É fundamental pensar o
planejamento como uma ferramenta para dar mais eficiência à ação humana.
Daí decorre que as
pessoas, no dia-a-dia:
1. não descobrem com
clareza quais são os problemas;
2. não constroem
conjuntos de ideias;
3. não conseguem fazer
uma avaliação de sua prática;
4. não conseguem propor
mudanças na realidade ou na prática;
Planejar é, sempre,
buscar a transformação da realidade. É, sempre, propor ações, atitudes, regras
e rotinas que possam levar à satisfação de necessidades, planejamento que muda
para transformar.
Há níveis diferentes de
planejamento porque há diferença nas ações humanas.
Os Passos para uma
Prática Lúcida.
Todo o fazer humano
está ligado a ser um conjunto de ações, rotinas, regras e atitudes para
transformar ideias em realidades.
Não pode haver ideias
transformadas em processos se não houver ideias. É um terrível engano, mais
comum do que parece, a prática de partir do problema para o processo. Existem
até correntes de planejamento que se basearam (não tão grosseiramente, é
verdade) nesta relação direta problema-processo. Nada se consegue,
evidentemente, desta maneira; os resultados podem ser desastrosos. A
organização de ideias é, nas circunstâncias atuais, uma das necessidades mais
importantes.
Na escola esse
diagnóstico equivale a uma análise de todos os processos em andamento a fim de
verificar até que ponto eles são adequados para realizar as ideias que
constaram no projeto pedagógico. Talvez este seja o nó da questão: se o projeto
pedagógico tem a ideia de escola democrática, de ligação da escola com a
realidade (são apenas exemplos), ela precisa analisar com atenção e rigor até
que pontos os processos (ações, atitudes, regras e rotinas) estão construindo
democracia, até que pontos conteúdos escolares brotam da realidade e levam a
compreendê-la. É essencial esta compreensão dos processos existentes para poder
descobrir necessidades de novos processos e de correção dos que podem ser
mantidos, mas precisam de mudanças.
Se fosse possível
transformar ideias em processos e fizer isto com utilidade sem depender dos
passos anteriores, poderíamos ter uma economia de tempo, de trabalho e, até, de
recursos.
Os processos, muitas
vezes, são predeterminados. Funcionam, por exemplo, na medicina: quando o
diagnóstico, feito a partir de ideias que sustentam uma teoria, estabelece uma
doença ou um mal qualquer, o médico apela para o processo que já foi
estabelecido por estudos anteriores. Se outro mais eficaz é descoberto, ele é
logo adotado e o que é fundamental acontece: um resultado, motivado por um
processo engendrado pela análise da realidade em confronto com uma ideia, tudo
isto deslanchado por um problema. Não é tão simples porque, além da ciência, as
ideias educacionais são sempre permeadas pelas crenças, pela Filosofia, pela
arte, pela ideologia.
Em educação temos
processos preestabelecidos. Eles foram construídos a partir de problemas
velhos, derivados do confronto entre um conjunto de ideias que serviam a
humanidades passadas e uma realidade não mais existente. Não servem mais para
os problemas, para as ideias e para a realidade de hoje, mas se firmaram.
Há vários tipos de
planejamento porque há vários tipos de ação humana.
Para consertar
máquinas, certamente há necessidade de planejamento. Ele consistirá de três
passos:
- compreensão do padrão
da máquina, isto é, da estrutura que lhe permite o funcionamento;
- um diagnóstico – é o
que mais aparece – buscando descobrir as diferenças existentes na máquina real
em relação ao padrão ideal desta mesma máquina;
- decisão do que se vai
fazer, incluindo aqui as ações diretas de solução do(s) problema(s) e/ou as
orientações (propostas como estratégias) de uso da máquina.
Muito parecido com o
caso anterior é a administração de alguns serviços públicos, não
necessariamente governamentais, cujo padrão esteja quase totalmente dado. Há ideias
de segurança, bem-estar, bom atendimento, rapidez, etc. que devem ser
realizadas. Estas ideias dão os critérios – pode-se falar aqui de indicadores –
para a prática.
O diagnóstico, além de
verificar a existência e a extensão de problemas, incluirá o grau de satisfação
das pessoas que trabalham no serviço e dos que usufruem seus benefícios.
A decisão sobre o que
se vai fazer é mais abrangente em virtude dos acréscimos anteriores. Além
disto, estas decisões insistirão mais em estratégias, visando aos modos de ser
e de se comportar que aumentem a qualidade do serviço, dentro do padrão estabelecido.
As Grandes Linhas de
Planejamento e seu Uso
O planejamento, embora
inerente ao ser humano para encaminhar as questões do dia-a-dia, torna-se uma
ferramenta com conceitos, modelos, técnicas e instrumentos bem definidos a
partir do começo do século passado, com a revolução comunista que constrói a
União Soviética. No mundo capitalista, o planejamento, para as questões mais
complexas, passa a ser usual, nos governos, depois da segunda guerra mundial. A
partir desta adoção pelos governos, o planejamento passa a ser uma das
preocupações de instituições, grupos, movimentos, organizações não
governamentais: podemos dizer que ele se universaliza.
A. Para estes casos
aperfeiçoou-se o planejamento que se chamou “Solução de Problemas”.
B. Este é o caso típico
do “Gerenciamento da Qualidade Total”.
C. Estamos no reino do
“Planejamento Estratégico”.
D. Só o “Planejamento
Participativo” pode dar conta destes casos
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