O discurso da qualidade da educação no Brasil sempre bate na
mesma tecla, ou seja, alega-se a falta de investimentos.
O cotidiano escolar é repleto de denuncias e histórias da
falta de recursos e do descaso do poder público.
O resultado de pesquisa internacional como o PISA (Program
for International Student Assessment) que avalia o raciocínio lógico em
matemática e ciências dos alunos apontam para um desastre educacional nas
próximas décadas, pois entre os 76 países participantes o Brasil ficou com
a vergonhosa classificação de 60º lugar.
Entretanto, pesquisa aponta que o “Brasil investe mais
em educação do que países ricos, mas gasto por aluno é pequeno”.
A matéria publicada pelo Correio da Bahia, cita estudo
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que
menciona o Brasil como um dos países que gasta mais do Produto Interno Bruto
(PIB) com educação do que os países mais ricos, e apesar disto tem resultados
medíocres no ranking educacional mundial.
Apesar das mazelas já conhecidas de nosso sistema
educacional, o Brasil investe 5,7% do PIB em educação, sendo que países mais
desenvolvidos não passam de 5% do PIB nacional, diante deste quadro podemos
concluir que é necessário romper com a ideia de que é preciso injetar mais
dinheiro na educação que esta tudo resolvido.
É obvio que não! Não basta simplesmente injetar dinheiro na educação, pois somente isso não garante a qualidade de nossa educação.
É obvio que não! Não basta simplesmente injetar dinheiro na educação, pois somente isso não garante a qualidade de nossa educação.
Apesar do alto investimento quando considerados todos os gastos
públicos do país, o Brasil não consegue distribuir o dinheiro de forma
eficiente para garantir uma boa educação aos brasileiros, nem para tornar a
economia mais eficiente.
Essa distribuição ineficiente fica mais nítida nos gastos
por aluno segundo a pesquisa da OCDE, o aluno brasileiro tem investimento US$
2.985, isso equivale a um terço da média dos 34 países integrantes da OCDE, que
é de US$ 8.952.
Vejamos o cenário em alguns países ricos, seu investimento por aluno/anual:
Vejamos o cenário em alguns países ricos, seu investimento por aluno/anual:
- Noruega (US$ 14.099),
- Suíça (US$ 13.799),
- Dinamarca (US$ 12.903),
- Estados Unidos (US$ 11.760)
É importante lembrar que embora cerca de 94% das crianças em
idade escolar estão na escola, ainda existem altos índices de evasão ao longo
do ensino fundamental e médio, chegando a atingir números significativos 50%
e 70%%.
Não se pode negar que o desafio de inserir milhões de
jovens na Educação Superior foi alcançado nas últimas décadas, pois o
número de alunos universitários passou de 1,5 milhão em 1990 para 6,5 milhões
em 2010.
O problema é que este avanço ainda é pequeno se considerar
que somente cerca de 14% da população jovem, estão em cursos superiores e
que 76% destes estão estudando em instituições privadas, e neste total mais de 70% optaram pela modalidade EaD por questões financeiras exclusivamente.
Uma situação ainda preocupante é a qualidade de ensino nos
cursos superiores, pois as IES refletem a situação de
despreparo dos jovens formados por um ensino médio de baixa qualidade e
resultado de um ensino fundamental deficitário.
Como entender escolas públicas sucateadas e professores com
péssima renumeração com investimentos milionários do PIB nacional?
A meu ver teríamos que criar um sistema rígido de controle
dos investimentos para evitar desvios, pois grande problema da educação
brasileira em relação a essa rechonchuda fatia do PIB é que todo esse dinheiro
termina se perdendo pelos ralos da “burocracia brasileira” e na roubalheira
descarada de governantes que desviam recursos educacionais para áreas que
rendem mais votos e para seus bolsos.
É necessário romper com este exército de “analfabetos funcionais universitários” ou a globalização continuará a nos reservar os últimos
lugares no ranking educacional mundial, lembrando que o conhecimento é um
instrumento de poder.
A escola que temos compromete as futuras gerações, pois não
basta você dar acesso à escola é necessários criar um ambiente escolar
desafiador, bem equipado, com cultura, arte, esporte, recursos
tecnológicos, merenda de qualidade e professores qualificados,
motivados, com salários dignos e principalmente respeitados como formadores da sociedade futura.
Fonte de informações (http://www.correio24horas.com.br/single-educacao/noticia/brasil-investe-mais-em-educacao-do-que-paises-ricos-mas-gasto-por-aluno-e-pequeno/?cHash=f4242d07f39e2c6ad6fd8a17ffbbb12d)
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