Segundo Aristóteles a retórica é “a outra face da dialética;
pois ambas se ocupam de questões mais ou menos ligadas ao conhecimento comum e
não corresponde a nenhuma ciência em particular.” Aristóteles considera que a
retórica é indispensável à política ou aos discursos políticos. Segundo
Aristóteles:
“É, pois, evidente que
a retórica não pertence a nenhum gênero particular e definido, antes se
assemelha à dialética. É também evidente que ele é útil e que a sua função não
é persuadir, mas discernir os meios de persuasão mais pertinentes a cada caso,
tal como acontece em todas outras artes; de facto, não é da medicina dar saúde
ao doente, mas avançar o mais possível na direcção da cura, pois também se pode
cuidar bem dos que já não estão em condições de recuperar a saúde.” (Retórica,
I, 1355b, 41)
A retórica, para Aristóteles, não representa um verdadeira
mal, pois a injustiça de um discurso retórico político, injusto não se encontra
na retórica, mas sim na política, uma vez que a retórica não corresponde a
nenhuma ciência em particular:
“Dizer a política é
arquitetônica com relação à retórica implica dizer que o fim da retórica sempre
estará a serviço de o fim da política e, assim, como sabemos que o fim da
política é o bem humano ou a vantagem comum, a retórica pode ser salva. Se ela
estiver sendo utilizada injustamente, não é da competência da retórica, mas da
competência da política, corrigir a situação. Para isso, só será necessário
apelar para o critérios, já bem estabelecidos pelo autor na constituição
correta e poder político. (ARISTÓTELES,1985). “Este, única forma legítima de
poder numa cidade propriamente tal, consiste em exercer o poder em beneficio
dos governados, o que, em ultima instancia, virá constituir a salvação a arte
de persuadir.” (YAMIN s.d., 745)
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