O curta metragem Ilha das Flores (Documentário.
Diretor: Jorge Furtado, Brasil, 1989) passa em 13 minutos uma mensagem de
desigualdade social e degradação ambiental, arrebatadora. Com uma narração
intensa, o curta o tempo todo nos remete ao papel de “animais com o telencéfalo
altamente desenvolvido e possuidores de um polegar opositor”.
Ilha das flores discute a produção de alimentos, a
cadeira de produção agrícola, a partir da trajetória de tomates desde o seu
plantio e colheita pelo produtor, sua venda ao mercado, seu consumo por uma
dona de casa, o descarte de alguns e o seu destino final no lixão. Em ilha das
flores, antes de terem a possibilidade de serem reaproveitados pelos moradores
locais, os tomates e demais alimentos descartados passam por uma triagem para
servirem de alimento aos porcos, pois esses possuem um dono, que zela por eles,
ao contrário dos moradores do lixão de ilha das flores.
Tomando como exemplo a questão do lixo, o filme
mostra a degradação ambiental causada pelo lixão e percebemos o quão limitada
pode ser uma análise, apenas a partir do olhar biológico, quando tratamos das
questões ambientais. Esse olhar parcial, pode levar a um entendimento
superficial e distanciado das necessárias análises sociais, políticas e
econômicas.
Resumindo, não se pode pensar a educação ambiental e a questão
ambiental, sem antes pensarmos sobre temas sociais como a desigualdade social e
conflito de classes, por exemplo