a própria AIB.
Apoio a sindicatos atrelados ao Estado, incentivando o peleguismo.

Para acalmar o proletariado, Vargas garantiu que as leis trabalhistas fossem reunidas, em 1943, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamento as relações entre patrões e empregados. A sua aproximação com a classe trabalhadora urbana, originou no Brasil, o populismo - forma de manipulação do trabalhador urbano em que o atendimento de algumas reivindicações não interfere no controle exercido pela burguesia.
Na economia, o Estado Novo procurou acelerar o processo de industrialização brasileira. A intervenção do Estado na economia permitiu a criação de muitas empresas, principalmente em setores  considerados  estratégicos, entre eles:
A Companhia Siderúrgica Nacional.
A Companhia Vale do Rio Doce.
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
A Fábrica Nacional de Motores

Criou o Departamento de Administração e Serviço Público (Diasp), órgão de controle da economia para centrar e consolidar o poder político. E copiando os molde de propaganda nazista, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que realizava a propaganda do governo. O DIP controlava os meio de comunicação através da censura. A imagem de Vargas foi construída com intuito de associá-lo a uma figura heroica, quase um "salvador da pátria".
Neste período, opor-se a Getúlio significava opor-se ao Brasil.

Cultura e Sociedade
a rádio chegou ao Brasil em 1920, somente a partir de 1930 se popularizou, tornando-se o principal meio de comunicação de uma sociedade com grande números de analfabetos. A música popular se difundiu: samba carioca, maxixe nordestinos e marchinhas de carnaval eram escultados nos mais diversos lugar, assim como os programas  de auditórios e as radionovelas. O Cinema, impulsionado nos anos de 1930 pelo próprio governo, era um meio de entretenimento para boa parte da população. A medida que a liberdade individual ia sendo abolida, as produções cinematográficas também eram censuradas. A exibição de filmes educativos antes das sessões de cinema tornou-se obrigatória. Muitas fizeram propaganda do governo. A Cinédia (1930) e a Atlântida (1941) foram as principais produtoras da época, com destaque para a realização de comédias.
A educação, o patriotismo e a valorização dos símbolos da identidade nacional foram incentivados, com a criação de disciplinas como Educação Moral e Cívica, tinha como objetivo valorizar a cultura nacional.
Em 1937, foi criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) com o intuito de preservar o patrimônio histórico e cultural do país.

Aliados da democracia
Durante os anos de 1930, o Brasil manteve relações comerciais com a Alemanha e com os Estados Unidos. Com o início da Segunda Guerra Mundial, os militares ligados ao poder pressionavam o presidente a apoiar a Alemanha, enquanto os Estados Unidos aproximavam-se do governo na tentativa de obter apoio brasileiro. Em 1941, o Brasil viu-se forçado a se posicionar no conflito. Em troca de financiamento para a construção de indústrias brasileiras. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, e a Companhia Vale do Rio Doce foram criadas nesse contexto; fornecedoras de aço e de minério de ferro para os aliados durante a guerra, tornaram-se a base do processo industrial brasileiro.
O Brasil exportou ainda látex para a indústria bélica estadunidense, reativando a economia da borracha na Região Amazônica.
A Alemanha logo reagiu a cooperação do Brasil para com os aliados. Entre fevereiro e agosto de 1942, submarinos alemães bombardearam e afundaram nove navios brasileiros. Em 31 de agosto de 1942, o governo brasileiro declarou guerra as potências do Eixo
Em 1943, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) enviou 25 mil soldados para combater ao lado dos Aliados na Europa. Os soldados brasileiros participaram de batalhas como as de Monte Castello, Castelnuovo, Collechio e Fornovo.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra provocou um paradoxo político, pois suas tropas no front lutavam pela democracia, contra as ditaduras fascistas, mas, em seu próprio país, havia uma ditadura fascista constituída. Essa situação, somada à vitória dos aliados contra os regimes totalitários, acabou favorecendo o declínio do Estado Novo. Em 1943, Vargas, prometeu eleições para o fim da guerra. A oposição lançou no mesmo ano o Manifesto dos Mineiros, escrito por um grupo de intelectuais, políticos, jornalistas e profissionais liberais que pediam a redemocratização do País.
Em fevereiro de 1945, Vargas publica um ato adicional, marcando eleições presidenciais para 2 de dezembro, esse anúncio estimulou a crianção de novos partidos e a reestruturação dos antigos, entre eles:
A União Democrática Nacional (UDN), principal partido de oposição de Vargas, que lançou como candidato à Presidência o brigadeiro Eduardo Gomes.
O Partido Social Democratico (PSD), que lançou como candidato o general Eurico Gaspar Dutra.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), criado pelo próprio Getúlio Vargas. 

A última tentativa de Vargas permanecer no poder foi com a criação em 1945, do Movimento Queremista. Nesse movimento, as pessoas saíam às ruas co cartazes, batendo panelas e gritando: Queremos Getúlio.
Fonte: Ser Protagonista: História: Revisão: Ensino Médio. Volume Único. 1ª Ed. São Paulo: Edições SM. Coleção Ser Protagonista, 2014.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil Geral. Volume Único. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
SALVANI, Fábio. Diálogos da História: Ensino Fundamental - 9º ano. Editora Construir: Recife-PE. 


domingo, 13 de setembro de 2015

CIÊNCIA POLÍTICA

A Ciência Política é a disciplina que se dedica aos estudos das instituições políticas e aos fenômenos políticos de um dado governo
 Ciência Política surgiu como disciplina e instituição em meados do século XIX, período em que avançou como “Ciência do Estado” principalmente na Alemanha, Itália e França. De maneira mais ampla, a Ciência Política pode ser entendida como a disciplina que se volta para o estudo de qualquer fenômeno ligado às estruturas políticas de maneira sistemática, sempre apoiado na observação empírica rigorosa e fundamentado em argumentos racionais. Nesse sentido, a palavra “ciência” é usada como ideia oposta à noção de “opinião”, de forma que, como Noberto Bobbio* esclarece em seu Dicionário de Política, “ocupar-se cientificamente de política significa não se abandonar a opiniões e crenças do vulgo, não formular juízos com base em dados imprecisos, mas apoiar-se nas provas dos fatos.”
Trata-se, portanto, de uma disciplina das Ciências Sociais que lida com o estudo de sistemas de governo, análises de comportamento político e de atividades políticas em geral. Ela cuida, principalmente, dos atos e dos atores que participam de atividades políticas, considerando suas ações e o cenário em que essas ações são tomadas. Dedica-se, também, ao estudo dos processos de disputa política, isto é, os processos de embate em nome da distribuição de poderes.
Em seus estudos, a Ciência Política recorre a diversas outras áreas do conhecimento humano. Os campos de estudo da economia, do direito, da sociologia, da história, da antropologia, da administração pública, das relações internacionais, da psicologia e da filosofia política fazem parte do arcabouço teórico sobre o qual os esforços da ciência política estão apoiados.
Tendo surgido no mesmo momento histórico em que o progresso científico começava a deslanchar no mundo europeu e acompanhando o nascimento das demais disciplinas das ciências sociais, a ciência política construiu-se sobre as bases do empirismo científico. Apesar de serem metodologicamente diversos, de maneira geral, suas análises estão baseadas nos mesmos métodos utilizados pelas demais áreas que se dedicam à pesquisa social: baseando-se em documentos históricos, em registros oficiais, na produção de pesquisa por questionário, análises estatísticas, estudos de caso e na construção de modelos.
Mesmo sendo uma disciplina “recente”, a ciência política possui raízes profundas na história do conhecimento humano. Alguns dos primeiros pensadores que se dedicaram ao estudo da política remontam à Grécia antiga, com Platão e Aristóteles, ou ainda à Índia, com Chanakya, há mais ou menos 2.500 anos. Apesar de seus trabalhos pertencerem ao campo da filosofia política, as análises dos contextos políticos de suas realidades serviram como base de construção da disciplina que temos hoje. Em tempos mais recentes, entre os séculos XIV e XVIII, diversos outros pensadores contribuíram para o campo do conhecimento político. Entre os mais importantes, estão: Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e Friedrich Hegel.
*Referência: BOBBIO, N; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política I. - Brasília: Editora UNB, 1 la ed., 1998.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O FIM DE UMA ERA

O Quinto dos Infernos
Entre os desserviços proporcionados pela Era PT, um tem efeito devastador e exigirá muito tempo para ser recomposto: a perda do grau de investimento moral da sociedade civil organizada.
Em certo sentido, esse dano é ainda maior que o da perda do grau de investimento, recuperável pela adoção de medidas econômicas adequadas, em ambiente político mais confiável.
Mas o dano moral de privar a sociedade de tribunas qualificadas, espaços não estatais de interlocução pública, não tem preço. Entidades como OAB, ABI, CNBB e UNE levaram décadas para construir sua reputação, com participação ativa em todos os movimentos cívicos de envergadura do século XX.
São, porém, os grandes omissos em uma das maiores crises da história republicana brasileira – e, em certos aspectos, a maior.
Não se ouviu delas uma única palavra condenatória a respeito da roubalheira na Petrobras, que o jornal mais importante dos EUA, o The New York Times, considerou, em volume e abrangência, o maior caso de corrupção da história humana. Muito ao contrário, houve quem relativizasse o escândalo.
Aparelhadas pelo PT, hoje vocalizam os interesses desse partido, cuja própria sobrevivência está em risco, tal a diversidade de delitos já capitulados. Os ditos movimentos sociais – CUT, MST, MTST, entre outros – já nasceram sob a égide partidária, com a missão de cumprir uma agenda ideológica que está longe de exprimir um ideário comum à sociedade brasileira.
Têm, pois, coerência e representatividade a soldo. Seu declínio acompanha o do governo petista e das legendas que os patrocinam. Vivem de dinheiro público, à revelia do público.
Já as entidades da sociedade civil não pertencem a ninguém em especial. Foram forjadas nas lutas políticas hoje inscritas na história. A OAB, por exemplo, surge na sequência da Revolução de 1930 e tem participação ativa na luta contra a ditadura do Estado Novo, a partir de 1937.
Apoiou a queda do governo Goulart, em 1964, mas, uma vez configurada a determinação militar de não devolver o governo aos civis, tornou-se voz destacada na luta pela redemocratização.
Exerceu, por meio de seu então presidente, Raymundo Faoro, interlocução junto ao governo Geisel para construir a agenda da transição para a democracia, de que constavam, entre outras coisas, o restabelecimento do habeas corpus e das eleições diretas para presidente da República, que só retornariam de fato com a Constituinte, em 1988.
A CNBB, por sua vez, num país que já foi bem mais católico, perdeu musculatura moral ao se tornar força militante atrelada aos chamados movimentos sociais – que, por sua vez, obedecem a comando partidário. Deixou de ter qualquer importância, ao ponto de escassos católicos saberem o nome de quem a preside.
A sociedade foi às ruas, somente este ano, por três vezes, em manifestações que lotaram as ruas e avenidas das principais capitais. Disseram, por conta própria, tudo o que esperavam ouvir das entidades que sempre se ocuparam em vocalizá-la.
E o que elas disseram, quando ousaram romper o silêncio? Exatamente o que o PT e seus aliados à esquerda repetiam: que se tratava de gente rica, coxinhas, que nada tinham a ver com o verdadeiro povo (entidade abstrata que só ganha concretude se se filiar aos movimentos sociais).
O aparelhamento supôs ser possível promover uma revolução em silêncio, a revolução bolivariana, privada de qualquer debate público, a partir de uma engenharia política restrita a essas entidades, às quais se somou o que se pode classificar como uma síntese delas: o Foro de São Paulo.
O logro foi percebido a tempo de sustá-lo.
Alguns dos principais cabeças, na órbita partidária, como José Dirceu, estão na cadeia. Outros, como o próprio Lula, têm tudo para lá chegar. A revolução, sob o patrocínio de Simon Bolívar, personagem estranho à nossa história, abusou do princípio de que os fins justificam os meios e concentrou-se nos meios, de que a rapina à Petrobras dá um pálido exemplo – e que não é único.
A Era PT chegou ao fim, ainda que a remoção do governo possa levar algum tempo. A classe média, sem a qual não haveria PT, nem muito menos as revoluções – tudo começa e termina nela e com ela -, rompeu com o establishment petista.
E é sob seus escombros que se buscará algum remédio para o recomeço, para a sofrida tentativa de recolocar o Brasil de volta não a um paraíso, cada vez mais distante, mas ao singelo Terceiro Mundo. No momento, estamos no quinto – o quinto dos infernos


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A TECNOLOGIA E A EDUCAÇÃO NO SECULO XXI

Alunos do século 21: novos caminhos para o ensino superior
O grande avanço tecnológico e a prosperidade econômica, marcados pelo surgimento das chamadas gerações Y e Z nas últimas décadas, nos levam a repensar os métodos que utilizamos para ensinar, especialmente no ensino superior, àqueles que nasceram na era da informação. No ambiente globalizado, a capacidade de transferir o que você aprende na sua vida pessoal para a vida profissional agora é questão de sobrevivência. Mas é cada vez maior o abismo entre o que o mercado procura e o tipo de profissional disponível.
Duas pesquisas apontam para a necessidade de mudança. Um estudo com um grupo de sete mil universitários brasileiros, feito por uma rede global de universidades particulares, mostra que 54% deles não confiam no sistema de ensino superior atual e que dois terços não estão satisfeitos com o investimento de tempo e dinheiro nos estudos. A situação pode estar relacionada com o resultado da pesquisa feita pela consultoria brasileira Box1824 com 1.784 jovens universitários de 18 a 24 anos de 23 estados brasileiros. O estudo revelou que eles estão cada vez mais autodidatas e autônomos, que procuram maior interação entre escola, trabalho e vida pessoal e que mais de 50% quer ter seu próprio negócio no futuro.
Neste cenário, identificamos o descompasso do ensino superior brasileiro: de um lado, o crescente número de matrículas e, de outro, a dificuldade para motivar e estimular o aprendizado do estudante e combater a evasão. A solução pode estar no diagnóstico do quadro de docentes, no acompanhamento dos egressos no mercado de trabalho, e na quebra de posturas tradicionais das instituições de ensino para a formação de profissionais integrados à contemporaneidade.
O processo de ensino-aprendizagem deve ultrapassar os muros da sala de aula e dar vazão aos aspectos sociais. Esse tipo de mudança exige um esforço da instituição de ensino, que precisa oferecer maior flexibilidade na sua estrutura curricular e do corpo docente, que precisa estar preparado para acompanhar as transformações na sociedade e propor adequações curriculares necessárias sem que isto implique em qualquer ação facilitadora de aprovação, mas que venha acompanhada de um rigor nas promoções. 
Com o mundo aberto às possibilidades, a sala de aula deixou de ser a única fonte de informação e transformou o professor em um facilitador do conhecimento, aquele que faz a mediação dos conhecimentos adquiridos em outras plataformas, facilitando a aprendizagem do educando e suas aplicações práticas. Além disso, para fazer com que o aluno perceba cada vez mais a necessidade de aprender, o professor precisa instigá-lo de modo desafiador e trazer novidades do mercado de trabalho para a sala de aula, assim como estar sempre na vanguarda da tecnologia educacional.
O contato do aluno com o mercado de trabalho é e sempre será fundamental desde o início da graduação, por isso é importante estimular o aprendizado também por meio de atividades extracurriculares e de cursos de atualização paralelos à graduação. E aquela extensa lista de exercícios, testes e atividades repetitivas ainda podem garantir boas notas, mas não são capazes de desenvolver todas as competências exigidas pelo mercado.
Outro fator importante são as autoavaliações realizadas pelas instituições de ensino por meio dos órgãos oficiais determinados pelo Ministério da Educação, que devem agir com autonomia e composição adequada prevista em lei. Mas apenas o olhar para dentro da instituição não é suficiente, cada vez mais é importante avaliar os processos com uma visão 360 graus. Além dos diagnósticos e informações de mercado, geralmente encaminhadas pelas áreas de Comunicação e Marketing, é interessante buscar dados com os egressos, acompanhando-os em suas carreiras profissionais e tendo como entradas as informações sobre suas experiências e desafios no dia a dia da profissão. Com isso, é possível aprimorar os processos internos e propor adequações das competências transmitidas ao corpo discente.
O novo formato de educação deve ser compreendido como um processo de formação integral, que inclui o desenvolvimento de competências socioemocionais. O objetivo, além de oferecer conhecimento técnico, deve ser o de transformar o encontro com o professor em sala de aula em uma oportunidade de conexão com o mundo onde vivemos, discutindo habilidades que possam nos ajudar a controlar emoções, alcançar objetivos e tomar decisões de maneira responsável em âmbito pessoal, profissional e comunitário.
Essa ponte entre o mundo acadêmico e a vida social pode ser construída, por exemplo, por meio de grupos de formação cidadã, nos quais professores e estudantes, dentro da sua área de estudos, possam discutir soluções para os problemas da comunidade local e promover o trabalho voluntário. Dessa maneira, é possível transportar para a sala de aula os desafios da vida profissional, aumentando o índice de empregabilidade e formando profissionais comprometidos com a transformação social da comunidade em que estão inseridos.
As parcerias entre universidade e empresa também estão ganhando cada vez mais espaço, como acontecem no modelo alemão de ensino superior. Os benefícios são diversos: desde a otimização em pesquisas realizadas em conjunto, passando pelo aumento do número de inovações e culminando na entrega de um profissional pronto para os desafios do mundo empresarial, trazendo a oxigenação necessária também para as organizações.
Com ações como estas, as instituições de ensino se aproximam de obter a excelência em seus processos e de atender de forma eficaz o perfil do novo aluno do ensino superior, transformando-o em um agente transformador na sociedade


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

IMPOSTOS E MAIS IMPOSTOS

Quanto maior seja a carga tributária, menor será a arrecadação. Se esta fala lhe soar estranha talvez não esteja familiarizado com a "Curva de Laffer".
Com certeza a presidente Dilma não está, nem ela nem sua equipe econômica; aliás a Dilma ignora porque o que ela conhece em profundidade é outra coisa, já o ministro Levy deveria rever com urgência suas aulas de Economia.
Pensar sobre a curva de Laffer é, no mínimo, oportuno, mormento quando o governo nos ameaça com aumento de impostos, vejam no vídeo abaixo a explicação de maneira tão simples que até o mais radial terá que render-se á lógica insofismável, sem muito esforço.
Em tempo, você sabe qual a carga tributária no Brasil? Não?
Uma olhada na Curva de Laffer mostrará que há muito tempo extrapolamos o ponto crítico, em 2012 foi de 36,3% e continuou crescendo... até hoje


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

IDENTIDADE NACIONAL - ALGUMAS REFLEXÕES

O sete de setembro, comemorativo da Independência do Brasil, impõe muitos questionamentos: entre outros, o que é ser brasileiro? Existe no Brasil uma identidade nacional? Pode se considerar a Nação brasileira apenas apontando as perspectivas geográficas, jurídicas ou diplomáticas? Neste caso, como se definiria a identidade nacional?
A identidade nacional implica um consenso a respeito de certos valores e também alguma diferença entre eles e outros consensos. Claro está que existe muitas dúvidas que se colocam, sobretudo, em razão de três pontos fundamentais:
Pode haver consenso em um país como o Brasil com sua enorme desigualdade econômica (que gera outras desigualdades)? Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda anual média do 1% mais rico é aproximadamente R$ 575 mil – o que significa mais de R$ 40.000,00 por mês. Todavia esses 1% ainda não são a elite. Os super-ricos do Brasil ganham acima de 160 salários mínimos por mês. São 0,05% da população economicamente ativa.
Os super-ricos brasileiros possuem um patrimônio de R$1,2 trilhão. Ou seja, 22,7% de toda a riqueza declarada por todos os contribuintes do Brasil. Na verdade, fazem parte de um grupo de 71.440 pessoas com renda anual média de R$ 4,17 milhões, em torno de R$ 350 mil por mês. Eles tiveram em 2013, ainda segundo o Ipea, um rendimento conjunto de R$ 298 bilhões. A expectativa é que em 2015 tornem-se ainda mais ricos do que em 2014 e muito mais ricos do que em 2013.
Enquanto os brasileiros mais pobres – 36.981.114 pessoas, recebem apenas até dois salários mínimos.
Além da desigualdade econômica o Brasil enfrenta desigualdades sociais, culturais e políticas, entre classes, etnias e regiões.
Como pensar em uma identidade nacional quando se observa o aparecimento de identidades locais? E ainda quando essas identidades escapam à regulação e arbitragem do Estado Nacional – visto como uma instância coercitiva.
Finalmente, como pode a identidade nacional se consolidar mediante a globalização e as dissimetrias e desigualdades que a acompanham? Processo, diga-se de passagem, em que o Brasil não se encontra entre os países hegemônicos.
Para alguns teóricos, embora reconheçam traços etnoculturais comuns à maioria dos brasileiros definindo uma brasilidade, a identidade nacional brasileira desapareceu (se algum dia existiu de fato) ou tende a desaparecer. Outros teóricos discordam da inexistência da identidade nacional brasileira, argumentando que há nos discursos correntes uma substancialização da nação brasileira o que indica um sentimento de identidade nacional.
Considerar o Brasil como nação tem algumas implicações na medida em que sugere a negação da existência da luta de classes, entre outras questões significativas. O que está por traz dos discursos é uma certa ideologia que deve ser considerada, porquanto o discurso do nacional, por um lado, se distancia dos anseios das camadas populares (só teria sentido o conceito de nacional-popular, mas no Brasil o que é nacional não é popular e vice-versa), por outro, as elites brasileiras se consideram supranacionais e atuam como tal.
A questão da identidade nacional é bastante complexa. Seja como for, se pode dizer que há mais de uma identidade nacional brasileira. Não há no Brasil um mesmo espírito, nem tolerância mútua no campo sociocultural e nem no político.
Para auxiliar essa reflexão a Escritos publicou vários livros:
Democracia e participação. Dimensões do neoliberalismo e da globalização. Maria Salete Amorim (organizadora)
Transformações. Ensaios sobre as culturas e sociabilidades. Silvio Antonio Colognese (organizador)
Cidadania italiana. Motivações e expectativas. Silvio Antonio Colognese
Controle e disciplinamento da força de trabalho. Estratégias e resistências. Lorena Holzmann


domingo, 6 de setembro de 2015

EDUCAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS

1. INTRODUÇÃO
Não resta dúvida de que, nos dias de hoje, a utilização de novas formas de interação on-line atende às novas necessidades dos alunos; o incentivo à aprendizagem ativa e significativa ao aluno já pode ser comprovada por meio de vários projetos já desenvolvidos em todo pais; é evidente o acesso rápido e eficiente na obtenção de informações relevantes e diversificadas e a melhoria da qualidade da comunicação entre professores e alunos são viabilizadas pelas ferramentas interativas.
Hoje a tecnologia é útil ao aprendizado, pois o seu desconhecimento vem gerando no mundo atual o mesmo tipo de exclusão que sofre o analfabeto no mundo da escrita.Mas agora vem a seguinte pergunta, o que é necessário? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, pois depende do contexto, da realidade em que se vive e da autonomia de cada um. O que se pode afirmar, sem erro, é que é preciso entender que o essencial é acreditar no potencial cognitivo de cada um. "É essencial à descoberta da alegria do conhecimento, pois ela é à base da autonomia e da subjetividade".
Outra medida importante é não dar ouvidos aos mitos. A questão os computadores tomarão o lugar dos docentes? Vem sendo sempre colocada, o que faz com que se reforce a idéia de que o docente se recusa a inovar-se. Mas o que existe de verdade é a falta de conforto com o uso da tecnologia nos ambientes educacionais, que é decorrente do escasso investimento governamental em políticas de formação e atualização do professor.
Para o docente que vê na tecnologia uma forma de qualificar melhor suas práticas pedagógicas, é fundamental enxergar a realidade e principalmente lutar contra o discurso neoliberal paralisante que domina o meio educacional. É preciso conhecer as políticas equivocadas que fazem parte da história da utilização da informática na educação no Brasil.
Evitar a resistência pelo desconhecimento é entender que o computador e o software educacional, seja ele qual for, é uma ferramenta auxiliar do processo de aprendizagem do aluno. Uma aula ruim é ruim com ou sem tecnologia, e uma aula boa será sempre boa independentemente da tecnologia utilizada. Isto significa dizer que: a qualidade está no conteúdo que deve ser bem planejado e disponibilizado de modo que seja possível a aquisição de conhecimento pelo aluno.
mídia deve ser adequada ao conteúdo, pois este vem em primeiro lugar. A tecnologia não cria ambientes que prescindem do professor, é preciso que o professor tome para si a tarefa de projetar o material didático e a pedagogia a ser utilizada no processo de ensino. Não inovar na produção do material didático e nas metodologias de aprendizagem, significa deixar a cargo de profissionais da área tecnológica, a tarefa de ensinar por meio de software desenvolvido sem o viés da educação, o que de um modo geral vem ocorrendo com frequência.
É fato que os perfis dos profissionais, que hoje planejam software educacional, são de programadores de computador, que desconhecem a área educacional. O planejamento de um bom projeto necessita da formação de uma equipe multidisciplinar, cujos participantes complementam o projeto utilizando suas competências específicas e diversificadas.
Atualmente muito se fala da necessidade de se educar para os meios, ou seja, educar para o uso da ferramenta própria do mundo digital. Mas muito se fala e pouco se faz, a respeito da preparação de professores na orientação do aluno diante desses novos conceitos e novas relações, que surgem nesse mundo tecnológico. É nesse contexto que informações provenientes de diversas direções chegam a indivíduos cuja realidade não lhes permite desenvolver capacidade crítica de análise, competência fundamental para evitar o colapso de valores importantes para o desenvolvimento da cidadania, da ética e da solidariedade. Por meio dessa abordagem, o uso da tecnologia integra novos saberes à prática educacional proporcionando ao professor uma maior capacidade crítica de sua ação pedagógica e um leque maior de possibilidades na busca pelo interesse dos seus alunos.
2. A EDUCAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS
nA educação acontece, naturalmente, coisa símile.O educador sempre sentiu a necessidade de se atualizar, não somente no campo de seu conhecimento, como também na sua função pedagógica. Os métodos de ensino tradicionais são aqueles consolidados com o tempo, que dominam nas instituições de ensino. Ainda persiste, com muitos professores, o método onde o professor fala, o aluno escuta; o professor dita, o aluno escreve; o professor manda, o aluno obedece. A maioria, porém, já é mais maleável: o professor fala, o aluno discute; o professor discursa, o aluno toma nota; o professor pede, o aluno pondera. Em casos específicos, o aluno fala, o professor escuta, o grupo debate e todos tomam nota, inclusive o professor, procurando ir ao encontro das necessidades que surgem.
Estas e outras questões levam à crise do ensino, desde o primário até a universidade.Popularizou-se muito, nas instituições, o uso do retroprojetor, ou projetor de transparências, que mereceu o apelido de "retroprofessor". Facilitou um pouco a vida do professor, não precisando escrever sempre no quadro negro, principalmente quando o docente leciona a mesma disciplina para mais de uma turma, contemporaneamente ou não. Aliás, até o quadro e o giz se modernizou: hoje já é muito comum a lousa branca com o pincel especial cancelável. Mas o que prejudica não é o uso do retroprojetor, como em outras aplicações tecnológicas, mas sim o mau uso do mesmo.
É preciso nos acautelarmos com os excessos: o professor não deve somente ler, ou ditar, ou escrever ou mesmo projetar transparências durante toda a aula. Deve oferecer alternativa. O uso de uma técnica, como do retroprojetor, por mais de uma hora contínua, torna-se cansativo, e os alunos perdem a concentração. Outro projetor, que não é tão usado devido à qualidade da projeção, é o episcópio, ou projetor de opacos. Ele permite a projeção de imagens ou textos de um livro, sem a necessidade de criar transparências. Mas para projetar textos não é aconselhado, por necessitar de uma sala escura e perde muito a qualidade na visualização.
aparelho de vídeo, com um monitor (TV), está cada vez mais popular. A maioria das universidades, escolas públicas e particulares possuem, no setor de audiovisuais, televisores de 20 polegadas com vídeo incorporado, facilitando o transporte e uso dos mesmos. Um data show, que projete a imagem do vídeo numa tela, como num cinema, você encontra em determinadas situações, como em salas de conferências e cursos de pós-graduação. Ter uma videoteca disponível na universidade seria ideal, mas poucas instituições organizam um setor do gênero. Além de documentários muito interessantes produzidos principalmente pelas televisões públicas, temos filmes que são clássicos de literatura ou que tratam de temas polêmicos ou de interesse cultural.
Quem faz uma universidade melhor, não é somente um reitor, mas todos participam do processo. Os professores e os alunos são grandes responsáveis por isso. Talvez não sejam conscientes disso. Quando se exige de uma instituição, ela pode ficar indiferente no início. Porém se as exigências persistem as instituições não pode se fazer de cega e surda. Assim, por exemplo, se uma universidade não possui uma videoteca, provavelmente não se demonstrou tal necessidade. Os equipamentos para uso didático estão cada vez mais sofisticados. Os novos retroprojetores, por exemplo, projetam a imagem mais nítida, se regulam com maior facilidade, possuem comandos de foco e tamanho de tela mais sensíveis, ou mesmo comando remoto.
oOs vídeos modernos possuem cabeças, sendo quatro para imagem e três para áudio; permitem parar a imagem sem distorção, voltar ou avançar "frame-to-frame", isto é, estão cada vez mais parecidos com uma ilha de edição. Mas já estão ficando obsoletos, com o surgimento dos DVD. Os "Datas Show" e projetores de multimídia permitem projetar a imagem de um vídeo ou computador numa tela grande, podendo usar fita de vídeo, disquete, cd, Dvd ou o próprio hard-disk. Eles estão substituindo todos os outros equipamentos, ficando bem mais fácil trabalhar com eles. As imagens são melhores, seja ela fixa ou animada, cores ou preto e branco, texto ou foto.
tecnologia muda os meios de comunicação de massa e, paralelamente, os meios de ensino, não somente dentro da sala de aula, como falei até agora. Está mudando inclusive a própria sala de aula, com a introdução do ensino a distância, por exemplo.Primeiro foram os correios tradicionais que incentivaram o ensino em domicílio, por correspondência. As aulas particulares já não precisavam mais da presença do professor. Depois veio o rádio: o professor fala com você sem estar ao seu lado fisicamente, não importa onde você esteja desde que esteja com um rádio ligado. Os discos de vinil e as fita "K-7" fizeram o seu tempo, até o aparecimento dos Cds, contemporaneamente com a televisão e o vídeo, facilitando ainda mais o ensino a distância: som e imagem ao seu dispor. Agora temos a internet, com uma variedade quase infinita de possibilidades. O correio ainda continua presente: enviando fitas e discos, de áudio, imagens e multimídia, além das apostilas. A internet aos poucos está cada vez mais confiável. 3. TRABALHO E FORMAÇÃO DO DOCENTE
"Globalização" e trabalho docente: no enredo das tecnologias seja a globalização, objeto dos estudos de Torres (1998, p.28), caracterizada como construção ideológica, seja, como quer alguns, posta como conceito explicativo de uma nova ordem mundial, um aspecto desta realidade não pode ser ignorado: a educação como um todo e o trabalho docente, em especial, estão sendo reconfigurados.
Em outras palavras, na perspectiva da "globalização" e do "globalitarismo", termo cunhado por Ramonet (1999) para dar conta da espécie de ditadura do pensamento único que regula a construção ideológica, a escola deve romper com a sua forma histórica presente para fazer frente a novos desafios. A pretensão, neste trabalho, é analisar as determinações (concretas e pressupostas) e os sentidos (hegemônicos e em disputa por hegemonia) dessa reconfiguração, tomando por base os discursos que introduzem e justificam as atuais políticas de formação de professores.
No movimento de reconfiguração de trabalho e formação docente, outro aspecto parece constituir objeto de consenso: a possibilidade da presença das chamadas "novas tecnologias" ou, mais precisamente, das tecnologias da informação e da comunicação (TIC). Essa presença tem sido cada vez mais constante no discurso pedagógico, compreendido tanto como o conjunto das práticas de linguagem desenvolvidas nas situações concretas de ensino quanto as que visam a atingir um nível de explicação para essas mesmas situações. 
Em outras palavras, as TIC têm sido apontadas como elemento definidor dos atuais discursos do ensino e sobre o ensino, ainda que prevaleçam nos últimos. Atualmente, nos mais diferentes espaços, os mais diversos textos sobre educação têm, em comum, algum tipo de referência à presença das TIC no ensino. Entretanto, a essa presença têm sido atribuídos sentidos tão diversos que desautorizam leituras singulares. Assim, se aparentemente não há dúvidas acerca de um lugar central atribuído às TIC, também não há consenso quanto às suas delimitações.
Lévy (1999) afirma que, no limite, as TIC estão postas como elemento estruturante de um novo discurso pedagógico, bem como de relações sociais que, por serem inéditas, sustentam neologismos como "cibercultura". No outro extremo, o que as novas tecnologias sustentam é uma forma de assassinato do mundo real, com a liquidação de todas as referências, em jogos de simulacros e simulação (Baudrillard, 1991).
Para Moran, (2004) no entremeio, podem constituir novos formatos para as mesmas velhas concepções de ensino e aprendizagem, inscritas em um movimento de modernização conservadora, ou, ainda, em condições específicas, instaurar diferenças qualitativas nas práticas pedagógicas. Em síntese, a presença das TIC tem sido investida de sentidos múltiplos, que vão da alternativa de ultrapassagem dos limites postos pelas "velhas tecnologias", representadas principalmente por quadro-de-giz e materiais impressos, à resposta para os mais diversos problemas educacionais ou até mesmo para questões socioeconômico-políticas.
Nas palavras de Mattelart (2002, p. 9), a segunda metade do século XX foi marcada pela "formação de crenças no poder miraculoso das tecnologias informacionais". Mesmo que, em princípio, pareça ingênuo, este último movimento está inscrito em um modo de objetivação das TIC inextricavelmente ligado à concepção de "sociedade da informação".
4. AS TIC PARA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Para Fonseca (1998) os organismos internacionais têm forçado, por meio do estabelecimento de "condicionalidades" para a concessão de créditos e a aplicação de sanções pelo seu descumprimento, a incorporação das TIC como elemento central de qualquer política educacional atenta às transformações engendradas pela chamada revolução científico-tecnológica e às necessidades da economia.
Nas palavras de Barreto e Leher "Um admirável mundo novo emerge com a globalização e com a revolução tecnológica que a impulsiona rumo ao futuro virtuoso". (...) A partir dessa premissa, organismos internacionais e governos fazem ecoar uma mesma proposição: é preciso reformar de alto a baixo a educação, tornando-a mais flexível e capaz de aumentar a competitividade das nações, únicos meios de obter o passaporte para o seleto grupo de países capazes de uma integração competitiva no mundo globalizado". (2003, p. 39).
Neste movimento, tem sido anunciado um novo paradigma educacional. O anúncio é recorrente no site do MEC, cuja formulação, vale insistir, levou o discurso dos organismos internacionais às últimas conseqüências, posicionando as tecnologias no lugar dos sujeitos. Esse paradigma é constituído pela substituição tecnológica e pela racionalidade instrumental, está inscrito na "flexibilização", especialmente na precarização do trabalho docente, sendo coerente com a lógica do mercado: quanto maior a presença da tecnologia, menor a necessidade do trabalho humano.
Chauí (1999) prevê cada vez menos professores e mais alunos, sob a alegação de que o desempenho dos últimos depende menos da formação dos primeiros e mais dos materiais utilizados. A rigor, o discurso do MEC opera duas inversões: substitui a lógica da produção pela da circulação e a lógica do trabalho pela da comunicação, na crença de que, "sem alterar o processo de formação de professores do ensino básico e sem alterar seus salários aviltantes, tudo irá bem à educação desde que haja televisões e computadores nas escolas.
Ainda na fala de Mattelart (2002) as propostas dos organismos internacionais, "o acesso via Internet ao 'saber universal', que necessariamente terá a sua fonte nos monopólios de saber já existentes, resolveria o problema não apenas da fratura digital, mas também o da fratura social" (Mattelart, 2002, p. 164). Nestes termos, é formulada a proposta de "tecnologias para todos", como superação do chamado "divisor digital".
Em contrapartida, como afirma Leher (1997, p. 130), o próprio Banco Mundial, ao assinalar que a utilização das tecnologias é o "instrumento privilegiado para inserir os países no fluxo hegemônico do Tempo", também reconhece a inviabilidade de que os países caracterizados pelos tempos lentos (em desenvolvimento, periféricos, do Sul) venham a ser inseridos no ritmo acelerado dos países centrais (do Norte).
Desse modo, ao passo que são apregoadas novas possibilidade, como a superação do divisor digital, é instituída, com base na sua própria ressignificação, uma espécie de apartheid educacional em escala planetária. Ao passo que o discurso trata da democratização do acesso, as práticas sociais evidenciam que essa espécie de linha divisória entre os incluídos e os excluídos não diz respeito a acesso ou ausência de acesso, mas aos modos como ele é produzido e aos sentidos de que é investido.
5. TENDÊNCIAS ATUAIS
Para Freitas (1992), as formulações da virada do século, ainda que em novas bases, não deixam de constituir uma retomada das propostas produzidas na década de 1970. "Mantém-se aqui sua característica fundamental: uma análise da educação desgarrada de seus determinantes históricos e sociais". Portanto, assumem cunho marcadamente neotecnicista, do gerenciamento da educação a partir de competências, passando pela aposta nos materiais ditos "autoinstrucionais", até as alternativas de uma sociedade sem escolas.
O que que há de novo são discursos muito mais elaborados, sob os mais diversos pontos de vista, assim como mais ágeis na conquista de materialidade mais espessa. Assim, nas relações entre discurso e mudança social, a "comodificação" do discurso educacional ultrapassa os limites da dimensão simbólica e instaura, concretamente, o lugar da sobremercantilização da educação: os cursos como pacotes, a prestação de serviços educacionais, o gerenciamento da OMC. Ou, por outro ângulo, o campo da ideologia teria sido reconfigurado para promover as condições mais favoráveis às mudanças pretendidas.
De qualquer modo, as relações entre discurso e mudança social precisam ser objeto de atenta análise política, com o fim dar conta de novos clichês que, circulando, contribuem para a produção de um imaginário o qual faz com que uma interpretação particular apareça como sendo a necessária, ao sustentar a legitimação e a fixação de sentidos hegemônicos.
Vale lembrar que, do ponto de vista discursivo, ideologia corresponde a hegemonia de sentido. O sentido hegemônico das TIC aponta para o primado da dimensão técnica, apagando as questões de fundo. Em se tratando da sua incorporação educacional, parece não haver espaço para a análise dos seus modos e sentidos.
Na perspectiva maniqueísta de "plugados ou perdidos", quaisquer objeções podem ser alvo da desqualificação que marca o segundo grupo. Enquanto isso, no primeiro, as discussões podem ser travadas a partir de questões como as diferenças entre aprendizagem cooperativa e colaborativa, ou entre construtivismo e construcionismo (Papert, 1993), nos limites da esfera dita pedagógica, sem remeter às suas dimensões econômicas, políticas e sociais.
Neste contexto, é importante verificar a afirmação de um "novo paradigma", recorrente no site do MEC, ou paradigma emergente, em geral associado ao afastamento das objetivações supostamente marcadas pela simplicidade, em direção à complexidade (Morin, 1998). É inegável a hegemonia do movimento de virtualização do ensino, na perspectiva de e learning, cuja tradução mais comum tem sido "educação a distância via Internet": uma forma de aprendizagem em que a mediação tecnológica é destacada, nos mais diversos "ambientes de aprendizagem".
Mesmo sem entrar no mérito da polissemia desta expressão, é importante pontuar que ela deixa de contemplar o ensino, concentrando-se no segundo elemento do par: a aprendizagem. É quebrada a unidade ensino-aprendizagem, que tem dado sustentação aos mais diversos estudos acerca das práticas educativas, supondo a aprendizagem sem ensino ou, ainda, o ensino inteiramente identificado aos materiais que sustentam as alternativas de e-learning. Em qualquer das hipóteses, essa quebra não pode ser desvinculada do "novo lugar" do professor, na condição de profissional do  ensino.
Ainda quanto aos clichês em circulação, é possível verificar um deslocamento significativo de "não se aprende apenas na escola" para "não se aprende na escola", na medida em que remete à tendência de desterritorialização da escola. Não apenas toda a ênfase está sendo posta nos ambientes de aprendizagem, mas os textos já contemplam "educações" diversas, materializadas nas expressões "educação acadêmica" e "educação
 corporativa".
Retomando o ponto de partida deste conjunto de reflexões, é possível afirmar que a desterritorialização proposta não pode ser pensada fora dos parâmetros mercadológicos e do pressuposto de que a escola deva romper com a sua forma histórica presente para fazer frente aos desafios da "globalização". Rejeitando esta lógica, o desafio maior é fazer frente à tentativa de apagamento dos determinantes históricos e sociais da escola. Nas palavras de Alves (2004, p. 218):
que está em jogo não é só o discurso competente: "Aquele que pode ser proferido, ouvido e aceito como verdadeiro ou autorizado porque perdeu os laços com o lugar e o tempo de sua origem" (Chaui, 1989, p. 9). É, entre outras questões, a redução das TIC à EAD, como forma material da "comodificação". São os embates contemporâneos entre a proposta de educação como mercadoria e a sua defesa como direito e prática emancipatórias.
6. A UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Estudos demonstram que a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs), como ferramenta , traz uma enorme contribuição para a prática escolares em qualquer nível de ensino. Essa utilização apresenta múltiplas possibilidades que poderão ser realizadas segundo uma determinada concepção de educação que perpassa qualquer atividade escolar.
É importante salientar que, desde o inicio da década de 90, as escolas públicas de vários estados têm sido equipadas com um verdadeiro arsenal de tecnologias: TV Escola, vídeo-escola, centrais de informática, etc. Todos esses projetos têm a pretensão de ensinar com o apoio das máquinas e assim melhorar a prática pedagógica. Certamente tais tecnologias têm auxiliado, em algum momento, o processo de ensino e talvez o de aprendizagem, mas o resultado tem sido pouco observável na prática e a educação formal continua essencialmente inalterada.
Para LOING (1998), a introdução das NTICs na educação deve ser acompanhada de uma reflexão sobre a necessidade de uma mudança na concepção de aprendizagem vigente na maioria das escolas atualmente.
Segundo LITTO (1992), o atual sistema educacional é um espelho do sistema industrial de massa, onde os alunos passam de uma série a outra, numa seqüência de matérias padronizadas como se fosse uma linha de montagem industrial. Os conhecimentos acumulados são despejados em suas cabeças; alunos com maior capacidade para absorção de fatos e comportamento submisso são colocados em uma trilha mais veloz, enquanto outros são colocados na trilha de velocidade mediana. 
"Produtos defeituosos" são tirados da linha de montagem e devolvidos para "conserto". Estamos vivendo em uma era de transformações, uma era de interdependência global com a internacionalização da economia e a super valorização da comunicação e informação. Organizações da sociedade industrial estruturadas para desempenhar tarefas de natureza hierárquicas de comando e controle estão sendo substituídas, devido à competitividade e à complexidade, pela formação de grupos em torno de projetos específicos.
Comando e controle dão lugar à aprendizagem e resposta, numa tentativa, por parte de cada organização, de ser a primeira a chegar ao mercado com produto ou serviço de boa qualidade. O ambiente apropriado para a realização desse tipo de trabalho tem sido o que privilegia reuniões presenciais de grupos, mas também fornece acesso instantâneo à rede Internet e aos discos e disquetes contendo respostas para permitir as tomadas de decisões do grupo. Comprovando assim que o ambiente de aprendizagem ou trabalho determina, em parte, a natureza do produto.
Com a revolução tecnológica e científica, a sociedade mudou muito nas últimas décadas. Assim a educação não tem somente que adaptar às novas necessidades dessa sociedade do conhecimento como, principalmente, tem que assumir um papel de ponta nesse processo. Os recursos tecnológicos de comunicação e informação têm se desenvolvido e se diversificado rapidamente. Eles estão presentes na vida cotidiana de todos os cidadãos, que não podem ser ignorados ou desprezados.
Embora seja possível ensinar e aprender sem eles, as escolas têm investido cada vez mais nas NTICs. Pela enorme influência que essas NTICs, especialmente a computação, têm exercido atualmente na educação é que torna-se necessária uma reflexão sobre a concepção de aprendizagem que deverá perpassar a utilização dessa tecnologia na prática educativa.
Uma Uma ideia muito difundida na educação é que as NTICs, principalmente a informática, servem para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Essa ideia está ligada ao fato de que a tecnologia entrou na vida do homem para facilitar. Dessa maneira a utilização das NTICs está fundamentada em uma concepção de aprendizagem Behaviorista, onde aprender significa exibir comportamento apropriado. Assim o objetivo principal da educação se restringe a treinar os estudantes a exibirem um determinado comportamento e controlá-lo externamente.
Uma segunda idéia é o uso do computador na educação como dispositivo para ser programado, realizando o ciclo descrição – execução – reflexão – depuração – descrição, que é de extrema importância na aquisição de novos conhecimentos. Segundo VALENTE (1998), diante de uma situação problema, o aprendiz tem que utilizar toda sua estrutura cognitiva para descrever para o computador os passos para a resolução do problema, utilizando uma linguagem de programação.
descrição da resolução do problema vai ser executada pelo computador. Essa execução fornece um "feedback" somente daquilo que foi solicitado à máquina. O aprendiz deverá refletir sobre o que foi produzido pelo computador; se os resultados não corresponderem ao desejado, o aprendiz tem que buscar novas informações para incorporá-las ao programa e repetir a operação. Dessa forma, o computador complica a vida do aprendiz ao invés de facilitá-la.
Com a realização desse ciclo, o aprendiz tem a oportunidade de encontrar e corrigir seus próprios erros e o professor, entender o que o aprendiz está fazendo e pensando. Portanto, o processo de achar e corrigir o erro constitui uma oportunidade única para o aluno aprender sobre um determinado conceito envolvido na solução de um problema ou sobre estratégias de resolução de problemas.
realização do ciclo descrição – execução – reflexão – depuração – descrição não acontece simplesmente colocando o aprendiz diante do computador. A interação alunocomputador precisa ser mediada por um profissional agente de aprendizagem que tenha conhecimento do significado do processo de aprender por intermédio da construção de conhecimento, para que ele possa entender as idéias do aprendiz e como atuar no processo de construção do conhecimento para intervir apropriadamente na situação, de modo a auxiliá-lo nesse processo.
Essa ideia está fundamentada nos princípios da teoria construtivista de Piaget, que parte da premissa que o conhecimento não procede apenas da programação inata do sujeito e nem de sua única experiência sobre o objeto, mas é resultado tanto da relação recíproca do sujeito com seu meio, quanto das articulações e desarticulações do sujeito com esse objeto. Dessas interações surgem construções cognitivas sucessivas, capazes de produzir novas estruturas em um processo contínuo e incessante.
Portanto, o uso das NTICs na educação deve ter como objetivo mediar a construção do processo de conceituação dos alunos, buscando a promoção da aprendizagem e desenvolvendo habilidades importantes para que ele participe da sociedade do conhecimento e não simplesmente facilitando o seu processo de ensino e de aprendizagem. Para que as NTICs promovam as mudanças esperadas no processo educativo, devem ser usadas não como máquinas para ensinar ou aprender, mas como ferramenta pedagógica para criar um ambiente interativo que proporcione ao aprendiz, diante de uma situação problema, investigar, levantar hipóteses, testá-las e refinar suas idéias iniciais, construindo assim seu próprio conhecimento.
utilização das NTICs na educação não garantirá por si só a aprendizagem dos alunos, pois as mesmas são instrumentos de ensino que podem e devem estar a serviço do processo de construção e apropriação do conhecimento dos aprendizes. A introdução desses recursos na educação deve ser acompanhada de uma sólida formação dos professores para que eles possam utilizá-las de uma forma responsável e com potencialidades pedagógicas verdadeiras, não sendo utilizadas como máquinas divertidas e agradáveis para passar o tempo.
7. A INFORMÁTICA COMO OBJETO DE ESTUDO
Devemos propor a informática como objeto de estudo e não apenas como recurso de ensino-aprendizagem. Este estudo deveria ser informado por pesquisas na área que investiguem:
questão do próprio uso da informática na educação, a partir da experiência e práticas não desenvolvidas pela defesa a priori de que esse uso está à melhoria do processo ensino-aprendizagem e à aprendizagem significativa;
Cultura da informática e suas relações com a cultura escolar e outros universos culturais;
Cabe perguntar, : em que medida o uso, por exemplo, da internet favorece a construção de uma perspectiva intercultural na escola ou o fortalecimento de posturas monoculturais ou de preconceitos em relação à cultura dos diferentes, ou ainda, em que medida o uso da internet implica uma cultura diferente, no entrecruzamento das culturas na escola.
Deve-se ainda estudar, nos processos de educação à distância mediada pelo computador.
relação da flexibilização do tempo para as atividades de ensino-aprendizagem com questões de intensificação do trabalho docente.
As novas características do papel do professor e dos processos de avaliação.
Deve-se, finalmente, lidar com os recursos tecnológicos da sociedade do conhecimento de forma crítica, o que envolve o entendimento de que:
Estes recursos estão inscritos nas relações capitalistas de produção, num contexto de redefinição da teoria do capital humano, que é reconceitualizado, nas novas organizações, com capital intelectual.
Esses recursos se articulam com questões atuais do desemprego estrutural e subemprego.
No recursos se articulam com questões atuais do desemprego estrutural e intelectual.
8.CONSIDERAÇÕES FINAIS
As transformações nas formas de comunicação e de intercâmbio de conhecimentos, desencadeadas pelo uso generalizado das tecnologias digitais nos distintos âmbitos da sociedade contemporânea, demandam uma reformulação das relações de ensino e aprendizagem, tanto no que diz respeito ao que é feito nas escolas, quanto a como é feito. Precisamos então começar a pensar no que realmente pode ser feito a partir da utilização dessas novas tecnologias, particularmente da Internet, no processo educativo. Para isso, é necessário compreender quais são suas especificidades técnicas e seu potencial pedagógico. 
As Novas Tecnologias e Educação visa discutir as possibilidades que o ciberespaço oferece para a criação de novos padrões de aquisição e construção dos conhecimentos, ao permitir o uso integrado e interativo de diversas mídias, a exploração hipertextual de um volume enorme de informações e a comunicação a distância
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ALVES, N. Imagens de tecnologias nos cotidianos das escolas, discutindo a relação "localuniversal". In: ROMANOWSKI et al. (Org.). Conhe- 1199 Educ. Soc., Campinas, vol. 25, diversidade, mídias e tecnologias na educação. Curitiba: Champagnat, 2004.
BARRETO, R.G.; LEHER, R. Trabalho docente e as reformas neoliberais. In: OLIVEIRA, D.A. (Org.). Reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulação. Lisboa: Relógio d'Água, 1991.