Após a derrota da Revolução de 1932,
São Paulo sentiu a necessidade de formar uma nova elite capaz de contribuir
para o aperfeiçoamento do governo e a melhoria do país. Com esse objetivo um
grupo de empresários fundou a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), em
1933, e o interventor Armando Sales criou
a Universidade de São Paulo (USP), em 1934. Como disse Sergio Milliet, "de
São Paulo não sairão mais guerras civis anáquicas", e sim "uma
revolução intelectual e científica suscetível de mudar as concepções econômicas
e sociais dos brasileiros". A busca de conhecimentos aplicáveis à vida do
país vinha reforçar a crítica à cultura bacharelesca e à formação deficiente
das escolas de direito.
A ELSP desejava formar elites
administrativas para os novos tempos, marcados por uma atuação crescente do
Estado, enquanto a USP pretendia preparar professores para as escolas
secundárias e especialistas nas ciências básicas. A sociologia norte-americana
constituiu o modelo da ELSP. Já o perfil da Faculdade de Filosofia da USP foi
influenciado pelo mundo acadêmido francês.
Professores estrangeiros como Roger
Bastide, Emílio Willems, Donald Pierson, Pierre Monbeig e Herbert Baldus, entre
outros, difundiram nas duas instituições novos padrões de ensino e pesquisa,
formando as novas gerações de cientistas sociais no Brasil. A ELSP, a Faculdade
de Filosofia da USP e o jornal O Estado de S. Paulo formavam o que o historiador
Carlos Guilherme Motta chamou de "um tripé de sólido enraizamento cultural
e político".
O entrelaçamento entre cultura e
política também se fez sentir na criação do Departamento de Cultura da cidade
de São Paulo em 1935, pelo prefeito Fábio Prado. Nesse órgão trabalharam Paulo
Prado, Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Rubens Borba
de Moraes e Sergio Milliet.
Outra
conseqüência do projeto político-cultural que se desdobrou em São Paulo após a
Revolução de 1932 por iniciativa tanto de instituições governamentais como de
empresas privadas foi o notável crescimento da indústria editorial