domingo, 28 de setembro de 2014

REPÚBLICAS POPULISTAS NO BRASIL DE DUTRA A JANGO

O link abaixo dá acesso a uma apresentação sobre os governos populistas do Brasil no período de 1945 a 1964.



https://docs.google.com/presentation/d/1KauMJdGbxiSTsW6zj5CgVv4fAp3qe35jh3HPAgMxTYc/edit

domingo, 14 de setembro de 2014

O XADREZ DAS CORES (vídeo completo)



Audacioso e provocante, o filme O Xadrez das Cores traz uma história densa, que se desenvolve como um jogo de xadrez. A temática séria e profunda fala da discriminação racial.
"Pela educação pode-se combater, no plano das atitudes, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos e palavras, que afasta e estigmatiza grupos sociais. Contudo, ao mesmo tempo em que não se aceita que permaneça a atual situação, da qual a escola é cúmplice ainda que só por omissão, não se pode esquecer que esses problemas não são essencialmente do âmbito comportamental, individual, mas das relações sociais, e que como elas têm história e permanência. O que se coloca para a escola é o desafio de criar outras formas de relação social e interpessoal, por meio da interação o trabalho educativo escolar e as questões sociais, posicionando-se crítica e responsavelmente diante delas". (PCN Pluralidade cultural, p23 e 24)
É uma das responsabilidades da escola levar os alunos a assumirem uma postura ética e responsável diante da diversidade cultural e étnica. 
De acordo com o dicionário Michaelis on line
discriminar: dis.cri.mi.nar (lat discriminare) vtd 1 Discernir: Discriminar as causas de uma situação. 2 Diferençar, distinguir: Já os olhos mal discriminavam os caracteres. 3 Separar: Discriminar argumentos, razões. Discriminava bem umas das outras razões. 4 Classificar especificando especificar. 5 Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes.
Sobre discriminação racial, a definição que mais se enquadra é "Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes". É sobre isso que trata O Xadrez das cores. Cida está em prejuízo em sua vida e, por dinheiro, precisa se sujeitar a situações degradantes protagonizadas por sua patroa branca e racista.
Por muito tempo aprendemos na escola, uma versão pouco conflituosa, como se os negros tivessem sido trazidos e aceitando a condição sub-humana a que foram submetidos. O ensino de História avançou e, assim as atividades propostas em sala de aula devem buscar uma visão mais contextualizada e menos romanceada da participação dos negros na História e os reflexos dessa construção histórica nos dias atuais.
É necessário ver o negro como um povo que tem direitos e deveres é preciso vê-lo como cidadão. Essa soberania existe em leis, mas na prática, ainda há muita injustiça.
O Xadrez das Cores é um filme que nos incomoda, é impossível manter-se distante da tensão das personagens. A forma como a história é construída nos convida a participar do enredo. Vamos tomando parte do jogo. A alusão ao jogo de xadrez é outro elemento intrigante, esse é um jogo de raciocínio. Está feito o convite para alunos e professores: para combater a discriminação é preciso pensar, refletir, entender as raízes do preconceito.
Precisamos unir nossas vozes na luta contra o preconceito, e como em um jogo de xadrez, saber faz toda a diferença. O conhecimento pode ser conquistado e
assim como faz a personagem Cida, é preciso virar o jogo.
As personagens do filme apresentam-se como forças contrárias: rico e pobre, o branco, o negro, a patroa, a empregada. Apesar da relação contrária existente, ambas possuem em comum a força, a determinação. Maria insiste em oprimir, Cida aceita por causa da necessidade da situação, mas utiliza-se do tabuleiro do xadrez para conhecer sua oponente. Não se satisfaz com suas derrotas. Apesar de ver suas peças negras sendo jogadas no lixo prazerosamente por sua patroa, estuda a adversária, busca um conhecimento que não tem.
Uma das mais belas lições do filme é a negação do conformismo, da busca pelo conhecimento para a transformação dos fatos. É alquimia do conhecimento. É esse desejo que a escola tem que despertar.
O jogo de xadrez é outra bela simbologia... Tem os peões, o rei, a rainha, o movimento das peças... O objetivo do jogo é que cada jogador é coloque o rei adversário "sob ataque", de tal forma que o adversário não tenha lance legal a
evitar a "captura" de seu rei no lance seguinte. O jogador a alcançar tal objetivo, ganhou a partida e diz-se, deu "mate" no adversário. O jogador que levou o mate perdeu a partida. É um jogo de raciocínio, de inteligência, no qual o tabuleiro é o palco aonde os personagens vão mostrando suas habilidades. Competências estas que são conquistadas a cada movimento, a cada jogada. Como o ser humano que se desenvolve, não nasce pronto, mas vive suas escolhas. A forma como conduzimos nossas vidas indica o quanto iremos evoluir.

Cida representante da classe mais excluída de nossa sociedade deixa-nos a vontade de persistir, de mudar, de levar o jogo, o lúdico, o envolvimento aonde era só esquecimento.
Está feito o convite para que todos os educadores provoquem o debate. É no confronto de ideias que a escola pode tentar garantir o espaço da diversidade e do respeito. Dizem que a Arte fala ao coração dos Homens. Que este vídeo seja o inicio de uma obra de conscientização da preservação de todos os povos.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

OS DESAFIOS DO ENSINO À DISTÂNCIA COM QUALIDADE

O Índice do Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) inova e subsidia políticas de Educação com metas a serem atingidas até 2021. Dados de 2013 mostram que o Ensino fundamental (1º ao 5º) no Brasil alcançou a meta melhorando de (4,7 para 4,9). Destaque para Minas Gerais com três anos de liderança com média 6,2 superando as médias nacionais.
Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina também tiveram destaque. Entretanto, nos anos finais do Ensino fundamental (6º ao 9º anos), a meta não foi alcançada: a nota 6,5 desceu para 6,3. As piores notas são do Pará, Rio Grande do Norte e Alagoas.
O Ensino médio continua sendo o maior desafio. A meta nesse âmbito era de 3,9 e ficou em 3,7. Considerando o Ideb total redes pública e privada 23 estados ficaram abaixo da meta. Ficaram acima da média Amazonas, PE, RJ e Goiás. Na rede estadual de Ensino, que detém 80% das matrículas, apenas cinco estados estão acima da meta: AM, Piauí, PE, GO e RJ.
Os outros 20 estados mais o Distrito Federal ficaram abaixo da meta esperada. Nos anos finais, a meta era 4,4, mas o resultado foi de 4,2. Melhores índices foram de MG, GO, Acre, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Importante destacar e analisar melhorias em regiões diversas e fora do eixo tradicional.
O Ensino médio constitui o maior nó da Educação brasileira e primordialmente é responsabilidade dos estados. A União tem o papel de induzir e sustentar políticas para melhorias. As ações do Ministério da Educação (MEC), com os estados, têm aumentado e precisam ser intensificadas. O governo precisa pactuar currículos e metodologias com os gestores locais.
Com o Plano Nacional da Educação (PNE), o MEC terá que coordenar esse processo de articulação e trabalhar para a construção de uma base nacional comum levando à melhorias. Ponto positivo visto pelo ministério é que os esforços feitos nos anos iniciais do Ensino fundamental surtiram efeitos com índices melhores. Usando articuladas estratégias de ações entre União e estados poderemos ter também melhorias nessas etapas críticas.
Pela primeira vez, o Ideb identificou queda nas notas do Ensino médio e no último ano do fundamental, caindo de 5,7 para 5,4. O aumento de matrícula de Alunos da rede pública na rede privada decorre da melhoria de renda dos brasileiros? São dados preliminares que precisam ser analisados. Importante o programa Pronatec voltado para o mercado de trabalho no Ensino médio, mas é preciso reforçar o Ensino médio com conteúdos e metodologias competentes que preparem melhor Escolas públicas para as universidades com o ingresso pelos programas de inclusão como Enem, Prouni, Ssisu e cotas. Com conteúdos sólidos em todas as áreas do conhecimento, o Aluno precisa estar bem preparado para as universidades.
A evasão no Ensino médio e, agora, no Ensino superior, também assustam. Em 2012, apenas 51,8% dos jovens de até 19 anos haviam concluído os anos finais da Educação básica brasileira segundo o relatório do IBGE “Todos Pela Educação”. Por que tanta evasão e como manter o Aluno na Escola na adolescência? O Brasil perde R$ 9 bilhões com evasão no Ensino superior que, em 2013, teve a marca de 7,3 milhões de matrículas nos cursos de graduação: presenciais e cursos a distância.
A média da evasão em 2009 foi de 20,9%, segundo censo do MEC. Apenas 47,2% dos estudantes se titularam após quatro anos de curso. São dados novos, complexos e preocupantes, que demandam pesquisas e análises minuciosas e ações efetivas para melhorar esse grave quadro de evasão.
O gasto público com Educação no Brasil representa 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2012 foi de 6,4, estando acima da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), assim como acima de outros países latino-americanos como Chile, México, e Colômbia. Como percebemos, a destinação de verbas para a Educação é boa e maior que muitos países que estão com melhores índices que o Brasil.

Com certeza, falta uma gestão competente e eficaz em todos os níveis de Ensino capaz de converter os altos gastos públicos em ganhos reais na qualidade de Ensino da Educação brasileira.

domingo, 7 de setembro de 2014

DIDÁTICA - CONCEITO SIMPLIFICADO

O termo didática foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didática Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais de didática traziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.
Com o estudo dos paradigmas educacionais nos cursos de pedagogia e de formação de professores, amplia-se o conhecimento em relação à didática. Em cada tendência pedagógica diferem visão de homem e de mundo e modifica-se a finalidade da educação, mudam o papel do professor, do aluno, a metodologia, a avaliação, e, consequentemente, muda-se a forma de ensinar.
Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo Libâneo (1990):
“...a ela cabe converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino”
A disciplina de didática deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os conhecimentos adquiridos sobre o “como” ensinar e refletir sobre “para quem” ensinar, “o que” ensinar e o “por que” ensinar é um dos desafios da didática. Segundo Libâneo (1990), a didática é:
“ uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através de seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores.”
Esse mesmo autor indica que a didática “investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre docência e aprendizagem”.

A didática, fundamentada na dialética, é um campo em constante construção/reconstrução, de uma práxis que não tem como objetivo ficar pronta e acabada.