terça-feira, 6 de setembro de 2011

A visão Renascentista da Idade Média

O que devemos entender, afinal de contas, quando dizemos "Idade Média"? Esse termo refere-se a uma divisão do tempo que engloba praticamente 1.000 anos de história do continente europeu. Essa classificação para o período - "Média" - foi uma forma de os homens dos séculos 14 e 15, dos reinos italianos, mostrarem que eram inovadores, modernos, transformadores.

Quanto à criação da expressão Idade das Trevas, criada pelos homens da Renascença na tentativa de delimitar o período intermediário entre a brilhante cultura da Antiguidade Clássica e o movimento que levou os europeus a fazerem renascer os valores dessa cultura, além de expressar o conflito entre a razão e a tradição. Para o autor, a “Idade Média” representou para os renascentistas uma “interrupção no progresso humano inaugurado pelos gregos e romanos” e por isso “os séculos “medievais” eram vistos como de barbárie, ignorância e de superstição.

Os iluministas se baseavam na ideia de que a humanidade caminharia no sentido do progresso, da liberdade e da busca pela felicidade, correspondendo a uma autêntica revolução da mentalidade no século 18. Anticlerical e antiaristocrático menosprezavam a Idade Média, vista como momento áureo da nobreza e do clero.

Esses homens - pintores, artistas e pensadores do chamado Renascimento - achavam que estavam rompendo com um período culturalmente atrasado do mundo ocidental, dominado pelo pensamento da Igreja católica. Assim, os renascentistas classificavam-se como "modernos" e acreditavam que estavam fazendo renascer o esplendor das culturas grega e romana da Antigüidade.

Tal classificação, na verdade, é uma simplificação preconceituosa, pois ao tentar ordenar, estigmatiza uma cultura como inferior a outra e resume a história de diversos povos que viviam na Europa como uma só história.

A própria expressão “Idade Média” carrega consigo um valor depreciativo, na verdade, ela remeteria à ideia de um período histórico intermediário, sem grande importância e até mesmo marcado por uma certa mediocridade. Assim, sua escolha para designar o período localizado “entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI” revela a visão dos intelectuais humanistas da época, para os quais era um “período de trevas".

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