A euforia tecnológica propagada pela
Revolução Industrial marcou o século XIX como um período de ascensão de
diversas áreas do conhecimento. Os assuntos de ordem científica e estética
passaram a despertar o interesse de um grande público. Várias nações criaram
instituições que buscavam o desenvolvimento de estudos em prol do progresso da
ciência. Nesse mesmo período, o termo “cientista” foi cunhado e a
obra “A origem das espécies”, de Charles Darwin, ganhou popularidade.
Neste século são notórias as tentativas
de sistematizar as diversas áreas do saber. Escolas politécnicas, museus,
sociedades científicas e grandes gênios fizeram com que o oitocentos fosse
contemplado pela euforia do saber técnico. As ciências exatas ganharam grande
impulso na medida em que o desenvolvimento tecnológico vinculava-se com o
desenvolvimento industrial. A Física, a Química fina e a Metalurgia foram as
principais áreas de desenvolvimento científico. Influenciadas por essas
mudanças, as ciências humanas também observaram o surgimento de novas áreas
como a Sociologia e a Psicologia.
Na esfera artística, o individualismo e o
ritmo frenético dos ambientes urbanos impulsionaram a criação de novos
movimentos. O Romantismo criticava as mudanças da sociedade industrial e
buscava o refúgio na vida próxima à natureza e a exaltação dos
sentimentos amorosos. Muitos dos participantes desta corrente também atacavam o
mundo em que viviam tecendo obras onde o drama e a opressão das camadas
populares era costumeiramente representada.
Estas correntes mais contestadoras, na
segunda metade do XIX, perderam espaço para o Parnasianismo. Esse movimento
pautava uma concepção de elogio ao belo, considerando que a arte seria um campo
autônomo que não deveria se ocupar dos conflitos e horrores da condição humana.
Em contrapartida, a corrente Naturalista e Realista valorizavam as contradições
das relações humanas e a reflexão do mundo vivido. Nesse
mesmo período também se estabelece uma literatura engajada e fortemente
influenciada pelo pensamento marxista.
Na arquitetura, retomaram-se padrões
estéticos passados. O estilo gótico medieval mais uma vez apareceu entre as
construções. Na França, o Art Noveau
valorizava a decoração arquitetônica com o uso de linhas sinuosas e inspiração
em elementos da natureza. Além disso, o uso do concreto armado viabilizou o
aumento das construções prediais e a elaboração de desenhos arquitetônicos cada
vez mais arrojados. Foi nessa época que os arranha-céus começaram a dominar o
ambiente das grandes cidades contemporâneas.
Na pintura, podemos detectar uma grande
via de diálogo com as correntes literárias. O Realismo procurou retratar
situações cotidianas e trazer um equilíbrio entre o rigor estético e a
expressão dos sentimentos. Outra importante corrente nascida no período foi a
impressionista. Valorizando a sensação causada pelas cores, retratavam
diferentes situações mundanas.
A música nessa época também viveu grandes
mudanças, tanto no campo erudito quanto no popular. O predominante romantismo
da obra de Beethoven abriu portas para uma rica geração de compositores. Wagner
começou a privilegiar a temática nacionalista. Stravinski e Schönberg buscaram
grandes rupturas com o sistema musical clássico, criando o sistema dodecafônico.
Outra grande mudança foi concebida na
música popular. Até então, a música popular era considerada um tipo de música
rude e sem maiores rigores ou complexidades. O jazz apareceu com uma novidade
musical arraigada nos guetos norte-americanos. Influenciado pelo blues,
work-songs e spirituals dos trabalhadores rurais negros, o jazz mostrou uma
complexidade estética que questionava a separação da cultura erudita e popular.
Na passagem do século XIX para o XX, a
chamada cultura de massa começou a aparecer nas grandes cidades. Na França, os
irmãos Lumière causaram uma nova transformação no campo das artes. A criação do
cinematógrafo trouxe a criação das artes cinematográficas. Elogiada por uns e
criticada por outros, o cinema fundou a chamada “sétima arte”.
Quando o Brasil torna-se independente, século
XIX, acontecem algumas transformações sócio-econômicas e políticas, por
exemplo: abolição da escravatura, proclamação da República, expansão
da economia (que era baseada no cultivo de café e na extração da borracha)
e industrialização.
Isso tudo, influenciou no processo artístico brasileiro,
além de contribuir para o desenvolvimento e transformação urbanística e
arquitetônica das cidades de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belém e pelo
nascimento de Belo Horizonte.
Esta
época chegou a ser chamada de Belle Époque. Como já mencionado os artistas
da Belle Époque gostavam de retratar figuras humanas, principalmente as
femininas, e cenas cotidianas.
A
pintura Acadêmica,
no século XIX, na arte brasileira, retrata a riqueza clássica, sendo que era
refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela Academia de Belas
Artes). Já no início do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro,
marcado inicialmente pela Semana de Arte Moderna . E, antes disso, o Expressionismo já
começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall (1891-1957).
LASAR SEGALL
(1891-1957)
Em 1923, o pintor lituano mudou-se para o Brasil. Já era um artista
conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte
conheceu o "milagre da luz e da cor”.
ARQUITETURA
Na Arquitetura cabe
destacar com a chegada da Missão Artística Francesa a arquitetura brasileira
substitui o barroco pelas linhas neoclássicas. Mas no fim do século XIX, passa
por uma nova transformação ao seguir duas novas tendências europeias: O
Neoclassicismo (paço de Curitiba) e o Ecletismo (Teatro de Manaus). Em São Paulo, Carlos Ekman
projetou um dos palacetes mais vistosos; A Vila Penteado, que hoje abriga a
FAU-USP, construída em 1902 para abrigar duas importantes famílias
paulistas, a do Conde Antonio Álvares Penteado e a de seu genro, Antônio Prado
Junior .
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