A regionalização é a divisão do espaço geográfico, com critérios previamente estabelecidos, em áreas menores que passam a ser chamadas de regiões. Cada região se diferencia das outras por apresentar particularidades próprias. Qualquer espaço pode ser regionalizado, isto é re-divido, um país, uma outra região, um estado, até mesmo as cidades são divididas em regiões [bairros]. Pode ser região administrativa, natural etc. No plano global o mundo também é dividido em regiões, cada continente se constitui numa região.
A DIT - divisão internacional [social] do trabalho tem origem há aproximadamente 5.500 anos, com o aldeamento; essa divisão social foi se aperfeiçoando até os dias atuais, quando ditam às mais diferentes regiões do mundo o que elas devem produzir e/ou consumir.
Essa desigualdade combinada se reproduz por meios desiguais como a transferência de processos de trabalho mais banais para os países subdesenvolvidos e retendo para os desenvolvidos os processos de trabalho mais sofisticados, logo, o salário é menor nos países periféricos.
Antes da Segunda Guerra Mundial havia uma ordem mundial multipolar, representada pelo Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, Japão e Rússia. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e, especialmente, a Segunda Guerra Mundial foram momentos de desequilíbrio nessa ordem multipolar. As potências europeias e o Japão saíram arrasadas da disputa. Então EUA e União Soviética passaram a dividir o mundo entre si; o mundo ingressou, então, numa ordem bipolar, que durou até 1991.
Hoje a dúvida é: qual a nova ordem mundial? Seria monopolar, com os EUA ‘dominando’ o mundo, ou multipolar, destacando-se, principalmente, o Japão, EUA, Europa, China? A economia mundial indica a multipolaridade com o predomínio dos EUA e forte presença dos Bric, principalmente a China, que tem uma economia saudável. Atualmente os EUA vêm passando por uma séria crise; porém o seu papel de país dominante (e representante máximo do capitalismo) é ressaltado pelo fato de que vários setores e países do mundo sofrem os efeitos dessa crise.
A
SITUAÇÃO UCRANIANA
A
situação de instabilidade política da Ucrânia têm gerado diversas análises dos
mais variados comentaristas e especialistas em geral. Segundo a análise mais
comum, a Ucrânia estaria querendo se tornar mais alinhada ao Ocidente e o “ditador”
russo Putin estaria travando o avanço qualitativo desse país. Estaríamos
presenciando, segundo algumas análises, um confronto paradigmático ao dos
tempos da guerra fria. Não obstante, embora supostamente similar, a crise de
hoje tem como causa e consequência o avanço da política externa estadunidense
de se criar “zonas de instabilidade” em nações controladas por outras
hegemonias.É claro que temos que partir para uma reflexão mais acurada, de uma análise um pouco distante e crítica do bombardeio midiático dos meios de comunicação ocidental, mais especificamente a mídia brasileira, pautada no modelo norte americano e britânico.
Ao contrário do que se dissemina, e do que escreveu Francis Fukuyama em “O Fim da História e o Último Homem”, a democracia não é o tipo ideal de regime, para todos os povos. Algumas culturas não absorvem esse modelo de poder político em suas vidas sociais.
O jogo estratégico de declarações entre Rússia e EUA, pontualmente a partir do que este tem feito para tentar vender a ideia de que defende um governo democrático na Ucrânia, corresponde a uma suposta idealização de que o regime democrático é universal. Nos subterrâneos, o verdadeiro interesse sempre foi o de instalar um governo pró-ocidente, alinhado aos planos estratégicos estadunidenses. Região por onde passam muitos dutos de gases e grande produtora nuclear, a Ucrânia é crucial para a Rússia não deixar abalar ainda mais seus poderes, que desde bem antes da queda do muro de Berlim, vem se esvaindo.
O planeta que outrora fora partilhado entre Ocidente e Oriente, EUA e Rússia, hoje se apresenta com uma configuração muito modificada, mas algumas premissas daquelas que alimentaram toda uma política externa agressiva entre o mundo capitalista e o mundo comunista ainda estão em voga, e um deles é o de controle do que Halford Mackinder denominou de “O Coração do Mundo”, ou seja, aquela faixa que compreende a Eurásia, rica em minérios.
É desde a política de contenção dos EUA, através das ideias de Nicholas Spykman, partindo de uma reinterpretação das ideias de Mackinder, que a política externa estadunidense não tem medido esforços para criar e alimentar instabilidades em diversos regimes situados em regiões-chaves, para a contenção do avanço de outras nações hegemônicas. E o principal instrumento é travar ou dirigir o fluxo de fontes de energia dessas nações, pois se entende que é minando o desenvolvimento da economia desses países que se consegue derrubar os mais diferentes regimes políticos neles instaurados.
O que se pretende é deixar claro que na blasfêmia de levar a paz e o governo democrático a outros povos, o discurso norte americano tem legitimado suas ações estratégicas de política externa com sucesso. O Caso do Iraque e Afeganistão são apenas exemplos com maior recall aos quais podemos lançar análises para entender esse jogo de poder entre as nações hegemônicas, que avançam e recuam em suas posições de domínio e influência sobre o mundo.
O anexo da Criméia já era dado como inevitável pelos especialistas em geopolítica, e o entendimento dessas sanções que o ocidente, através de seu grande líder, os EUA, estão tentando nos vender são por parte inócuas. A experiência tem nos mostrado que o poder atômico dessas hegemonias é o instrumento último que determina a posição no tabuleiro de xadrez dessas nações, e não o estrangulamento de parte do poder de comércio desses países.
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