Professor, o grande agente do processo educacional! Por mais
que haja investimentos em equipamentos, bibliotecas, laboratórios, quadras
esportivas - sem negar a importância dessas ferramentas-, tudo isso não passa
de aspectos materiais se comparados à importância do professor.
Jamais as mudanças aconteceram de forma tão
rápida, a tecnologia avançou de forma assustadora. Há quem acredite que o
computador irá substituir o professor, que nesta era, em que temos acesso às
informações de muitas maneiras , o professor perderá sua importância. No
entanto, sabemos que a máquina nunca substituirá o professor, pois, por mais
evoluída que seja, essa nunca será capaz de transmitir afeto e de passar
emoção, o que é essencial para uma educação adequada. Isso é um privilégio
humano.
Educar é muito mais do que repassar informações ou mostrar
caminhos a trilhar, que o professor sabe ser o correto. É ajudar o
educando a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da
sociedade em que vive, bem como de seu papel dentro
dela. É saber aceitar-se como pessoa e, principalmente, aceitar o outro com
seus defeitos e qualidades. É, também,
oferecer diversas ferramentas para que o indivíduo escolha o
seu próprio caminho, entre muitos. Determinar aquele que for compatível com
seus valores, com sua visão de mundo e com as circunstâncias
adversas que cada um irá enfrentar. O professor é, sem dúvida, a peça mestra
nesse processo, devendo ser reconhecido como elemento essencial e
fundamental. Porém, não é o único responsável pelo sucesso ou insucesso do
aluno.
No processo educativo é necessário que algo mais permeie a
relação aluno-professor: a afetividade, uma relação mais estreita entre o
educando e o educador. A afetividade ocupa um papel de suma importância no
processo ensino-aprendizagem, pois acredita-se que a interação afetiva
auxilia mais na compreensão e na modificação das
pessoas do que um raciocínio brilhante, repassado mecanicamente. Assim como o
aluno precisa aprender a ser feliz e descobrir o prazer de aprender, nós
educadores temos o dever de transmitir tal felicidade para que contagiemos os
nossos educandos. Se a criança não é feliz em casa, a escola é o melhor lugar
para mostrar a ela que a felicidade existe para quem acredita nela. Se ela não
tem afeto e carinho, porque não mostrarmos à criança o quanto é bom um afeto?
Podemos perceber que em muitas unidades escolares a
preocupação com o conteúdo curricular não deixa espaço para o aprimoramento das
relações, sendo o aluno visto como objeto de aprendizado, ou seja, um “lugar”
onde as informações devem ser depositadas. Sem dúvida, o conteúdo curricular é
imprescindível para uma boa formação, todavia, precisamos quebrar os paradigmas
e pensar na criança e no jovem como um todo, um todo formado de emoções, sensações
e amor. Por isso, é necessário que deixemos de passar apenas os conteúdos e
passemos a pensar no ser humano e no seu bem-estar, psicológico, físico e
cognitivo.
O magistério não é uma atividade fácil de desempenhar, pois,
conforme exposto acima, educar é projetar muito do mestre, é deixar para os
alunos herança valiosa, perpetuada nos valiosos exemplos. Nesse aspecto, o
professor torna-se responsável, em parte, pelas diretrizes da vida dos
alunos, visto que a educação é o princípio, o meio e o fim do crescimento
humano.
Sendo o educador um profissional que vai participar da
formação do aluno desde sua primeira infância, ele deve ter equilíbrio
emocional, de forma a não levar para a sala de aula seus problemas, ainda que
esses sejam de ordem pessoal ou, os que a própria sociedade, injustamente,
impõe-lhes, como é o caso dos baixos salários.
Sabe-se que a dificuldade financeira é um obstáculo para a
maior parte dos professores deste país, porém essa é uma questão que deve ser
discutida fora da sala de aula. Essa categoria vem sendo tratada com
desrespeito pela grande maioria dos administradores públicos do país.
Entretanto, isso não pode ser desculpa para a acomodação, para a negligência ou
para a impaciência, pois afinal o aluno merece todo nosso amor e
consideração.
Gabriel Chalita (2004), em seu livro Educação: a solução
está no afeto, salienta que “não há destino; cada um constrói sua história, e
da ação humana depende o resultado de cada empreendimento. Para isso, é preciso
que o indivíduo se angustie para a tomada de decisão, e essa angústia será
bem-vinda se for fruto de uma profunda reflexão.”
Diante desses aspectos, parabenizo todos os colegas docentes
pelo seu dia e convido-os a refletir sobre a necessidade de estarmos unidos
para a valorização do magistério é condição sine qua non para a
melhoria desse setor tão estratégico para o desenvolvimento do país.
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