Este trabalho tem como principal objetivo discutir acerca
das potencialidades e limitações relacionadas a Educação a Distância.
Objetivamos ainda, apresentar, brevemente, o contexto de Educação a distância e
focalizar a importância do uso do computador nesta ‘modalidade’ de ensino. Para
isto, utilizamos como referencial teórico Souza (2009), Pretto (2003), Barreto
(2003) dentre outros autores, que tratam sobre: aspectos pedagógicos, o impacto
tecnológico provocado principalmente pelo advento do computador e a expansão do
ensino superior.
Palavras-chave: educação a distância, tecnologias,
possibilidades, limitações.
Abstract:
This work has like main goal discuss about the potentialities and limitations
of the Distance Education. We still intent to show, soon, the context of
Distance Education and spot the importance of computer using at this “modality”
of teaching. For this, we used as teoric reference Souza (2009), Pretto (2003),
Barreto (2003) and others authors, that deal about: pedagogic aspects, the
technologic impact, caused principally by the computer advent and the expansion
of the superior teaching.
Key-words:
distance education, technologies, possibilities, limitations.
Introdução
Vivemos numa sociedade notadamente marcada pela “Era da
informação” ou “Era Tecnológica”, oriunda do pós-modernismo. Se antes, a
modernidade preconizada pelo movimento iluminista tinha como base a razão e a
ciência, a pós-modernidade se caracteriza pelo desenvolvimento tecnológico e
informacional.
A idéia de "pós-modernismo" surgiu pela primeira
vez no mundo hispânico, na década de 1930, uma geração antes de seu
aparecimento na Inglaterra ou nos EUA. Perry Anderson, conhecido pelos seus
estudos dos fenômenos culturais e políticos contemporâneos, em "As Origens
da Pós-Modernidade" (1999), conta que foi um amigo de Unamuno e Ortega,
Frederico de Onís, que imprimiu o termo pela primeira vez, embora descrevendo
um refluxo conservador dentro do próprio modernismo. Mas coube ao filósofo
francês Jean-François Lyotard, com a publicação "A Condição
Pós-Moderna" (1979), a expansão do uso do conceito. (LIMA, 2004, p. 1)
Atualmente, as ciências definem pós-modernidade conforme sua
área de estudo, mas originalmente, significava
a perda da historicidade e o fim da "grande narrativa" - o que no
campo estético significou o fim de uma tradição de mudança e ruptura, o
apagamento da fronteira entre alta cultura e da cultura de massa e a prática da
apropriação e da citação de obras do passado. (LIMA, 2004, p. 1)
Contudo, a maioria dos teóricos concorda entre si que o
pós-modernismo tem como ferramenta principal as tecnologias da informação.
Tecnologia e informação tornaram-se as bases para configurar
um novo modelo de sociedade que vive o fenômeno da globalização, caracterizado
pelo rompimento de fronteiras de tempo e de espaço, o que contribui para
modificações de hábitos, de comportamentos e de valores individuais e
coletivos.
A revolução tecnológica traz implicações não apenas no
comportamento das pessoas, mas em especial, no conhecimento, na aprendizagem e
nos meios de comunicação. Um novo cenário se reconfigura, repercutindo
diretamente sobre os processos de aprender e de ensinar com as tecnologias
tanto nas instituições de ensino presencial, quanto nas que o oferecem na
modalidade a distância.
Não se pode negar que a educação a distância se tornou um
grande filão para os investidores da área de produção de softwares e equipamentos
de suporte à comunicação em rede, fomentando a economia e ampliando o acesso de
pessoas a esses meios comunicativos que promovem formação e interatividade.
Portanto, não procede mais o discurso pré-concebido de que a
educação a distância esteja aquém da educação presencial, já que ambas tem suas
particularidades, mas comungam os mesmos objetivos educacionais.
O crescimento acelerado das tecnologias e da oferta de
cursos a distância causam inquietudes e fazem emergir questionamentos sobre as
suas complexas possibilidades e também sobre as suas limitações.
Nesse sentido, almejamos neste trabalho, trazer a discussão
acerca das potencialidades e limitações relacionadas a Educação a Distância -
EaD , buscando ampliar a compreensão em torno deste assunto.Consideramos os
aspectos pedagógicos, o impacto tecnológico provocado principalmente pelo
advento do computador e a expansão do ensino superior.
No entanto, devemos conhecer o contexto da EaD, na tentativa
de colaborar para uma melhor compreensão sobre suas possibilidades e suas
limitações.
Contexto da Educação a Distância
A Educação a Distância, ao contrário do que alguns podem
pensar, não tem sido uma invenção a partir da internet. Segundo especialistas,
remonta da Era Cristã, caracterizada nas epístolas presentes na Bíblia, como
meio doutrinário para todos aqueles, que mesmo distantes do aposto Paulo,
pudessem seguir seus preceitos. Desde então, evolui-se para cursos por
correspondências, teleaulas, radiodifusão, até os dias de hoje, amparadas pelas
Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC, em especial, as redes
colaborativas de aprendizagem. Segundo Mill et al (2008, p. 113)
No final do seculo XIX, a educação a distancia (EaD) surge
nos Estados Unidos e na Europa como alternativa para atendimento a demanda por
conhecimentos profissionais provenientes de pessoas que residiam em locais
distantes dos centros mais desenvolvidos; que não haviam frequentado a escola
na época adequada; ou que haviam passado por situações de fracasso nesse processo.
Apesar de permitir que diferentes pessoas tivessem acesso ao conhecimento, a
EaD não surgiu no cenário nacional sem restrições.
Aqui no Brasil, a EaD se consolidou com o artigo 80 da LDB
9394/96 , embora seus desdobramentos tenham sido enfatizados em 2007 com o
programa Universidade Aberta do Brasil - UAB, ampliando consideravelmente o
número de vagas à população com a oferta de cursos gratuitos de formação em
nível: técnico, graduação e pós-graduação.
Diante das mudanças dos paradigmas educacionais,
[...] torna
necessário que ampliemos o próprio conceito de EAD. Trata-se de conceber a
educação em geral, e não apenas um setor especializado da mesma, a partir da
mediação das tecnologias de comunicação em rede, já presentes na sociedade
atual. (CRISTIANE NOVA, ALVES, 2003, p. 2).
Concebendo a Educação a Distância no sentido literal do
termo, seria qualquer modalidade de transmissão e/ou construção do conhecimento
sem a presença simultânea dos agentes envolvidos. Nessa perspectiva, a difusão
da escrita teria sido uma das principais (e até hoje mais eficazes) tecnologias
aplicáveis a EAD. (CRISTIANE NOVA, ALVES, ibidem).
Assim, podemos compreender a EaD como uma das modalidades de
ensino e de aprendizagem que abre uma vasta possibilidade de se utilizar dos
suportes tecnológicos existentes, para promovê-la completamente à distância
física entre ensinantes e aprendentes. Entretanto, esses suportes podem ser
inseridos também em ensinos presenciais ou mistos.
Em virtude do mundo contemporâneo e a grande pressão para
que os indivíduos dominem os instrumentos tecnológicos de comunicação e
informação, muitas são as instituições, que gradativamente, vêm inserindo
modelos pedagógicos híbridos.
Esses modelos combinam atividades presenciais com atividades
a distância, tendo em vista, atender as necessidades individuais e coletivas e
conciliar trabalho e formação. Incorpora-se a flexibilidade de tempo e de
espaço, possibilitando às pessoas obter formação e conhecimento sem se deslocar
de sua residência ou de seu escritório até a um campus, por exemplo.
Sob esse ponto de vista, trata-se de conceber coletivamente
sistemas de educação conectados às necessidades e objetivos atuais de nossa
sociedade, a partir de perspectivas sociais, pedagógicas e éticas, que busquem
explorar ao máximo as potencialidades trazidas pelas tecnologias, em processo
contínuo de expansão acelerada. E, como educadores e cidadão de um mundo em
transição, devemos estar preparados para conviver com uma educação com designs
distintos daqueles que experimentara nossos avós, pais e nós próprios, a
exemplo de processos similares vividos por outros setores da sociedade, como a
medicina, os transportes, a economia, a política, etc. (CRISTIANE NOVA, ALVES,
2003, p.2)
Os desafios consistem entre outros, no desenvolvimento de
ações tutoriais que estimulem aos estudantes a desenvolverem a
autoaprendizagem, expondo seus diferentes pontos de vista e, coletivamente
produzirem conhecimento significativo através das tecnologias.
As tecnologias afetam a produção, a energia, as
comunicações, o comércio, o transporte, o trabalho, a família, assim como nossa
maneira de viver, de trabalhar, de aprender, de nos comunicar, de sistematizar
o que conhecemos e todas as atividades relacionadas com a educação e a
formação; a informação não é estática e está acessível em múltiplos lugares
(open learning) e pode ser obtida de forma gratuita por meio de enlaces
virtuais (hiperlinks); a informação está organizada em várias linguagens de
comunicação e de múltiplas formas: escrita, sonora, audiovisual,
multimidiática. (FIORENTINI, 2009 p.138,139)
O próprio Ministério da Educação - MEC, no intuito de
ampliar o acesso ao curso superior, criou em 2005 o sistema de Universidade
Aberta do Brasil – UAB, priorizando a formação inicial a professores em efetivo
exercício na educação básica, mas ainda sem graduação. A UAB também prevê a
redução das desigualdades na oferta de ensino superior e o desenvolvimento de
um amplo sistema nacional de educação a distância.
Apesar da crescente utilização das tecnologias da informação
em EaD para reduzir distâncias, tanto do poder público, quanto da iniciativa
privada, Pretto (2003) alerta que precisamos estar atentos, pois se isto não
ocorrer em larga escala, poderemos estar legitimando, mais uma vez, uma cruel
exclusão daqueles que já são excluídos.
O autor ainda ressalta que a internet foi a grande
detonadora da sociedade da informação, sendo inclusive, um de seus pilares.
Assim, precisamos entendê-la não como uma questão meramente
tecnológica, mas essencialmente, como um fator de cultura. (PRETTO, 2003, p.
37)
Este novo cenário sociocultural potencializado pelo
computador e pela internet delineia a exigência de novos perfis pessoais e
profissionais, impondo um desafio constante e crescente aos educadores e aos
sistemas formativos, pela introdução de importantes possibilidades de
interação, intercâmbio de ideias e materiais, entre alunos e professores, entre
alunos e dos professores entre si, entre alunos e a instituição de ensino
superior. (FIORENTINI, 2009, p. 140).
Quanto mais cenários emergem, mais necessidades surgem no
sentido de [...] mediar os processos de aprendizagem por meio de ferramentas e
ambientes virtuais, que possibilitem viabilizar a ocorrência de processos mais
democráticos de relacionamento e de construção cooperativa de conhecimento
entre os participantes, onde quer que estejam. Há uma força pedagógica imbricada
nesse contexto social de aprendizagem que pode apoiar a argumentação,
aplicação, construção de conhecimentos entre indivíduos que se aproximam por
meio de atributos e/ou critérios distintos (FIORENTINI, 2009, p. 144).
Percebe-se então, que a EaD deixa de ser apenas uma
possibilidade de atendimento a superar barreiras físicas para tornar-se uma
modalidade na qual a sociedade tem recebido numa escala cada vez maior, apesar
da desconfiança inicial de que pudesse ser uma formação aquém da formação dos
cursos presenciais.
Em 2004, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira – INEP – comparou o desempenho dos alunos
matriculados em cursos presenciais e a distância, em treze áreas. Em sete
áreas, os alunos da EaD, obtiveram desempenho superior nos conteúdos avaliados.
Potencialidades e limitações da EaD no ensino superior
De acordo com dados recentes do INEP, entre 2007 e 2008, o
número de alunos matriculados em cursos superiores a distância cresceu 96,9% .
Isso demonstra que uma parcela significativa da população tem aderido aos
cursos por diversas vantagens, que dentre elas, Fortunato e Ferreira (2001),
destacam:
• Eliminação ou redução de custos com deslocamentos tanto de
alunos quanto de professores, podendo assim atender a um grande número de
estudantes ao mesmo tempo.
• Oferta de cursos variados. Diversas são as áreas as quais
já são possíveis cursar a distância, por exemplo, a área de formação de
profissionais da educação, da administração, etc..
• Flexibilidade de tempo para aqueles que não podem, não
querem ou não puderam, não quiseram freqüentar o ensino presencial, já que a
organização do tempo de estudo não depende da instituição que o oferece, mas
sim do próprio estudante, de acordo com suas possibilidades.
• O aluno é o centro da aprendizagem e o professor e os
tutores, os mediadores. Além de ser considerado sujeito da própria
aprendizagem, cada um pode aprender no seu ritmo.
• Conteúdos elaborados por especialistas e recursos
multimídia que facilitam a interatividade, aqui, em especial, a internet e seus
recursos, geralmente de fácil manuseio.
• A possibilidade de contribuir e receber muito mais
contribuições a partir das interações em fóruns, chats, etc.
Mas, todas estas vantagens se potencializam se [...] houver
uma “humanização” do espaço ou meio onde são lecionados os cursos, tornando-os
os mais interativos possíveis e aperfeiçoando-os com constantes remodelações e
atualizações de forma que o ambiente seja dinâmico e não um espaço onde
simplesmente é publicada a informação. Deve também haver cuidado de expor
claramente os conteúdos para não suscitarem dúvidas e, no caso de estas
existirem, devem ser prontamente retiradas e esclarecidas. (FORTUNATO,
FERREIRA, 2001, p. 53)
A internet é um recurso potencialmente fomentador de
aprendizagens, pois promove a integração das comunidades oferecendo informações
de qualidade, troca de experiências entre os participantes das redes virtuais,
e porque não dizer, inclui sujeitos e grupos anteriormente excluídos da
“alfabetização” tecnológica. Porém, o seu uso no ensino e na aprendizagem sem
um mediador que oriente seus alunos pode provocar mais cisão e discriminação do
que interação entre os pares, já que o contato é desprovido do calor humano.
A internet tem um caráter mediador quando nos referimos a
EaD, entretanto, para sua utilização eficiente e eficaz, não basta aos
professores e tutores dominarem os recursos técnicos. É preciso ter senso
crítico elaborado para não correr o risco da extrema didatização do ensino.
Limitações da EaD no ensino superior
A EaD é como uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que
suas potencialidades são ressaltadas, há também as limitações. Dependendo da
instituição, do curso, da região, enfim, de acordo com o contexto, as
limitações se apresentam diferenciadas. Mas, de um modo geral, no Brasil, as
ações voltadas à educação a distância, principalmente, as que envolvem
instituições públicas, associadas ou não às organizações não-governamentais,
têm caráter de suprir a demanda gerada pelas deficiências do sistema formal.
Essas ações buscam sempre compensar, de forma rápida, a defasagem na formação do
trabalhador, seja ele professor ou não. (GOUVÊA, OLIVEIRA, s/d. p. 4)
Esta formação “aligeirada” fragmenta o conhecimento, a
aprendizagem e, consequentemente, compromete a formação.
Em outras palavras, a incorporação das TIC é uma condição
necessária, mas não suficiente para universalizar uma educação de qualidade:
inclusiva, não contente com a equidade e com a massa dos “sobrantes” que este
conceito pressupõe (BARRETO, PRETTO et al. 2003, p. 20).
Se “sobram” professores sem graduação e é oferecido a eles
cursos a distância para inseri-los nas estatísticas dos “diplomados” em nível
superior, a EaD se apresenta mais como uma maneira de “maquiar” as mazelas com
a (de)formação docente brasileira do que propriamente democratizar o acesso ao ensino
superior e promover formação de qualidade.
Outras limitações também estão presentes nos cursos de EaD:
• Normalmente, as turmas são grandes e as interações nos
fóruns (principal forma de interação, pois há outras como: chat, e-mail,
mensagens) podem se tornar massivas e, às vezes, desmotivantes.
• Ainda persiste a falsa ilusão de que “freqüentar” um curso
em EaD é mais “fácil” que o presencial. Em virtude dessa concepção equivocada,
há aqueles que têm dificuldade em lidar com processos de aprendizagem
autônomos, que demandam de organização do tempo. E há aqueles que não conseguem
se disciplinar com seus afazeres profissionais, pessoais e acadêmicos. Isto
contribui para a não interação ou a participação esporádica nas discussões dos
fóruns, por exemplo. Provavelmente, alunos com este perfil, colaboram para o
índice estatístico de evasão na EaD.
• A internet é cara e de má qualidade. Das conexões
oferecidas, mais da metade é inferior a 1 Mbps, não chegando, portanto, a ser
considerada banda larga. Além da baixa velocidade há problemas freqüentes de
instabilidade na conexão. Esta é uma constatação de uma pesquisa realizada pelo
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). O estudo a inda revelou
que o valor pago para ter acesso à internet banda larga aqui no Brasil, é
bastante elevado – cerca de dez vezes mais – se comparado a outros países, como
por exemplo, Estados Unidos, Coréia do Sul, Japão e Rússia.
• Aqui no Brasil mesmo existindo programas de formação a
distância gratuitos oferecidos pelo governo federal, caso o usuário não
disponha de computador conectado a internet precisará freqüentar lan-houses, o
que também gera custos.
• Mesmo havendo interativida-de entre professores, alunos e
tutores, nem sempre é possível responder atender a todos em tempo hábil para
sanar dúvidas ou orientar, já que, na maioria das vezes, a precarização do
trabalho docente também se estende à EaD.
• Os registros precisam ser realizados com muito mais
critérios e cuidados, pois nem sempre o que se escreve é exatamente o que outro
lê. Tanto professores quanto alunos necessitam estar atentos. Na EaD, a escrita
torna-se componente subjetivo que pode levar a várias interpretações, inclusive
diversa daquela que o emissor pretendia transmitir ao seus receptores/leitores.
• Apesar de a essência da EaD ser ministrada superando
fronteiras geográficas, o contato com a “frieza” das máquinas, ainda que
interagindo com os pares, pode provocar, ao invés de aproximação, cisão entre
os sujeitos.
• Nem sempre é possível acessar as ferramentas assíncronas,
como por exemplo, os fóruns de discussões, porque em alguns casos, sites de
hospedagem são desligados determinados horários do dia.
• As videoconferências demandam de altos investimentos,
salas com equipamentos, sofisticados e de alto custo, softwares e profissionais
especializados, o que muitas vezes, inviabiliza o atendimento a regiões mais
distantes.
A educação e as Tecnologias de informação e comunicação
A inserção das TIC na educação parece ser irrevogável. Não
se trata de algo fácil de ser implantado com equidade e qualidade tendo em
vista as contradições sociais, políticas e econômicas do nosso país.
No entanto, já se tem algumas pistas dos caminhos a
percorrer para que a integração dos novos meios técnicos aos processos
educacionais aconteça no sentido da construção da cidadania e da emancipação e
não do simples consumo. (BELLONI, 2001, p. 56)
Esta abordagem da autora chama a atenção para o fato de que
apesar de o nosso meio estar sendo cada vez mais técnico e menos “natural”, as
tecnologias precisam ser utilizadas com critérios e senso para uma educação de
qualidade e não por puro modismo.
Nesta passagem de século para o terceiro milênio, a cultura
midiática tem ditado regras, inclusive para os paradigmas educacionais. Moran
(1995, s.p.) afirma que as tecnologias de comunicação não substituem o
professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar
informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em
CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por
querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante.
Assim, cabe ao professor, coordenar o processo e
contextualizar as informações de sues alunos, transformando-as em conhecimento.
As tecnologias, em especial, a internet, pode ser utilizada
para desenvolver autonomia e capacidade intelectual. Na educação a distância, a
internet tem sido uma ferramenta importante nesta construção, uma vez os alunos
participam coletivamente expondo suas opiniões, ainda que alguns, não divirjam
ou concordem entre si.
Considerações
A EaD é um progresso educacional para atender à demanda de
uma sociedade dita pós-modernista. Entretanto, promovê-la em instituições
públicas ou particulares não é garantia de qualidade nem de democratização de
acesso ao ensino e aos bens intelectuais acumulados socialmente. Porém, é
necessário ressaltar que mesmo apresentando limitações, a EaD tem alcançado
êxito. Prova disso, são os resultados do Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes - ENADE mencionados nesta pesquisa.
Paulatinamente, a cultura centrada na figura do professor
vai cedendo lugar para o aluno como sujeito autônomo e capaz de gerir a própria
aprendizagem. Nesse sentido, mesmo com toda a fragmentação do ensino a
distância, os estudantes que se organizam e se disciplinam dispostos a vencer
são dignos de admiração.
Parte deste esforço decorre do uso do computador conectado à
internet e a uma educação dos novos tempos. O aluno é o “comandante” de sua
aprendizagem. Depende dele a idoneidade de realizar efetivamente as atividades
propostas e compartilhá-las.
Parece que estamos, definitivamente, sinalizando para a
educação dos novos tempos: estudando mais isoladamente e ao mesmo tempo com os
grupos virtuais contribuindo para a aprendizagem colaborativa, aprimorando
assim, nossas habilidades intelectuais.
Referências
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Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede (CTAR).Brasília: Universidade de
Brasília, Faculdade de Educação, 2009. Cap. 8, p. 203-228. Disponível em: .
Acesso em: 25 de maio/2009
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