A história da humanidade
sempre foi marcada pela ascensão, hegemonia e queda de grandes impérios, nas
mais diversas regiões do globo, como exemplos destes podemos citar o Império
Egípcio, Babilônico, Romano, SIRG (Sagrado Império Romano Germânico), Inca ,
Asteca, Árabe, Otomano, Alemão e mais recentemente o Império Russo que atinge
seu colapso com o fim da URSS em 1991.
As conquistas destes
impérios sempre foram marcadas por inúmeras guerras deflagradas por disputas
territoriais, diminuição, incorporação e extermínio de etnias, ou seja, por
imposição forçada de um determinado grupo (mais forte bélicamente ) contra
outros mais vulneráveis.
Com o grande Império
Russo não foi diferente, na presente pesquisa vamos verificar todas as etapas
que vão desde a formação do Estado Russo no século IX, todo seu processo de
expansão territorial ( para a Sibéria, Cáucaso e Báltico), passando por fatos
importantes de sua história como a Revolução Bolchevique de 1917 que implantou
o socialismo real, sua participação na 1ª Guerra Mundial , formação da URSS em
1922, participação na 2ª Guerra Mundial, guerra fria, fatores que levaram a
crises econômicas e políticas, perestróika, glasnost, CEI e atualidades como a
explosão de graves conflitos étnicos envolvendo chechenos e outras minorias que
fazem parte da Federação Russa e que lutam por independência.
Não há dúvida em que a
desintegração da URSS foi o principal fato geopolítico do final do século XX,
fato este que gerou profundas modificações em todo leste europeu e mudou a
ordem mundial que agora possui apenas os EUA como grande superpotência.
Devido a todos estes
fatores é imprescindível que compreendamos toda a dinâmica que levou a ascensão
e queda do “Império Vermelho” e seus reflexos no mundo.
Formação e Expans territorial da Rússia
Para tanto, vamos fazer
um pequeno retrocesso histórico que vai desde a expansão territorial até atual
situação político-econômica da Rússia.
Formação Territorial
O longo processo de
expansão territorial russo se estende desde o século IX até o inicio do século
XX. Partindo de uma pequena faixa de terra localizada, de forma bem genérica,
entre os mares Báltico e Negro, grupos russos se expandiram para todas as
direções. A expansão trouxe como conseqüência a conquista e a submissão de
muitos povos pelos russos e a constituição de um estado com nítidas
características de heterogeneidade étnica.
A constituição do Estado
russo ocorreu em 862. Por volta do século XIII veio o domínio mongol que dura
mais de 150 anos. Com a libertação contra os mongóis começa um grande processo
expansão territorial e com a chegada ao poder do czar Pedro o Grande, Moscou se
torna centro do império e a conquista expande-se para o leste ( Sibéria),
região do Cáucaso e a região do Báltico.
Com o czar Alexandre II
veio a conquista do território da Ásia Central e extremo oriente até a costa do
mar do Japão, ampliando assim as saídas marítimas do império. Para assegurar a
posse do território a Rússia constrói neste período as ferrovias
Transcaucasiana e Transiberiana, que estimularam a industrialização na metade
do séc. XIX, principalmente os setores siderúrgicos, metalúrgicos e de extração
mineral, além de integrar as vastas regiões, as ferrovias ajudaram a manter o
poder centralizado.
Quando eclodiu a 1ª
Guerra Mundial, o Império russo se apresentava como um do protagonistas do
conflito. A guerra só contribuiu para o fim do Império russo que foi derrubado
antes mesmo do fim da guerra, em 1917 pela revolução Bolchevique.
Revolução Russa
No final do século XIX e
início do XX a Rússia passava por graves problemas sociais e ainda sofria
reflexos da guerra contra o Japão ( 1904-1905) e 1ª Guerra mundial iniciada em
1914, as quais renderam pesadas percas materiais e humanas. Todos estes fatores
contribuíram para a insatisfação do povo russo em meados da década de 10.
Neste quadro várias
forças políticas se manifestaram, entre elas destacavam-se a dos socialistas
marxistas , divididos em dois grupos: os bolcheviques ( maioria) chefiados por
Lenin e os mencheviques que juntas se opunham ao governo do czar Nicolau II
lutando por reformas sociais e econômicas. Em março de 1917, o czar abdicou. Em
outubro do mesmo ano liderados por Lenin, a Rússia adotou o regime socialista
de economia planificada e centralizada, sendo o governo liderado pelo partido
bolchevique posteriormente transformado em Partido Comunista da União Soviética
( PCUS).
Com o desaparecimento do Império Russo e com o surgimento da URSS iniciava-se um novo momento para a humanidade que gerou expectativas quanto ao surgimento de um novo mundo e de um novo homem. Os eventos históricos ocorridos nas décadas seguintes deixaram dúvidas quanto essas expectativas.
Com o desaparecimento do Império Russo e com o surgimento da URSS iniciava-se um novo momento para a humanidade que gerou expectativas quanto ao surgimento de um novo mundo e de um novo homem. Os eventos históricos ocorridos nas décadas seguintes deixaram dúvidas quanto essas expectativas.
As bandeiras levantadas
pelos revolucionários bolcheviques objetivavam acabar com todas as injustiças
cometidas durante o regime dos czares. No entanto o novo regime conservou e
reproduziu traços marcantes do antigo, a ponto de seus líderes chegarem a ser
comparados muitas vezes aos czares que eles haviam deposto.
Acredita-se que algumas
idéias originadas de Lenin para romper definitivamente com o passado e criar um
“novo país” não puderam ser postas em prática em virtude da guerra civil que
eclodiu no país em 1918 e durou até 1921.
A guerra Civil
A guerra civil opôs os
bolcheviques, que buscavam sedimentar sua autoridade no país, a forças ligadas
ao antigo regime, conhecidas como “exército branco”, que relutavam em admitir a
derrota do czarismo. Geralmente sob o comando de ex- oficiais czaristas e ajuda
de tropas de vários países – entre eles a França, Grã-Bretanha e Japão, que
pretendiam promover a volta ao capitalismo e abocanhar territórios pertencentes
a URSS- , os “brancos” chegaram a ocupar diversas regiões na tentativa de
formar um governo paralelo ao bolchevique. Essas forças, no entanto, foram
gradativamente batidas e as áreas libertadas pelo Exercito Vermelho passaram
definitivamente a fazer parte da URSS.
Formação da URSS
Com o fim da guerra
civil, a Rússia pôde por em prática seus ideais socialistas. Instalou-se pela
primeira vez no mundo e de forma institucional, o regime socialista.
Empenhada em solucionar
seculares problemas socioeconômicos, a Rússia situou-se como um modelo para
países que enfrentavam dificuldades semelhantes, especialmente para os que
recebiam sua influência direta cultural e política, em virtude da proximidade
geográfica. A partir daí, a expansão do socialismo passa a ter conotação
geopolítica-ideológica, fator que definiu, em 1922, a criação da URSS,
abrangendo os territórios antes pertencentes ao Império Russo.
Eram, portanto, 15
Estados formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, com a direção
do partido comunista centralizado em Moscou ,numa área territorial de
aproximadamente 22 milhões de Km2 de extensão.
Economia Soviética
O governo soviético
criou um grupo de trabalho denominado Gosplan ( Comissão do Plano Geral do
Estado), com o objetivo de planificar e centralizar a economia. De inicio
estabeleceu-se um plano econômico de emergência, elaborado para vigorar no
período de transição do capitalismo , ou economia planificada. Esse plano ficou
conhecido como NEP ( Nova Política Econômica).
Em 1929, quando Stalin
se consolidou no poder , a NEP foi abandonada e substituída pelo Planejamento
Econômico centralizado , onde o Estado por meio do planos Qüinqüenais,
planejava investimentos, quantidade e qualidade de produção, distribuição e
preços.
No curto espaço de doze
anos ( de 1928 a 1940), a ex-União Soviética conheceu um grande desenvolvimento
industrial . Recuperou, com vantagem a posição perdida às vésperas da revolução
de 16\917. De Quinta nação mais industrializada, no início do século, passou
para o terceiro lugar, em 1940 , perdendo somente para os EUA e a Alemanha.
Participou da Segunda
Guerra Mundial, ao lado dos aliados, vencendo a Alemanha nazista. Após a
guerra, torna-se uma superpotência e passou a competir com os Estados Unidos
pela liderança mundial.
2° Guerra mundial, Inicio da guerra fria e bipolarização
Em 1943 os soviéticos
derrotaram os alemães na batalha de Stalingrado. Daí por diante as tropas
nazistas foram sendo afastadas do território soviético.
A partir dessa vitória a
União Soviética se fortalece em 1945 emerge como a segunda maior potência
mundial.
Durante a Guerra a União
Soviética mostrou ao mundo o seu poderio militar.
Em um curto período a
URSS:
Contribui efetivamente
para a derrota do nazi-facismo;
Readiquiriu, na
conferência de Yalta e em Postdam territórios que havia perdido por ocasião da
I Guerra Mundial;
Expandiu seu território
e ampliou sua área de influência, submetendo vários países do leste europeu que
viviam sob regime socialista; Polônia; Techoslováquia; Hungria; Romênia;
Iugoslávia; Bulgária; Albânia e mais tarde a Alemanha Oriental.
Ao final do conflito
mundial a economia da URSS estava arruinada e o número de mortes somava cerca
de 20 milhões. Apesar disso ela emerge como uma grande potência do planeta.
Guerra Fria
No Pós-Guerra, EUA e
URSS, surgem como as duas superpotências mundiais entrando em rivalidade na
busca pela hegemonia mundial.
A partir desse momento
ficaram bastante tensas as relações entre os Estados Unidos e a União Soviética
que passaram a disputar áreas de influência internacional. Iniciava-se assim o
período que ficou conhecido como Guerra-Fria que estendeu-se de 1947 (com a
Doutrina Truman) até fins da década de 80.
O mundo foi
bipolarizado, ou seja, dividido em 2 blocos que se diferenciaram geopolíticas
ideologicamente: o Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos.Era composto
pelos países capitalistas; O Bloco Oriental, conhecido como Cortina de Ferro
era dominado pela URSS, compunha-se dos países socialistas.
A tensão entre as
potências EUA e URSS era grande. Para os norte-americanos a União Soviética e o
socialismo representavam a negação de todos os seus princípios políticos;
ditadura ao invés de Democracia; planejamento econômico centralizado ao invés
da liberdade de escolha e do pensamento; e a sujeição do individuo ao estado.
O confronto entre EUA e
URSS foi intenso, estendendo-se pelos planos da economia, tecnologia e
armamentos. Procurando sempre superar forças um do outro, ambos mergulharam em
uma acirrada corrida armamentista. Houve grande investimento em tecnologia,
indústrias bélicas (como as de aviões, submarinos, helicópteros, mísseis...)
industria aeroespacial e especialmente Industria Nuclear.
Já quando lançaram as
bombas sobre Hiroshima e Nagasaki os Estados Unidos pretendiam mostrar a URSS
seu poderio militar.
O mundo viveu um período
de grande tensão, pois caso as potências se confrontassem diretamente suas
armas nucleares se encarregariam de não deixar sobreviventes. Seria o fim da
história. Durante esse período o que garantiu a paz foi justamente à premissa
da mútua destruição assegurada.
Mas os conflitos entre
EUA e URSS ocorriam de maneira indireta. Quando Estados Unidos URSS disputavam
áreas de influência, o confronto se dada nas regiões pretendidas. Foi como
aconteceu na Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnã.
As duas superpotências
também disputaram a corrida espacial. A União Soviética lança o primeiro
satélite artificial em órbita da Terra o Sputinik em 1957m e o primeiro homem a
viajar na órbita da terra Iuri Gagarin em 1961. Os Estados Unidos lançam seu 1º
satélite artificial Explorer em 1958. Na década de 60 e 70 a competição
espacial se intensificou.
A União Soviética
rivalizou com os Estados Unidos na busca pela hegemonia mundo durante toda o
período da Guerra Fria.
A Industrialização sob uma economia planificada
A União Soviética, em
sua maior expansão territorial, no pós-guerra passou a ser composta por quinze
repúblicas, ocupando um território de 22,4 milhões de quilômetros quadrados;
englobando mais de uma centena de povos.
Enquanto o mundo se
guiava pelos padrões tecnológicos, da 2º Revolução Industrial, a economia
soviética funcionou bem. A URSS cresceu em termos tecnológicos se fortaleceu
militarmente. Até então seu modelo de economia estatizada e planejada funcionou
bem.
A industrialização foi
beneficiada pelos recursos do subsolo, principalmente o carvão e a linhita.
Isso favoreceu a instalação de poderosas usinas termelétricas localizadas em
áreas carboníferas, nas Ucrânia e em Moscou e diversas usinas hidrelétricas.
Também há imensos recursos em minerais ferrosos e não ferrosos.
A partir do ingresso da
URSS na 2º Guerra Mundial, foi priorizada a indústria bélica. Isso aconteceu no
3º plano qüinqüenal.
O quarto plano
qüinqüenal (1946-1950) foi direcionado para a recuperação da economia
reconstrução das fábricas e das obras de infra-estrutura destruídas pela
guerra. Investiu-se na construção de barragens, ferrovias, redes de transporte
etc.
Os planos que vieram a
seguir continuaram a priorizar o setor industrial pesada e bélico.
Principalmente industrias como a siderúrgica, a petrolífera a de maquina e
equipamentos. O setor bélico destacava-se na produção de: aviões, navios,
submarinos, helicópteros, carros de combate, bombas, mísseis, metralhadoras,
fuzis, canhões, obuses etc.
A União Soviética por um
grande período ditava juntamente os Estados Unidos, ritmo das pesquisas
cientificas ciência e tecnológica.
Destacou-se nas
indústrias aeroespacial, nuclear, de informática, na tecnológica
bio-industrial, engenharia genética e outros ramos da pesquisa avançada.
Do pós-guerra até os
anos 70 a União Soviética conseguiu acompanhar e por diversas vezes liderar os
níveis tecnológicos e produtivos, mantendo-se como potência não só militar, mas
econômica.
O declínio da URSS
A grande diversidade
étnica existente no leste europeu também tiveram uma grande parcela de
contribuição para que essa desintegração acontecesse, mas a principal causa
desses movimentos separatistas e movimentos nacionalistas era o
descontentamento da população em relação ao sistema de governo existente. A
população começou a perceber que à distância que os separava dos ocidentais
estava ficando cada vez maior e atribuíram esses retardos tecnológicos ao
modelo econômico utilizado pelos governantes ultraconservadores que não
apostaram na economia de mercado, não abriram mão do uni-partidarismo,
preferiram sempre estar com o poder centralizado nas mãos do estado, enfim não
contribuíram em quase nada para que um país de tão grandes dimensões não
tivesse mergulhado em tão profunda crise tecnológica e econômica.
O descontentamento da
população gerando movimentos nacionalistas também desencadeou uma série de
conflitos no leste europeu , a maioria das repúblicas soviética partiu em busca
de sua independência. Poucas republicas conseguiram sua independência sem
derramamento de sangue.
Foi nesse contexto que
em 1985 MIKHAIL GORBACHEV assume o governo e tenta reverter à situação,
tentando fortalecer as republicas soviéticas e evitar a desintegração.
GORBACHEV inicia a dura
transição da economia planificada para a economia de mercado. Inicia um período
de reformas na URSS implantando a Glasnost e a Perestroika, que nada mais eram
senão a abertura ou transparência política e a abertura da economia. A intenção
era regularizar a situação econômica e política do país. Com essa abertura
econômica, a URSS estava aceitando investimentos estrangeiros no país, coisa
que até então não era possível. Outra tentativa para que não ocorresse esta
desintegração foi à autorização à criação de outros partidos político além do
PCUS. Apesar das tentativas de GORBACHOV em manter as republicas unidas, isso
não foi possível, uma a uma as repúblicas soviéticas foram conquistando a sua independência.
A URSS organizou até 30 de Dezembro de 91 quando se formou a CEI e a Rússia
deixando o país então de ter um poder central único exercido pelo estado para
construir sociedades democráticas.
O que é a CEI?
A CEI não é um país,
como era a URSS, nem foi criada para substituir essa grande potência. É uma
organização de cooperação entre antigas repúblicas que passaram muitos anos
ligados pelo governo central de Moscou, porém dessa vez cada qual tem
assegurado a sua soberania.
Essa organização cuja sede
se localiza em Minsk, capital da Belarus, previa, por ocasião de sua fundação,
além da cooperação econômica, a centralização das Forças Armadas e o uso de uma
moeda comum, o rublo. Entretanto as repúblicas ainda não chegaram a um acordo
para a integração político-econômica. Várias questões impendem o funcionamento
amplo da CEI.
Ela é uma comunidade
composta pela maioria das ex-republicas soviéticas. Trata-se de um aglomerado
de países que mantém laços independentes, mantendo relações de cooperação,
embora sob a hegemonia da Rússia, que na pratica, substituiu a União Soviética
no cenário internacional.
A nova Rússia e a ordem mundial
Desde a grave crise
econômica que enfrentou ao longo dos anos 90, o país vem perdendo o status de
potencia mundial. Seu quadro econômico já vinha se deteriorando desde a época
da União Soviética. O fracasso da Perestroika e a desastrada transição para a economia
de mercado lançaram o país em profunda recessão.
Os desequilíbrios
ocorridos neste período (1991-1999), levaram muitos investidores a retirar o
seu dinheiro do país. Assim, em agosto de 1998, teve inicio uma forte crise
financeira, que levou op governo russo a decretar a moratória da divida
externa.
Essa atitude afetou o
mercado financeiro mundial, provocando queda nas bolsas de valores e fuga de
capitais também em outros mercados emergentes, como o Brasil. O FMI e outras
instituições internacionais concederam um empréstimo de emergência ao governo
russo, mas a situação continuou se agravando. Os capitais continuaram em fuga,
até mesmo o dinheiro emprestado, o que forçou o governo a desvalorizar o rublo
e aumentar as taxas de juros. A conseqüência disso foi o aumento do desemprego,
o aumento da pobreza que já estava grande e o aumento da concentração de renda
no país.
Essa transição caótica
da União Soviética para a economia de mercado propiciou as condições ideais
para a penetração generalizada do crime organizado nas atividades empresariais
da Rússia e das demais republicas. Também induziu a proliferação de atividades
criminais originarias da Rússia e da ex-União Soviética, tais como o trafico de
armas, materiais nucleares, metais raros, petróleo, recursos naturais e a
moeda. As organizações criminosas internacionais associaram-se a centenas de
redes das máfias pós-sovieticas, muitas delas organizadas em torno de
determinadas etnias, para lavar dinheiro, adquirir propriedades de valor e
assumir o controle de negócios lucrativos, tanto legais como ilegais. Para se
ter uma idéia da influencia destas máfias, em 1997 estimou-se que 41.000
empresas industriais, 50% dos bancos e 80% das joint ventures, tinham algum
tipo de conexão criminosa. Alem disso, a economia informal (sem registros)
representa 40% da economia russa.
Conflitos Etnicos
Os conflitos étnicos que
passaram a ocorrer com grande freqüência depois da desintegração da União
Soviética, a partir do final dos anos 80, devem ser entendidos levando-se em
conta os seguintes aspectos:
Grande parte das
fronteiras internas da URSS não foi bem definida historicamente;
Nas ultimas décadas, o
crescimento demográfico dos grupos não russos, especialmente o dos muçulmanos
da Asia Central, foi muito mais elevado que o do grupo russo;
Apesar de o grupo russo
estar concentrado na Republica russa, cerca de 25 milhões de russos estão
espalhados por quase todas as outras regiões do país;
Existem cerca de 45
milhões de não russos vivendo fora de seus territórios étnicos originais.
Como conseqüência desses
fatores (especialmente os dois últimos) conclui-se que nenhuma das republicas
que faziam parte da URSS era totalmente homogênea do ponto de vista étnico. Em
vista de tudo isso, os conflitos que ocorreram na URSS e que ainda ocorrem em
regiões que dela fizeram parte, podem ser classificados em pelo menos quatro
parte :
O primeiro deles opõe
uma minoria não russa contra o poder central estabelecido em Moscou, muito
influenciado pelos russos. EX: Letônia, Lituânia e Estônia.
O segundo tipo de
conflito é aquele que envolve minorias não russas lutando entre si.Ex : região
do Cáucaso.
O terceiro tipo é aquele
em que as duas formas de conflitos citados anteriormente ocorrem ao mesmo
tempo. Ex: Republica da Geórgia.
O quarto tipo de
conflito é aquele no qual segmentos de um mesmo grupo étnico lutam entre si
para alcançar o poder numa determinada republica. Ex: também na Geórgia.
Os conflitos de caráter
étnico sempre preocuparam Gorbatchov, que chegou a afirmar, em 1989, que o sucesso
ou o fracasso da Perestroika dependeria decisivamente de como o agudo e
complexo problema das nacionalidades fosse resolvido. No final de 1991, depois
da queda de Gorbatchov e do esfacelamento da URSS, o problema continuava sem
solução.
Não há duvida de que a
própria sobrevivência da Comunidade de Estados Independentes esta vinculada, em
grande medida, a uma resolução para esse intrincado problema das
nacionalidades.
Considerações Finais
O objetivo do presente
trabalho foi de expor os principais pontos pertinentes que envolveram todo o
processo de formação da Rússia, desde a formação do Império Russo, a passagem
para a URSS e a conseqüente desintegração ocorrida em meados da década de 90.
Procurou-se desta forma, abordar os principais fatores geopolíticos e
geo-economicos que influenciaram, no decorrer das décadas, todas as
transformações que este país sofreu e que ainda sofre, fruto da sua recente
desintegração, cuja grande maioria dos problemas ainda estão ausentes de
solução, como por exemplo, os problemas sociais causados pelo grande impacto da
adoção de economia de mercado e de uma indefinição política e territorial
acerca das diversas etnias existentes
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