Surgida em um singular momento da História do Brasil, a Ação
Integralista Brasileira aparece no momento em que novos grupos sociais aparecem
no cenário sócio-político do país. Com a queda das estruturas políticas
oligárquicas, os grandes eixos de discussão política e ideológico do país
perdem força no meio rural e passam a ocupar os centros urbanos do Brasil.
Nesse mesmo período, novas teorias políticas surgem na Europa como
um reflexo das crises advindas do período entreguerras (1919 – 1938) e a crise
capitalista que culmina, em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Na
Europa, o facismo italiano e o nazismo alemão foram dois grandes movimentos
políticos que chegaram ao poder em face às incertezas vividas naquele período.
No Brasil, a rearticulação política vivida com a Revolução de 1930
fez com que o Integralismo aparecesse como uma alternativa frente ao recente
governo de Getúlio Vargas e o crescimento dos movimentos operário e comunista.
Sob o comando de Plínio Salgado, a Ação Integralista conseguiu o apoio de
setores médios, empresários e setores do operariado. Entendidos por muitos como
um “facismo abrasileirado”, esse movimento contou com suas particularidades. Entre
as principais idéias defendidas pelos integralistas, podemos destacar o
corporativismo político, a abolição do pluripartidarismo, a perseguição aos
comunistas, o fim do capitalismo especulativo e a ascensão de um forte líder
político. Além do conteúdo ideológico, os integralistas fizeram o uso massivo
dos meios de comunicação, frases de efeito, criação de símbolos e padronização
comportamental.
Os integralistas utilizavam de uma saudação comum, “Anauê”,
expressão de origem indígena, para cumprimentar seus associados. Além disso,
vestiam camisas verdes e adotaram a letra grega sigma (símbolo matemático para
somatória) como formas que incentivariam um forte sentimento de comunhão e amor
à pátria. Mesmo contando com intensas manifestações, os integralistas perderam
força com a implementação do Estado Novo, no final dos anos 30.
Aliança Nacional Libertadora (ANL) foi uma frente de luta contra o imperialismo, o facismo e o integralismo, contou com a
participação de amplas esferas ideológicas e culturais da sociedade brasileira.
Com o lema “pão, terra e liberdade” teve um crescimento rápido a
partir de seu lançamento no teatro João Caetano na cidade do Rio de Janeiro.
MAis de 1600 comitês foram realizados em todo País até a ANL entrar na
ilegalidade em 11 de julho de 1935.
A organização foi fundada pelo Partido Comunista do Brasil (PCB),
nascida em março do ano de 1935 tinha como finalidade livrar o País do
nazi-fascismo. No Brasil a Ação Integralista Brasileira (AIB) exibia
sua total afeição pelo fascismo. Em resposta formaram-se frentes antifascistas
que congregavam tenentes socialistas e comunistas descontentes com o Governo
Vargas.
Em meados de 1934 um pequeno grupo de intelectuais e militares
contrariados com os rumos do governo de Getúlio Vargas organizou varias
reuniões no Rio de Janeiro, com a intenção de criar uma organização política
capaz de dar base nacional as lutas que se travavam. Dessas reuniões surgiu a
ANL, cujo primeiro manifesto político foi lido na Câmara Federal. A Aliança
Nacional Libertadora tinha como fundamentos:
Interrupção do pagamento da dívida externa do Brasil;
Nacionalização das corporações estrangeiras;
Reforma agrária e o amparo aos pequenos e médios
proprietários;
Garantia de amplas liberdades democráticas;
Constituição de um governo popular;
No final do mês de março a ANL foi oficialmente lançada na Capital
Federal. Na ocasião, dezenas de pessoas assistiram a solenidade; o manifesto
foi lido pelo estudante Carlos Lacerda, que nos anos seguintes se tornaria
um grande oponente do comunismo.
Na época Luiz Carlos Prestes, o “cavaleiro da esperança”,
achava-se exilado na União Soviética, porém fora proclamado presidente de
honra da organização. Prestes gozava de admirável consideração devido a seu
papel de líder na Coluna Prestes que na década precedente havia
tentado derrubar o governo pelas armas. Nos meses posteriores dezenas de
pessoas se filiaram a ANL, cavalheiros ilustres mesmo sem se filiar
mostraram-se atraídos pelo movimento, varias manifestações publicas foram
realizadas em diversas cidades brasileiras inclusive com artigos divulgados nos
jornais.
Em 1935 Prestes, na clandestinidade retorna ao Brasil, encarregado
pela Intentona Comunista de desenvolver no País um levante armado
para estabelecer um governo revolucionário, em sua companhia veio um grupo de
ativistas estrangeiros, entre os quais estava sua mulher a alemã Olga Benário.
Ao passo que a ANL ascendia, aumentava a crise política no País
com incansáveis conflitos entre integralistas e comunistas. No dia 5 de julho a
ANL realiza manifestações publicas para celebrar o aniversário dos levantes
tenentistas da década de 1920. Sem o consentimento de muitos dirigentes da
organização, Carlos Prestes faz um discurso fervoroso ordenando a derrubada do
governo e reclamando todo o poder para a ANL. O Presidente aproveita a
repercussão do episódio para com base na lei de Segurança Nacional fechar a
organização.
A ANL passa a ser ilegal e não pode mais realizar comícios
perdendo contato com a população e, por conseguinte seu apoio entusiasmado.
Alguns componentes da ANL resolveram explodir um levante para destituir o
governo. Em novembro de 1935 estoura no Rio Grande do Norte uma agitação em
nome da ANL. Este motim dominou a cidade por quatro dias. As manifestações
ocorreram também em Recife e Rio de Janeiro, porém foram rapidamente abafadas
pelo Governo Federal – Getúlio inicia um processo de prisões a todos os membros.
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