Este Blog objetiva a difusão do conhecimento, além destes artigos gratuitos, tenho alguns livros publicados que podem ser baixados gratuitamente e outros adquiridos através do
Este texto, elaborado a partir de estudos bibliográficos,
tem com objetivo levar a uma reflexão sobre o processo da avaliação da
aprendizagem, nos cursos à distância, o qual serviu e serve a interesses
mercantis e financeiros das elites dominantes e não dos discentes.
Desenvolvemos o estudo deste caso para identificar as
percepções dos tutores e orientadores do curso sobre sua responsabilidade na
classificação, regulação e a sujeição dos discentes aos processos produtivos,
nesta fase já foi possível identificar manifestações de conflitos moral e
cognitivo entre os tutores e os discentes quanto ao desempenho acadêmico.
1) A CRÍTICA
Quando tratamos de crítica aos métodos de avaliação dos
cursos EAD sabemos que estamos nos arriscando em um terreno perigoso, afinal
cursamos esta pós-graduação na modalidade EAD e observamos que o discurso do mesmo
fundamenta sua proposta pedagógica numa abordagem construtivista, e num sistema
de avaliação processual e contínua sob a responsabilidade do tutor ou do
professor.
Neste processo-pedagógico podemos afirmar que a figura do
professor detém um dos papéis mais relevantes pois é simultaneamente professor
e avaliador, ou numa expressão comum é promotor, juiz e membro do conselho de
sentença simultaneamente; sua avaliação se dá baseada em seus conhecimentos, experiências,
crenças e valores; corroboram para este nosso posicionamento o que afirma Sordi
(apud CHUEIRI, 2008): “uma avaliação espelha um juízo de valor, uma dada
concepção de mundo e de educação, e por isso vem impregnada de um olhar
absolutamente intencional que revela quem é o educador quando interpreta os
eventos da cena pedagógica” (p.52).
2) PROBLEMA
Na modalidade a distância, há uma estreita relação entre a
tutoria e a avaliação, as delimitações entre estes são difusas, tornando impossível
ao estudante perceber como está organizado o sistema avaliativo e o processo de
acompanhamento do aprendizado, levando o discente a questionar-se se de fato existe
tal acompanhamento.
3) HIPÓTESE
Como é possível a um curso que se propõe progressista
pautar-se num modelo tradicional, quase arcaico de avaliação como testes ou
apresentação de trabalhos com pontuações, avaliar para classificar, ou pontuar é
uma das mais tradicionais concepções acerca da avaliação escolar; de fato,
desde o período Joanino na educação brasileira os alunos são comparados a
partir de um “score”, de uma tabela, um padrão determinado pelo professor ou
pela instituição, esta avaliação fornece pouca ou nenhuma informação sobre o
conhecimento efetivamente adquirido pelo discente, ou o domínio deste sobre o
conteúdo sua única função é a padronização; o foco não é o real aprendizado,
mas uma tabela programada, repetida inúmeras vezes ao longo dos semestres. Fundamentam
nossa afirmação
o fato da avaliação assumir, frequentemente, o sentido de
premiação ou punição. Essa questão torna-se mais grave na medida que os
privilégios são justificados com base nas diferenças e desigualdades entre os
alunos. Fundamentada na meritocracia (a ideia de que a posição dos indivíduos
na sociedade é consequência do mérito individual), a Avaliação Classificatória
passa a servir à discriminação e à injustiça social (DICIONÁRIO DA EDUCAÇÃO,
2008, s/p.).
4) OBJETIVO
O que buscamos
aqui é determinar se os modelos avaliativos da educação à distância estão em
consonância com o discurso transformador e sóciointegrador da retória que o
sustenta, ou se ao contrário trata-se de uma concepção de ensino tradicional,
conservadora, que prioriza transmissão
do conhecimento calcada na medição do quanto o aluno alcançou dos conteúdos
apresentados ou trabalhos solicitados, e o quanto não conseguiu assimilar no modelo tradicional este medir dá-se via
nota, conceito ou menção.
Numa proposta pedagógica transformadora a IES deveria buscar
privilegiar o processo de construção do conhecimento do discente.
5) JUSTIFICATIVA
Embora indispensável para a sobrevivência financeira e sustentabilidade
da universidade, a padronização das avaliações e pode ser alvo de interesse da
comunidade universitária nos caso do corpo docente. E os tais critérios de avaliação ou pontuação
são construções, demarcados por alguém a partir de sua própria percepção e em
consonância com os interesses da IES que a contratou, facilitam sobremaneira o
trabalho de avaliação da aprendizagem do tutor ou professor no modelo
tradicional de ensino e causa distorções; corrobora tal afirmativa Habermas
(1983), que defende o paradigma da comunicação, a verdadeira objetividade é a
intersubjetividade, isto é, o consenso, no nosso caso, entre os especialistas,
os orientadores e os acadêmicos, sobre os critérios em que se dará o processo
avaliativo; e também a sustentação de Loch (2000):
[...] que avaliar não é dar notas, fazer médias, reprovar ou
aprovar os alunos. Avaliar, numa nova ética, é sim avaliar participativamente
no sentido da construção, da conscientização, busca da auto critica,
auto-conhecimento de todos os envolvidos no ato educativo, investindo na
autonomia, envolvimento, compromisso e emancipação dos sujeitos (p. 31).
6) FUNDAMENTAÇÃO E CONCLUSÕES
A educação tradicional, que mede e classifica, não consegue medir
o profissional totalmente formado, por este motivo foi substituída pelos teóricos
pelos modelos progressistas, construtivistas e interativos. Como é possível então
adotar nas IES um discurso progressista se não utiliza-se parâmetros
progressistas na avaliação; como podemos afirmar que os cursos superiores na
modalidade à distância enfatizam o que foi aprendido, como foi aprendido o que
ficou faltando no processo e aprendizado e por que se a forma de diagnóstico
desta avaliação foram procedimentos pautados em formulários?
Nessa lógica, o erro, a falha não pode ser passível de
punição, pois a própria estrutura da educação está equivocada não integra o aluno
rumo à sua aprendizagem; em uma prática pedagógica emancipadora, consonante com
os modelos construtivistas e progressistas a avaliação investigativa e
processual é destacada, não a avaliação classificatória baseada em um placar.
A avaliação deve antes de tudo investigar os progressos e
dificuldades dos discentes, ou seja a avaliação não pode ser um fim e si mesma,
mas uma ferramenta para alcançar os objetivos propostos pela Instituição, onde
a identificação dos progressos e avanços do aluno leve à alteração de sua
auto-estima, condição indispensável para que o aluno tenha interesse, motivação
na construção do conhecimento e de fato, aprenda. Por outro lado, a
identificação das dificuldades, realizada numa ação dialógica entre professor e
aluno, e as providências para saná-las, garante ao discente a certeza que a
instituição está interessada em seu progresso acadêmico e não apenas nos
valores que recebe.
7) REFERÊNCIAS
BASCKES, Dorimar Daal Bosco, Tese de Mestrado: Avaliação Do
Processo Ensino Aprendizagem: Conceitos E Concepções Disponível em : http://www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/Equipe%20Pedagogica/producao_dorimar.pdf,
acessada em 20/12/2014
DEMO, Pedro. Teoria e Prática da Avaliação Qualitativa.
Temas do 2º Congresso sobre Avaliação na Educação. Curitiba, 2004.
Dicionário da Avaliação. Disponível em http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??%20ID_OBJETO=23967&ID_PAI=23967&AREA=AREA&P=T&id_projeto=27
acesso em 29/10/14
HABERMAS, Jürgen (1983). Conhecimento e Interesse. In:
Habermas, J.; Benjamim, W. et al. Os Pensadores. S. Paulo: Abril Cultural
GHIRALDELLI, Junior P. História da Educação. São Paulo:
Cortez, 1991
LOCH, J. M. de P. Avaliação: uma perspectiva emancipatória.
In: Química na Escola, nº 12, novembro, 2000.
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e
proposições, 14 ed.São Paulo: Cortez, 2002
________Avaliação da
aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador:
Malabares Comunicação e Eventos, 2003 MENGA, L, MEDIANO. Z, Avaliação na Escola
de 1º grau: uma análise sociológica – Campinas, SP: Papirus, 1992.
PRETI, Orestes . Tese defendida: “Avaliação Da Aprendizagem
Em Cursos A Distância: “Delegando Responsabilidade Aos Tutores”?” Núcleo de
Educação Aberta e a Distância (NEAD) – Instituto de Educação – Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT) – Brasil – disponível em http://www.uab.ufmt.br/uploads/pcientifica/avaliacao_aprendizagem.pdf.
Acessada em 03/12/2014
ROMANOWSKI, Joana P.; Wachowicz, Lílian A. (2005). Avaliação
Formativa no Ensino Superior: que referenciass manifestam os professores e os
alunos? In: Anastasiou, Lea das Graças C.; Alves, Leonir P. (Org.). Processos
de Ensinagem na Universidade. 5 ed. Joinville, SC.: UNIVILLE, p. 121-139
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez (1985). Ética. 8 ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira
Este
blog já existe há algum tempo. E frequentemente tenho insistido sobre a
importância da família no processo educacional de jovens e crianças. No
entanto, pouco tenho detalhado sobre o tema. Por conta disso, preciso remediar
esta falha. Já publiquei quase três anos atrás uma postagem sobre como explicar
as usuais críticas ao realismo em mecânica quântica para crianças. E mais
recentemente veiculei um texto sobre como explicar a teoria da
relatividade especial para crianças. Mas agora o tema é mais abrangente: Como
estimular a inteligência desses futuros adultos a partir de elogios.
Para dar suporte às ideias aqui apresentadas, tomo como base um detalhado
e demorado estudo publicado em 2013 no prestigiado periódico Child
Development.
De acordo com a teoria da habilidade incremental, inteligência é algo que pode
ser desenvolvido. Não se trata de uma característica inerente e imutável com a
qual uma pessoa está destinada a viver para sempre. No entanto, o leitor deve
ter muito cuidado com esta visão. Em momento algum se afirma que uma pessoa de
inteligência normal possa se tornar um gênio ou um superdotado. Apenas se
afirma que inteligência pode ser melhorada com estímulos adequados. E um dos
possíveis estímulos é o elogio. Mas como deve ser o elogio, quando se trata de
crianças?
Um elogio da forma "Nossa, como você é inteligente!" é extremamente
inadequado. Isso porque a criança pode se sentir inútil e indefesa diante de
uma futura tarefa difícil. E a tendência é ela desistir da busca por soluções
para problemas mais complexos, justamente porque não quer mais errar. Esta
tendência foi claramente identificada pelos pesquisadores do artigo acima
citado, com efeitos muito negativos a curto e médio prazo.
No entanto, um elogio da forma "Gostei da maneira como você resolveu este
problema" ou "Gostei de ver seu empenho" é um estímulo à
motivação. Esta atitude é a mais recomendável para crianças entre um e três
anos de idade, apresentando reflexos positivos até cinco anos depois.
Ou seja, crianças não devem se sentir intelectualmente superiores. O que elas
precisam é da motivação para se tornarem cada vez melhores. A referência para a
criança, portanto, não é a comparação dela com outras, mas a comparação dela
com ela mesma. O elogio deve exercer influência positiva sobre a criatividade
da criança para encontrar soluções.
Espero que o leitor também perceba que elogios não podem surgir gratuitamente,
sem uma permanente oferta de desafios. Elogio é apenas um dos estímulos. Um
problema a ser resolvido já é outro.
Esta recente descoberta em psicologia cognitiva infantil está em perfeita
sintonia com a visão meramente intuitiva de Terence Tao, matemático
ganhador da Medalha Fields. Segundo ele, para fazer contribuições relevantes em
matemática não há necessidade de ser um gênio. Precisa sim de uma certa
inteligência. Mas também precisa trabalhar duro, conhecer bem sua área
específica de estudos, conhecer outras áreas de estudos, conversar com outros
matemáticos, formular questões e ter muita paciência. O que incrementa
inteligência é a capacidade de encarar desafios, mesmo que eles não sejam
superados.
Para finalizar esta postagem, eu gostaria de recomendar um jogo de tabuleiro
que conheci durante minha infância e que lamentavelmente não vejo mais entre
crianças de hoje. O nome do jogo é Caixa Negra. É um excelente estímulo
para crianças de até dez anos de idade desenvolverem intuições sobre realidades
não visíveis a olho nu. Caixa Negra é uma brincadeira brilhante que sugere a
investigação de mundos invisíveis a partir de seus efeitos sobre o mundo
visível. Espero que o leitor aprecie o valor deste jogo tanto quanto eu.
Com o avanço tecnológico e principalmente a disponibilidade de
tecnologias que permitem o aumento da acessibilidade à internet para população
Brasileira, a Metodologia de Ensino a Distância vem ganhando cada vez mais
espaço no Sistema de Ensino Brasileiro.
Trata-se de um método de ensino, no qual, professores e alunos se relacionam
através do ambiente virtual de aprendizagem (AVAS), que permite a integração
entre o educador e o aluno (a), através da disponibilização de aulas web,
vídeos e material técnico, além de incentivar a prática de pesquisas, através
da consulta on-line de material disponibilizado na web, culminando na efetiva
troca de ideias e conhecimentos entre os envolvidos.
Nessa modalidade os interlocutores principais (Coordenadores,
Professores, Tutores e Alunos), transcendem a prática usual de ensino,
fundamentada no ensino presencial para o ensino virtual. O professor é um
mediador do conhecimento, que orienta o aluno na construção de sua
aprendizagem. Ele recebe o apoio do tutor que também participa dessa prática
pedagógica e o aluno é estimulado a pesquisar abstraindo assim o conhecimento
relacionado à matéria proposta.
Esta prática alternativa de ensino, que contribui em muito para aqueles
que não possuem disponibilidade para frequentar cursos presenciais, está
atualmente recebendo o devido reconhecimento dos órgãos governamentais
fiscalizadores do ensino, das entidades de classes e entidades/sistemas de
ensino particulares. Podemos citar duas características que julgamos serem
relevantes e que são bem quistas pelos que frequentam cursos EAD, a
saber: a flexibilidade de tempo e a diversidade dos meios de aprendizagem,
uma vez que, com o uso da tecnologia e internet pode-se ter acesso aos AVAS, no
momento que for possível e necessário, permitindo ao aluno (a) a organização e
planejamento dos horários nos quais o estudo poderá vir a ser concretizado,
dentro da sua disponibilidade de tempo.
Mas, dentro de todas as estruturas que os cursos a distância fornecem para
aqueles que não podem estar em sala de aula, existem algumas desvantagens,
como, por exemplo, a desvalorização do certificado no mercado de trabalho por
causa do preconceito que existe sobre uma modalidade de ensino considerada por
muitos um atalho ou um facilitador para obtenção do diploma. Na verdade,
frequentar um curso a distância, requer muita disciplina e força de vontade, a
abordagem é centrada no aluno o que lhe permite desempenhar um papel ativo na
sua formação.
Portanto, a educação a distância é uma nova visão de ensino que mudará nosso
futuro.
Ao longo do período regencial, a disputas entre as
tendências políticas promoveram a instalação de um clima instável. De um lado,
os liberais defendiam a concessão de maiores liberdades aos governos locais com
a criação de poderes legislativos e a eleição de assembleias regenciais. Por
outro, os conservadores entendiam que a manutenção de um sistema político
centralizado era pressuposto fundamental para que a unidade territorial e
política fossem seguramente preservadas.
Em meio a essa contenda, os liberais atingiram uma primeira vitória ao
aprovarem o chamado Ato Adicional, em 1834. Pela emenda, as províncias poderiam
organizar as suas próprias assembleias legislativas. Contudo, apenas seis anos
mais tarde, os conservadores deram sua reposta com a Lei Interpretativa do Ato
Adicional. Segundo o novo texto, os direitos das assembleias locais seriam
tolhidos e o Poder Executivo central teria maiores atribuições.
Paralela a essa concorrência política, várias províncias foram palco de
violentas rebeliões que respondiam ao desmando e à crise econômica que se
perfilavam no país. Nesse contexto, ficava mais difícil a sustentação da
hegemonia conservadora nos principais cargos regenciais. Já em 1839, políticos
liberais arquitetaram um movimento defendendo a antecipação da maioridade de
Dom Pedro II, que então possuía apenas quatorze anos de idade.
A intenção dos liberais era a de apoiar a chegada de D. Pedro II ao governo,
aproveitando de sua inexperiência para assumir importantes funções políticas.
No início de 1840, o político liberal Antônio Carlos de Andrada e Silva criou o
chamado Clube da Maioridade. Com o apoio da imprensa, a proposta de antecipação
ganhou as ruas da capital e incitou algumas manifestações de apoio popular.
Para muitos, a imagem jovem e instruída de D. Pedro II representava um
tentativa de ordenação política e social.
O movimento não sofreu oposição dos conservadores, que poderiam ser facilmente
acusados de repúdio ao regime monárquico. Em maio de 1840, um projeto de lei
apresentado à Câmara realizou o pedido de antecipação da maioridade de Dom
Pedro II. No dia 23 de julho, com expressa concordância do jovem monarca, o
fragilizado governo conservador aprovou a medida. Naquele momento, o Segundo
Reinado inaugurou uma das mais extensas fases de nossa história política.
Eis um teste de Filosofia para ensino médio. Das leis da
lógica dialética, que figuram neste teste, são ignoradas pela generalidade dos
autores de manuais escolares e, no entanto, estão contidas virtualmente no programa
de filosofia «Quais são as questões da filosofia?» e «A dimensão discursiva do
trabalho filosófico». Por que razão a grande maioria dos docentes
lecionam aos alunos os princípios da lógica formal (identidade, não contradição
e terceiro excluído) e não leciona as leis da lógica dialética (uno,
devir, contradição principal, etc.) geradas no taoismo, em Heráclito, Hegel,
Marx, Althusser? Porque não sabem lógica dialética, deixando-se
submergir, no seu limitadíssimo saber, pela maré sectária da chamada
filosofia analítica com a sua lógica proposicional.
“Em alguns casos, a
filosofia em ato é ciência em potência e vice-versa”. As percepções empíricas
originam os conceitos mediante a lei do salto qualitativo. É costume dizer que a
metafísica se situa na transcendência, mas as essências, na visão de
Aristóteles, são metafísicas na imanência. »
1) Explique concretamente este texto.
2) Defina determinismo com livre-arbítrio («moderado»),
determinismo sem livre-arbítrio («radical»), indeterminismo (biofísico) sem
livre-arbítrio e fatalismo indeterminista e aplique a estas quatro correntes a lei
da contradição principal, lei que deve também definir.
3) Defina e aplique a lei dialética da luta de
contrários à sua vida pessoal. como estudante adolescente em Beja, e às
matérias da Biologia, da Química, da Matemática, do Português.
4) Relacione, justificando:
A) Proté Ousía, Forma Eterna (Eidos) e Hylé, em Aristóteles,
e lei da tríade.
B) Esfera dos valores espirituais na teoria de Max Scheler, e Mundo do
Mesmo em Platão.
COMENTÁRIOS SOBRE O TESTE DE AVALIAÇÃO
1) Aquilo que hoje é filosofia, isto é,
interpretação especulativa do mundo, em acto, ou seja, na realidade presente, é
ciência em potência, isto é, no futuro previsível. Assim aconteceu com a
filosofia atomista de Demócrito e Leucipo na antiguidade grega: converteu-se em
ciência detalhada nos séculos XIX e XX, desenvolvendo as noções de próton, electrón,
neutron, núcleo, órbitas e outras. Inversamente, uma ciência em acto, como por
exemplo, a vacinação pode vir a reduzir-se a uma mera filosofia no futuro - em
potência - quando se descobrir que a «imunização não existe, é uma tentativa de
falsear a lei biológica de causa-efeito, lei que inclui o fato de que
vírus ou toxinas inoculados no organismo humano prejudicam sempre este criando
anticorpos» (VALE DOIS VALORES). A percepção empírica, isto é, um conjunto de
sensações visuais, auditivas, tácteis, etc. - exemplo: ver uma árvore - origina
o conceito, isto é, a ideia de uma classe de coisas - exemplo: a ideia de
árvore, que se tem de olhos fechados - através da lei do salto de qualidade que
teoriza que a acumulação gradual e lenta, em quantidade, de um certo fator
num fenômeno gera, em dado instante, um salto nítido de qualidade nesse fenômeno:
vejo um pinheiro, depois um sobreiro, depois uma macieira e abstraindo (salto
qualitativo) nasce em mim o conceito ou ideia de árvore (VALE DOIS VALORES).
Diz-se que a metafísica, isto é, o reino das essências (formas) ou entes
invisíveis, impalpáveis, que está além do mundo físico visível e palpável se
situa na transcendência, isto é no Além - no Mundo Inteligível, acima do céu
visível, em Platão - mas Aristóteles sustentou que as essências ou formas
eternas estão inerentes aos objetos físicos (exemplo: a essência cavalo
existe apenas em todos os cavalos físicos, reais) por isso são metafísica
(formas imóveis, além da phisis ou região do movimento) na imanência, isto é,
dentro das coisas físicas.
2) Determinismo com livre-arbítrio (vulgo: determinismo
moderado) é a teoria segundo a qual, na natureza, as mesmas causas produzem
sempre os mesmos efeitos e o homem dispõe de liberdade racional de escolha
(livre-arbítrio). Exemplo: um homem decide, racionalmente, atirar-se do alto de
um avião em páraquedas, sabendo que se sujeita ao determinismo na lei da
gravidade, que o faz cair para a Terra. Determinismo sem livre-arbítrio (vulgo:
determinismo radical) é a teoria segundo a qual, na natureza, as mesmas causas
produzem sempre os mesmos efeitos e o homem não dispõe de liberdade racional de
escolha (livre-arbítrio). Exemplo: movido por uma força irracional, sem
liberdade de escolha, um homem atira-se do alto de um arranha-céus,
sujeitando-se determinismo na lei da gravidade, que o faz cair para a Terra e
morrer esmagado. Indeterminismo sem livre-arbítrio é a teoria
segundo a qual, na natureza, as mesmas causas não produzem sempre os mesmos
efeitos e o homem não dispõe de liberdade racional de escolha
(livre-arbítrio). Exemplo: beber água nem sempre faz funcionar os rins, às
vezes paralisa-os (indeterminismo) e um grupo de pessoas ingere água por motivo
de uma sede abrasadora, sem decisão livre e meditada. Fatalismo indeterminista
é a teoria segundo a qual tudo na vida está predestinado segundo forças do
capricho, incompreensíveis, e os homens não dispõem de livre-arbítrio. Exemplo:
tudo estava e está predestinado, incluindo que Hitler escapasse com
vida no atentado à bomba de 20 de Julho de 1944 e em outros e não há explicação
racional, determinista, para esses «acasos» predestinados. A lei da contradição
principal estabelece que um sistema de múltiplas contradições (em rigor deveria
dizer-se: contrariedades; exemplo: a contrariedade entre a URSS e os EUA, a
contrariedade entre a França e a Espanha, etc.) pode ser reduzido a uma só
grande contradição, formada por dois grandes blocos ou pólos, denominada contradição
principal. Assim, no caso das quatro correntes acima definidas a contradição
principal pode ser a que opõe as correntes deterministas (determinismos com e
sem livre-arbítrio) às correntes indeterministas (indeterminismo sem
livre-arbítrio, fatalismo indeterminista) (VALE CINCO VALORES).
3) A lei dialética da luta de contrários diz que cada ente
ou fenômeno se compõe de um par de contrários que lutam entre si e constituem
uma unidade instável que é a essência e o motor de desenvolvimento desse ente
ou fenômeno. Na vida de estudante, a luta entre a consagração ao estudo das
disciplinas escolares e comparecimento nas aulas, por um lado, e a diversão
extraescolar e faltas às aulas, por outro lado. Na Biologia, a luta entre as
células procariontes, que carecem de membrana nuclear e as células eucarióticas,
que possuem essa membrana, a luta entre assimilação e a desassimilação nos
organismos, a luta entre genótipo e fenótipo. Na Química, a luta entre ácidos e
bases, electrons e protons, metais e não metais. Na Matemática, a luta entre
números negativos e números positivos, entre multiplicação e divisão, etc. No
Português, a oposição entre prosa e poesia, substantivo e adjetivo, voz ativa e
voz passiva.
4) A) A lei da tríade diz que um processo dialético se
divide em três momentos: a tese ou afirmação, a antítese ou negação e a síntese
ou negação da negação, sendo a síntese não a soma das duas anteriores mas um
resumo, um termo intermédio e convertendo-se em tese de um novo processo.
Aplicando à teoria de Aristóteles temos o seguinte: as formas eternas ou eidos
são a tese, a hylé ou matéria-prima universal ( eis uma imagem imperfeita da hylé:
uma espécie de nevoeiro que não existe e espera condensar-se nas formas
eternas) é a antítese e a proté ousía ou substância primeira, coisa individualizada,
é a síntese já que nasce da união do eidos e da hylé
4)
B) A esfera dos valores espirituais em Max Scheler engloba os valores éticos
(bem, mal, justo, injusto), estéticos (belo, feio), filosóficos (verdade,
falsidade) e os valores de referência das ciências empíricas (verdade e
falsidade utilitárias) e do direito (legal, ilegal, etc.). Parte destes valores
figuram no Mundo do Mesmo ou Mundo Inteligível de Platão como arquétipos ou
essências perfeitas e imóveis: o Bem, o Belo, o Justo, o Triângulo, o Círculo,
o Número.
REVOLTAS
EMANCIPACIONISTAS NO BRASIL COLONIAL - RESUMO, CAUSAS, EXEMPLOS
O que foram
As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais
ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados pelo forte anseio de conquistar a
independência do Brasil com relação a Portugal. Estes movimentos possuíam certa
organização política e militar, além de contar com forte sentimento contrário à
dominação colonial.
Causas principais
- Cobrança elevada de impostos de Portugal sobre o Brasil.
- Pacto Colonial - Brasil só podia manter relações
comerciais com Portugal, além de ser impedido de desenvolver indústrias.
- Privilégios que os portugueses tinham na colônia em
relação aos brasileiros.
- Leis injustas, criadas pela coroa portuguesa, que tinham
que ser seguidas pelos brasileiros.
- Falta de autonomia política e jurídica, pois todas as
ordens e leis vinham de Portugal.
- Punições violentas contra os colonos brasileiros que não
seguiam as determinações de Portugal.
- Influência dos ideais do Iluminismo e dos movimentos
separatistas ocorridos em outros países (Independência dos Estados Unidos em
1776 e Revolução Francesa em 1789).
Principais revoltas emancipacionistas:
Conjuração Mineira
Foi um movimento separatista ocorrido na cidade de Vila Rica
(Minas Gerais) no ano de 1789. Teve como principal causa os altos impostos
cobrados sobre o ouro explorado nas regiões das minas e também da criação da
derrama. Teve como líderes intelectuais, poetas, militares, padres e até um
alferes (Tiradentes). Tinha como objetivo, após a independência, implantar o
sistema republicano no Brasil, criar uma nova Constituição e incentivar o
desenvolvimento industrial. O movimento foi denunciado ao governo, que o
reprimiu com violência. Os líderes foram condenados a prisão ou exílio.
Tiradentes foi condenado a morte na forca.
Conjuração Baiana
Foi uma rebelião popular, de caráter separatista, ocorrida
na Bahia em 1798. Teve a participação de pessoas do povo, ex-escravos, médicos,
sapateiros, alfaiates, padres, entre outros segmentos sociais. Teve como causa
principal exploração de Portugal, principalmente no tocante a cobrança elevada
de tributos. Defendiam a liberdade com relação a Portugal, a implantação de um
sistema republicano e liberdade comercial. Após vários motins e saques, a
rebelião foi reprimida pelas forças do governo, sendo que vários revoltosos
foram presos, julgados e condenados.
Revolução Pernambucana
Foi um movimento separatista ocorrido em Pernambuco em
1817. Teve como causas principais a exploração metropolitana e a cobrança de
impostos sobre os colonos brasileiros. Teve a participação da classe média,
populares, padres, militares e membros da elite. Motivados pelos ideais
iluministas (liberdade e igualdade), os revoltosos pretendiam libertar o Brasil
do domínio português e instalar o sistema republicano no país. Assim como os
outros movimentos, foi reprimido fortemente pelas forças militares do governo.
Os líderes foram presos e alguns participantes condenados à morte.
Bibliografia Indicada:
- As rebeliões coloniais (coleção Para conhecer
melhor)
As Capitanias hereditárias foi um sistema de administração territorial criado pelo rei de Portugal, D. João III, em 1534. Este sistema
consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a
administração para particulares (principalmente nobres com relações com a Coroa
Portuguesa).
Este sistema foi criado pelo rei de Portugal com o objetivo
de colonizar o Brasil, evitando assim invasões estrangeiras. Ganharam o nome de
Capitanias Hereditárias, pois eram transmitidas de pai para filho (de forma
hereditária).
Estas pessoas que recebiam a concessão de uma capitania eram
conhecidas como donatários. Tinham como missão colonizar, proteger e
administrar o território. Por outro lado, tinham o direito de explorar os
recursos naturais (madeira, animais, minérios).
O sistema não funcionou muito bem. Apenas as capitanias de
São Vicente e Pernambuco deram certo. Podemos citar como motivos do fracasso: a
grande extensão territorial para administrar (e suas obrigações), falta de
recursos econômicos e os constantes ataques indígenas.
O sistema de Capitanias Hereditárias vigorou até o ano de
1759, quando foi extinto pelo Marquês de Pombal.
Exibido pela TVEscola, a série de vídeos do historiador Bóris Fausto, que por meio de documentos e imagens, traça o panorama político, social e econômico do país desde a era colonial até a atualidade.
Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em Diamantina (MG)
no dia 12 de setembro de 1902, filho de João César de Oliveira e de Júlia
Kubitschek. Ingressou no seminário diocesano em 1914. Aos 15 anos incompletos
concluiu o curso de humanidades, abandonando então o seminário, já que não
sentia vocação para o sacerdócio.
Em 1919 foi trabalhar na Repartição Geral dos Telégrafos.
Exerceu a função de telegrafista até se formar pela Faculdade de Medicina de
Belo Horizonte.
Diplomando-se em dezembro de 1927, foi trabalhar na Clínica
Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia, na capital mineira. Posteriormente
seguiu para Paris com o objetivo de especializar-se em urologia. Ao regressar,
além de reassumir seus empregos em Belo Horizonte, montou seu próprio
consultório. Em 1931 foi nomeado para integrar o corpo de médicos do Hospital
Militar da Força Pública do estado de Minas Gerais. Em dezembro casou-se com
Sara Gomes de Lemos, pertencente a família de grande prestígio no estado.
Com o falecimento súbito de Olegário Maciel em 5 de setembro
de 1933, agitou-se o cenário político mineiro para a escolha de seu sucessor.
Em 12 de dezembro Vargas deu uma solução inesperada ao caso, nomeando Benedito
Valadares interventor federal. Este, ao tomar posse no dia seguinte, convidou
Juscelino para exercer a chefia de seu Gabinete Civil.
No exercício da chefia do Gabinete Civil de Valadares,
Juscelino tornou-se uma espécie de "advogado" das causas de seu
município natal. Em abril de 1934, por influência de Valadares, filiou-se ao
Partido Progressista de Minas Gerais (PP) com o objetivo de concorrer ao cargo
de deputado federal nas eleições de outubro seguinte. Em setembro foi indicado
por Antônio Carlos para ocupar a secretaria do partido.
Realizadas as eleições em outubro, Juscelino foi eleito para
seu praimeiro mandato parlamentar, iniciado em maio de 1935. Ante a necessidade
de permanecer no Rio de Janeiro, então capital da República, licenciou-se do
cargo que ocupava no Hospital Militar, bem como das funções que exercia na
Santa Casa de Misericórdia em Belo Horizonte.
Diante da agitação reinante no cenário político, Vargas, com
o apoio das forças armadas, antecipou o golpe para o dia 10 de novembro de
1937. Fechando nesse dia o Congresso Nacional, instituiu o Estado Novo e
assumiu poderes ditatoriais. Juscelino perdeu seu mandato na Câmara e retornou
à medicina, reassumindo as funções de chefe do Serviço de Urologia do Hospital
Militar em Belo Horizonte. Em fins de 1938 foi promovido a tenente-coronel da
Força Pública e, simultaneamente, nomeado chefe do Serviço de Cirurgia do
Hospital Militar.
Em fevereiro de 1940 foi convidado por Benedito Valadares
para assumir o cargo de prefeito de Belo Horizonte. Durante a entrevista,
negou-se a aceitar a nomeação por não desejar, mais uma vez, afastar-se da
medicina. Entretanto, dois meses depois do convite inicial, tomou conhecimento
de que Valadares mandara publicar no Minas Gerais, órgão oficial do
estado, o decreto de sua nomeação para a prefeitura da capital. Considerando o
fato consumado, Juscelino tomou posse no cargo no dia seguinte.
Embora ocupando o cargo de prefeito, permaneceu na chefia do
Serviço de Cirurgia do Hospital Militar, onde continuou a operar todas as
manhãs, e assumiu ainda a chefia do Serviço de Urologia da Santa Casa de
Misericórdia. Além dessas atividades proporcionava, pessoalmente, assistência
médica a numerosas famílias pobres. Só abandonaria o exercício da medicina no
início de 1945, quando passou a dedicar-se exclusivamente à vida política.
Preocupado em remodelar a cidade de Belo Horizonte,
Juscelino abriu grandes avenidas e dedicou-se às obras de infra-estrutura da cidade,
removendo e ampliando as redes de esgoto e abastecimento de água, além de
construiu o conjunto arquitetônico de Pampulha, um dos maros da moderna
arquitetura brasileira, projetado por Oscar Niemeyer.
Em março de 1945, quando os agrupamentos que dariam origem
aos novos partidos políticos já se organizavam, participou ativamente dos
trabalhos de criação do Partido Social Democrático (PSD), que seria formado
principalmente em torno dos interventores, com o apoio de Vargas. No dia 8 de
outubro reuniu-se em Belo Horizonte a comissão executiva do PSD mineiro com o
objetivo de indicar os candidatos do partido à Assembléia Nacional
Constituinte. Dentre os concorrentes às cadeiras de deputado federal, teve seu
nome lançado.
Com a deposição de Vargas pelas forças armadas em 29 de
outubro, assumiu o poder o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o
ministro José Linhares. Uma de suas primeiras medidas foi substituir os
interventores por representantes do Poder Judiciário e afastar os antigos
prefeitos. Juscelino foi então substituído pelo engenheiro João Gusmán Júnior.
O resultado do pleito de 2 de dezembro de 1945 conferiu
ampla vitória ao PSD tanto no nível estadual como nacional. Dutra conquistou a
presidência da República e Kubitschek foi o segundo candidato mais votado em
seu estado, iniciando o mandato ao se instalar a Constituinte em fevereiro de
1946. Promulgada a nova Carta em setembro de 1946, a Assembléia Constituinte
foi transformada em Congresso ordinário, permanecendo Juscelino no exercício de
seu mandato na Câmara Federal.
A partir de março de 1947 desencadeou franca oposição ao
governo de seu estado. De maio a julho de 1948 viajou aos Estados Unidos e
Canadá. Segundo suas memórias, essa viagem teria exercido grande influência em
suas concepções político-administrativas, por convencê-lo de que o Brasil só
atingiria um pleno desenvolvimento com um processo de industrialização intenso
e diversificado.
Em 20 de julho de 1950, uma comissão executiva do PSD
escolheu Kubitschek para disputar as eleições. Sua candidatura foi finalmente
homologada em 30 de julho, durante a convenção do PSD mineiro. Getúlio Vargas
elegeu-se presidente da República e Juscelino Kubitschek conquistou o governo
mineiro. Em 31 de janeiro de 1951 ambos tomaram posse nos cargos para os quais
haviam sido eleitos.
A base de sua administração seria o binômio energia e
transporte. Tinha como meta prioritária retirar o estado de Minas da posição de
estado agropastoril e lançá-lo na fase da industrialização.
Em fins de 1954 as eleições foram realizadas na data prevista.
Por aquela época já se tornara público que Juscelino pretendia concorrer no ano
seguinte ao pleito presidencial. Em princípios de novembro o PSD decidiu
definitivamente indicar um candidato próprio. O nome de Juscelino se impunha,
quase sem divergências, à consideração da liderança do partido. Entretanto,
além da oposição dos udenistas e de certos setores militares, teria de
enfrentar o problema da sucessão estadual, pois se fosse candidato seria
obrigado a deixar o governo mineiro dez meses antes de expirar o mandato.
Teve sua candidatura homologada pela convenção nacional do
PSD que se reuniu em 10 de fevereiro de 1955. Após o lançamento oficial de sua
candidatura, a movimentação contra as eleições e a favor da intervenção dos
militares tornou-se mais evidente. Juscelino era tido como comprometido com as
forças getulistas destronadas em agosto de 1954.
Em 31 de março desincompatibilizou-se do governo de Minas
Gerais. No dia 4 de abril, em comício realizado em Jataí (GO), assumiu o
compromisso de transferir a capital do país para o planalto Central, caso fosse
eleito. O programa de seu governo, organizado com o auxilio de uma equipe de
técnicos, constituía o famoso Programa de Metas.
No dia 13 de abril o diretório nacional do PSD aceitou a
indicação do PTB para que seu líder, João Goulart, figurasse na chapa de
Juscelino como candidato à vice-presidente. A candidatura de ambos foi
homologada pelo PTB cinco dias depois, durante a convenção nacional do partido.
Garantidas pelas tropas do Exército, em 3 de outubro
realizaram-se as eleições, cuja apuração foi concluída em meados do mês. Logo
após a divulgação dos resultados, a União Democrática Nacional (UDN) e seus
aliados deram início a uma batalha judiciária com o objetivo de anular as
eleições e impedir a proclamação dos candidatos eleitos.
Liderados por Carlos Lacerda, setores udenistas passaram a
pregar abertamente a deflagração de um golpe militar. Na manhã do dia 3 de
novembro, o presidente Café Filho adoeceu repentinamente, transmitindo cinco
dias depois o governo ao seu sucessor legal, o presidente da Câmara, Carlos
Luz. Entretanto, no dia 11 de novembro, o Congresso Nacional, em sessão
especial, aprovou o impedimento de Carlos Luz , dando posse na presidência da
República a Nereu Ramos.
Na madrugada de 22 de novembro o Congresso aprovou o
impedimento de Café Filho, confirmando Nereu Ramos como presidente legal até a
posse de Juscelino, em janeiro do ano seguinte.
Ao assumir a presidência da República em 31 de janeiro de
1956, Juscelino solicitou ao Congresso a abolição do estado de sítio, no que
seria logo atendido. Para imprimir um cunho ainda mais democrático à sua
gestão, também aboliu, no dia seguinte, a censura à imprensa.
Logo no início de seu governo defrontou-se com séria
oposição deflagrada por oficiais da Aeronáutica que, inconformados com sua
posse, pregavam a sua deposição. Entretanto, no dia 29 de fevereiro o levante
já havia sido totalmente debelado. Uma vez encerrado o episódio, Juscelino
enviou ao Congresso um projeto de lei concedendo anistia ampla e irrestrita a
todos os civis e militares que tivessem participado de movimentos políticos ou
militares no período de 10 de novembro de 1955 a 19 de março de 1956.
Em 18 de abril assinou, no aeroporto de Anápolis (GO), a
mensagem a ser enviada ao Congresso, juntamente com o projeto de lei propondo a
transferência da capital da República para o planalto Central. A despeito da
séria resistência por parte da UDN em relação à transferência da capital do
país, o projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional. Em 19 de setembro
Juscelino sancionou a lei que fixava os limites do futuro Distrito Federal e
autorizava o governo a instituir a Companhia Urbanizadora da Nova Capital
(Novacap).
Em fins de 1956, atendendo a reivindicação da Marinha e da
Aeronáutica, autorizou a compra do porta-aviões Minas Gerais, fabricado
na Inglaterra. O fato suscitou grave crise entre as duas armas, pois a Marinha,
apesar dos fortes protestos da Aeronáutica, reivindicava controle da aviação
embarcada no porta-aviões. A questão iria estender-se por governos posteriores,
só sendo resolvida em agosto de 1964 pelo presidente Humberto Castelo Branco,
que garantiu à Aeronáutica a posse das aeronaves embarcadas.
Também no final de 1956, o recrudescimento no cenário
mundial da chamada guerra fria, e o interesse norte-americano em ampliar suas
instalações defensivas contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS), fizeram com que o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) no
Brasil, Ellis Briggs, em nome de seu país, solicitasse permissão ao governo
brasileiro, no sentido de ser instalada em Pernambuco uma estação de
rastreamento de foguetes. Kubitschek submeteu o assunto aos ministros
militares, os quais vetaram o local escolhido, sugerindo o território de
Fernando de Noronha. Em 17 de dezembro foi assinado o acordo que tinha por base
os termos e resoluções do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, de
1947, e do Acordo de Assistência Militar, de 1952.
Em março de 1957, em concurso organizado por Oscar Niemeyer,
foi aprovado o plano-piloto de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa
para a construção de Brasília.
Ainda em 1957 , depois de pleitear empréstimos junto ao
Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), conhecido como Banco Mundial, foi proposto o reatamento
das relações comerciais com a URSS tendo em vista, sobretudo, o interesse na
venda do café. Todavia, o ministro da Guerra, general Lott, opôs-se
resolutamente à medida, alegando motivo de segurança nacional.
Em março de 1958 uma terrível seca assolou o Nordeste.
Devido ao estado de emergência configurado, Kubitschek seguiu, em 17 de abril,
para o interior do Ceará, não só para avaliar a gravidade da situação, como
para visitar as obras do açude de Araras, regressando três dias depois.
Em fins de 1958, contrária à transferência da capital da
República, a UDN tomou iniciativas para adiar o evento. Carlos Lacerda requereu
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que intimava os diretores da
Novacap e todos os empreiteiros das obras a prestarem depoimento alegando
irregularidades na construção de Brasília. Entretanto, as forças que apoiavam o
governo comprometeram-se a adiar a CPI até a inauguração da nova capital.
No dia 17 de junho tornou-se público o rompimento de
Juscelino com o FMI, provocado pela recusa do governo brasileiro em ceder às
exigências do órgão para a concessão de financiamentos. A população do Rio,
representada por suas organizações de classe, compareceu em massa ao Palácio do
Catete em atitude de solidariedade ao presidente, portando faixas e cartazes em
favor do estabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com a União
Soviética e a China Popular.
Em julho, ainda em meio à celeuma decorrente da ruptura do
governo com o FMI, Walter Moreira Sales foi nomeado embaixador do Brasil em
Washington. Ernâni Amaral Peixoto, que exercia essas funções, assumiu o
Ministério da Viação e Obras Públicas em substituição a Lúcio Meira, que
substitui Roberto Campos, exonerado também neste mês da presidência do BNDE.
Diante da tensão reinante no cenário político, no início de
1959 o governo chegou a ameaçar a decretação do estado de sítio. Em março deste
ano o Nordeste foi submetido novamente a uma situação dramática, pelo
desabamento de fortes temporais que ameaçavam a população com enchentes e
inundações.
Em 21 de abril de 1960 Kubitschek declarou inaugurada a nova
capital, Brasília. Durante a primeira reunião ministerial realizada no Palácio
do Planalto, assinou mensagem dirigida ao Congresso, propondo a criação da
Universidade de Brasília (UnB).
Durante a primeira reunião de seu ministério, realizada no
dia 1º de fevereiro de 1956, Juscelino expôs seu plano de governo - o Programa
de Metas - e instituiu o Conselho de Desenvolvimento, órgão controlador da
economia, diretamente subordinado à Presidência, designando para integrá-lo os
ministros de Estado, os chefes dos gabinetes Civil e Militar e os presidentes
do Banco do Brasil (BB) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico
(BNDE).
Em princípios de outubro de 1957, o ministro da Fazenda José
Maria Alkmin compareceu à reunião da junta de governadores do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD), conhecido como Banco Mundial, realizada em Washington.
No intuito de atender às exigências do FMI, Lucas Lopes
elaborou o Plano de Estabilização Monetária (PEM), que estabelecia uma rigorosa
política antiinflacionária. Embora considerasse relevante a adoção dessa
política ante a delicada situação financeira do país, Juscelino mostrou-se intransigente
em relação à liberação das verbas destinadas ao Programa de Metas.
No âmbito econômico, ao assumir a presidência Juscelino
herdou a difícil situação dos governos Vargas e Café Filho. A superprodução do
café, os déficits do Tesouro e perda do poder de compra das exportações
formavam na época, segundo analisou o economista Carlos Lessa, um "quadro
impressionante de desequilíbrios econômicos".
Embora a economia acusasse instabilidade e crescente
inflação, o ministro da Fazenda, José Maria Alkmin, propôs-se basicamente a
impedir que os desequilíbrios tomassem vulto a ponto de comprometer o êxito do
programa desenvolvimentista de Kubitschek.
O Programa de Metas, destinado sobretudo a promover o
desenvolvimento acelerando o processo de industrialização, teve vários de seus
objetivos consideravelmente ultrapassados em relação aos previamente
estipulados. Para a implementação desse programa foram criados grupos de
trabalho subordinados ao Conselho de Desenvolvimento.
Além dos estímulos permitidos pela legislação que favorecia
a entrada de capital estrangeiro, o governo dispunha de outra importante fonte
para angariar recursos. Através do BNDE assegurava o acesso a créditos do
exterior aos empresários, que assumiam a co-responsabilidade pela liquidação do
débito. A grande entrada de capital estrangeiro foi, no entanto, a principal
fonte de oposição à política econômica de Juscelino, notadamente por parte da
esquerda. De um lado, o mecanismo de proteção às manufaturas de origem nacional
obrigava as empresas norte-americanas a investir diretamente no Brasil, a fim
de não perderem o mercado. Do outro, o governo concedia isenções e privilégios,
permitindo que aquelas empresas importassem bens de produção, sem cobertura
cambial, enquanto negava o mesmo direito às brasileiras.
Como a participação inicial do capital norte-americano para
a execução do Plano de Metas era irrisória, o processo de aceleração industrial
encontrou viabilidade na entrada de capitais europeus e japoneses. Entretanto,
a entrada destes capitais, notadamente do alemão, fortaleceu no Brasil a área
de resistência aos Estados Unidos, ao mesmo tempo que impeliu este país a
incrementar os investimentos na indústria brasileira para manter e consolidar
sua hegemonia.
O complexo Plano de Estabilização Monetária (Pem) envolvia
sérias providências corretivas nos setores da moeda, do crédito, das finanças
públicas e salários e do balanço de pagamentos. Diante da difícil situação
financeira do país, ao ser discutido no Congresso, o Pem sofreu inúmeros cortes
e modificações. A solução encontrada foi a sustentação do plano, com as emendas
introduzidas e a simultânea concessão de um "abono de emergência" ao funcionalismo
civil e militar da União.
Enquanto aguardava a decisão do Congresso, Lucas Lopes, com
o objetivo de minorar os efeitos da crise financeira, tomou medidas corretivas,
comprimindo as despesas, controlando com rigor a política de liberação de verbas,
sustando a execução de obras consideradas adiáveis e alterando substancialmente
o nível das taxas de câmbio.
Em represália ao pouco interesse demonstrado pelos EUA em
empreender um programa de assistência ao Brasil e aos outros países da América
Latina, em novembro de 1958, Juscelino manifestou-se publicamente pelo
reatamento das relações comerciais com a União Soviética e outros países
socialistas, sob aplausos de líderes sindicais que compareceram ao Catete.
Em 1959, quando o Pem entrou em execução, determinando uma
vertiginosa elevação dos preços, ocorreu forte reação popular em oposição às
medidas implementadas. Entretanto, como essa política de estabilização foi
considerada insatisfatória pelo FMI, Lucas Lopes seguiu para os EUA, assumindo
o compromisso, junto às autoridades daquele órgão, de ampliar as medidas
corretivas do Pem.
Embora o FMI aceitasse a contraproposta do Brasil, os
jornais ligados a esse organismo desencadearam uma campanha de descrédito
contra a economia brasileira. Tendo Lucas Lopes adoecido repentinamente,
Juscelino decidiu conduzir as negociações com o FMI. Assim, ao se iniciar o mês
de junho de 1959, Juscelino teve que optar por uma atitude a ser assumida pelo
governo: ou submeteria o país às condições exigidas pelo FMI ou romperia com
aquela entidade. Decidido a dar prosseguimento ao programa desenvolvimentista,
optou pela ruptura com o FMI.
A política econômica do governo Kubitschek teria fortes
repercussões sobre o processo de sucessão presidencial. Nas eleições realizadas
em 3 de outubro de 1960, o candidato apoiado pela UDN, Jânio Quadros, obteve
esmagadora vitória, apesar da reeleição de João Goulart à vice-presidência da
República. Em 31 de janeiro de 1961, Kubitschek transmitiu o poder a Jânio
Quadros. Nas eleições extraordinárias realizadas em 4 de junho de 1961,
Juscelino elegeu-se senador por Goiás na legenda do PSD.
Em 31 de março de 1964 eclodiu o movimento militar que depôs
Goulart. No dia 7 de daquele mês, Juscelino, em encontro proposto por Castelo
Branco, manteve com este conversações acerca do problema sucessório. Ante o
declarado interesse de Castelo Branco em concorrer às eleições presidenciais,
apoiou essa pretensão. No dia 9 de abril, o Comando Supremo da Revolução
promulgou o Ato Institucional Nº 1 (AI-1), que determinava a eleição dois dias
depois, pelo Congresso Nacional, do presidente da República, que exerceria o
poder até 31 de janeiro de 1966, quando seria empossado seu sucessor a ser
eleito pelo sufrágio popular. O AI-1 também outorgava ao chefe do Executivo o
poder de cassar mandatos parlamentares e suspender direitos políticos.
Em 3 de junho de 1964, Costa e Silva formulou o pedido de
cassação de Juscelino. Enquanto o processo caminhava o PSD procurou sustá-lo.
Em 8 de junho de 1964, porém, foi assinado o ato - divulgado dois dias depois -
que cassava o mandato de Juscelino e suspendia seus direitos por dez anos,
provocando a imediata decisão do PSD de retirar-se do bloco parlamentar de
apoio ao presidente Castelo Branco.
Decidindo exilar-se, Juscelino seguiu para a Europa no dia
14 daquele mês. Em 4 de outubro de 1965, após longa permanência na Europa,
parte na França e parte em Portugal, voltou ao Brasil, contrariando a direção
do PSD e sendo recebido em meio a grande manifestação por parte de seus correligionários.
Em face da sucessão de inquéritos policiais-militares
perante os quais foi convocado para prestar depoimento, Juscelino decidiu
ausentar-se de novo do país. Só retornaria ao Brasil em junho de 1966, quando
foi autorizado pelo governo a permanecer no país por 72 horas a fim de assistir
aos funerais de sua irmã.
Em setembro de 1966 a imprensa divulgou a constituição de
uma frente política - a Frente Ampla - que reunia Lacerda, seu principal
articulador, Kubitschek e Goulart.
Em março de 1967, já estando Costa e Silva na presidência,
foi por várias vezes noticiado o lançamento de um manifesto da Frente Ampla. Em
maio Juscelino retornou definitivamente ao Brasil, fixando residência no Rio de
Janeiro. Embora tivesse obtido do governo a garantia de plena liberdade de
movimento, foi advertido de que estaria sujeito a prestar depoimentos nos
inquéritos em que estivesse envolvido. Ainda em 1967, Juscelino assumiu o cargo
de diretor-presidente do conselho administrativo do Banco Denasa de
Investimento, de cuja organização participara.
O agravamento da situação política levou o governo a um
enrijecimento de suas posições, extingüindo a Frente Ampla no dia 5 de abril de
1968. Com a extinção do movimento, Juscelino abandonou definitivamente o
cenário político, dedicando-se à área empresarial.
Em junho de 1974 foi eleito membro da Academia Mineira de
Letras. Em 18 de junho de 1976 recebeu o troféu "Juca Pato" conferido
pela União Brasileira de Escritores, em São Paulo, por ter sido eleito o
intelectual do ano de 1975. Por essa época, abandonou suas funções junto ao
Banco Denasa, passando a dedicar-se à administração da fazenda que possuía em
Luziânia (GO). Em 22 de agosto de 1976 faleceu, vítima de desastre sofrido na
via Dutra, nas proximidades de Resende (RJ).
Em abril de 1980, teve início em Brasília a construção de um
monumento em homenagem a Juscelino - O Memorial JK - projetado pelo arquiteto
Oscar Niemeyer. Em 12 de setembro, dia em que JK completaria 79 anos, dona Sara
e o presidente João Batista Figueiredo inauguraram o Memorial JK, no qual seria
instalado um museu e uma biblioteca.
[Fonte: Dicionário
Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma
tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na
então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a
execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História
do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a
opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de
Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e
impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que
prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de
1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de
indústrias fabris em território brasileiro.
Causas
Neste período, era grande a extração de ouro,
principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro
deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava
nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter
pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a
força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas
minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta
época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região
de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano
para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências,
soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences
até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito
grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que
queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país.
Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e
donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do
iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva
para o problema: a conquista da independência do Brasil.
Os Inconfidentes
Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier,
conhecido por Tiradentes (saiba mais sobre ele) era formado pelos poetas Tomas
Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga,
o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo
era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo
republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía
uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova
bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo
branco, com a inscrição em latim : Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda
que Tardia).
Conseqüências
A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de
resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos,
e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira
idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.
Curiosidades
Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta
em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos
dias.
Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à
Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a
lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou
cinco badaladas.
A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado
para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os
seus descendentes.
Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como
alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode.
Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos,
tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação
de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o
cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.
Professor, o grande agente do processo educacional! Por mais
que haja investimentos em equipamentos, bibliotecas, laboratórios, quadras
esportivas - sem negar a importância dessas ferramentas-, tudo isso não passa
de aspectos materiais se comparados à importância do professor.
Jamais as mudanças aconteceram de forma tão
rápida, a tecnologia avançou de forma assustadora. Há quem acredite que o
computador irá substituir o professor, que nesta era, em que temos acesso às
informações de muitas maneiras , o professor perderá sua importância. No
entanto, sabemos que a máquina nunca substituirá o professor, pois, por mais
evoluída que seja, essa nunca será capaz de transmitir afeto e de passar
emoção, o que é essencial para uma educação adequada. Isso é um privilégio
humano.
Educar é muito mais do que repassar informações ou mostrar
caminhos a trilhar, que o professor sabe ser o correto. É ajudar o
educando a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da
sociedade em que vive, bem como de seu papel dentro
dela. É saber aceitar-se como pessoa e, principalmente, aceitar o outro com
seus defeitos e qualidades. É, também,
oferecer diversas ferramentas para que o indivíduo escolha o
seu próprio caminho, entre muitos. Determinar aquele que for compatível com
seus valores, com sua visão de mundo e com as circunstâncias
adversas que cada um irá enfrentar. O professor é, sem dúvida, a peça mestra
nesse processo, devendo ser reconhecido como elemento essencial e
fundamental. Porém, não é o único responsável pelo sucesso ou insucesso do
aluno.
No processo educativo é necessário que algo mais permeie a
relação aluno-professor: a afetividade, uma relação mais estreita entre o
educando e o educador. A afetividade ocupa um papel de suma importância no
processo ensino-aprendizagem, pois acredita-se que a interação afetiva
auxilia mais na compreensão e na modificação das
pessoas do que um raciocínio brilhante, repassado mecanicamente. Assim como o
aluno precisa aprender a ser feliz e descobrir o prazer de aprender, nós
educadores temos o dever de transmitir tal felicidade para que contagiemos os
nossos educandos. Se a criança não é feliz em casa, a escola é o melhor lugar
para mostrar a ela que a felicidade existe para quem acredita nela. Se ela não
tem afeto e carinho, porque não mostrarmos à criança o quanto é bom um afeto?
Podemos perceber que em muitas unidades escolares a
preocupação com o conteúdo curricular não deixa espaço para o aprimoramento das
relações, sendo o aluno visto como objeto de aprendizado, ou seja, um “lugar”
onde as informações devem ser depositadas. Sem dúvida, o conteúdo curricular é
imprescindível para uma boa formação, todavia, precisamos quebrar os paradigmas
e pensar na criança e no jovem como um todo, um todo formado de emoções, sensações
e amor. Por isso, é necessário que deixemos de passar apenas os conteúdos e
passemos a pensar no ser humano e no seu bem-estar, psicológico, físico e
cognitivo.
O magistério não é uma atividade fácil de desempenhar, pois,
conforme exposto acima, educar é projetar muito do mestre, é deixar para os
alunos herança valiosa, perpetuada nos valiosos exemplos. Nesse aspecto, o
professor torna-se responsável, em parte, pelas diretrizes da vida dos
alunos, visto que a educação é o princípio, o meio e o fim do crescimento
humano.
Sendo o educador um profissional que vai participar da
formação do aluno desde sua primeira infância, ele deve ter equilíbrio
emocional, de forma a não levar para a sala de aula seus problemas, ainda que
esses sejam de ordem pessoal ou, os que a própria sociedade, injustamente,
impõe-lhes, como é o caso dos baixos salários.
Sabe-se que a dificuldade financeira é um obstáculo para a
maior parte dos professores deste país, porém essa é uma questão que deve ser
discutida fora da sala de aula. Essa categoria vem sendo tratada com
desrespeito pela grande maioria dos administradores públicos do país.
Entretanto, isso não pode ser desculpa para a acomodação, para a negligência ou
para a impaciência, pois afinal o aluno merece todo nosso amor e
consideração.
Gabriel Chalita (2004), em seu livro Educação: a solução
está no afeto, salienta que “não há destino; cada um constrói sua história, e
da ação humana depende o resultado de cada empreendimento. Para isso, é preciso
que o indivíduo se angustie para a tomada de decisão, e essa angústia será
bem-vinda se for fruto de uma profunda reflexão.”
Diante desses aspectos, parabenizo todos os colegas docentes
pelo seu dia e convido-os a refletir sobre a necessidade de estarmos unidos
para a valorização do magistério é condição sine qua non para a
melhoria desse setor tão estratégico para o desenvolvimento do país.
As
relações interpessoais entre professor/aluno no cotidiano, em sala de aula, nem
sempre são as ideais. Há variados fatores que influencia este relacionamento,
pois, cada um é um ser distinto e único, com costumes e culturas
diferenciadas nas questões morais e disciplinares.
Assim
para que esta relação seja efetiva, deve existir uma interação entre professor-
alunos e a instituição de ensino. Além disso, esta relação tem que ser pautada
no respeito mútuo, na vontade de ensinar e de aprender, na participação de
todos, com autonomia e responsabilidade.
Observado
através do comportamento dos acadêmicos o professor posiciona sua
"estratégia" metodológica para que este relacionamento seja o mais
favorável para ambos.
O
ambiente acadêmico deve favorecer a ocorrência da interação social dos alunos e
o professor no ato de mediar e construir conhecimentos. A qualidade da
relação professor-aluno não depende do contexto didático, técnico-pedagógico ou
ainda, da instituição educacional.
Segundo
citação de Abreu e Masetto (1997, p.113), também reforçada por Roncaglio (2004,
p. 1): "o professor e o aluno interagindo forma o cerne do processo
educativo, sabendo que essa prática é eficaz para que o aluno desenvolva um
comunicativo-facilitador de aprendizagem".
Sendo
assim e por achar que as relações interpessoais são relevantes para o ensino e
para a aprendizagem que se definiu como objetivo central deste estudo
identificar a relação professor/aluno no ensino superior.
Evidencia-se
que as novas tecnologias são excelentes ferramentas para aprendizagem, mas não
pode substituir o docente, mesmo possibilitando fácil acesso as informações. O
docente deve estar preparado para sanar dúvidas e dar sustentáculo para os
alunos, intelectualmente e psicologicamente.
Para
que o objetivo seja atingido, fez-se necessária a metodologia de pesquisa
bibliográfica fundamentada em autores consagrados relacionados ao tema.
O
COTIDIANO NA UNIVERSIDADE
A
Universidade como qualquer outra instituição, deve deixar clara e evidenciada
sua função social, pois assim não haverá tantos enganos e desencontros que a
afastem de seus intuitos e objetivos.
Sendo
assim tomar-se-á como base o que tem atravancado, nos dias atuais, esta
variação, ou seja: a relação entre professor/aluno; o ensino/aprendizagem; e o
respeito/indisciplina.
O
professor que é comprometido com ato de ensinar deve planejar estudar e até
experimentar suas aulas para, de antemão, garantir o mínimo de sucesso. Segundo
Mascellani (1980, p.128 apud MENDONÇA et al., 2014, p. 8),
O
educador que não se organiza de modo satisfatório para questionar as condições
dentro das quais vive [...] não conseguirá sequer ter comportamentos autênticos
diante daqueles que deve educar, ou, pelo menos, diante dos alunos que estão
colocados diante de si, destinatários de sua ação educativa.
O
professor não é o que transmite conteúdo e sim o que é questionado e
questionado, interagindo e refletindo junto com os acadêmicos. Assim como Paulo
Freire (1993, p.43) insiste "na reflexão crítica sobre a
prática", onde a reflexão é voltada para a prática pedagógica. Como seria
o conviver e aprender na escola? Seria de um modo condicionado?
É
preciso que as aulas sejam significativas para que a relação ensino
aprendizagem ocorra efetivamente e se concretize. Neste sentido, Freire (1996,
p.16) indica que:
Ensinar
exige respeito aos saberes dos educados. Por isso mesmo pensar certo para o
autor, coloca ao professor ou, mais amplamente, a escola, o dever de não só
respeitar os saberes com que os educados, sobretudo os das classes populares,
chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária.
Sabe-se
que a sala de aula não pode ser exclusivamente um lugar de transmissão teórica,
mas inclusive de conquista de valores e de comportamentos sociais, para que as
relações estabelecidas entre professores e universitários tornem-se
decisivo no processo pedagógico, de acordo, inclusive com os ideais de Freire
(1996).
A
inteiração professor- universitário pode tanto ser positiva como negativa, pois
professor- universitário formam um par complementar complexo e dinâmico. è
preciso investir tanto no universitário quanto no professor para que cada um
não se transforme em um problema, onde sempre o maior prejudicado será sempre o
universitário.
Aluno
em interação com próprios colegas e com professores requer ambiente agradável e
fecunda gestão democrática, supondo acordo, negociação e administração de
conflitos, aprender com o outro numa perspectiva de cooperação e colaboração,
sem dependência encaminhada para autonomia intelectual, desenvolvendo
pensamento reflexivo.
Que
a função do professor de ensinar e de aprender, não seja somente aulas
expositivas, não podendo deixar distanciamento nas relações interpessoais,
medir a aprendizagem e ao mesmo tempo estar interagindo com o outro. É
importante a interação entre sujeito, objeto e a interatividade como processo
sócio individual de aprendizagem. (VIGOTSKY e COLE, 1998).
O
professor universitário também deve promover a interação com os outros seus
alunos para facilitar a construção do conhecimento do graduando.
Lucena
(2003) apresenta uma sugestão no processo interativo: oferecer desafios
variados aos alunos, propor questionamentos e atividades desafiadoras, trabalhar
em grupo, levando em consideração a zona de desenvolvimento proximal.
Sendo
assim e por achar que a relação interpessoal é relevante para o
ensino/aprendizagem especificamente a relação professor/aluno e aluno/aluno é
que a educação deve pautar seu ensinamento dentro de uma política humanitária e
igualitária potencializando um dos pilares da educação aprender a conviver.
(GADOTTI, 1992).
É
fato que cada profissional deve conhecer seus alunos e ter uma relação de
amizade e também de autoridade, porém o diálogo sempre será o mais sensato a se
fazer continuadamente. Portanto a harmonia, o bom senso, a amizade e a
cumplicidade será de longe um bom princípio para a relação professor/aluno
universitário e vice-versa, tendo em vista o bom relacionamento entre ambos.
Neste sentido Gadotti (1992, p.2), nos ensina que,
Para
por em prática o diálogo, o educador não pode colocar-se na posição ingênua de
quem se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posição
humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto não é um
homem "perdido", fora da realidade, mas alguém que tem toda a
experiência de vida e por isso também é portador de um saber.
Para
ampliar o conceito de ensinagem, Anastasiou (1998) faz uma diferenciação
entre o conceito de ‘aprender' e ‘apreender'. Para a autora ‘aprender'
significa "tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber a
informação" (ANASTASIOU, 1998, p.14) e ‘apreender' significa "segurar,
prender, pegar, assimilar, entender, compreender e agarrar".(ANASTASIOU,
1998, p.14).
FORMAÇÃO
DE PROFESSORES E A RELAÇÃO COM ALUNOS
Segundo
Louro (1997) e Bolzan (2002), durante muitos anos acreditou-se que instituição
possuía o poder em relação aos conhecimentos, tornando-o o único caminho
possível para a aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo. Além disso,
proporcionava aos seus frequentadores um destaque social inegável e um
reconhecimento que legitimava suas práticas. Esta se baseava na transmissão de
conteúdo intelectual formal, por meio do uso de práticas docentes mecânicas que
repetiam o que os livros diziam, não permitindo a participação e envolvimento
de seus alunos por considerar o sujeito desprovido de qualquer tipo de
conhecimento que pudesse ser valorizado.
Porém
com o passar do tempo, segundo Louro (1997), vários estudos começaram a ser
realizados, abrindo espaços dentro das instituições para práticas que valorizam
o aluno e exige dos professores a tomada de consciência sobre o processo de
ensinar e aprender, oferecendo a toda comunidade escolar e a sociedade, uma
formação mais crítica.
Para
o mesmo autor, nesse sentido, assumindo-se professor reflexivo, ele conquista
autonomia no seu fazer, pois ele fica sujeito a imposições fora de sua aula,
passando a agir de forma consciente e de acordo com a realidade na qual está
inserido. (LOURO, 1997).
Assim,
levando essas concepções para as instituições de Ensino superior que é o foco
de estudo, vemos a reflexão como fator de fundamental importância na atuação da
prática universitária.
De
acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), o magistério na
educação superior deve ser exercido prioritariamente, por pessoas com titulo de
mestre ou doutor.(BRASIL, 1996). No entanto, os cursos de pós-graduação Stricto Sensu usualmente oferecem
mais disciplinas que visam à formação do pesquisador, com numero mais limitado
de matérias voltadas para a docência. E isso acontece a despeito de o Plano
Nacional de Pós Graduação (PNPG) incluir, entre os objetivos da pós-graduação a
capacitação de docentes para as instituições de educação superior (BRASIL,
2011-2020).
Assim,
a formação dos professores universitários é uma preocupação atual e real,
já que estes têm apresentado em seus resultados, mediante os formandos e em
suas práticas acadêmicas, despreparo para formar profissionais, o que interfere
diretamente na qualidade da Educação.
Uma
das maiores dificuldades no ensino superior é que muitos professores
universitários nunca tiveram práticas docentes em instituições além da própria
universidade, segundo Behrens (2002 apud NEUENFELDT, 2014).
Portanto
uma aula bem pensada, bem realizada com certeza chamará a atenção dos alunos,
pois será ele mesmo o agente de sua aprendizagem, assim esta relação deverá
estar pautada na confiança e respeito mútuo, onde a cumplicidade será um
elemento a mais para garantir o ensino/aprendizagem.
ASPECTOS
COGNOSCITIVOS DA INTERAÇÃO
O
professor deverá estar inteirado das teorias para que sua prática seja
efetivada com sucesso, pois se assim não for o mesmo não conseguirá atingir sua
meta, planejar é importante e necessário. (NEUENFELDT, 2014).
O
aluno não aprende por partes e depois vai adicionando umas sobre as outras, a
aprendizagem ocorre quando o aluno é instigado a pensar sobre a problemática
refletindo sobre suas conclusões validando ou não suas respostas. Neste
sentido, Libâneo (1994, p.250) afirma que,
O
professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve
os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a
expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As
respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação
do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos.
Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.
Assim
é importante ressaltar que a interação entre aluno/aluno, aluno/professor é de
suma importância, pois é através da troca com o outro que ocorre efetivamente
aprendizagem. Sendo assim o aluno universitário irá progredir em sua
aprendizagem a partir do estudo em grupo, trocando, testando, errando e
acertando.A troca de informações e de ideias faz parte da aprendizagem, pois há
alunos que conseguem aprender melhor com uma conversa informal com os amigos do
que em sala de aula com o auxilio do professor.
Mesmo
não sendo este momento o mesmo para todos, o que realmente importa é que ele
ocorra, em todos os segmentos da vida e não somente na escola, de acordo com os
ideais de Freire (1996, p.95), que confirma: "[...] o fundamental é que
professor e alunos saibam que a postura deles é dialógica, aberta, curiosa,
indagadora e não apassivada, enquanto falam ou enquanto ouvem".
Afinal
o diálogo é uma ferramenta da humanidade para se chegar a um denominador comum,
é com esta arma que podemos criticar e ser criticado, aprender e ensinar.
Os
aspectos sócios emocionais se referem aos vínculos afetivos existentes entre
professor e alunos, como também a forma de se portar e estar em sala de aula,
pois a disciplina não deve ser imposta, mas conquistada. Elias (1996, p.99),
confirma: "[...] é por intermédio das modificações comportamentais da área
afetiva que a escola pode contribuir para a fixação dos valores e dos ideais
que a justificam como instituição social".
As
relações afetivas devem ser cultivadas para o bom andamento da escola e para o
relacionamento entre as pessoas, pois valores são passados através desta boa
convivência. Cabe ao professor fazer a ponte para as relações, tendo em visto o
benefício que trará para a aprendizagem, porém as especificidades de cada um,
bem como, cultura, regionalismo, deve ser respeitada.
Conviver
bem não é tão fácil assim, contudo se tivermos o bom senso, a vontade política
e a tolerância, poderão coexistir.
Enfim
viver bem é um exercício social, quando se tem amigos é mais fácil passar por
certas situações diferentemente daqueles que ficam sozinhos em seu mundo
levando-o a uma depressão e isolamento.
Assim
o professor deve manter sua autoridade, de forma que a autoridade não deve ser
confundida com repressão ou qualquer posição que leve a denegrir a imagem tanto
do professor como a do aluno.
Vale
lembrar, a tecnologia deve deixar espaço para o universitário construir seu
próprio conhecimento, sem se preocupar em repassar conceitos prontos, o que
frequentemente ocorre na prática tradicional sendo que a mesma auxilia o aluno
na construção de seu próprio conhecimento.
As
tecnologias de comunicação (TICs) não mudam necessariamente a relação pedagógica,
elas apenas enriquecem as aulas. É inegável que as tecnologias abrem portas
para a informação de forma mais acelerada e permitem uma nova tendência frente
ao Ensino Superior. Possibilita que alunos exponham ideias além das
"paredes" das salas de aula, pesquisem conteúdos juntamente com
outros acadêmicos de outras localidades e o mesmo ocorre com professores junto
à pesquisa e compartilhamento de informações.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Ao
terminarmos este estudo pudemos perceber o quanto é importante e favorável a
interação de afeto com o outro, pois assim inicia-se uma relação de
cumplicidade e confiança.
Assim,
com este estudo espera-se contribuir para que nós professores tenhamos que pensar
e repensar nesta relação de amor e afetividade e qual relação que se mantêm com
a mesma a partir do momento que fazemos parte do processo do
ensino/aprendizagem universitário.
Podemos
concluir que, criar condições favoráveis para os profissionais mediarem seus
conhecimentos onde os alunos possam interagir debatendo, discutindo as
situações vivenciadas no cotidiano escolar é o que se faz mister para
o melhor relacionamento professor-aluno universitário, melhorando, inclusive a
qualidade na educação.
REFERÊNCIAS
ABREU,
M. C.; MASETTO, M. T. O Professor
Universitário Em Aula: Prática E Princípios Teóricos. 11.ed. São Paulo: MG
Ed. Associados, 1997.
ANASTASIOU,
L. das G. Metodologia Do Ensino
Superior. Curitiba: IBPEX, 1998.
BOLZAN,
Dóris. Formação De Professores:
Compartilhando E Reconstruindo Conhecimentos. Porto Alegre: Mediação, 2002.
BRASIL,
Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília:
MEC, 1996
BRASIL. Plano Nacional de Pós Graduação (PNPG),
2011-2020. Disponível em:. Acesso em Curriculomais.educacao.sp.gov.br: 10 jun.
2014.
ELIAS,
Marisa Del Cioppo. Pedagogia Freinet
- Teoria e Prática. São Paulo: Papirus, 1996.
FREIRE.
P. Professora Sim, Tia Não: Cartas
A Quem Ousa Ensinar. 2 ed. São Paulo: Olho d'água, 1993.
FREIRE.
P. Pedagogia Da Autonomia: Saberes
Necessários À Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI,
Moacir. Escola Cidadã: Uma Aula
Sobre A Autonomia Da Escola. São Paulo, Cortez, 1992.
LIBÂNEO,
José Carlos; Didática; São
Paulo, Cortez, 1994
LOURO,
Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade
E Educação: Uma Perspectiva Pós-Estruturalista. 7 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1997.
LUCENA,
B. O Design No E-Learning.
[s.d.]. 2003. Disponível em: Curriculomais.educacao.sp.gov.br. .Acesso em: 10
jun. 2014
MASCELLANI,
M. Quem Educa O Educador. In:
Revista Educação e Sociedade, ano II, nº 7, set. 1980.
MENDONÇA
et al. Orientação De Monografias Na
Educação A Distância. 2014. Disponível em: Curriculomais.educacao.sp.gov.br.
Acesso em: 10 jun. 2014
NEUENFELDT,
Manuelli Cerolini. Formação De
Professores Para O Ensino Superior: Reflexões Sobre A Docência Orientada. Disponível
em:. Curriculomais.educacao.sp.gov.br Acesso em: 10 jun. 2014
RONCAGLIO,
Sônia Maria. A Relação
Professor-Aluno Na Educação Superior: A Influência Da Gestão Educacional.
Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 24, n. 2, 2004 .
VIGOTSKY,
L. S.; COLE, M. A Formação Social
Da Mente: O Desenvolvimento Dos Processos Psicológicos Superiores. 6. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1998