Documentos e
gravações divulgados recentemente revelaram que, em 1962, o serviço secreto
norte-americano, a CIA, e o Pentágono propunham boicotes ao governo
progressista de João Goulart (Jango), chegando a doar oito milhões de dólares à
campanha de seu opositor, além de decidirem dar início à operação Brother Sam.
No dia 28 de março de 1964, derrubaram com um golpe o presidente Jango,
democraticamente eleito. A pouco menos de 90 km das praias cariocas, os navios
e porta-aviões norte-americanos se colocavam a postos para garantir o sucesso
do golpe. A operação Brother Sam nascia com o intuito de assegurar o golpe dos
militares em 1964, dando todo o apoio logístico, bélico e econômico que fosse
necessário.
Significando Irmão
Sam, em inglês, a operação faz alusão ao Tio Sam (personagem-símbolo
dos Estados Unidos) e era constituída por 100 toneladas de armas leves e
munições, petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível,
uma esquadrilha de aviões de caça, um navio que transportava 50
helicópteros, com tripulação e armamento completo, um porta-aviões,
seis destróieres (embarcação de guerra para abater aviões e submarinos), um
encouraçado (navio de guerra pesadamente blindado e armado com peças de
artilharia de longo alcance e de maior calibre existentes), além de
um navio de transporte de tropas e 25 aviões C-135 para transporte de material
bélico. Não havia dúvida de qual era a intenção do imperialismo de ter o Brasil
dominado pelas forças armadas.
De 1964 até 1985,
período da Ditadura Militar, os trabalhadores perderam vários direitos,
manifestações foram proibidas, o movimento estudantil e camponês foram
violentamente reprimidos, muitos foram torturados e assassinados. As Reformas
de Base e a Reforma Agrária foram interrompidas e, a partir de então, o Brasil
viu crescer a pobreza, a concentração de renda e a multiplicação de sua dívida
externa.
Durante anos, a Casa
Branca tentou negar a existência dessa operação, até que documentos secretos
foram publicados no Jornal do Brasil, em dezembro de 1976,
denunciando todo o programa previamente orquestrado para tomar o poder no
Brasil e impedir os avanços que os trabalhadores vinham obtendo.
Essa chaga, após 27
anos do fim da Ditadura Militar, não se apagou, pois os crimes cometidos pelos
torturadores do regime continuam impunes. A União da Juventude Rebelião exige a
abertura dos arquivos da Ditadura e a punição desses covardes e sanguinários torturadores
e de seus mandantes. Nossos heróis não serão esquecidos jamais, pois, se
estamos lutando, a luta deles hoje é só porque eles morreram para assegurar que
isso acontecesse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário