Este texto traz uma reflexão sobre os conceitos de infância e de criança, discutindo, de modo particular, como as possibilidades dadas aos pequenos, dentro e fora do ambiente educativo estão atrelados aos sentidos que atribuímos à criança e à infância.
Buscamos ampliar as discussões sobre a importância das experiências vivenciadas nos primeiros anos de vida como base propulsora de novos interesses de conhecimento e de um desenvolvimento cultural harmônico da criança, uma vez que repensar o conceito de infância e as idéias dele decorrentes é essencial no processo em que visa busca a garantia a uma educação humanizadora, na qual o direito às atividades lúdicas seja efetivo.
Estudo sobre o conceito de infância conclui que, na sociedade contemporânea, vivemos pelo menos duas visões antagônicas de infância. Por um lado, entende-se a criança do ponto de vista do mundo dos adultos: a criança pensada em comparação ao adulto, o que caracteriza a fragilidade, sua incapacidade, isto é incompetências infantis, e nos condiciona a uma atitude de superproteção em relação a ela, de tal forma que a mesma não pode se arriscar a agir de modo cada vez mais independente.
Por outro, numa visão da criança como sujeito que precisa ser desafiado a conhecer o mundo, defende-se a garantia dos direitos da infância e a atenção às suas necessidades e interesses desde que nasce.
O fato de que a visibilidade social da criança, ou seja, o lugar e o papel que a criança ocupa na sociedade, bem como a percepção de suas peculiaridades, decorre do contexto histórico, social e ideológico e reflete-se no atendimento às suas necessidades de desenvolvimento e educação; assim o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança apresenta grande diversidade em função das diferentes vivências socioculturais; os conhecimentos e a cultura das diferentes populações fornecem os conteúdos significativos necessários à apropriação pela criança dos valores, da linguagem, das habilidades e do saber de seu grupo social.
O processo pedagógico significa portanto o acesso aos conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade, relativo tanto ao saber escolar quanto à produção cultural literatura, arte, teatro, música entre outros; e assim o desenvolvimento de transformação do biológico pela interação social. Destaca-se, nesse aspecto, o papel exercido pela linguagem na organização cerebral;
O processo de desenvolvimento resulta, pois, das aprendizagens realizadas por cada indivíduo, a começar pelas relações vividas com os outros e dos significados sociais incorporados por ele. A atividade adequada com os objetos da cultura, orientada socialmente, possibilita a apropriação das capacidades humanas acumuladas nesses objetos e, ao internalizar essas capacidades, o sujeito mais que aprende ou desenvolve-se, humaniza-se.
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