terça-feira, 15 de maio de 2012

DOCUMENTÁRIO O SABER E O SABOR - ANÁLISE CRÍTICA

Em sua o autor Rubem Alves nos privilegia com uma brilhante metáfora da relação entre as palavras e os alimentos. Ao beber em textos de escritores diversos, Alves constrói sua argumentação onde o saber pode e deve ter sabor. Em um dado momento da narrativa, o autor dispara: "Escrevo como quem cozinha".

Na verdade, ele nos convida a refletir sobre o prazer quase palatável que é o processo de aprendizado, de aquisição de saberes. Se analisarmos com maior acuidade e atenção, notaremos que há, de fato, tal sensação palatável quando degustamos o conhecimento, o sabor impar dos alimentos que nos preenchem o espírito. Um delicioso vício do qual tornamo-nos dependentes. E diferentemente de outros, este extremamente revitalizador e positivo.

O alimento que nos proporciona o saber, tal qual a lenda bíblica da santa ceia, nos revigora a alma, traz-nos boas novas e nos torna multiplicadores desta filosofia e sabedoria; é, desta forma, um pão, que nos alimenta de forma invisível, nos dá sustentação, e nos possibilita ampliar o universo do aprender, pertence ao que nos propomos a ser, desenha as estruturas do futuro dos indivíduos, não mais conforme sua condição primária, mas segundo sua vontade.

Nesta ótica a função do educador é transmitir aos educandos, não apenas o conteúdo, mas a sutileza deste sabor, atuar na interface do bionômio ensino-aprendizado, em que é mandatório espaço para a criação, a descoberta, para a propagação da educação e cultura em suas diversas manifestações, como num banquete, em que a sucessão de pratos deleita-nos os sentidos, assim também deve ser o conceito de saber.

Exatamente como os chefes, o professor, nas diversas disciplinas, deve ser capaz de misturar os saberes de tal modo a tornar aquele conhecimento algo não apenas agradável, mas próximo da realidade do aluno, não mais um elemento distante e estranho, mas inserido na realidade do meio em que vive, que possa ser empregado em seu cotidiano, de tal modo que este conhecimento suscite a inquietação de novas descobertas, tornando-os igualmente dependentes deste alimento indispensável a seu desenvolvimento.

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