Com o “descobrimento” do território brasileiro, Portugal utiliza basicamente as
mesmas políticas de colonização e exploração usadas na África e Ásia. Que na
realidade seus projetos com essa terra recém “descoberta” era de explorar os
recursos e abastecer o mercado europeu, pois muitos dos produtos encontrados
aqui já se encontravam em escassez no velho continente. Porém isso não
aconteceu de forma pacifica, pois o território já encontrava se habitado.
A transformação das
aldeias indígenas em vilas e lugares, e a promoção da miscigenação física e
cultural dos índios fazem parte tanto de uma política de modernização do Estado
português e da definição do índio como nação ou etnia especifica. A
entrada da incipiente elite fazendeira nas antigas aldeias indígenas, já se
sabia que a ideia de promover o desenvolvimento econômico dos índios implicava
a sua destruição enquanto povo organizado, transformando-os em meros posseiros
em suas próprias terras ou simples artesãos nas novas vilas portuguesas.
(Mércio Pereira Gomes, 1991)
Para que a Coroa portuguesa conseguisse explorar os recursos, houve políticas
para “desapropriação” dos índios, aonde o europeu se colocou superior aos povos
americanos. Com isto houve inúmeras manobras entre elas, mandou para o Brasil
muitos de seus gestores que já trabalhavam em outras partes do mundo estes
sempre ligados aos interesses da burguesia mercantil.
Com o interesse português declarado sobre o Brasil, Portugal além de defender
estas terras, se julgou responsável por civilizar os índios, (a história nos
mostra o que acontece quando um povo se coloca superior ao outro, fazendo
destes povos seus próprios súditos). Como foi ensinado a nos as terras
“descobertas” seriam dividias de acordo com o tratado de Tordesilhas, firmando
entre Portugal e Espanha com a intermediação do Para. Porém houve outros
acordos para dar a veracidades das terras “descobertas” e seus respectivos
“donos”. E desde o inicio o processo de colonização no Brasil foi marcado pela
crueldade usada parte dos portugueses.
A opinião publica da Europa pouco fez a respeito da forma que os índios foram
tratados, pois estavam alienados pelos discursos da Igreja e da Coroa. Já que
os indígenas eram vistos como selvagens, “almas perdidas”, desta forma eles se
auto julgaram os responsáveis por levar os índios a “Deus”, os purificando de
todos os pecados.
O grande número de armas usadas pelos portugueses é justificado por ser
fundamental na catequização indígenas, usurpando disto para práticas guerra e
massacre contra os índios. Praticas essas muito comuns durante todo o período
colonial, não só no Brasil, mas em toda a América do Sul. Ouve muita
resistência por parte dos índios, mas não foram este os únicos motivos do
grande número de mortes indígenas, pois as doenças vindas da Europa foram
letais para os índios, uma vez que os corpos dos índios não detinham de
anticorpos de doenças simples como a gripe.
Fato é que em geral, os povos indígenas nunca concordaram com a forma que eram
tratados, os índios sempre viveram em “liberdade”, e após a chegada dos
europeus, se viram obrigados a obedecer as hierarquias da Coroa, a
religiosidades o trabalho forçado, estes elementos não fazem parte da cultura
indígena. Mas os europeus quiseram impor a cultura ocidental. Por isto que eu não
concordo com o termo “choque-cultural”, pois acredito que isto na realidade não
aconteceu, o que realmente aconteceu foi à imposição de uma cultura sobre a
outra. Para que isto acontecesse Portugal usou da força, matando e escravizando
milhares de índios que não concordaram com as praticas. Hipotético pensar que a
Coroa portuguesa era responsável de professar a fé cristã e ser conviveste a
muitos absurdos, não da para olhar para os fatos e não condenar as atitudes dos
europeus e da Igreja.
Na grande parte os responsáveis em cuidar dos interesses da Coroa eram pessoas
religiosas aptas a obedecer à doutrina em vigor. Tanto que ainda no
período colonial foi criada uma lei que defendia os indígenas, porém a Coroa
portuguesa entendia que a força era indispensável para se impor, desta forma
suas medidas eram sempre em desfavor aos índios.
Que diversas leis e recomendações a respeito dos índios as longo dos 300 anos
de colonização, mas em forma geral estas leis, todavia deram privilégios a
Coroa, ou aos seus representantes, os índios sempre ficaram a mercê. Cabe
colocar aqui que as Cartas Régias e alvarás dados aos governantes, eram feitos
sobre o consentimento de explorar o máximo de recursos do Brasil, e que as leis
demoravam cerca de seis meses para chegar ao Brasil, então muitas das vezes já
estavam defasadas ou o governo local já havia resolvido o problema.
Outro fato importante é que a Coroa e a Igreja sempre estava juntas, salve
alguns momentos em que os interesses eram diferentes. Mas de modo geral os dois
sempre estavam juntos, tanto que o território era considerado português, e o
responsável em levar a catequese aos índios era as “missões” da Igreja. Só
esclarecendo que a força, as penas e a escravidão eram feitas sobre ordem ou
consentimento de Portugal e que a Igreja sempre foi omissa. Os jesuítas tiveram
um papel importante na defesa dos índios, pois entendo que eles realmente
estavam a serviço do “bem”, e muitos jesuítas vieram para o Brasil com o ideal
de cria um novo povo, uma nação pura, longe de todas as maldades existentes na
Europa, tirando este tipo de exceção a Igreja e Coroa, estão unidas tanto que
foi feito um pacto entes as duas partes chamado de Padroado, local onde as duas
ordens eram regidas de uma única forma, e os índios viam a Igreja e o Estado,
em uma só instituição tanto que eles vinham às duas partes muitas vezes agir de
maneira igual.
Vale ressaltar que a Coroa portuguesa não viveu o tempo todo em harmonia com a
Igreja tanto que somente após 1755, a Igreja não podia mais intervim
nas aldeias indígenas, momento que combinou com a expulsão dos jesuítas, por
exemplo. Vejo que isto foi mais uma manobra da Coroa para a dizimação indígena,
pois havia boas práticas em defesa dos índios feitas pelos jesuítas. E convenha
neste momento a Igreja já não era tão influente na política com no inicio da
colonização.
Na prática, os índios foi um alvo de disputas entes português e os religiosos,
os dois sempre discutiam a melhor forma de civilizar os índios, os religiosos
defendiam o trabalho comunitário, feito em conjunto de todos os índios, já os
português queriam eles para trabalhar nas fazendas, órgãos públicos, engenhos e
tantas outras formas de trabalhos. Não houve um projeto real visando os índios,
os projetos sempre esbarraram nos interesses de particulares. Irônico que
queriam civilizar e torná-los cristãs, mas nunca foi perguntado se o índio
queria isto para ele, na verdade até hoje isto não é levado em conta.
Outros interessados nos índios eram os colonos que viam os índios como uma mão
de obra escrava e necessária, também para fazer a segurança e entre outros
serviços. Apesar de responsabilidade de Coroa promover a paz, mas quando os
índios eram visto como uma alternativa para este serviço, a coroa tentava se
posicionar de maneira mais neutra possível, talvez por esta atitude da Coroa,
houve tantas divergências entre colonos e ordens religiosas principalmente os
jesuítas. E por pressão dos colonos é que os jesuítas foram expulsões de varias
regiões, desta forma os colonos puderam escraviza e vender os índios
tranquilamente.
Enfim a expulsão das ordens religiosas, e as leis para modernizar o território
brasileiro, resultaram da seguinte forma:
O
resultado final destas políticas da Coroa foi a transforma de mais de 60
aldeias na Amazônia em vilas, ou a eliminação das aldeias e dos indos. No sul
também de forma violenta atitudes portuguesas, deixou na história do Brasil
marcado pela crueldade por parte da Coroa com os índios, longos períodos de
repressão dos nativos, milhares de mortes, fazem os rios “também rios de
sangue”. Só lembrando que foi aqui exposto é referente aos índios, e não aos
escravos trazidos da África, aonde os maus tratos foram mais extensos, mais não
por isso os índios estavam em situação melhor que dos negros.
Bibliografia:
Gomes, M.P Os
Índios e o Brasil,. Ed. Vozes, 1991
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