quinta-feira, 7 de julho de 2011

O CRISTIANISMO E O ISLAMISMO NO OCIDENTE MEDIEVAL

Objetivo geral

Permitir uma reflexão sobre a relação entre o Cristianismo e o Islamismo durante o processo de difusão deste último no Ocidente Medieval.

Objetivos específicos
• Destacar a importância do tema para o conhecimento do período medieval.
• Acompanhar o processo de formação das duas religiões, traçando diferenças e semelhanças do ponto de vista teológico.
• Mostrar as explicações para os conflitos que marcaram uma fase importante da Idade Média - as Cruzadas.
• Destacar o papel das Cruzadas no sentido de impedir uma maior influência islâmica no Ocidente.
• Ressaltar a contribuição árabe/muçulmana em países como Espanha e Portugal.

1. Conceitos introdutórios
As religiões "mundiais" (antigas religiões históricas) e sua importância. Tiveram origem em três regiões da Ásia:

- Oriente Médio - judaísmo, cristianismo e islamismo;

- Índia - hinduísmo, budismo, jainismo e sikhismo;

- Extremo Oriente - confucianismo, taoísmo e xintoísmo.

As religiões monoteístas do Oriente Próximo:

- Convergências e divergências; continuidades e descontinuidades;

- Judaísmo e cristianismo;

- Judaísmo e islamismo;

- Cristianismo e islamismo.

Periodização: a interação mais importante entre o cristianismo e o islamismo coincidiu com o período medieval (desde uma perspectiva ocidental). Períodos da história do Ocidente:

- Período Antigo - desde o início da era cristã até a "queda" de Roma (em 476, o general germânico Odoacro depôs o último imperador romano ocidental, Rômulo Augústulo) ou o pontificado de Gregório Magno (590-604).

- Período Medieval - do final do período antigo até a Reforma Protestante. Daí a designação "Idade Média", ou seja, entre a Antiga e a Moderna. Preconceitos: época de barbarismo, ignorância, superstição; a "Idade das Trevas".

- Por sua vez, o período medieval se subdivide em três: (a) Idade Média Antiga: colapso final da velha civilização romana; (b) Alta Idade Média ou período gótico: reconstrução, surgimento de uma nova civilização; (c) Idade Média Posterior: a partir de 1300; novas crises e transformações.

Bibliografia acadêmica

- História da Europa (Império Romano, invasões bárbaras, reconfiguração política e social)

- História do cristianismo (Igreja antiga e medieval, papado, Igreja e estado)

- História medieval (feudalismo, Sacro Império, surgimento das nações-estado)

- História do islamismo (surgimento, expansão, califados, cultura)

- História do cristianismo e islamismo (influências mútuas; quatro períodos de conflitos: séculos VII-VIII, séculos IX-X, séculos XI-XIII, séculos XIV-XV)

- História das cruzadas (antecedentes, motivações, conflitos armados, conseqüências)


Eixos de discussão:

- Aspecto geopolítico;
- Aspecto religioso e ideológico;
- Tendências da pesquisa: defesa da posição cristã ou islâmica;
- Multiculturalismo; revisão crítica da história do Ocidente;
- Temas: tolerância e intolerância, diálogo inter-religioso, fundamentalismo religioso;
- A questão da subjetividade/objetividade histórica;
- Necessidade de equilíbrio e simpatia em relação ao tema, especialmente à luz dos acontecimentos atuais (pós 11 de setembro de 2001).

2. Trajetórias cristã e muçulmana no Ocidente

2.1 Origens cristãs
O cristianismo não nasceu em um vácuo, mas sofreu a influência decisiva de uma tradição religiosa anterior - o judaísmo. Ao mesmo tempo, afastou-se dessa tradição religiosa matricial de maneiras significativas.

Como várias outras das chamadas religiões mundiais, o cristianismo teve um "fundador", uma personalidade criativa inicial, Jesus de Nazaré ou Jesus Cristo, ainda que ele nunca tivesse pretendido fundar uma nova religião.

Do judaísmo, Jesus e seus primeiros seguidores herdaram vários valores importantes: o monoteísmo, a ética elevada e as Escrituras Hebraicas (Antigo Testamento), embora a versão mais usada nos primeiros tempos tenha sido a Septuaginta grega (LXX).

Os dois séculos e meio que vão de Nero até Diocleciano foram um período de conflitos de duração e intensidade variável entre o estado romano e os cristãos. Essa época ficou gravada no imaginário cristão como o período heróico das perseguições contra a Igreja Primitiva. Além da perseguição de Nero (c. 64), bem-atestada por autores cristãos e não-cristãos, destacaram-se aquelas promovidas por Domiciano (95), Marco Aurélio (177), Septímio Severo (202), Décio (250) e especialmente Diocleciano e Galério (305-311). Os mártires derem origem ao culto dos santos.

2.2 Origens islâmicas

Cerca de um ano após a morte de Maomé, Abu Bakr, seu sucessor, ordenou a compilação dos ensinos do profeta; mais tarde, por causa das variantes e confusões surgidas, Otman, o terceiro califa (644-656), ordenou uma revisão final do texto e a destruição de todas as cópias anteriores.

Doutrinas essenciais
1. Crença em um único Deus (Alá) - monoteísmo radical.
2. Crença no Corão - Alá deu aos homens vários livros - a Lei a Moisés, os Salmos a Davi, o Evangelho a Jesus e o Corão a Maomé. Judeus e cristãos são os "povos do livro".
3. Crença nos profetas de Alá - o Corão menciona 28 profetas; 22 pertencem ao Antigo Testamento e três ao Novo Testamento (Zacarias, João Batista e Jesus); outro é Alexandre, o Grande. Maomé é o último e maior dos profetas.
4. Crença nos anjos: intercedem pelos homens junto a Alá; Gabriel é o arcanjo (é chamado o "Espírito Santo"); jinns ou gênios são espíritos intermediários entre os homens e os anjos; um dos jinn é o diabo (Shaitin ou Iblis); é acompanhado de shaiyatin, demônios.
5. Crença no juízo final, paraíso e inferno: no fim do mundo haverá uma ressurreição geral. O paraíso é descrito com abundantes prazeres para os sentidos (rios e jardins, ricas iguarias e diversos deleites sensuais). O inferno também é descrito com muito realismo.
6. Crença no destino (kismet): tudo está predestinado por ordem de Alá; fatalismo absoluto.

Deveres essenciais (os pilares do islamismo)
7. Recitação diária da confissão (Shahadah): "Não existe deus senão Alá e Maomé é o seu profeta". A simples repetição desse credo é aceita como prova de conversão ao islamismo.
8. Oração (Salat): os fiéis devem orar cinco vezes ao dia, de preferência em uma mesquita ou então sobre um tapete, voltados para Meca, a cidade sagrada do Islã, na Arábia Saudita. Nas sextas-feiras realizam-se cerimônias especiais.
9. Esmolas (Zakat): a conversão ao islamismo supõe claramente o pagamento desse imposto de 2,5% dos rendimentos para os pobres e necessitados.
10. Jejum (Sawm): especialmente no mês sagrada de Ramadã (9º mês), durante o dia.
11. Peregrinação a Meca (Hajj): pelo menos uma vez durante a vida, para caminhar ao redor da mesquita sagrada e beijar a pedra da Ka'ba sete vezes; em caso de impossibilidade, pode-se mandar um substituto.
12. Jihad: alguns consideram como outro pilar a luta espiritual particular ou o esforço em prol da expansão do islã por todo o mundo. Às vezes é entendida como defesa do território muçulmano e agressão militar ("guerra santa").

Maomé e o cristianismo: a falta de familiaridade de Maomé com o cristianismo ortodoxo e com a Bíblia fica evidente no Corão. O livro refuta as afirmações cristãs de que Jesus morreu na cruz (Sura 4:157), de que ele era o filho de Deus e de que Deus é um ser triúno, mas também questiona afirmações que os cristãos nunca fizeram, como a de que Maria era irmã de Arão e Moisés (Sura 19:28) e era parte da Trindade.

No ano 711, os omêiades atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik (daí Gibraltar = Jebel al-Tarik = "rocha de Tarik") e invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território até 716. Os sobreviventes cristãos se retiraram para as montanhas do noroeste, onde se prepararam para resistir ao invasor. Em seguida, os mouros ou sarracenos atravessaram os montes Pirineus e entraram na França, mas foram finalmente derrotados por um exército cristão comandado por Carlos "Martelo", avô do futuro imperador Carlos Magno (Batalha de Tours ou Poitiers, 732). (Ver Crônica de S. Dinis, CH, p. 22.)

Continuando o seu ataque contra a cristandade em seus dois extremos, quase ao mesmo tempo os muçulmanos marcharam contra o Império Bizantino. Em 717-718 eles desembarcaram na Ásia Menor e cercaram Constantinopla. Se tivessem tomado a cidade, poderiam ter conquistado todo o continente. Mas os bizantinos resistiram. Sua capital só iria cair diante do islã muitos séculos mais tarde. Em 750, estava encerrado o primeiro grande período de expansão islâmica.

A maior parte dos muçulmanos crêem que Maomé era sem pecado, mas não divino, e que era analfabeto. Seu status profético não pode ser questionado. Ele constitui o maior exemplo para todos os aspectos da vida. Alá lhe deu permissão para ter 12 esposas, ao contrário dos outros muçulmanos (4).

Fundador: Maomé (Muhammad, c. 570-632). As tradições sobre ele são conhecidas como hadith. Sua vida pode ser dividida nos seguintes períodos: - Um árabe comum(até 35 anos) - nasceu em Meca, principal cidade da Arábia, centro de animismo e idolatria; foi criado pelo tio Abu Talib; dedicou-se a atividades de pastoreio e comércio (caravanas); visitou a Síria e a Palestina, onde teve alguns contatos com judeus e cristãos, dos quais teria recebido suas concepções monoteístas; casou-se com uma rica viúva, Kadijah, com a qual teve a filha Fátima.

- Em busca de luz religiosa (35-40 anos) - resolveu um conflito entre três sheikhs no templo de Meca (Ka'ba); concluiu que podia ser um grande líder religioso de seu povo, então muito dividido; estava descontente com as condições sociais e morais existentes.

- Visões e prédicas sem êxito (40-52 anos) - em um período de crise, sentiu-se chamado pelo anjo Gabriel a pregar a religião de um Deus absoluto, criador, poderoso e juiz do mundo; continuou a ter visões por doze anos; sua mensagem de monoteísmo e juízo futuro e sua denúncia da idolatria e do infanticídio tiveram pouca repercussão em Meca. Aos 50 anos (620), segundo o Corão, Alá confirmou o seu chamado levando-o à noite para Jerusalém (Cúpula da Rocha), onde ele conversou com Jesus, Moisés e Abraão. A seguir, ele e o anjo subiram por uma escada ao sétimo céu.

- Fuga ou emigração - Hégira (52 anos) - com apenas um companheiro, Abu Bakr, fugiu de Meca para salvar a vida, indo para Yatrib (depois Medina = "a cidade do profeta"), 370 km ao norte. Ponto de partida do calendário muçulmano: 622 d.C.

- Evolução teocrática em Medina (52-60 anos): estabeleceu o governo de Alá; implantou todo um sistema religioso, político e social com base nos princípios da nova fé. A primeira vitória contra os inimigos de Meca ocorreu na Batalha da Badr (624). À medida que se fortalecia como líder, adotou novas práticas na sua política e modo de viver (postura na oração, jejum no Ramadã, atitude quanto aos judeus, poligamia).

- Soberania absoluta em Meca (60-62 anos): com a capitulação de Meca, estendeu a sua soberania política sobre toda a Arábia. Destruiu os ídolos da Ka'ba, exceto as imagens de Jesus e Maria. Morreu em Medina em 8 de junho de 632, após uma rápida febre, nos braços de Aisha, a esposa favorita do seu harém.

A atividade principal era o pastoreio e o comércio através das caravanas; os árabes controlavam o comércio entre o Oceano Índico e o Mar Mediterrâneo. Foi nesse contexto que surgiu o islamismo.

Todavia, as cidades do noroeste da Arábia ("Hijaz") permaneceram isoladas da difusão do cristianismo entre os árabes sírios. Além de alguns poucos cristãos, havia algumas comunidades judaicas na Arábia. A forma religiosa predominante era o politeísmo animista, mas parece que também existia a crença em uma divindade suprema acima dos muitos deuses O cristianismo teve um efeito aglutinador semelhante e no final do quarto século já havia surgido uma cultura cristã árabe amadurecida. O desenvolvimento dessa cultura foi facilitado no quinto século pela difusão do nestorianismo e do monofisismo, que tinham em comum a oposição à Igreja Bizantina Oficial.

A aliança com Bizâncio acelerou o surgimento de um senso de identidade nacional árabe e a elevação do seu idioma à categoria de uma língua literária. A inscrição de Namara, a mais antiga ocorrência conhecida de uma forma lingüística que pode ser identificada como arábica, é o epitáfio de Imru' al-Qays (m.328), no qual ele se identifica como "Rei de Todos os Árabes.

Geopoliticamente, os árabes estavam na periferia de dois grandes impérios, o Império Bizantino (Síria e Egito) e o Império Sassânida (Pérsia e Mesopotâmia), dos persas zoroastrianos. A terra em que habitavam incluía o deserto da Síria, ao norte, e a Península Arábica, ao sul. Os sírios tinham estreitas ligações com os bizantinos, dos quais receberam dois importantes elementos - o cristianismo e a monarquia centralizada.

Um dado final é a questão geopolítica. No quarto século, o Império Romano havia se dividido em dois por razões administrativas: Império Ocidental, com sede na Itália, e Império Oriental, com sua capital em Constantinopla. No século quinto, com a contínua infiltração germânica, o império ocidental chegou ao fim. No entanto, o Império Oriental haveria de perdurar por mais mil anos, com o nome de Império Bizantino. Foi esse o império que mais sofreu com a eventual expansão do islamismo.

Às vésperas de surgir o islamismo, a Igreja Cristã estava solidamente estabelecida em quase toda a orla do Mediterrâneo, em algumas regiões já há vários séculos. A fé cristã também se expandia entre os povos bárbaros que ocuparam progressivamente a Europa, como os visigodos (arianos) e os francos (católicos).

Esse período continuou a ser marcado por dissidências ou "heresias", como foi o caso do arianismo, do nestorianismo, do monofisismo, do donatismo, do maniqueísmo e do pelagianismo, entre outras.

Esses séculos também marcaram a chamada "idade de ouro da patrística", ou seja, o período em que viveram os maiores Pais da Igreja: no Oriente grego, vultos como Atanásio de Alexandria, Eusébio de Cesaréia, os três capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo) e João Crisóstomo; no Ocidente latino, Ambrósio de Milão, Jerônimo e o maior de todos, Agostinho de Hipona.

A "Igreja Católica", legalizada por Constantino e declarada oficial por Teodósio (380), preocupou-se também em definir o seu corpo doutrinário, especialmente no tocante ao ser de Deus. O quarto e o quinto séculos foram a época dos primeiros concílios ecumênicos da Igreja: os de Nicéia (325) e Constantinopla (381) definiram a doutrina da trindade e os de Éfeso (431) e Calcedônia (451) articularam o entendimento da pessoa de Cristo em suas duas naturezas, divina e humana.

A chamada "Igreja Imperial" aperfeiçoou extraordinariamente a sua estrutura, fundada sobre a hierarquia, tendo no alto os bispos; o bispo de Roma adquiriu status cada vez mais elevado, até o desenvolvimento completo do papado, no quinto século - Leão Magno (440-461) é considerado o primeiro papa no pleno sentido da palavra.

No início do quarto século, com o surgimento do primeiro imperador romano cristão, Constantino (313), a história da Igreja iniciou um período radicalmente diferente. De uma comunidade reprimida, a Igreja, devido à sua associação com o estado, passou a ser uma instituição privilegiada, rica e influente. Ao mesmo tempo, surgiu uma série de escritores e intelectuais cristãos que se propuseram a articular, expor e defender a fé cristã contra seus contestadores internos e externos. São os primeiros "Pais da Igreja", vultos como Inácio de Antioquia, Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano de Cartago (pai da teologia latina), Clemente de Alexandria, Orígenes e Cipriano de Cartago.

Esse período também foi marcado por grande fermentação na área teológica, com o surgimento de vários movimentos dissidentes, formas alternativas de cristianismo. As mais conhecidas são o docetismo, o gnosticismo, o marcionismo, o montanismo e o monarquianismo. A igreja majoritária denominava-se "católica" e caracterizava-se por três elementos de coesão: o episcopado, o credo e o cânon.

Com isso, a fé cristã inseriu-se de modo profundo no mundo greco-romano, na civilização helênica que vinha desde a época de Alexandre, o Grande. Logo o grego se tornou a língua predominante dos cristãos, o que fez com que todo o Novo Testamento tenha sido escrito nesse idioma (e somado ao Antigo Testamento também em grego). De modo espontâneo e informal, o cristianismo se expandiu em todas as direções a partir da Palestina. Todavia, a direção principal do crescimento foi na direção do noroeste, ou seja, da Europa. Progressivamente, foram alcançados, no Oriente Médio, a Síria, a Ásia Menor (atual Turquia) e mais tarde a Armênia e a Mesopotâmia; no norte da África, o Egito, a Etiópia, a Líbia e mais adiante a Numídia (Cartago); na Europa, a Península Balcânica (Grécia, Macedônia), a Itália, a Gália (França) e a Britânia.

Inicialmente judaico, o movimento cristão teve de enfrentar um grande desafio ao decidir o que fazer com os elementos não-judaicos (gentios) que buscavam filiação. A decisão em favor da abertura aos não-judeus, registrada em Atos dos Apóstolos, capítulo 15, teve vastas conseqüências para o cristianismo, permitindo que viesse a se tornar uma religião internacional, multi-étnica e multicultural.

Os ensinos, ações e experiências de Jesus, bem como as experiências dos seus primeiros seguidores e suas reflexões acerca da mensagem e pessoa de Jesus eventualmente se cristalizaram em uma série de documentos que vieram a constituir o conjunto de 27 livros sagrados especificamente cristãos - o Novo Testamento -, com suas três coleções de escritos: os evangelhos (sinóticos e João), as cartas de Paulo (tendo Atos dos Apóstolos como elo de ligação) e as chamadas cartas gerais (mais o Apocalipse).

Ao mesmo tempo, Jesus deixou claro que ele também era parte da sua mensagem, da nova proposta de relacionamento das pessoas com Deus (o Pai) e umas com as outras. As primeiras tradições acerca de Jesus (os evangelhos) deixam claro que ele se considerava o Filho de Deus, o Messias prometido, e que tanto a sua vida e ensinos quanto especialmente a sua morte e ressurreição tinham um sentido reconciliador, redentor.

O conceito básico da sua mensagem foi o "Reino de Deus" (o evangelho ou boas novas do reino), uma nova realidade em que a soberania de Deus é reconhecida e aceita e onde toda a vida e relacionamentos são transformados mediante a adoção dos novos valores.

Jesus reinterpretou e aprofundou os ensinos do Antigo Testamento, dando ênfase especial a alguns de seus elementos mais significativos como a igualdade fundamental de todos os seres humanos e uma ética baseada no amor e na solidariedade.

Nos anos 691-694, os muçulmanos construíram em Jerusalém, na esplanada do antigo templo, a Mesquita Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha, no local em que Maomé teria subido ao sétimo céu. Os muçulmanos conquistaram a Armênia em 693, dominando-a até 862. Após a conquista do Oriente Médio e do Egito, os exércitos islâmicos marcharam ao longo da costa mediterrânea da África. Cartago foi conquistada em 698 e em seguida o restante do norte da África. Jeremy Johns aponta uma diferença entre as conquistas dos primeiros califas e as dos omêiades, atribuindo-a ao fermento ideológico que levara o islã à maturidade (p. 169).

Durante o califado de 'Umar, os exércitos islâmicos conquistaram sucessivamente a Síria, a Palestina, o Iraque e o Egito. Jerusalém foi tomada em 638 e Cairo (Fustat) foi fundada em 641. (Ver Pacto de Omar, CH, p.18.) O objetivo dessas conquistas foi mais político (a união dos povos árabes) do que ideológico. Damasco passou a ser a sede do califado omêiade (660-750), que incluiria a Síria, o norte da África e a Espanha.Divisões políticas: - Califado omêiade (660-750): de 'Umar; Síria, Norte da África e Espanha- Califado abássida (750-1258): de Abul Abbas; Bagdá- Califado espanhol: Córdova (755-1031) e Granada (1238-1492)- Califado fatímida (910-1171): de Fátima; Egito e norte da África- Califado otomano (1281-1924): tomou Constantinopla em 1453 e o Egito em 1517.

Principais seitas:

(a) Sunitas: grupo majoritário; insistem no sunna (caminho) que vem do fundador sem interrupção. Afirmam que os quatro califas foram sucessores legítimos de Maomé.

(b) Xiitas: sustentam que os legítimos sucessores são os familiares de Maomé, a começar do seu primo e genro Ali. Esses sucessores (em número de 7 ou 12) são conhecidos como "imãs". Os xiitas estão principalmente no Irã e na África. Shia = "seita".

(c) Sufis (de suf = veste de lã tosca): místicos com tendência panteísta; concentram-se no Irã e na Índia.História posterior: Maomé morreu sem deixar um sucessor designado. Por 28 anos, a liderança foi exercida por quatro companheiros pessoas do profeta, os califas (= representantes ou sucessores): Abu Bakr (632-634), 'Umar (634-644), Otman (644-656) e Ali (656-660), cujo assassinato dividiu o islamismo para sempre em seitas.Maomé se considerava um herdeiro das tradições judaica e cristã e a parte inicial do Corão expressam a esperança de que os "povos do Livro" aceitem Maomé como profeta. Partes posteriores do livro fazem forte polêmica contra os dois grupos. Mesmo assim, Maomé manteve uma atitude positiva para com os cristãos em geral e decretou que eles (e os judeus) deviam receber proteção sob o domínio islâmico.

Segundo o islã, Jesus era um profeta de Deus, porém inferior a Maomé. Ele nasceu da virgem Maria e realizou muitos milagres, mas foi protegido da morte por crucificação e não ressuscitou dentre os mortos. Ele subiu ao céu após a morte e retornará à terra. Era um muçulmano fiel ou seguidor de Alá.O Corão é constituído de 114 capítulos ou "suras", que formam um volume um pouco menor que o Novo Testamento.


O primeiro capítulo contém uma breve oração inicial, a famosa Fatiha. Em seguida, os capítulos estão dispostos segundo o seu tamanho, desde o maior, com 286 versículos, até os mais breves no final, dos quais o menor tem apenas três versículos. Todos os capítulos, exceto o nono, começam com uma fórmula: "Em nome de Alá, o Compassivo, o Misericordioso".Livro sagrado: Corão (Qur'an = "recitação"). O islamismo é a única religião mundial cujos livros sagrados declaram ser a revelação do próprio Deus ao fundador, considerado o último e maior dos profetas. Quem fala no Corão é principalmente Alá. Os muçulmanos crêem que o Corão foi revelado a Maomé pelo arcanjo Gabriel.

Os séculos IX e X testemunharam várias incursões muçulmanas no Mediterrâneo cristão. A conquista de Creta (823) preparou o caminho para a invasão da Sicília (827), cuja conquista foi concluída em 902. Nessa ocasião, um exército islâmico invadiu a Itália e fez nova tentativa frustrada de atacar Constantinopla a partir do oeste.

A Sicília permaneceu nas mãos dos árabes até 1092 e ao longo dos séculos IX e X serviu de base para ataques contra as duas costas da Itália. Em 846, a própria Roma foi atacada.No ano 1000, a maior parte da população da Terra Santa talvez ainda fosse cristã. Isso começou a mudar por duas razões. Primeiro, um novo líder muçulmano local, o califa el-Hakim, perseguiu ferozmente cristãos e judeus, e ordenou a destruição da Igreja do Santo Sepulcro (1009), que havia sido reconstruída (também perseguiu os coptas no Egito).Em segundo lugar, os turcos seljúcidas, nômades pagãos das estepes da Ásia central, invadiram o Oriente Médio. Em 1055, eles capturaram Bagdá, ganhando o controle do califado abássida (750-1258). Ironicamente, ao conquistarem os árabes, os rudes turcos se converteram ao islã. Eles ocuparam a Palestina de 1071 a 1098, quando foi retomada pela dinastia fatímida xiita do Egito.

Nesse período, os turcos perseguiram os cristãos locais.Os bizantinos haviam por um século reconquistado a Armênia e boa parte da Síria. Agora, os turcos penetraram fundo na Armênia, Geórgia e Anatólia, até derrotar completamente os bizantinos em Manzikert (1071), nas cercanias do lago Van. Com isso, estes perderam definitivamente a Ásia Menor, o celeiro e campo de recrutamento do império. Bizâncio apelou várias vezes à cristandade latina em busca de socorro contra os turcos. Vinte e cinco anos depois, a Europa ocidental respondeu com a Primeira Cruzada.

Conseqüências: as conquistas muçulmanas foram um rude golpe para o cristianismo, principalmente para a Igreja Oriental. Grande parte dos mais antigos e florescentes centros cristãos foram perdidos definitivamente: Palestina, Síria, Ásia Menor, Egito, Numídia. Todavia, várias igrejas minoritárias conseguiram sobreviver nos novos domínios islâmicos (monofisitas sírios, coptas, armênios, nestorianos). Estes últimos chegaram até Pequim (monumento nestoriano em Sianfu, do ano 781, refere-se a um missionário que ali esteve 146 anos antes).A cristandade européia estava em crise e sem condições de enfrentar os invasores islâmicos. Aprofundava-se cada vez mais o fosso entre cristãos romanos e gregos. O papado experimentou longos períodos de decadência, como no século X (ver Duffy, Santos e pecadores, 83, 86).

Depois do reinado de Carlos Magno, tardou a surgir uma autoridade central forte. A Europa estava fragmentada política e territorialmente.3. As CruzadasEm 1095, o Ocidente finalmente respondeu ao drama dos cristãos orientais organizando a primeira cruzada. Cruzadas = campanhas militares movidas pelos cristãos europeus com o objetivo de repelir o avanço turco e libertar a Terra Santa das mãos dos infiéis.Motivações das cruzadas (mistura de motivos religiosos e profanos):

a) Libertar os locais sagrados das origens do cristianismo.
b) Facilitar as peregrinações à Palestina (os primeiros cruzados se consideravam peregrinos).
c) Lutar contra os infiéis: iniciativa do papado reformista.- Adaptação e ampliação da doutrina da guerra justa (Agostinho): promessa de vida eterna em caso de morte (mártir) ou de indulgência plenária; contrato com Deus.

- Canalizar as energias ociosas da classe guerreira (Trégua de Deus ou Paz de Deus); surgimento dos cavaleiros cristãos (militia Christi).d) Benefícios materiais: apropriar-se das terras ocupadas, atração do saque ou pilhagem, aventura no Oriente exótico e misterioso.

1ª Cruzada (1096-1099): pregada pelo papa Urbano II no Concílio de Clermont (novembro de 1095): "Deus vult". Foi estimulada por uma ofensiva dos turcos seljúcidas na Ásia Menor, que pressionava a fronteira oriental de Bizâncio. Em 1099, Jerusalém foi capturada, em meio a horrível massacre da população (muçulmanos, judeus e árabes cristãos). Foi criado o Reino Latino de Jerusalém (1099-1187, 1229-1244). Nos vinte anos seguintes, uma série de estados cruzados foi estabelecida no Oriente. As cruzadas subseqüentes foram instigadas para defender esses reinos.Em 1118, foi criada a ordem dos Cavaleiros Templários para proteger os peregrinos; depois surgiram os Hospitalários e os Cavaleiros Teutônicos (monges guerreiros).
Os templários foram destruídos em 1312 por pressão de Filipe IV da França sobre o papa Clemente V.

2ª Cruzada (1147-1149): Bernardo de Claraval proclamou a necessidade de nova cruzada para libertar Edessa, que havia sido tomada pelo sultão de Alepo em 1144. Essa cruzada fracassada teve como líderes os reis Luís VII da França e Conrado III da Alemanha. Vinte anos depois, subiu ao poder no Egito o grande sultão Saladino (1169-1193), que liderou uma contra-ofensiva islâmica. Ele capturou Jerusalém em 1187, destruindo o exército cruzado.

3ª Cruzada (1189-1192): a tomada de Jerusalém levou à convocação de nova cruzada, que falhou no intento de libertar a Cidade Santa. Foi liderada pelo inglês Ricardo Coração de Leão, pelo alemão Frederico Barba Roxa e pelo francês Filipe II (Augusto).

4ª Cruzada (1202-1204): os bizantinos tinham uma postura dúbia; precisavam de auxílio militar contra os turcos, mas ao mesmo tempo se ressentiam com a criação dos estados cruzados. A rixa Oriente-Ocidente levou a uma nova cruzada, em que um exército de venezianos, franceses e flamengos saqueou Constantinopla (ver Noll, Momentos Decisivos, 146). Foi estabelecido um império latino com sede naquela cidade (1204-1261). Alguns anos depois, ocorreu a infame Cruzadas das Crianças (1212).O saque de Constantinopla envenenou de maneira profunda as relações entre o Oriente e o Ocidente e foi a causa principal da ruptura definitiva das duas grandes tradições cristãs (Igrejas Grega e Latina).

Outras cruzadas:

(a) 5ª Cruzada (1217-1221): foi liderada pelo "rei de Jerusalém" (João de Brienne) contra Damieta, no Egito, e terminou em fracasso.

(b) 6ª Cruzada (1228-1229): liderada pelo imperador excomungado Frederico II, libertou Jerusalém mediante um acordo com o sultão; Jerusalém seria perdida definitivamente em 1244.
(c) 7ª e 8ª Cruzadas (1248-1254, 1270): liderada por Luís IX, que morreu vitimado pela febre em Túnis, na Tunísia (1270); foi canonizado em 1297. Os cruzados se retiraram definitivamente da Palestina em 1291, com a queda de Acre.4. ConseqüênciasAs cruzadas deixaram junto aos muçulmanos e bizantinos uma imagem de barbarismo. Elas nunca representaram uma ameaça militar para o islã, mas a própria existência dos estados cruzados causou grave ofensa aos muçulmanos: a profanação da Cidade Santa, a redução da população islâmica à condição de súditos inferiores, a interferência no hajj e outras obrigações religiosas, tudo isso representou uma afronta à dignidade coletiva do islã.


A expulsão dos cruzados também constituiu uma humilhação duradoura e amarga para o orgulho cristão. Essas velhas feridas seriam reabertas nos séculos XIX e XX. Para outras conseqüências, ver González, Story of Christianity, I:298-300).O único ganho militar duradouro das cruzadas para a cristandade foi o controle naval do Mediterrâneo e suas ilhas. A principal conseqüência estratégica de longo prazo foi interna: a 4ª Cruzada destruiu as defesas bizantinas da fronteira oriental da Europa, abrindo caminho para a conquista islâmica dos Bálcãs, da Grécia e da Europa oriental.

Os otomanos: no século XIII, uma nova força muçulmana surgiu na Ásia Menor: os turcos otomanos. Em 1300, o sultão Osman I fundou o Império Otomano na atual Turquia. As nações cristãs dos Bálcãs começaram a cair diante do avanço da nova potência: Sérvia (1ª batalha de Kosovo, 1389), Bulgária (1393), Hungria (2ª batalha de Kosovo, 1448).Os bizantinos ficaram apenas com a cidade de Constantinopla, que finalmente foi tomada em 1453 (com a morte do último imperador, Constantino XI).

A monumental igreja de Hagia Sophia (dedicada pelo imperador Justiniano em 27-01-537) foi transformada em uma mesquita. [Depois que a Turquia tornou-se uma república secular, em 1924, o templo passou a ser um museu cultural e os historiadores da arte puderam restaurar muitos elementos cristãos.Nos 200 anos seguintes, a Europa suplantou progressivamente o podes islâmico. Os muçulmanos perderam o controle do comércio asiático terrestre e nunca desenvolveram a tecnologia naval para concorrer com os europeus no mar.Em 1683, os otomanos lançaram o seu último ataque contra a Europa, fazendo o segundo cerco de Viena (o primeiro havia sido em 1529). A cidade foi salva por um exército polonês. O mundo islâmico estava caindo em um longo período de declínio do qual só iria despertar no século XX.

Além da guerra, houve outras respostas cristãs ao islã na Idade Média, na forma de polêmica escrita e tentativas de conversão. - Pedro, o Venerável, abade de Cluny, promoveu o estudo do islamismo e a tradução do Corão para o latim (1143). Em 1219, durante o cerca de Damieta, no Egito, Francisco de Assis tentou pregar ao sobrinho de Saladino, o sultão Malik al-Kamil.- Tomás de Aquino escreveu a Summa Contra Gentiles (1238), uma apologética contra o islã.- O maior missionário medieval aos muçulmanos foi o espanhol Raimundo Lull, morto por uma turba na Argélia em 1315.

A Península Ibérica: o antigo reino visigótico da Espanha havia sido destruído pelos muçulmanos no século VIII e somente alguns resquícios do mesmo continuaram a ter precária existência na região das Astúrias, ao norte. Mais tarde, os francos firmaram sua influência no leste. Desses dois pontos partiu a longa luta conhecida como Reconquista.Na unificação da Espanha cristã, a "descoberta" do túmulo de São Tiago desempenhou um papel importante. No século IX, ele havia se tornado um dos principais locais de peregrinação para os cristãos da Europa ocidental. Eventualmente, Santiago tornou-se o padroeiro da luta contra os muçulmanos - Santiago Matamoros.

Em 1002, morreu o último dos grandes califas de Córdoba e as terras muçulmanas foram divididas em muitos pequenos reinos. Foi isso que deu ímpeto à Reconquista. Em 1248, o único estado mouro na península era o Reino de Granada, que sobreviveu pagando tributo ao rei de Castela e finalmente foi vencido pelos reis católicos Fernando e Isabel em 1492, o ano em que Colombo chegou à América.Os muçulmanos souberam integrar ou preservar as populações cristãs que viviam entre eles. Até hoje, existem antigas comunidades cristãs em vários países árabes (igreja copta do Egito, etc.). Os cristãos não tiveram a mesma preocupação, revelando-se hostis contras as comunidades muçulmanas.

Na Espanha, as ações estatais e eclesiásticas contra os mouros e os judeus foram facilitadas pela criação da Inquisição Espanhola, mediante aprovação papal, em 1479.Foi no contexto da reconquista que nasceu Portugal. Afonso Henriques, o fundador da primeira dinastia portuguesa, a Casa de Borgonha (1139), tomou Lisboa dos sarracenos em 1147, com a ajuda de cruzados ingleses e franceses. Finalmente, os muçulmanos entregaram o Algarve, em 1249.Gilberto Freyre analisa a enorme influência moura na formação da identidade lusitana (aspectos étnico, econômico e cultural) e seus reflexos diretos na colonização do Brasil. (Ver Casa-grande e senzala, 274-287) 5.


Realizações e contribuições culturais dos muçulmanos:

Arquitetura:
Grande Mesquita de Damasco (705s);
Mesquita Azul de Córdova (786s);
Mesquita de Ibn Tulan, em Cairo (878);
Alcázar de Sevilha (1181s);
Alhambra (1248s).

Filosofia:
filósofos mutazilitas (757-847);
Al-Kindi (803s); Al-Farabi (870-950);
Ibn Sina (Avicena, 980-1037);
Ibn Rush (Averróis, 1126-1198).
J. Johns: "A contribuição da sabedoria grega, transmitida através do islã, para o desenvolvimento da filosofia cristã, é tão grande que não pode ser quantificada" (p. 189).
As traduções do grego para o árabe começaram c. 800 em Bagdá e continuaram nos séculos IX e X.

Outras áreas:
medicina, história, geografia, ciência, física, teologia, poesia.

Outros nomes:
Al-Ghazali (teólogo, 1058-1111),
Omar Khayyam (poeta, 1038-1123)

Outras contribuições:
algarismos arábicos (tomados dos indianos c. 750, que os haviam inventado c. 150 anos antes), cavalos, xadrez, utensílios, vocabulário:Sura 4:157: "E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o apóstolo de Deus, embora não sendo na realidade certo que o mataram nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado.

E aqueles que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, em realidade, não o mataram". Sura 19:34-35: "Este é Jesus, filho de Maria; é a pura verdade, da qual duvidam. É inadmissível que Deus tenha tido um filho. Glorificado seja!"

6. Referências Bibliográficas

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NAZIR-ALI, Michael J. Islam in today's world)

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ARMSTRONG, Karen. Uma história de Deus: quatro milênios de busca do judaísmo, cristianismo e islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

BELTRÃO, Cláudia. Os árabes na Idade Média: os senhores do deserto. São Paulo: FTD, 2000.

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CRAWFORD, Paul. A deadly give and take [The crusades]; ELASS, Mateen A. Four jihads;

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LEWIS, Bernard. The Middle East: a brief history of the last 2,000 years. 1995.

LEWIS, Bernard. What went wrong: Western impact and the Middle Eastern response. 2001.

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MASSOULIÉ, François. Conflitos no Oriente Médio. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997.

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NEILL, Stephen. Christian faith and other faiths. Downer's Grove, IL: Intervarsity Press, 1984.

PRIMEIRO ciclo de estudos da religião: judaísmo, cristianismo, budismo e islamismo. Universidade Federal de Ouro Preto, 1989. READ, Piers Paul. Os templários. Trad. Marcos José da Cunha. Rio de Janeiro: Imago, 2001.

REILLY, Bernard F. Cristãos e muçulmanos: a luta pela Península Ibérica. Lisboa: Teorema, 1996. (Título do original: The contest of Christian and Muslim Spain: 1031-1157; o autor é professor de história da Universidade Villanova, em Filadélfia)

RICHARD, Jean. The crusades: c. 1071-c. 1291. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. (Traduzido do francês) RILEY-SMITH, Jonathan (Ed.). The Oxford history of the crusades. Oxford: Oxford University Press, 1999.

RUNCIMAN, Steven. A history of the crusades. 3 vols. Cambridge: Cambridge University Press, 1996 (1951-1954). (Condena os combatentes cristãos e descreve os muçulmanos como vítimas inocentes e heróicas)

SAID, Edward W. Orientalism. 1979. (Um dos fundadores dos estudos pós-coloniais; argumenta que o Ocidente fabricou uma imagem do "outro" oriental a fim de conquistar e dominar o mundo islâmico.)

YE'OR, Bat. The dhimmi. 1985. (Pseudônimo de uma estudiosa judia nascida no Egito; critica a suposta tolerância religiosa do islamismo documentando práticas e políticas agressivas dirigidas contra minorias não-islâmicas desde o século sétimo.)

YE'OR, Bat. The decline of eastern Christianity under Islam: from Jihad to Dhimmitude. 1996. Internet Islamic History Sourcebook, de Paul Halsall (grande coleção de fontes primárias, obras acadêmicas e outros links):

www.fordham.edu/halsall/islam/islamsbook.html

Referências adicionais:

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DOWLEY, Tim (Ed.). Atlas Vida Nova da Bíblia e da história do cristianismo. São Paulo: Edições Vida Nova, 1997.DUFFY, Eamon. Santos e pecadores: história dos papas. São Paulo: Cosac e Naify, 1998.

GONZÁLEZ, Justo L. The story of Christianity. 2 vols. New York: HarperCollins, 1984.GONZÁLEZ, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo. 10 vols. São Paulo: Vida Nova.

GIORDANO, Mário Curtis. História do mundo árabe medieval. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. (Professor de filosofia na Universidade Federal Fluminense e de direito romano na Faculdade de Direito Cândido Mendes; outras obras: História da antiguidade medieval, História do Império Bizantino, História do mundo feudal, História dos reinos bárbaros.)

LO JACONO, Cláudio. Islamismo: história, preceitos, festividades, divisões. São Paulo: Globo, 2002. (Excelente síntese não acadêmica, ilustrada em cores)NOLL, Mark A. Momentos decisivos na história do cristianismo. Trad. Alderi Souza de Matos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000.

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

RASHID, Ahmed. Jihad: a ascensão do islamismo militante na Ásia Central. São Paulo: Cosac e Naify, 2003. (Autor é jornalista correspondente).

terça-feira, 5 de julho de 2011

A metodologia científica nas Publicações Acadêmicas

SUMÁRIO
1 - Introdução

Este trabalho não tem a pretensão de abranger todas as questões envolvidas em Metodologia Científica. Trata-se, tão somente, de uma ajuda para consulta por parte dos estudantes dos cursos de graduação, podendo também contribuir aos estudantes de pós-graduação. Qualquer aprofundamento teórico ou prático deverá ser buscado na bibliografia sugerida no final deste trabalho.
Nossa intenção foi apenas facilitar a busca dos estudantes no que diz respeito aos trabalhos de pesquisa acadêmica. A estrutura deste trabalho, por si só, serve de modelo para um trabalho realizado em sala de aula. Além disso, procuramos apresentar e explicar as regras para cada parte de um trabalho científico.
Baseados em observações próprias, sem conotação científica, notamos que a disciplina de Metodologia Científica é uma das mais rejeitadas pelos estudantes em praticamente todos os cursos de graduação. É, mais ou menos, como o velho chavão do "odeio matemática", mesmo que a matemática não seja tão terrível assim.

A disciplina Metodologia Científica é iminentemente prática e deve estimular os estudantes para que busquem motivações para encontrar respostas às suas dúvidas. Se nos referimos a um curso superior estamos naturalmente nos referindo a uma Academia de Ciência e, como tal, as respostas aos problemas de aquisição de conhecimento deveriam ser buscadas através do rigor científico e apresentadas através das normas acadêmicas vigentes.

Dito isto, parece que fica claro que metodologia científica não é um simples conteúdo a ser decorado pelos alunos, para ser verificado num dia de prova; trata-se de fornecer aos estudantes um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Trata-se então de se aprender fazendo, como sugere os conceitos mais modernos da Pedagogia.

Procuramos, na medida do possível, seguir rigorosamente as regras definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, para elaboração de trabalhos científicos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidade é da desatenção do autor.

A presente obra procura não dificultar as questões que envolvem a elaboração de um projeto e o relatório da pesquisa, portanto pode ser entendida como uma facilitadora da aprendizagem, onde os estudantes poderão consultar, a qualquer hora, para suprimir suas dúvidas quanto aos procedimentos, técnicas e normas de pesquisa.

Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a uma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio da busca incessante do saber científico. Neste sentido, esta disciplina tem uma importância fundamental na formação do profissional. Se os alunos procuram a Academia para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científica nada mais é do que a disciplina que "estuda os caminhos do saber", se entendermos que "método" quer dizer caminho, "logia" quer dizer estudo e "ciência" que dizer saber. Mas aprender a pesquisar é muito fácil. Vejam só




2 - Tipos de Conhecimentos

Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos.
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões.

Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por conseqüência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cerca.
Existem diferentes tipos de conhecimentos:
2.1 - Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-comum)
É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.

Exemplo:
A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
2.2 - Conhecimento Filosófico
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.

Exemplo:
"O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)
2.3 - Conhecimento Teológico
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.

Exemplo:
Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc..
2.4 - Conhecimento Científico
É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:
- É racional e objetivo.
- Atém-se aos fatos.
- Transcende aos fatos.
- É analítico.
- Requer exatidão e clareza.
- É comunicável.
- É verificável.
- Depende de investigação metódica.
- Busca e aplica leis.
- É explicativo.
- Pode fazer predições.
- É aberto.
- É útil (GALLIANO, 1979, p. 24-30).

Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos batráquios.

3 - A Ciência

3.1 - Do medo à Ciência
A evolução humana corresponde ao desenvolvimento de sua inteligência. Sendo assim podemos definir três níveis de desenvolvimento da inteligência dos seres humanos desde o surgimento dos primeiros hominídeos: o medo, o misticismo e a ciência.

a) O medo:
Os seres humanos pré-históricos não conseguiam entender os fenômenos da natureza. Por este motivo, suas reações eram sempre de medo: tinham medo das tempestades e do desconhecido. Como não conseguiam compreender o que se passava diante deles, não lhes restava outra alternativa senão o medo e o espanto daquilo que presenciavam.

b) O misticismo:
Num segundo momento, a inteligência humana evoluiu do medo para a tentativa de explicação dos fenômenos através do pensamento mágico, das crenças e das superstições. Era, sem dúvida, uma evolução já que tentavam explicar o que viam. Assim, as tempestades podiam ser fruto de uma ira divina, a boa colheita da benevolência dos mitos, as desgraças ou as fortunas do casamento do humano com o mágico.

c) A ciência:
Como as explicações mágicas não bastavam para compreender os fenômenos os seres humanos finalmente evoluíram para a busca de respostas através de caminhos que pudessem ser comprovados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que procura sempre uma aproximação com a lógica.
O ser humano é o único animal na natureza com capacidade de pensar. Esta característica permite que os seres humanos sejam capazes de refletir sobre o significado de suas próprias experiências. Assim sendo, é capaz de novas descobertas e de transmiti-las a seus descendentes.
O desenvolvimento do conhecimento humano está intrinsecamente ligado à sua característica de viver em grupo, ou seja, o saber de um indivíduo é transmitido a outro, que, por sua vez, aproveita-se deste saber para somar outro. Assim evolui a ciência.

3.2 - A evolução da Ciência
Os egípcios já tinham desenvolvido um saber técnico evoluído, principalmente nas áreas de matemática, geometria e na medicina, mas os gregos foram provavelmente os primeiros a buscar o saber que não tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização prática. A preocupação dos precursores da filosofia (filo = amigo + sofia (sóphos) = saber e quer dizer amigo do saber) era buscar conhecer o porque e o para que de tudo o que se pudesse pensar.
O conhecimento histórico dos seres humanos sempre teve uma forte influência de crenças e dogmas religiosos. Mas, na Idade Média, a Igreja Católica serviu de marco referencial para praticamente todas as idéias discutidas na época . A população não participava do saber, já que os documentos para consulta estavam presos nos mosteiros das ordens religiosas.
Foi no período do Renascimento, aproximadamente entre o séculos XV e XVI (anos 1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e produzir o conhecimento através das idéias. Neste período as artes, de uma forma geral, tomaram um impulso significativo. Neste período Michelangelo Buonarrote esculpiu a estátua de David e pintou o teto da Capela Sistina, na Itália; Thomas Morus escreveu A Utopia (utopia é um termo que deriva do grego onde u = não + topos = lugar e quer dizer em nenhum lugar); Tomaso Campanella escreveu A Cidade do Sol; Francis Bacon, A Nova Atlântica; Voltaire, Micrômegas, caracterizando um pensamento não descritivo da realidade, mas criador de uma realidade ideal, do dever ser.
No século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) a burguesia assumiu uma característica própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática. Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que propôs "a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos". O pensador René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos, surgindo a frase "penso, logo existo". No aspecto político o movimento Iluminista expressou-se pela necessidade do povo escolher seus governantes através de livre escolha da vontade popular. Lembremo-nos de que foi neste período que ocorreu a Revolução Francesa em 1789.
O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento para se chegar ao meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza. Já no fim do período do Renascimento, Francis Bacon pregava o método indutivo como meio de se produzir o conhecimento. Este método entendia o conhecimento como resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento empírico. Por outro lado, através de seu Discurso sobre o método, René Descartes defendeu o método dedutivo como aquele que possibilitaria a aquisição do conhecimento através da elaboração lógica de hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação.
A Igreja e o pensamento mágico cederam lugar a um processo denominado, por alguns historiadores, de "laicização da sociedade". Se a Igreja trazia até o fim da Idade Média a hegemonia dos estudos e da explicação dos fenômenos relacionados à vida, a ciência tomou a frente deste processo, fazendo da Igreja e do pensamento religioso razão de ser dos estudos científicos.
No século XIX (anos 1800) a ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia que tudo só tinha explicação através da ciência. Como se o que não fosse científico não correspondesse a verdade. Se Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, foram perseguidos pela Igreja, em função de suas idéias sobre as coisas do mundo, o século XIX serviu como referência de desenvolvimento do conhecimento científico em todas as áreas. Na sociologia Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou explicar a relações sociais através das questões econômicas, resultando no Materialismo-Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia, ferindo os dogmas sacralizados pela religião, com a Teoria da Hereditariedade das Espécies ou Teoria da Evolução. A ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos fenômenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais.

3.3 - A neutralidade científica
É sabido que, para se fazer uma análise desapaixonada de qualquer tema, é necessário que o pesquisador mantenha uma certa distância emocional do assunto abordado. Mas será isso possível? Seria possível um padre, ao analisar a evolução histórica da Igreja, manter-se afastado de sua própria história de vida? Ou ao contrário, um pesquisador ateu abordar um tema religioso sem um conseqüente envolvimento ideológico nos caminhos de sua pesquisa?
Provavelmente a resposta seria não. Mas, ao mesmo tempo, a consciência desta realidade pode nos preparar para trabalhar esta variável de forma que os resultados da pesquisa não sofram interferências além das esperadas. É preciso que o pesquisador tenha consciência da possibilidade de interferência de sua formação moral, religiosa, cultural e de sua carga de valores para que os resultados da pesquisa não sejam influenciados por eles além do aceitável.

4 - Tipos de Pesquisa

Este capítulo não era para existir, já que não vejo a menor importância na necessidade de um pesquisador ter que definir o tipo de pesquisa que vai executar. O importante é que o pesquisador saiba usar os instrumentos adequados para encontrar respostas ao problema que ele tenha levantado.
No entanto são tantas as pessoas que me consultam através desta Home Page sobre este assunto, que resolvi acrescentar este capítulo. O que ocorre aqui parece ser aquele lema conhecido pelos estudiosos da dinâmica educacional: "se podemos complicar para que simplificar?"
Pesquisa é o mesmo que busca ou procura. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa. Em se tratando de Ciência (produção de conhecimento) a pesquisa é a busca de solução a um problema que alguém queira saber a resposta. Não gosto de dizer que se faz ciência, mas que se produz ciência através de uma pesquisa. Pesquisa é portanto o caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento.
É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. Num exemplo grosseiro eu não poderia procurar um tesouro numa praia cavando um buraco com uma picareta; eu precisaria de uma pá. Da mesma forma eu não poderia fazer um buraco no cimento com uma pá; eu precisaria de uma picareta. Por isso a importância de se definir o tipo de pesquisa e da escolha do instrumental ideal a ser utilizado.
A Ciência, através da evolução de seus conceitos, está dividida por áreas do conhecimento. Assim, hoje temos conhecimento das Ciências Humanas, Sociais, Biológicas, Exatas, entre outras. Mesmo estas divisões tem outras sub-divisões cuja definição varia segundo conceitos de muitos autores. As Ciências Sociais, por exemplo, pode ser dividida em Direito, História, Sociologia etc.
Tentando descomplicar prefiro definir os tipos de pesquisa desta forma:
Pesquisa Experimental: É toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento.
 Exemplo: Pinga-se uma gota de ácido numa placa de metal para observar o resultado.
Pesquisa Exploratória: É toda pesquisa que busca constatar algo num organismo ou num fenômeno.
 Exemplo: Saber como os peixes respiram.
Pesquisa Social: É toda pesquisa que busca respostas de um grupo social.
 Exemplo: Saber quais os hábitos alimentares de uma comunidade específica.
Pesquisa Histórica: É toda pesquisa que estuda o passado.
 Exemplo: Saber de que forma se deu a Proclamação da República brasileira.
Pesquisa Teórica: É toda pesquisa que analisa uma determinada teoria.
 Exemplo: Saber o que é a Neutralidade Científica.

5 - O Projeto da Pesquisa

5.1 - Escolha do Tema

Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho de pesquisa. Abaixo estão relacionadas algumas questões que devem ser levadas em consideração nesta escolha:


5.1.1 - Fatores internos

- Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal.
Para se trabalhar uma pesquisa é preciso ter um mínimo de prazer nesta atividade. A escolha do tema está vinculada, portanto, ao gosto pelo assunto a ser trabalhado. Trabalhar um assunto que não seja do seu agrado tornará a pesquisa num exercício de tortura e sofrimento.

- Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa.
Na escolha do tema temos que levar em consideração a quantidade de atividades que teremos que cumprir para executar o trabalho e medi-la com o tempo dos trabalhos que temos que cumprir no nosso cotidiano, não relacionado à pesquisa.

- O limite das capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido.
É preciso que o pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para não entrar num assunto fora de sua área. Se minha área é a de ciências humanas, devo me ater aos temas relacionados a esta área.


5.1.2 - Fatores Externos

- A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais.
Na escolha do tema devemos tomar cuidado para não executarmos um trabalho que não interessará a ninguém. Se o trabalho merece ser feito que ele tenha uma importância qualquer para pessoas, grupos de pessoas ou para a sociedade em geral.

- O limite de tempo disponível para a conclusão do trabalho.
Quando a instituição determina um prazo para a entrega do relatório final da pesquisa, não podemos nos enveredar por assuntos que não nos permitirão cumprir este prazo. O tema escolhido deve estar delimitado dentro do tempo possível para a conclusão do trabalho.

- Material de consulta e dados necessários ao pesquisador
Um outro problema na escolha do tema é a disponibilidade de material para consulta. Muitas vezes o tema escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes secundárias para consulta. A falta dessas fontes obriga ao pesquisador buscar fontes primárias que necessita de um tempo maior para a realização do trabalho. Este problema não impede a realização da pesquisa, mas deve ser levado em consideração para que o tempo institucional não seja ultrapassado.


5.2 - Levantamento ou Revisão de Literatura

O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.
Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes.




5.2.1 - Sugestões para o Levantamento de Literatura

5.2.1.1 – Locais de coletas

Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados.


5.2.1.2 – Registro de documentos

Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro meio qualquer.


5.2.1.3 – Organização

Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa.

O levantamento de literatura pode ser determinado em dois níveis:
a - Nível geral do tema a ser tratado.
Relação de todas as obras ou documentos sobre o assunto.

b - Nível específico a ser tratado.
Relação somente das obras ou documentos que contenham dados referentes à especificidade do tema a ser tratado.


5.3 - Problema

O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa. O Problema é criado pelo próprio autor e relacionado ao tema escolhido. O autor, no caso, criará um questionamento para definir a abrangência de sua pesquisa. Não há regras para se criar um Problema, mas alguns autores sugerem que ele seja expresso em forma de pergunta. Particularmente, prefiro que o Problema seja descrito como uma afirmação.

Exemplo:
Tema: A educação da mulher: a perpetuação da injustiça.
Problema: A mulher é tratada com submissão pela sociedade.


5.4 - Hipótese

Hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido, Hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tente responder ao Problema levantado no tema escolhido para pesquisa. É uma pré-solução para o Problema levantado. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a Hipótese (ou suposição) levantada.


Exemplo: (em relação ao Problema definido acima)
Hipótese: A sociedade patriarcal, representada pela força masculina, exclui as mulheres dos processos decisórios.




5.5 - Justificativa

A Justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a Hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da Justificativa, de não se tentar justificar a Hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.


5.6 - Objetivos

A definição dos Objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim.
Alguns autores separam os Objetivos em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos, mas não há regra a ser cumprida quanto a isto e outros autores consideram desnecessário dividir os Objetivos em categorias.
Um macete para se definir os Objetivos é colocá-los começando com o verbo no infinitivo: esclarecer tal coisa; definir tal assunto; procurar aquilo; permitir aquilo outro, demonstrar alguma coisa etc..


5.7 - Metodologia

A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa.
É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.

5.8 - Cronograma

O Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. As atividades e os períodos serão definidos a partir das características de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo autor do trabalho.
Os períodos podem estar divididos em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres etc.. Estes serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados por cada pesquisador.

Exemplo:


5.9 - Recursos

Normalmente as monografias, as dissertações e as teses acadêmicas não necessitam que sejam expressos os recursos financeiros. Os recursos só serão incluídos quando o Projeto for apresentado para uma instituição financiadora de Projetos de Pesquisa.
Os recursos financeiros podem estar divididos em Material Permanente, Material de Consumo e Pessoal, sendo que esta divisão vai ser definida a partir dos critérios de organização de cada um ou das exigências da instituição onde está sendo apresentado o Projeto.

5.9.1 - Material permanente

São aqueles materiais que têm uma durabilidade prolongada. Normalmente é definido como bens duráveis que não são consumidos durante a realização da pesquisa.
Podem ser: geladeiras, ar refrigerado, computadores, impressoras etc.

Exemplo:

5.9.2 - Material de Consumo


São aqueles materiais que não têm uma durabilidade prolongada. Normalmente é definido como bens que são consumidos durante a realização da pesquisa.
Podem ser: papel, tinta para impressora, gasolina, material de limpeza, caneta etc.

Exemplo:


5.9.3 - Pessoal

É a relação de pagamento com pessoal, incluindo despesas com impostos.

Exemplo:



5.10 - Anexos

Este item também só é incluído caso haja necessidade de juntar ao Projeto algum documento que venha dar algum tipo de esclarecimento ao texto. A inclusão, ou não, fica a critério do autor da pesquisa.

5.11 - Referências

As referências dos documentos consultados para a elaboração do Projeto é um item obrigatório. Nela normalmente constam os documentos e qualquer fonte de informação consultados no Levantamento de Literatura.
Exemplos para elaboração das Referências, segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT para elaboração das Referências estão expressas no Anexo 1 deste trabalho.

5.12 - Glossário

São as palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição.
Também não é um item obrigatório. Sua inclusão fica a critério do autor da pesquisa, caso haja necessidade de explicar termos que possam gerar equívocos de interpretação por parte do leitor.

5.13 - Esquema do Trabalho

Concluído o Projeto, o pesquisador elaborará um Esquema do Trabalho que é uma espécie de esboço daquilo que ele pretende inserir no seu Relatório Final da pesquisa. O Esquema do Trabalho guia o pesquisador na elaboração do texto final. Por se tratar de um esboço este Esquema pode ser totalmente alterado durante o desenvolvimento do trabalho. Quando conseguimos dividir o tema genérico em pequenas partes, ou itens, poderemos redigir sobre cada uma das partes, facilitando significativamente o desenvolvimento do texto.
Depois de concluída a pesquisa, este Esquema irá se tornar o Sumário do trabalho final.

Exemplo:

Título: Educação da Mulher: a perpetuação da injustiça



1 INTRODUÇÃO

2 HISTÓRICO DO PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE

3 O PODER DA RELIGIÃO
3.1 O mito de Lilith/Eva
3.2 O mito da Virgem Maria

4 O PROCESSO DE EDUCAÇÃO

5 O PAPEL DA MULHER NA FAMÍLIA
5.1 A questão da maternidade
5.2 Direitos e deveres
5.3 A moral da família
5.4 Casamento: um bom negócio
5.5 A violência

6 UM CAPÍTULO MASCULINO

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.14 - Resumindo...

Um Projeto de pesquisa, então deveria ter as seguintes características:
1 - Introdução (obrigatório)
2 - Levantamento de Literatura (obrigatório)
3 - Problema (obrigatório)
4 - Hipótese (obrigatório)
5 - Objetivos (obrigatório)
6 - Justificativa (obrigatório)
7 - Metodologia (obrigatório)
8 - Cronograma (se achar necessário)
9 - Recursos (se achar necessário)
10 - Anexos (se achar necessário)
11 - Referências (obrigatório)
12 - Glossário (se achar necessário)

Observação: O documento final do Projeto de Pesquisa deve conter:
- Capa ou Falsa Folha de Rosto (obrigatório);
- Folha de Rosto (obrigatório);
- Sumário (obrigatório);
- Texto do projeto (baseado nas características enunciadas acima) (obrigatório);
- Referências (obrigatório);
- Capa (se quiser).

6 - Instrumentos de Coletas de Dados

6.1 - Questionário

- O Questionário, numa pesquisa, é um instrumento ou programa de coleta de dados. Se sua confecção é feita pelo pesquisador, seu preenchimento é realizado pelo informante.
- A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por necessidade de características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, por exemplo)
- Todo questionário a ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação.


6.1.1 - Conteúdo de um questionário:

6.1.1.1 – Carta Explicação

A Carta Explicação deve conter:

– A proposta da pesquisa;
– Instruções de preenchimento;
– Instruções para devolução;
– Incentivo para o preenchimento e;
- Agradecimento.


6.1.1.2 – Itens de Identificação do Respondente
- Para que as respostas possam ter maior significação é interessante não identificar diretamente o respondente com perguntas do tipo NOME, ENDEREÇO, TELEFONE etc., a não ser que haja extrema necessidade, como para selecionar alguns questionários para uma posterior entrevista (trataremos das técnicas de entrevistas posteriormente).

A criação dos itens formulário segue as regras abaixo.


6.1.1.3 – Itens sobre as questões a serem pesquisadas.

6.1.1.3.1 – Formulário de itens sim-não, certo-errado e verdadeiro-falso;

Ex.: Trabalha? ( ) Sim ( ) Não


6.1.1.3.2 – Respostas livres, abertas ou curtas;

Ex.: Bairro onde mora: ______________________________


6.1.1.3.3 – Formulário de múltipla escolha;

Ex.: Renda Familiar:
( ) Menos de 1 salário mínimo
( ) 1 a 3 salários mínimos
( ) 4 a 6 salários mínimos
( ) 7 a 11 salários mínimos
( ) Mais de 11 salários mínimos


6.1.1.3.4 – Questões mistas.

Ex.: Quem financia seus estudos?
( ) Pai ou mãe
( ) Outro parente
( ) Outra pessoa
( ) O próprio aluno

Outro: _____________________________________



6.2 - Entrevista

Observações iniciais:
- É necessário ter um plano para a entrevista para que no momento em que ela esteja sendo realizada as informações necessárias não deixem de ser colhidas.
- As entrevistas podem ter o caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se a de caráter exploratório é relativamente estruturada, a de coleta de informações é altamente estruturada.


6.2.1 - Sugestões de planejamento

6.2.1.1 – Quem deve ser entrevistado
Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento necessário para satisfazer suas necessidades de informação.


6.2.1.2 – Plano da entrevista e questões a serem perguntadas

Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas ao entrevistado e a ordem em que elas devem acontecer.


6.2.1.3 – Pré-teste

Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha.


6.2.1.4 – Diante do entrevistado

- Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de idéias.
- Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do entrevistado para que isto não venha prejudicar a relação entre entrevistador e entrevistado.
- Deixe que as questões surjam naturalmente, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne um "questionário oral".
- Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem se tornar cansativas para o entrevistado.
- Procure encorajar o entrevistado para as respostas, evitando que ele se sinta falando sozinho.
- Vá anotando as informações do entrevistado, sem deixar que ele fique esperando sua próxima indagação, enquanto você escreve.
- Caso use um gravador, não deixe de pedir sua permissão para tal. Lembramos que o uso do gravador pode inibir o entrevistado.




6.2.1.5 – Relatório

Mesmo tendo gravado procure fazer um relatório o mais cedo possível.


6.3 - Observação

6.3.1 - Sugestões para uma observação

6.3.1.1 – Conhecimento prévio do que observar

Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local.
Determine que tipo de fenômenos merecerão registros.


6.3.1.2 – Planejamento de um método de registro

Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de fenômenos. Procure estipular algumas categorias dignas de observação.


6.3.1.3 – Fenômenos não esperados

Esteja preparado para o registro de fenômenos que surjam durante a observação, que não eram esperados no seu planejamento.


6.3.1.4 – Registro fotográfico ou vídeo

Para realizar registros iconográficos (fotografias,. filmes, vídeos etc.), caso o objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepare-os para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa.


6.3.1.5 – Relatório

Procure fazer um relatório o mais cedo possível.



6.4 - Análise de Conteúdo

Os documentos como fonte de pesquisa podem ser primárias ou secundárias.
As fontes primárias são os documentos que gerarão análises para posterior criação de informações. Podem ser decretos oficiais, fotografias, cartas, artigos etc.
As fontes secundárias são as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas, teses, monografias etc., por exemplo).


Sugestões para análise de documentos:

a - Locais de coletas:

- Determine com antecedência que bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos deverão ser procurados.


b - Registro de documentos:

- Esteja preparado para copiar os documentos, seja através de xerox, fotografias ou outro meio qualquer.


c - Organização:

- Separe os documentos recolhidos de acordo com os critérios de sua pesquisa.



6.4.1 - A Internet

A Internet representa uma novidade nos meios de pesquisa. Trata-se de uma rede mundial de comunicação via computador, onde as informações são trocadas livremente entre todos.
Sem dúvida, a Internet representa uma revolução no que concerne à troca de informação. A partir dela, todos podem informar a todos. Mas, se ela pode facilitar a busca e a coleta de dados, ao mesmo tempo oferece alguns perigos; na verdade, as informações passadas por essa rede não têm critérios de manutenção de qualidade da informação.
Explicando melhor: qualquer um pode colocar sua "Homepage" (ou sua Página) na rede. Vamos supor que um indivíduo coloque sua página na "net" (rede) e o objetivo desta página seja falar sobre a História do Brasil: ele pode perfeitamente, sem que ninguém o impeça, dizer que o Brasil foi descoberto "por Diogo da Silva, no ano de 1325". Sendo assim, devemos levar em conta que toda e qualquer informação colhida na Internet deverá ser confirmada antes de divulgada.


6.4.2 - Fichamentos

O Fichamento é uma parte importante na organização para a efetivação da pesquisa de documentos. Ele permite um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho.
Os registros e a organização das fichas dependerá da capacidade de oragnização de cada um. Os registros não são feitas necessariamente nas tradicionais folhas pequenas de cartolina pautada. Pode ser feita em folhas de papel comum ou, mais modernamente, em qualquer programa de banco de dados de um computador. O importante é que elas estejam bem organizadas e de acesso fácil para que os dados não se percam.
Existem três tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico, o fichamento de resumo ou conteúdo e o fichamento de citações.

6.4.2.1 - Ficha Bibliográfica: é a descrição, com comentários, dos tópicos abordados em uma obra inteira ou parte dela

Exemplo:



Observação: Neste e nos outros exemplos de Fichas os números entre parêteses representam o que está explicado abaixo:
(1) - Título do trabalho(*).
(2) - Seção primária do trabalho(*).
(3) - Seção secundária e terciária do trabalho, se houver(*).
(4) - Numeração do item a que se refere o fichamento(*).
(5) - Comentários ou anotações do pesquisador sobre a obra registrada.

(*) Conforme expresso no exemplo do item 5.13

5.4.2.2 - Ficha de Resumo ou Conteúdo: é uma síntese das principais idéias contidas na obra. O pesquisador elabora esta síntese com suas próprias palavras, não sendo necessário seguir a estrutura da obra.

Exemplo:




Observação: Existem dois tipos de resumos:
a) Informativo: são as informações específicas contidas no documento. Nesta ficha pode-se relatar sobre objetivos, métodos, resultados e conclusões. Sua precisão pode substituir a leitura do documento original.
b) Indicativo: são descrições gerais do documento, sem entrar em detalhes da obra analisada (o exemplo acima refere-se a um resumo indicativo).

5.4.2.3 - Ficha de Citações: é a reprodução fiel das frases que se pretende usar como citação na redação do trabalho.

Exemplo:





7 - Estrutura de Apresentação do Trabalho

ESTRUTURA DE UM TRABALHO



(*) - Elementos adicionados de acordo com as necessidades (opcionais). O demais elementos são obrigatórios.

Modelo de estrutura de um trabalho completo:



7.1 - Capa

Deve conter:
- Instituição onde o trabalho foi executado (opcional)
- Nome do autor
- Título (e subtítulo, se houver) do trabalho
- Se houver mais de um volume, a especificação do respectivo volume
- Cidade e ano de conclusão do trabalho

OBSERVAÇÃO: A Associação Brasileira de Normas Técnicas não determina a disposição destes dados na folha. Esta distribuição deve ser definida pelo professor ou pela Instituição, para uniformização de seus trabalhos acadêmicos.



Modelo de uma Capa

7.2 - Folha de Rosto

Deve conter:
- As mesmas informações contidas na Capa
- As informações essenciais da origem do trabalho



Modelo de uma Folha de Rosto


Exemplos de informações essenciais sobre a origem do trabalho:

Trabalho apresentado para avaliação do rendimento escolar na disciplina de Metodologia Científica, do curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ministrada pelo professor João da Silva.

Monografia apresentada como pré-requisito de conclusão do curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Espírito Santo, tendo como orientadora a professora Maria da Silva.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do Centro Pedagógico, da Universidade Federal do Espírito Santo, como pré-requisito de conclusão do curso de Mestrado em Educação, tendo como orientadora a professora Isa Chiabai.



7.3 - Folha de aprovação

Deve conter:
- Nome do autor
- Título (e subtítulo, se houver) do trabalho
- Natureza
- Objetivos
- Nome da instituição
- Área de concentração
- Data da aprovação
- Nome, titulação, assinatura dos componentes da banca e as instituições a que fazem parte.


Modelo de uma Folha de Aprovação

7.4 - Dedicatória

- Tem a finalidade de se dedicar o trabalho a alguém, como uma homenagem de gratidão especial. Este item é dispensável.


7.5 - Agradecimento

- É a revelação de gratidão àqueles que contribuíram na elaboração do trabalho. Também é um item dispensável.



7.6 - Epígrafe

- É a citação de uma frase de algum autor que expresse, de forma consistente, o conteúdo do trabalho. A localização fica a critério da estética do autor do trabalho. Deve vir acompanhada do nome do autor da frase. Podem estar localizadas também nas folhas de abertura das seções primárias. É um item dispensável.


7.7 - Resumo em Língua Portuguesa

- Texto (e não tópicos) que represente um resumo conciso do trabalho. Não deve ultrapassar 500 palavras. É um item obrigatório.


7.8 - Resumo em Língua Estrangeira

- Tradução, para o inglês, espanhol ou francês, do resumo em língua portuguesa. É um item obrigatório.


7.9 - Lista de Ilustrações

- Apresentada na ordem em que aparece no trabalho, com o nome da ilustração e a página onde se encontra. Caso haja mais de um tipo pode ser apresentado separadamente (fotografias, gráficos, tabelas etc.). É um item opcional.


7.10 - Lista de Abreviações e Siglas

- Abreviações e siglas apresentadas no texto, apresentada em ordem alfabética. É um item opcional.

Exemplo:

ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANDIFES - Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior.
ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
APM - Associação de Pais e Mestres.


7.11 - Sumário

- "Enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede" (NBR 6027).
- O título de cada seção deve ser datilografado com o mesmo tipo de letra em que aparece no corpo do texto.
- A indicação das páginas localiza-se à direita de cada seção.


7.11.1 - Divisão de um Sumário

1 - SEÇÃO PRIMÁRIA
1.1 - SEÇÃO SECUNDÁRIA
1.1.1 - Seção Terciária
1.1.1.1. - Seção Quaternária
1.1.1.1.1 - Seção Quinária

2 - SEÇÃO PRIMÁRIA
2.1 - SEÇÃO SECUNDÁRIA
a) alínea ou item
b) alínea ou item
c) alínea ou item

3 - SEÇÃO PRIMÁRIA
2.1 - SEÇÃO SECUNDÁRIA
a) I .... Inciso
II ... Inciso
b) I .... Inciso
II ... Inciso

4 - SEÇÃO PRIMÁRIA

7.12 - Texto

- É a parte onde todo o trabalho de pesquisa é apresentado e desenvolvido.
- O texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem estruturado, com o uso de uma linguagem simples, clara e objetiva.


7.12.1 - Introdução

- Na introdução, o tema é apresentado e esclarecido aos leitores as indicações de leitura do trabalho.

7.12.2 - Desenvolvimento do Texto

- O corpo do trabalho é onde o tema é discutido pelo autor.
- As hipóteses a serem testadas devem ser claras e objetivas.
- Devem ser apresentados os objetivos do trabalho.
- A revisão de literatura deve resumir as obras já trabalhadas sobre o mesmo assunto.
- Deve-se mencionar a importância do trabalho, justificando sua imperiosa necessidade de se realizar tal empreendimento.
- Deve ser bem explicada toda a metodologia adotada para se chegar às conclusões.

7.12.3 - Conclusão

- A conclusão é a parte onde o autor se coloca com liberdade científica, avaliando os resultados obtidos e propondo soluções e aplicações práticas.


7.13 - Anexos

- É todo material suplementar de sustentação ao texto (itens do questionário aplicado, roteiro de entrevista ou observação, uma lei discutida no corpo do texto etc.).


7.14 - Referências (NBR 6023)

É o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos, publicações, no todo ou em parte. Os exemplos estão expressos no Anexo 1 .


7.15 - Glossário

- É a explicação dos termos técnicos, verbetes ou expressões que constem do texto. Sua colocação é opcional.


8 - Organização do Corpo do Texto
8.1 - Citações (NBR 10520)

- Quando se quer transcrever o que um autor escreveu.

8.1.1 - Citação Direta

a) - Citação Direta Curta (NBR 12256) (com menos de 3 linhas) - Deve ser feita na continuação do texto, entre aspas.

Ex.:
Maria Ortiz, moradora da Ladeira do Pelourinho, em Salvador, que de sua janela jogou água fervendo nos invasores holandeses, incentivando os homens a continuarem a luta. Detalhe pitoresco é que na hora do almoço, enquanto os maridos comiam, as mulheres lutavam em seu lugar. Este fato levou os europeus a acreditarem que "o baiano ao meio dia vira mulher" (MOTT, 1988, p. 13).

Obs.: MOTT - autor que faz a citação.
1988 - o ano de publicação da obra deste autor na bibliografia.
p. 13 - refere-se ao número da página onde o autor fez a citação (NBR 10520).

b) - Citação Direta Longa (com 3 linhas ou mais) - As margens são recuadas à direita em 4 cm, em espaço um (1) (O texto deve ser digitado em espaço 1,5), com a letra menor que a utilizada no texto e sem aspas (NBR 10520, item 4.4).
Ex.: Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa, uma vez que as mulheres que o ministravam não estavam preparadas para exercer tal função.
A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827 residiu no provimento das cadeiras das escolas femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres no ensino das prendas domésticas, as poucas que se apresentavam para reger uma classe dominavam tão mal aquilo que deveriam ensinar que não logravam êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos. Se os próprios homens, aos quais o acesso à instrução era muito mais fácil, se revelavam incapazes de ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o nível do ensino nas escolas femininas, cujas mestras estiveram sempre mais ou menos marginalizadas do saber (SAFFIOTI, 197, p. 193).

8.1.2 - Citação de Citação

- É a citação feita por outro pesquisador.

Ex.: O Imperador Napoleão Bonaparte dizia que "as mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos" (apud LOI, 1988, p. 35).

Obs.: apud = citado por.

8.1.3 - Citação Indireta

- É a citação de um texto, escrito por um outro autor, sem alterar as idéias originais. Ou então: eu reproduzo sem distorcer, com minhas próprias palavras, as idéias desenvolvidas por um outro autor. (Pode ser chamada também de paráfrase).

Ex.: Somente em 15 de outubro de 1827, depois de longa luta, foi concedido às mulheres o direito à educação primária, mas mesmo assim, o ensino da aritmética nas escolas de meninas ficou restrito às quatro operações. Note-se que o ensino da geometria era limitado às escolas de meninos, caracterizando uma diferenciação curricular (COSENZA, 1993, p. 6).

8.2 - Localização das Citações

a) No texto

- A citação vem logo após ao texto, conforme nos exemplos acima.

b) Em nota de rodapé

- No rodapé da página onde aparece a citação. Neste caso coloca-se um número ou um asterisco sobrescrito que deverá ser repetido no rodapé da página.

c) no final de cada parte ou capítulo

- As citações aparecem em forma de notas no final do capítulo. Devem ser numeradas em ordem crescente.

d) No final do trabalho

- Todas as citações aparecem no final do trabalho listadas em ordem numérica crescente, no todo ou por capítulo.


8.3 - Paginação

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT assim define a paginação dos trabalhos:

Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas seqüencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única seqüência de numeração das folhas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento ao texto principal (NBR 14724, item 5.4).
8.4 - Formato

1 - Papel formato A-4 (210 X 297 mm) - branco
2 - Margens de:
3,0 cm na parte superior
2,0 cm na inferior
3,0 cm no lado esquerdo
2,0 cm no lado direito
3 - Corpo da letra: 12
5 - Espaço entrelinhas: 1,5

Obs: Não esquecer que o espaço entrelinhas em uma citação longa (mais de três linhas) deve ter espaço entrelinhas simples.

9 - Referências

COSENZA, Gilse. Universitárias. Revista Presença Mulher, São Paulo, v. 6, n. 24, p. 6-7, jan./fev./mar., 1993.

GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. 107 p.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 231 p.

LOI, Isidoro. A mulher. São Paulo: Jabuti, 1988. 53 p.

MOTT, Maria Lúcia de Barros. Submissão e resistência: a mulher na luta contra a escravidão. São Paulo: Contexto, 1988. 86 p.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. A mulher na sociedade de classe: mito e realidade. Petrópolis: Vozes, 1976. 383 p.

VERA, Armando Asti. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976.


10 - Glossário

10.1 - Palavras utilizadas em pesquisa

Agradecimento:
É a manifestação de gratidão do autor da pesquisa às pessoas que colaboraram no seu trabalho. Deve ter a característica de ser curto e objetivo.

Amostra:
É uma parcela significativa do universo pesquisado ou de coleta de dados.

Análise:
É o trabalho de avaliação dos dados recolhidos. Sem ela não há relatório de pesquisa.

Anexo:
É uma parte opcional de um relatório de pesquisa. Nele deve constar o material que contribui para melhor esclarecer o texto do relatório de pesquisa.

Apêndice:
O mesmo que Anexo.

Bibliografia:
É a lista de obras utilizadas ou sugeridas pelo autor do trabalho de pesquisa.

Capa:
Serve para proteger o trabalho e dela deve constar o nome do autor, o título do trabalho e a instituição onde a pesquisa foi realizada.

Capítulo:
É uma das partes da divisão do relatório de pesquisa. Lembrando que o primeiro capítulo será a Introdução e o último as Conclusões do autor. Entre eles o texto da pesquisa.

Ciência:
É um conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto conquistados através de métodos próprios de coleta de informação.

Citação:
É quando se transcreve ou se refere o que um outro autor escreveu.

Coleta de Dados:
É a fase da pesquisa em que se reúnem dados através de técnicas específicas.

Conclusão:
É a parte final do trabalho onde o autor se coloca com liberdade científica, avaliando os resultados obtidos, propondo soluções e aplicações práticas.

Conhecimento Científico:
É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:
- "É racional e objetivo.
- Atém-se aos fatos.
- Transcende aos fatos.
- É analítico.
- Requer exatidão e clareza.
- É comunicável.
- É verificável.
- Depende de investigação metódica.
- Busca e aplica leis.
- É explicativo.
- Pode fazer predições.
- É aberto.
- É útil" (Galliano, 1979, p. 24-30).

Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar):
É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.

Conhecimento Filosófico:
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.

Conhecimento Teológico:
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.

Corpo do Texto:
É o desenvolvimento do tema pesquisado, dividido em partes, capítulos ou itens, excluindo-se a Introdução e a Conclusão.

Cronograma:
É o planejamento das atividades da pesquisa, descrito na Metodologia, dentro de um espaço pré-determinado de tempo. Normalmente é demonstrado através de um gráfico.

Dedicatória:
Parte opcional que abre o trabalho homenageando afetivamente algum indivíduo, grupos de pessoas ou outras instâncias.

Dedução:
Conclusão baseada em algumas proposições ou resultados de experiências.

Despesas de Pessoal:
É a descrição das despesas decorrentes de pagamento de pessoal, seja ela por contratação temporária ou regida pela CLT.

Dissertação:
É um trabalho de pesquisa, com aprofundamento superior a uma monografia, para obtenção do grau de Mestre, por exigência do Parecer 977/65 do então Conselho Federal de Educação.

Entrevista:
É um instrumento de pesquisa utilizado na fase de coleta de dados.

Experimento:
Situação provocada com o objetivo de observar a reação de determinado fenômeno.

Fichamento:
São as anotações de coletas de dados registradas em fichas para posterior consulta.

Folha de Rosto:
É a folha seguinte a capa e deve conter as mesmas informações contidas na Capa e as informações essenciais da origem do trabalho.

Glossário:
São as palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição.

Gráfico:
É a representação gráfica das escalas quantitativas recolhidas durante o trabalho de pesquisa.

Hipótese:
É a suposição de uma resposta para o problema formulado em realção ao tema. A Hipótese pode ser confirmada ou negada.

Índice (ou Índice Remissivo):
É uma lista que pode ser de assuntos, de nomes de pessoas citadas, com a indicação da(s) página(s) no texto onde aparecem. Alguns autores referem-se a Índice como o mesmo que Sumário.

Indução:
"Processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas" (Lakatos, Marconi, 1991: 47).

Instrumento de Pesquisa:
Material utilizado pelo pesquisador para colher dados para a pesquisa.

Introdução:
É o primeiro capítulo de um relatório de pesquisa, onde o pesquisador irá apresentar, em linhas gerais, o que o leitor encontrará no corpo do texto. Por isso, apesar do nome Introdução, é a última parte a ser escrita pelo autor.

Justificativa:
É a parte mais importante de um projeto de pesquisa já que é nesta parte que se formularão todas as intenções do autor da pesquisa.
A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.

Material Permanente:
É a descrição de todo capital necessário para aquisição de materiais que têm duração contínua. São aqueles materiais que se deterioram com mais dificuldade como automóveis, materiais áudio-visuais (projetores, retroprojetores, máquinas fotográficas, filmadoras etc.), mesas, cadeiras, armários, geladeiras, computadores etc.

Material de Consumo:
É a descrição de todo capital necessário para aquisição de materiais que têm duração limitada. São aqueles materiais que se deterioram como giz, filmes fotográficos, fitas de vídeo, gasolina, material de limpeza (sabão, detergentes, vassouras etc)

Método:
A palavra método deriva do grego e quer dizer caminho. Método então, no nosso caso, é a ordenação de um conjunto de etapas a serem cumprias no estudo de uma ciência, na busca de uma verdade ou para se chegar a um determinado conhecimento.

Metodologia:
"Methodo" significa caminho; "logia" significa estudo. É o estudo dos caminhos a serem seguidos para se fazer ciência.

Monografia:
"Mono" significa um, "grafia" significa escrita, ou seja, escrito por um. É um estudo científico, com tratamento escrito individual, de um tema bem determinado e limitado, que venha contribuir com relevância à ciência.

Objetivos:
A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.

Paráfrase:
É a citação de um texto, escrito por um outro autor, sem alterar as idéias originais. Ou, eu reproduzo, com minhas próprias palavras, as idéias desenvolvidas por um outro autor.

Pesquisa:
É a ação metódica para se buscar uma resposta; busca; investigação.

Premissas:
São proposições que vão servir de base para uma conclusão.

Problema:
É o marco referencial inicial de uma pesquisa. É a dúvida inicial que lança o pesquisador ao seu trabalho de pesquisa.

Recursos Financeiros:
É a descrição minuciosa de todo o dinheiro necessário para a realização da pesquisa. Costuma ser dividido em Material Permanente, de Consumo e Pessoal.

Resenha:
É uma descrição minuciosa de um livro, de um capítulo de um livro ou de parte deste livro, de um artigo, de uma apostila ou qualquer outro documento.

Revisão de Literatura:
A Revisão ou Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa. Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes.

Técnica:
É a forma mais segura e ágil para se cumprir algum tipo de atividade, utilizando-se de um instrumental apropriado.

Teoria:
"É um conjunto de princípios e definições que servem para dar organização lógica a aspectos selecionados da realidade empírica. As proposições de uma teoria são consideradas leis se já foram suficientemente comprovadas e hipóteses se constituem ainda problema de investigação" (Goldenberg, 1998: 106-107)

Tese:
É um trabalho semelhante a Dissertação, distinguindo-se pela efetiva contribuição na solução de problemas, e para o avanço científico na área em que o tema for tratado.

Tópico:
É a subdivisão do assunto ou do tema.

Universo:
É o conjunto de fenômenos a serem trabalhados, definido como critério global da pesquisa.

10.2 - Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa
apud:
Significa "citado por". Nas citações é utilizada para informar que o que foi transcrito de uma obra de um determinado autor na verdade pertence a um outro.
Ex.: (Napoleão apud Loi) ou seja, Napoleão "citado por" Loi

et al. (et alli):
Significa "e outros". Utilizado quando a obra foi executada por muitos autores.
Ex.: Numa obra escrita por Helena Schirm, Maria Cecília Rubinger de Ottoni e Rosana Velloso Montanari escreve-se: SCHIRM, Helena et al.

ibid ou ibdem:
Significa "na mesma obra".

idem ou id:
Significa "igual a anterior".

In:
Significa "em".

ipsis litteris:
Significa "pelas mesmas letras", "literalmente". Utiliza-se para expressar que o texto foi transcrito com fidelidade, mesmo que possa parecer estranho ou esteja reconhecidamente escrita com erros de linguagem.

ipsis verbis:
Significa "pelas mesmas palavras", "textualmente". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.

opus citatum ou op.cit.:
Significa "obra citada"

passim:
Significa "aqui e ali". É utilizada quando a citação se repete em mais de um trecho da obra.

sic:
Significa "assim". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou ipsis verbis.

supra:
Significa "acima", referindo-se a nota imediatamente anterior.

ANEXO
1 - Alguns exemplos de elaboração de referências de fontes

1.1 - Referências de Livros

a - Autor (ou coordenador, ou organizador, ou editor) - Escreve-se primeiro o sobrenome paterno do autor, em caixa alta, e, a seguir, o restante do nome, após uma separação por vírgulas.
b - Título e subtítulo - O título deve ser realçado por negrito, itálico ou sublinhado.
c - Número da edição (a partir da segunda edição) - Não se usa o sinal de decimal (a).
d - Local da publicação - É o nome da CIDADE onde a obra foi editada e, após a referência de local deve, ser grafado dois pontos (:). Não se coloca estado ou país.
e - Editora - Só se coloca o nome da editora. Não se coloca a palavra Editora, Ltda, ou S.A. etc. Por exemplo: da Editora Ática Ltda, colocar-se-ia apenas Ática.
f - Ano da publicação - É o ano em que a obra foi editada.
g - Número de volumes (se houver)
h - Paginação - Quantidade de páginas da obra.
i - Nome da série, número da publicação na série (entre parênteses)

Observações:
a) O alinhamento deve estar todo à esquerda da referência.
b) Em obras avulsas são usadas as seguintes abreviaturas:
(org.) ou (orgs.) - organizador(es)
(ed.) ou (eds.) - editor(es)
(coord.) ou (coords.) - coordenador(es)
c) As referências são digitadas em espaço simples e separadas da seguinte em espaço duplo.
d) O realce do título (negrito, grifo ou itálico) deve ser uniforme em todas as referências.

Exemplos:

Autor pessoa física:

LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 228 p.

JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.


Até três autores:

COSTA, Maria Aída B., JACCOUD, Vera, COSTA, Beatriz. MEB: uma história de muitos. Petrópolis: Vozes, 1986. 125 p. (Cadernos de Educação Popular, 10).

Obs.: no exemplo acima o livro pertence a uma coleção.
"(Cadernos de Educação Popular, 10)", quer dizer que o nome da coleção é "Cadernos de Educação Popular" e o número desta obra na coleção é 10.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 231 p.

Mais de três autores:

OLIVEIRA, Armando Serafim et al. Introdução ao pensamento filosófico. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1985. 211 p.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 287 p.

Obs.: et al. (et alli) quer dizer e outros.


Repetição de nome do autor:

LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 228 p.


________ . Avaliação escolar: julgamento e construção. Petrópolis: Vozes, 1994. 168 p.

Obs.: Quando o autor é repetido várias vezes pode ser substituído por um traço (equivalente a seis espaços) e um ponto. Caso haja mudança de página o nome do autor volta a ser digitado por extenso. Digita-se também por extenso se o autor referenciado anteriormente for co-autor da obra seguinte.


Sem nome do autor:

O PENSAMENTO vivo de Nietzsche. São Paulo: Martin Claret, 1991. 110 p.

Obs.: Quando não existe nome de autor o título é escrito em caixa alta até a primeira palavra significativa do texto. Não se usa o termo anônimo.

Dissertação / Tese:

BELLO, José Luiz de Paiva. Lauro de Oliveira Lima: um educador brasileiro. Vitória, 1995. 210 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE, Universidade Federal do Espírito Santo, 1995.


Autor corporativo:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Programa de Pós-Graduação em Educação / PPGE-UFES. Avaliação educacional: necessidades e tendências. Vitória, PPGE/UFES, 1984. 143 p.


Referência de parte de uma obra:

O autor do capítulo citado é também autor da obra:

LIMA, Lauro de Oliveira. Ativação dos processos didáticos na escola secundária. In: ______ . A escola secundária moderna: organização, métodos e processos. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1976. cap. 12, p. 213-234.

O autor do capítulo citado não é o autor da obra:

HORTA, José Silvério Baía. Planejamento educacional. In: MENDES, Dumerval Trigueiro (org.). Filosofia da Educação Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. p. 195-239.

1.2 - Artigos de revistas ou jornais

a - Autor(es) do artigo:
b - Título do artigo:
c - Título da revista:
d - Local da publicação:
e - Editor:
f - Indicação do volume:
g - Indicação do número ou fascículo:
h - Indicação de página inicial e final do artigo:
i - Data:


Exemplos:

Artigo de um autor:

BORTOLETTO, Marisa Cintra. O que é ser mãe? A evolução da condição feminina na maternidade através dos tempos. Viver Psicologia, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 25-27, out. 1992.

Obs.: no caso de mais de um autor, segue-se a mesma regra das referências dos livros.


Artigo não assinado (sem nome de autor):

A ENERGIA dual indígena no mundo dos Aymara (Andes do Peru e Bolívia). Mensageiro, Belém, n. 63, p. 35-37, abr./maio/jun., 1990.

Obs.: escreve-se em maiúscula até a primeira palavra significativa do título.


Artigo de jornal assinado:

DINIZ, Leila. Leila Diniz, uma mulher solar. Entrevista concedida ao Pasquim. Almanaque Pasquim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 10-17, jul. 1982.


Artigo de jornal não assinado (sem nome de autor):

MULHERES têm que seguir código rígido. O Globo, Rio de Janeiro, 31 jan. 1993, 1 caderno, p. 40.

Obs: a referência de mês é reduzida a apenas três letras e um ponto. O mês de janeiro ficaria sendo jan., o de fevereiro fev. etc., com exceção do mês de maio que se escreve com todas as letras (maio) e sem o ponto. (veja o exemplo em artigo não assinado).


1.3 - Publicações Periódicas

Coleções inteiras:

EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS. São Paulo: Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, 1956-

Obs.: todas as revistas sob este título foram consultadas.

Somente uma parte de uma coleção:

FORUM EDUCACIONAL. Teorias da aprendizagem. Rio de janeiro: Fundação Getúlio Vargas, v.13, n.1/2, fev./maio 1989.

Obs.: esta citação indica que a revista inteira foi consultada.


Decretos-Leis, Portarias etc.:

BRASIL. Decreto 93.935, de 15 de janeiro de 1987. Promulga a convenção sobre conservação dos recursos vivos marinhos antárticos. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, v. 125, n. 9, p. 793-799, 16 de jan. 1987. Seção 1, pt. 1.


Pareceres, Resoluções etc:

CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n. 1.406 de 5 out. 1979. Consulta sobre o plano de aperfeiçoamento médico a cargo do Hospital dos Servidores de São Paulo. Relator: Antônio Paes de Carvalho. Documenta, n. 227, p. 217-220, out. 1979.


Trabalho publicado em anais de congresso e outros eventos:

CHAVES, Antônio. Publicação, reprodução, execução: direitos autorais. In: Congresso Brasileiro de Publicações, 1., São Paulo, 5 a 10 de jul. 1981. Anais do I Congresso de Publicações. São Paulo: FEBAP, 1981. p. 11-29.


Anais de congresso no todo:

SEMINÁRIO DO PROJETO EDUCAÇÃO, 5., 24 out. 1996, Rio de Janeiro. Anais do V Seminário do Projeto Educação. Rio de Janeiro: Forum de Ciência e Cultura-UFRJ, 1996.

1.4 - Obras de Referência

Dicionário:

Educação. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p. 185.


Enciclopédia:

Divórcio. In: Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 29, p. 107-162.


Anuário:

Matrícula nos cursos de graduação em universidades e estabelecimentos isolados, por áreas de ensino, segundo as universidades da Federação - 1978-80. In: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1982. Seção 2, cap. 17, p. 230: Ensino.

1.5 - Internet

Exemplo de referência desta página sobre Metodologia Científica, do "site" Pedagogia em Foco:

BELLO, José Luiz de Paiva. Estrutura e apresentação do trabalho. Pedagogia em Foco, Metodologia Científica. 1998. Atualizada em: 14 fev. 2004. Disponível em . Acesso em: 21 fev. 2004.


BARBOSA, Lucia Martins et al. A representação social do professor sob o ponto de vista do aluno. Revista Aprender Virtual, Marília, dez. 2003. Disponível em: . Acesso em: 2 fev. 2004.

1.6 - Imagem em movimento

CIDADE de Deus. Direção: Fernando Meirelles. Produção: Andréa Barata Ribeiro e Maurício Andrade Ramos. Intérpretes: Matheus Nachtergaele; Alexandre Rodrigues; Leandro Firmino da Hora; Jonathan Haagensen; Phellipe Haagensen; Douglas Silva; Daniel Zettel; Seu Jorge. Roteiro: Bráulio Mantovani. [S.I.]: 02 Filmes; Videofilmes "Cidade de Deus", 2003. 1 CD (130 min), son., color.; DVD.

A MISSÃO. Direção: Roland Joffé. Produção: David Putnam. Intérpretes: Jeremy Irons; Robert de Niro; Liam Neeson; Aidan Quinn. Roteiro: Robert Bold. Trilha sonora: Ennio Morricone. [S.I.]: Goldcrest Films, 1986. 1 DVD (121 min), son.,color.

1.7 - Mídia eletrônica

BURGIERMAN, Denis Russo. O outro lado do Nobel. Super Interessante. n. 171, p. 51-55, São Paulo: Abril, dez. 2001. disco 6, 1 CD-ROM.

1.8 - Entrevista

LIMA, Lauro de Oliveira Lima. Lauro de Oliveira Lima: depoimento [out. 1994]. Entrevistador: J. L. Bello. Rio de Janeiro, 1995. 4 cassetes sonoros. Entrevista concedida para elaboração de Dissertação de Mestrado ao Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE, da Universidade Federal do Espírito Santo.

ANEXO
2 - Sugestões de Leitura

BACHELARD, Gaston. O novo espírito científico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968. 151 p. (Biblioteca Tempo Universitário, 12).

BARROS, A. J. P., LEHFELD, N.A.S.. Fundamentos de metodologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1986.

BASTOS, Lília da Rocha, PAIXÃO, Lyra, FERNANDES, Lucia Monteiro. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (org.) Pesquisa participante. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988. 211 p.

CASTRO, Cláudio Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.

__________. Estrutura e apresentação de publicações. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.

CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.

COSTA, Antônio Fernando Gomes da. Guia para elaboração de relatórios de pesquisa: monografia. 2. ed. Rio de Janeiro: UNITEC. 1998. 218 p.

DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciência sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas. 1989. 287 p.

DIXON, B. Para que serve a ciência? São Paulo: Nacional, 1976.

ECO, Umberto. As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1974.

________. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1989.

FERRARI, Alfonso Trijillo. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.

__________. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1973.

GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. 107 p.

GOOD, Willian Josian, HATT, Paul M. Métodos de pesquisa social. São Paulo: Nacional, 1977.

GRESSLER, L. A.. Pesquisa educacional. São Paulo: Loyola, 1983.

HARRÉ, R. (org.) Problemas da revolução científica. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.

IBGE. Normas de apresentação tabular. Rio de Janeiro, 1979. 22 p.

JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

KERLINGER, F. N.. Metodologia das ciências sociais. São Paulo: Edusp, 1980.

KNELLER, G. F.. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

KOURGANOFF, V.. A pesquisa científica. São Paulo: Difel, 1961.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 231 p.

__________. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982.

LAMBERT, K., BRITTAN, G. G.. Introdução à filosofia da ciência. São Paulo: Cultrix, 1972.

LEITE, José Alfredo Américo. Metodologia da elaboração de teses. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978.

LÜDKE, Menga, ANDRÉ, Marli E. D. A.. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 99 p.

MORGENBESSER, S. (org.) Filosofia da ciência. São Paulo: Cultrix, 1975.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A gaia ciência. São Paulo: Ediouro. [198?]. 221 p.

PIAGET, Jean, GARCIA, Rolando. Psicogênese e história das ciências. Lisboa: Dom Quixote, 1987. 251 p.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO. Normas para apresentação de teses e dissertações. Rio de Janeiro, Coordenação Central de Pós-Graduação e Pesquisa - PUC-/RJ.1980.

REY, Luiz. Planejar e redigir trabalhos científicos. São Paulo: Edgar Blucher/Fundação Oswaldo Cruz, 1987.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 287 p.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1988. 183 p.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia de trabalhos científicos. Belo Horizonte: Interlivros, 1974.

SALVADOR, Angelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto Alegre: Sulina, 1977.

SCHWARTZMAN, Simon. Ciência, universidade e ideologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

SCHIRM, Helena, OTTONI, Maria Cecília Rubinger de, MONTANARI, Rosana Velloso. Citações e notas de rodapé: contribuição à sua apresentação em trabalhos técnico-científicos. Revista da Escola de Biblioteconomia. UFMG, v.18, n.1, p. 116-140, mar. 1989.

SCHMIDT, Susana. Sistematização no uso de notas de rodapé e citações bibliográficas nos textos de trabalhos acadêmicos. Revista de Biblioteconomia de Brasília. Associação de Bibliotecários do Distrito Federal, v.9, n.1, p. 35-41, jan./jun. 1981.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

THOMPSON, Augusto. Manual de orientação para o preparo de monografias. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola de Comunicação e Artes. Serviço de Biblioteca e Documentação. Manual de Orientação bibliográfica à pós-graduação. São Paulo, 1988.

VERA, Armando Asti. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976.