domingo, 10 de agosto de 2014

O QUE FOI O AI-5

O  que foi.
Ato Institucional AI 5.
Medida jurídica de exceção.
Contra o Estado de Direito.
Com a finalidade de preservar.
O Regime Militar.
Evitar a redemocratização da nação.
Portanto, um ato de natureza fascista.

Estabelecido por um regime de exceção.
De caráter autoritário.
Editado em dezembro 1968.
Vigorando durante o período.
Da ditadura militar.
Objetivo do ato.
Exterminar com as liberdades individuais.
Estabelecendo definitivamente.
O poder político dos militares.
Com o pretexto.
Como se o Brasil estivesse.
Na eminência de uma revolução.
Marxista.
Uma das loucuras da direita brasileira.

Contra as classes populares.
Como se o povo estivesse.
Articulado.
Em defesa do socialismo.
Pro Soviético.
O  Brasil pudesse alinhar.
Ao governo de Moscou.
Defendendo as ideias da KGB.
Contra as orientações do pentágono americano. 
AI 5.
Foi um dos delírios fascistas do Regime Militar.
No Brasil.
Em defesa da Filosofia política.
O neoliberalismo econômico.
O ato Institucional AI 5.
Contrariamente aos demais atos.
Que antecederam.
Pois legalmente.
Não tinha determinação de vigência.
O que tratava não significar.
Como medida excepcional de transição.

É a leia mais fascista.
Da história do Brasil.
Desde a sua colonização.
Coroa e republica.
O ato AI 5.
Conferia poderes excepcionais.
Semelhantes ao do Regime Nazista.
Na Alemanha de Hitler.
Nem mesmo os reis.
Das monarquias nacionais.
Na Europa.
Tinham tanto poderes.
Semelhante ao fascismo italiano.
O Presidente da Republica.
Era superior a todas as Instituições.
O Estado era o militarismo.
A nação os generais.
A burguesia o comandante geral.
Do reacionarismo econômico e político.


O ato dava autoridade ao Presidente da República.
Fechar o congresso.
Do modo que ele bem entendesse.
Cassar os mandatos.
Sobretudo, das esquerdas do Brasil.
Ou dos partidos.
Que lutavam para redemocratização.

O ato AI 5.
Dava direito ao Presidente.
Suspender todos os direitos políticos.
Do cidadão brasileiro.
Demitir ou aposentar.
Os servidores públicos.
Que fossem contrários.
Ao Regime Fascista do Brasil.

O Ato AI5.
Era tão de direita e nazista.
Que suspendia a garantia constitucional.
Da ampla defesa do acusado.
Negava a presunção da inocência.
Retirando do cidadão brasileiro.
O direito da habeas corpus.
Nem mesmo a Inquisição medieval.
Fora tão ditatorial.
Pois as pessoas só eram condenadas.
Após a realização de suas defesas.
Motivo pelo qual.
Não é nenhum exagero.
Comparar o ato AI5.
Com Regime de Exceção de Hitler.

O cidadão brasileiro.
Não tinha nenhum direito.
Quando era enquadrado.
Em crimes contra a ideologia de segurança nacional.
Ou inflações  contra ordem econômica social.
Como também  a defesa da suposta.
Economia popular.
O golpe militar.
 Foi uma exigência da burguesia brasileira.
Que na história política do Brasil.
Tem feito de tudo.
Para evitar transformações.
Econômicas em benefício das classes pobres.
Essa burguesia.
Historicamente.
Derrubou Getulio Vargas.
Levando ao próprio suicídio.
 Não porque Getulio fora ditador.
Mas devido ter realizado.
Medidas sociais.
Em benefício dos trabalhadores.

A mesma burguesia.
 Criou uma convulsão nacional.
Até a derrubada.
Do governo João Goulart.
Não pelo fato de João Goulart.
Ter sido socialista.
Pois nunca fora.
Mas em razão.
Das realizações populares.
Em benefícios dos trabalhadores.
O motivo do financiamento da ditadura militar.
A derrubada do governo democrático.
Anterior.

A burguesia sempre esteve disposta.
A tudo.
Ela mesma cria situações.
Para jogar a sociedade.
Que é despolitizada.
Contra os governos sociais.
Tem sido desse modo historicamente.
No Brasil.
E não acredito que será muito diferente.
Às vezes o fascismo se repete no mundo.
Caracterizando como regimes democráticos.
Refiro ao governo italiano.
Mais recentemente.
Para não dizer outras formas de governo.
Espalhados pelo mundo.
É fundamental que a sociedade seja crítica.
Politicamente.
Atenta inclusive com a história política do Brasil.
Quais são os verdadeiros motivos.
Das ações políticas no Brasil.

É muito tarde para prevalecer o espírito ingênuo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

DOCÊNCIA REFLEXIVA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA


INTRODUÇÃO
O desencadeamento deste estudo fundamenta-se numa reflexão realizada em torno de minha trajetória escolar, desde o ingresso na pré-escola até os dias de hoje nas aulas da especialização. Ao observar como o processo de ensino vem sendo desenvolvido, através da prática pedagógica dos professores, articuladas ou não, com as características que são solicitadas no contexto atual do campo profissional.

Pude perceber que, apesar das demandas do mundo do trabalho exigirem um profissional autônomo e crítico; a escola, a qual possui papel fundamental para desenvolvimento da sociedade, não tem conseguido contribuir para a formação de sujeitos com tais características. Ainda que, vivencie-se atualmente um período de reformas na Educação e todas justificadas para que as mudanças ocorram em função da rapidez com que as informações são processadas, com o advento das inovações tecnológicas que transformam tanto o cenário internacional como nacional; o pensar a Formação de Professores, significa que os educadores, acadêmicos e alunos encontram-se insatisfeitos com os modelos atuais, e isso representa um desafio enorme.

DESENVOLVIMENTO
Quando analisamos etimologicamente o que seja reflexão nos deparamos como o ato de analisar as razões de algo, assim podemos afirmar que refletir é o ato consciente de investigar, e apenas nos propomos a investigar algo com a finalidade de conhecê-lo minimamente, desta forma como podemos refletir a Educação se dela já temos conhecimento? Talvez o correto fosse afirmar que precisamos redescobrir a Educação.

Quando trazemos a ação do docente para o universo da pesquisa, da reflexão, notamos que a prática docente não se limita a ensinar, sua atuação precisa transcender os espaços educativos, o modelo “giz, lousa e saliva”, tão propalado como funcional, já não é o bastante, há a necessidade urgente de ocupar-se os espaços educativos, se o que se pretende é valorizar as formas de pensar e agir dos educadores, conscientizando-os como atores do conhecimento, é mandatório refletirmos sobre a prática educativa, base das transformações na Educação.

Observamos, no entanto, que não há interesse político na formação e no desenvolvimento de indivíduos conscientes e cientes de sua realidade, num país com níveis de analfabetismo alto como o nosso, os detentores do conhecimento são poucos indivíduos, influenciadores de opinião, e sua gestão submete-se a interesses desvirtuados do propósito do ensino como senso comunitário. O ensino, seja ele básico ou superior, deve estar em constante processo de melhoria e não se permitir findar. Estamos continuamente procurando conhecimento e o educador precisa ser ágil para atender às demandas que a modernidade apresenta.

A crítica generalizada em relação ao modelo de formação dos professores, muitas vezes rasa, face a um mercado cada vez mais competitivo leva ao surgimento de novas alternativas, as quais visam suprir as necessidades dos acadêmicos em formação, bem como dos profissionais atuantes na Educação. A partir disso, tem-se como uma proposta emergente de ensino, o modelo Crítico-reflexivo. O modelo, que inclui um forte componente de reflexão contribui para que o futuro professor se sinta capaz de enfrentar situações adversas, tomando decisões coerentes fundamentadas num paradigma eficaz que interligue teoria e prática (KRUG, 1996). As estratégias escolhidas envolvem processos de reflexão por parte, tanto do professor, como do professor em formação (AMARAL, MOREIRA e RIBEIRO, 1996).

Uma das mais interessantes observações sobre o desenvolvimento do lado crítico foi feita pelo célebre Paulo Freire ao afirmar que, no modelo das "escolas burguesas", onde os que se julgam seus detentores do conhecimento traziam em "sua tônica fundamentalmente  em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", segundo Freire a escola conservadora aliena os alunos do mundo, contrário, ao modelo freireano que tem o objetivo de tirá-los da zona de conforto do desconhecimento.

Nessa perspectiva, é que o papel do professor e sua prática docente exercem função fundamental para a construção de um novo projeto de ensino e de uma Formação Profissional coerente com as necessidades dos educandos, para atender à demanda desta nova sociedade as escola precisam ser questionadoras, e isso opõe-se ao modelo tradicional e monopolizador da docência rotineira; é através do diálogo que podemos perceber a educação como uma atividade reflexiva, com respeito à alteridade e o reconhecimento de nossas próprias limitações.

De outro lado temos o desafio de um profissional desmotivado, marginalizado, tratado de forma desumana pela lógica dominante capitalista, trabalhando péssimas condições, assumindo muitas vezes papéis que não lhe competem ou para os quais não está preparado na orientação dos jovens, submetido a um sistema de ensino que sabota a formação do cidadão crítico; ao contrário, atende a interesses políticos do momento e transforma o ato de ensinar, numa forma mecânica e alienante; exige-se deste profissional a busca por uma nova forma de educar, onde a formação do educando seja o principal objetivo, e o enfrentamento das questões primordiais da Educação sejam efetivamente enfrentadas; qual a finalidade do ensino? Quem é o agente da mudança do docente? De quem é a responsabilidade pela mudança? Estas perguntas pairam tal como nuvens pesadas sobre o assunto da Educação, mas ainda atendem à lógica dos interesses políticos e socioeconômicos.

CONCLUSÃO
As estruturas sociais da modernidade contribuem com o crescimento de problemas profundos que afetam a sociedade e atingem também os sistemas de ensino, trazem reflexos também para as práticas pedagógicas, e se tornam necessário aos professores refletirem sobre seus processos, também é obrigatório rever o olhar que direcionamos aos docentes e a forma como são tratados aqueles que permanentemente enfrentam situações adversas para garantir uma sociedade consciente; a questão não pode ser resumida ao tecnicismo, mas abarca os saberes e dimensões da vida humana, como os debates que desenvolvem questões maiores e mais complexas, porém a descontinuidade e a falta de parceria entre as Escolas e Universidades, sejam estas públicas ou não reflete diretamente nos alunos, há um claro desinteresse dos discentes em dar continuidade nos estudos, seja pela dificuldade de acesso, sejam pelas pressões para o ingresso rápido no mercado de trabalho, orientada e amparada a pela política vigente.    Dada a importância do aluno vir a refletir, Freire (1994) diz que a consciência reflexiva deve ser estimulada, constituindo-se uma forma de o educando refletir sobre sua própria realidade, quando compromete-se com esta, tendo a possibilidade de buscar soluções e de transformar o seu contexto.

Nessa ótica, a atuação do professor reflexivo não se encerra na prática pedagógica, mas igualmente no conhecimento de saber o que representa, enquanto membro de sua sociedade, e diante disso, é imprescindível conhecermos e entendermos a instituição na qual desenvolvemos nosso trabalho, já que buscamos uma atuação dialógica crítica da sociedade.

REFERÊNCIAS
AMARAL, M.J.; MOREIRA, M.A.; RIBEIRO, D. O papel do supervisor no desenvolvimento de professor reflexivo – estratégias de supervisão. In: Alarcão, I. (Org.) e outros. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editora, p.89-122, 1996.
CORREA, G. Educação, Comunicação, Anarquia: procedências de uma sociedade de controle no Brasil. São Paulo: Cortez, 2006.
FERNANDES, C.M.B. ET AL. Autonomia e conhecimento: algumas aproximações possíveis entre Antônio Gramsci e Paulo Freire a partir de práticas pedagógicas emancipatórias. Caderno de Educação. V. 29. n° 2. Santa Maria: Editora da UFSM, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 45ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
______. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
GADOTTI, M. História das ideias pedagógicas. 8ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
GARCÍA, C. M. Formação de Professores: para uma mudança educativa. Portugal: Porto Editora: 1999.
HURTADO, N.C. Educar para transformar, transformar para educar: comunicação e educação popular. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
KRUG, H.N. A reflexão na prática pedagógica do professor. Santa Maria: CEFD/UFSM, 1996. Dissertação de Mestrado.
_____.; A promoção da autonomia do aluno: repercussões a nível da supervisão reflexiva. In: KRUG, H.N. (Org.). Formação de Professores Reflexivos: ensaios e experiências. Santa Maria: O autor, p. 51-58, 2001.
MORIN, E. Determinismos culturais e efervescências culturais. In: O método IV. Porto Alegre: Sulina, 1998.
NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: Nóvoa, A. (Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, p. 15-34, 1992.
SANTOS, B.S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 4e. São Paulo: Cortez, 2002.
VEIGA NETO, A. Foulcault & a Educação. 2e. Belo Horizonte: Autêntica, 2005