O Índice do Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) inova e
subsidia políticas de Educação com metas a serem atingidas até 2021. Dados de
2013 mostram que o Ensino fundamental (1º ao 5º) no Brasil alcançou a meta
melhorando de (4,7 para 4,9). Destaque para Minas Gerais com três anos de
liderança com média 6,2 superando as médias nacionais.
Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina também tiveram
destaque. Entretanto, nos anos finais do Ensino fundamental (6º ao 9º anos), a
meta não foi alcançada: a nota 6,5 desceu para 6,3. As piores notas são do
Pará, Rio Grande do Norte e Alagoas.
O Ensino médio continua sendo o maior desafio. A meta nesse
âmbito era de 3,9 e ficou em 3,7. Considerando o Ideb total redes pública e
privada 23 estados ficaram abaixo da meta. Ficaram acima da média Amazonas, PE,
RJ e Goiás. Na rede estadual de Ensino, que detém 80% das matrículas, apenas
cinco estados estão acima da meta: AM, Piauí, PE, GO e RJ.
Os outros 20 estados mais o Distrito Federal ficaram abaixo
da meta esperada. Nos anos finais, a meta era 4,4, mas o resultado foi de 4,2.
Melhores índices foram de MG, GO, Acre, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Importante destacar e analisar melhorias em regiões diversas e fora do eixo
tradicional.
O Ensino médio constitui o maior nó da Educação brasileira e
primordialmente é responsabilidade dos estados. A União tem o papel de induzir
e sustentar políticas para melhorias. As ações do Ministério da Educação (MEC),
com os estados, têm aumentado e precisam ser intensificadas. O governo precisa
pactuar currículos e metodologias com os gestores locais.
Com o Plano Nacional da Educação (PNE), o MEC terá que
coordenar esse processo de articulação e trabalhar para a construção de uma
base nacional comum levando à melhorias. Ponto positivo visto pelo ministério é
que os esforços feitos nos anos iniciais do Ensino fundamental surtiram efeitos
com índices melhores. Usando articuladas estratégias de ações entre União e
estados poderemos ter também melhorias nessas etapas críticas.
Pela primeira vez, o Ideb identificou queda nas notas do Ensino
médio e no último ano do fundamental, caindo de 5,7 para 5,4. O aumento de
matrícula de Alunos da rede pública na rede privada decorre da melhoria de
renda dos brasileiros? São dados preliminares que precisam ser analisados.
Importante o programa Pronatec voltado para o mercado de trabalho no Ensino
médio, mas é preciso reforçar o Ensino médio com conteúdos e metodologias
competentes que preparem melhor Escolas públicas para as universidades com o
ingresso pelos programas de inclusão como Enem, Prouni, Ssisu e cotas. Com
conteúdos sólidos em todas as áreas do conhecimento, o Aluno precisa estar bem
preparado para as universidades.
A evasão no Ensino médio e, agora, no Ensino superior,
também assustam. Em 2012, apenas 51,8% dos jovens de até 19 anos haviam
concluído os anos finais da Educação básica brasileira segundo o relatório do
IBGE “Todos Pela Educação”. Por que tanta evasão e como manter o Aluno na
Escola na adolescência? O Brasil perde R$ 9 bilhões com evasão no Ensino
superior que, em 2013, teve a marca de 7,3 milhões de matrículas nos cursos de
graduação: presenciais e cursos a distância.
A média da evasão em 2009 foi de 20,9%, segundo censo do
MEC. Apenas 47,2% dos estudantes se titularam após quatro anos de curso. São
dados novos, complexos e preocupantes, que demandam pesquisas e análises
minuciosas e ações efetivas para melhorar esse grave quadro de evasão.
O gasto público com Educação no Brasil representa 6,1% do
Produto Interno Bruto (PIB) e em 2012 foi de 6,4, estando acima da média da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), assim como acima de outros
países latino-americanos como Chile, México, e Colômbia. Como percebemos, a
destinação de verbas para a Educação é boa e maior que muitos países que estão
com melhores índices que o Brasil.
Com certeza, falta uma gestão competente e eficaz em todos
os níveis de Ensino capaz de converter os altos gastos públicos em ganhos reais
na qualidade de Ensino da Educação brasileira.