sexta-feira, 31 de outubro de 2014

REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS NO BRASIL COLONIAL - RESUMO, CAUSAS, EXEMPLOS

REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS NO BRASIL COLONIAL - RESUMO, CAUSAS, EXEMPLOS


O que foram
As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados pelo forte anseio de conquistar a independência do Brasil com relação a Portugal. Estes movimentos possuíam certa organização política e militar, além de contar com forte sentimento contrário à dominação colonial.

Causas principais
- Cobrança elevada de impostos de Portugal sobre o Brasil.
- Pacto Colonial - Brasil só podia manter relações comerciais com Portugal, além de ser impedido de desenvolver indústrias.
- Privilégios que os portugueses tinham na colônia em relação aos brasileiros.
- Leis injustas, criadas pela coroa portuguesa, que tinham que ser seguidas pelos brasileiros.
- Falta de autonomia política e jurídica, pois todas as ordens e leis vinham de Portugal.
- Punições violentas contra os colonos brasileiros que não seguiam as determinações de Portugal.
- Influência dos ideais do Iluminismo e dos movimentos separatistas ocorridos em outros países (Independência dos Estados Unidos em 1776 e Revolução Francesa em 1789).

Principais revoltas emancipacionistas:

Conjuração Mineira
Foi um movimento separatista ocorrido na cidade de Vila Rica (Minas Gerais) no ano de 1789. Teve como principal causa os altos impostos cobrados sobre o ouro explorado nas regiões das minas e também da criação da derrama. Teve como líderes intelectuais, poetas, militares, padres e até um alferes (Tiradentes). Tinha como objetivo, após a independência, implantar o sistema republicano no Brasil, criar uma nova Constituição e incentivar o desenvolvimento industrial. O movimento foi denunciado ao governo, que o reprimiu com violência. Os líderes foram condenados a prisão ou exílio. Tiradentes foi condenado a morte na forca.  
Conjuração Baiana
Foi uma rebelião popular, de caráter separatista, ocorrida na Bahia em 1798. Teve a participação de pessoas do povo, ex-escravos, médicos, sapateiros, alfaiates, padres, entre outros segmentos sociais. Teve como causa principal exploração de Portugal, principalmente no tocante a cobrança elevada de tributos. Defendiam a liberdade com relação a Portugal, a implantação de um sistema republicano e liberdade comercial. Após vários motins e saques, a rebelião foi reprimida pelas forças do governo, sendo que vários revoltosos foram presos, julgados e condenados. 

Revolução Pernambucana
 Foi um movimento separatista ocorrido em Pernambuco em 1817. Teve como causas principais a exploração metropolitana e a cobrança de impostos sobre os colonos brasileiros. Teve a participação da classe média, populares, padres, militares e membros da elite. Motivados pelos ideais iluministas (liberdade e igualdade), os revoltosos pretendiam libertar o Brasil do domínio português e instalar o sistema republicano no país. Assim como os outros movimentos, foi reprimido fortemente pelas forças militares do governo. Os líderes foram presos e alguns participantes condenados à morte. 

Bibliografia Indicada:
 - As rebeliões coloniais (coleção Para conhecer melhor)
Autor: Bellomo, Harry Rodrigues
Editora: FTD
Temas: História do Brasil Colonial


AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL



As Capitanias hereditárias foi um sistema de administração territorial criado pelo rei de Portugal, D. João III, em 1534. Este sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para particulares (principalmente nobres com relações com a Coroa Portuguesa).

Este sistema foi criado pelo rei de Portugal com o objetivo de colonizar o Brasil, evitando assim invasões estrangeiras. Ganharam o nome de Capitanias Hereditárias, pois eram transmitidas de pai para filho (de forma hereditária).

Estas pessoas que recebiam a concessão de uma capitania eram conhecidas como donatários. Tinham como missão colonizar, proteger e administrar o território. Por outro lado, tinham o direito de explorar os recursos naturais (madeira, animais, minérios).

O sistema não funcionou muito bem. Apenas as capitanias de São Vicente e Pernambuco deram certo. Podemos citar como motivos do fracasso: a grande extensão territorial para administrar (e suas obrigações), falta de recursos econômicos e os constantes ataques indígenas.

O sistema de Capitanias Hereditárias vigorou até o ano de 1759, quando foi extinto pelo Marquês de Pombal.

Capitanias Hereditárias criadas no século XVI:

Capitania do Maranhão
Capitania do Ceará
Capitania do Rio Grande
Capitania de Itamaracá
Capitania de Pernambuco
Capitania da Baía de Todos os Santos
Capitania de Ilhéus
Capitania de Porto Seguro
Capitania do Espírito Santo
Capitania de São Tomé
Capitania de São Vicente
Capitania de Santo Amaro
Capitania de Santana


01 - O BRASIL COLONIAL - por Bóris Fausto - parte 01

Exibido pela TVEscola, a série de vídeos do historiador Bóris Fausto, que por meio de documentos e imagens, traça o panorama político, social e econômico do país desde a era colonial até a atualidade.


HISTÓRIA DO BRASIL POR BÓRIS FAUSTO - REGIME MILITAR (vídeo completo)

HISTÓRIA DO BRASIL POR BÓRIS FAUSTO - A ERA VARGAS (vídeo completo)

domingo, 26 de outubro de 2014

HISTÓRIA DO BRASIL - JUSCELINO KUBITSCHEK



Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em Diamantina (MG) no dia 12 de setembro de 1902, filho de João César de Oliveira e de Júlia Kubitschek. Ingressou no seminário diocesano em 1914. Aos 15 anos incompletos concluiu o curso de humanidades, abandonando então o seminário, já que não sentia vocação para o sacerdócio.
Em 1919 foi trabalhar na Repartição Geral dos Telégrafos. Exerceu a função de telegrafista até se formar pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
Diplomando-se em dezembro de 1927, foi trabalhar na Clínica Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia, na capital mineira. Posteriormente seguiu para Paris com o objetivo de especializar-se em urologia. Ao regressar, além de reassumir seus empregos em Belo Horizonte, montou seu próprio consultório. Em 1931 foi nomeado para integrar o corpo de médicos do Hospital Militar da Força Pública do estado de Minas Gerais. Em dezembro casou-se com Sara Gomes de Lemos, pertencente a família de grande prestígio no estado.
Com o falecimento súbito de Olegário Maciel em 5 de setembro de 1933, agitou-se o cenário político mineiro para a escolha de seu sucessor. Em 12 de dezembro Vargas deu uma solução inesperada ao caso, nomeando Benedito Valadares interventor federal. Este, ao tomar posse no dia seguinte, convidou Juscelino para exercer a chefia de seu Gabinete Civil.
No exercício da chefia do Gabinete Civil de Valadares, Juscelino tornou-se uma espécie de "advogado" das causas de seu município natal. Em abril de 1934, por influência de Valadares, filiou-se ao Partido Progressista de Minas Gerais (PP) com o objetivo de concorrer ao cargo de deputado federal nas eleições de outubro seguinte. Em setembro foi indicado por Antônio Carlos para ocupar a secretaria do partido.
Realizadas as eleições em outubro, Juscelino foi eleito para seu praimeiro mandato parlamentar, iniciado em maio de 1935. Ante a necessidade de permanecer no Rio de Janeiro, então capital da República, licenciou-se do cargo que ocupava no Hospital Militar, bem como das funções que exercia na Santa Casa de Misericórdia em Belo Horizonte.
Diante da agitação reinante no cenário político, Vargas, com o apoio das forças armadas, antecipou o golpe para o dia 10 de novembro de 1937. Fechando nesse dia o Congresso Nacional, instituiu o Estado Novo e assumiu poderes ditatoriais. Juscelino perdeu seu mandato na Câmara e retornou à medicina, reassumindo as funções de chefe do Serviço de Urologia do Hospital Militar em Belo Horizonte. Em fins de 1938 foi promovido a tenente-coronel da Força Pública e, simultaneamente, nomeado chefe do Serviço de Cirurgia do Hospital Militar.
Em fevereiro de 1940 foi convidado por Benedito Valadares para assumir o cargo de prefeito de Belo Horizonte. Durante a entrevista, negou-se a aceitar a nomeação por não desejar, mais uma vez, afastar-se da medicina. Entretanto, dois meses depois do convite inicial, tomou conhecimento de que Valadares mandara publicar no Minas Gerais, órgão oficial do estado, o decreto de sua nomeação para a prefeitura da capital. Considerando o fato consumado, Juscelino tomou posse no cargo no dia seguinte.
Embora ocupando o cargo de prefeito, permaneceu na chefia do Serviço de Cirurgia do Hospital Militar, onde continuou a operar todas as manhãs, e assumiu ainda a chefia do Serviço de Urologia da Santa Casa de Misericórdia. Além dessas atividades proporcionava, pessoalmente, assistência médica a numerosas famílias pobres. Só abandonaria o exercício da medicina no início de 1945, quando passou a dedicar-se exclusivamente à vida política.
Preocupado em remodelar a cidade de Belo Horizonte, Juscelino abriu grandes avenidas e dedicou-se às obras de infra-estrutura da cidade, removendo e ampliando as redes de esgoto e abastecimento de água, além de construiu o conjunto arquitetônico de Pampulha, um dos maros da moderna arquitetura brasileira, projetado por Oscar Niemeyer.
Em março de 1945, quando os agrupamentos que dariam origem aos novos partidos políticos já se organizavam, participou ativamente dos trabalhos de criação do Partido Social Democrático (PSD), que seria formado principalmente em torno dos interventores, com o apoio de Vargas. No dia 8 de outubro reuniu-se em Belo Horizonte a comissão executiva do PSD mineiro com o objetivo de indicar os candidatos do partido à Assembléia Nacional Constituinte. Dentre os concorrentes às cadeiras de deputado federal, teve seu nome lançado.
Com a deposição de Vargas pelas forças armadas em 29 de outubro, assumiu o poder o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro José Linhares. Uma de suas primeiras medidas foi substituir os interventores por representantes do Poder Judiciário e afastar os antigos prefeitos. Juscelino foi então substituído pelo engenheiro João Gusmán Júnior.
O resultado do pleito de 2 de dezembro de 1945 conferiu ampla vitória ao PSD tanto no nível estadual como nacional. Dutra conquistou a presidência da República e Kubitschek foi o segundo candidato mais votado em seu estado, iniciando o mandato ao se instalar a Constituinte em fevereiro de 1946. Promulgada a nova Carta em setembro de 1946, a Assembléia Constituinte foi transformada em Congresso ordinário, permanecendo Juscelino no exercício de seu mandato na Câmara Federal.
A partir de março de 1947 desencadeou franca oposição ao governo de seu estado. De maio a julho de 1948 viajou aos Estados Unidos e Canadá. Segundo suas memórias, essa viagem teria exercido grande influência em suas concepções político-administrativas, por convencê-lo de que o Brasil só atingiria um pleno desenvolvimento com um processo de industrialização intenso e diversificado.
Em 20 de julho de 1950, uma comissão executiva do PSD escolheu Kubitschek para disputar as eleições. Sua candidatura foi finalmente homologada em 30 de julho, durante a convenção do PSD mineiro. Getúlio Vargas elegeu-se presidente da República e Juscelino Kubitschek conquistou o governo mineiro. Em 31 de janeiro de 1951 ambos tomaram posse nos cargos para os quais haviam sido eleitos.
A base de sua administração seria o binômio energia e transporte. Tinha como meta prioritária retirar o estado de Minas da posição de estado agropastoril e lançá-lo na fase da industrialização.
Em fins de 1954 as eleições foram realizadas na data prevista. Por aquela época já se tornara público que Juscelino pretendia concorrer no ano seguinte ao pleito presidencial. Em princípios de novembro o PSD decidiu definitivamente indicar um candidato próprio. O nome de Juscelino se impunha, quase sem divergências, à consideração da liderança do partido. Entretanto, além da oposição dos udenistas e de certos setores militares, teria de enfrentar o problema da sucessão estadual, pois se fosse candidato seria obrigado a deixar o governo mineiro dez meses antes de expirar o mandato.
Teve sua candidatura homologada pela convenção nacional do PSD que se reuniu em 10 de fevereiro de 1955. Após o lançamento oficial de sua candidatura, a movimentação contra as eleições e a favor da intervenção dos militares tornou-se mais evidente. Juscelino era tido como comprometido com as forças getulistas destronadas em agosto de 1954.
Em 31 de março desincompatibilizou-se do governo de Minas Gerais. No dia 4 de abril, em comício realizado em Jataí (GO), assumiu o compromisso de transferir a capital do país para o planalto Central, caso fosse eleito. O programa de seu governo, organizado com o auxilio de uma equipe de técnicos, constituía o famoso Programa de Metas.
No dia 13 de abril o diretório nacional do PSD aceitou a indicação do PTB para que seu líder, João Goulart, figurasse na chapa de Juscelino como candidato à vice-presidente. A candidatura de ambos foi homologada pelo PTB cinco dias depois, durante a convenção nacional do partido.
Garantidas pelas tropas do Exército, em 3 de outubro realizaram-se as eleições, cuja apuração foi concluída em meados do mês. Logo após a divulgação dos resultados, a União Democrática Nacional (UDN) e seus aliados deram início a uma batalha judiciária com o objetivo de anular as eleições e impedir a proclamação dos candidatos eleitos.
Liderados por Carlos Lacerda, setores udenistas passaram a pregar abertamente a deflagração de um golpe militar. Na manhã do dia 3 de novembro, o presidente Café Filho adoeceu repentinamente, transmitindo cinco dias depois o governo ao seu sucessor legal, o presidente da Câmara, Carlos Luz. Entretanto, no dia 11 de novembro, o Congresso Nacional, em sessão especial, aprovou o impedimento de Carlos Luz , dando posse na presidência da República a Nereu Ramos.
Na madrugada de 22 de novembro o Congresso aprovou o impedimento de Café Filho, confirmando Nereu Ramos como presidente legal até a posse de Juscelino, em janeiro do ano seguinte.
Ao assumir a presidência da República em 31 de janeiro de 1956, Juscelino solicitou ao Congresso a abolição do estado de sítio, no que seria logo atendido. Para imprimir um cunho ainda mais democrático à sua gestão, também aboliu, no dia seguinte, a censura à imprensa.
Logo no início de seu governo defrontou-se com séria oposição deflagrada por oficiais da Aeronáutica que, inconformados com sua posse, pregavam a sua deposição. Entretanto, no dia 29 de fevereiro o levante já havia sido totalmente debelado. Uma vez encerrado o episódio, Juscelino enviou ao Congresso um projeto de lei concedendo anistia ampla e irrestrita a todos os civis e militares que tivessem participado de movimentos políticos ou militares no período de 10 de novembro de 1955 a 19 de março de 1956.
Em 18 de abril assinou, no aeroporto de Anápolis (GO), a mensagem a ser enviada ao Congresso, juntamente com o projeto de lei propondo a transferência da capital da República para o planalto Central. A despeito da séria resistência por parte da UDN em relação à transferência da capital do país, o projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional. Em 19 de setembro Juscelino sancionou a lei que fixava os limites do futuro Distrito Federal e autorizava o governo a instituir a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Em fins de 1956, atendendo a reivindicação da Marinha e da Aeronáutica, autorizou a compra do porta-aviões Minas Gerais, fabricado na Inglaterra. O fato suscitou grave crise entre as duas armas, pois a Marinha, apesar dos fortes protestos da Aeronáutica, reivindicava controle da aviação embarcada no porta-aviões. A questão iria estender-se por governos posteriores, só sendo resolvida em agosto de 1964 pelo presidente Humberto Castelo Branco, que garantiu à Aeronáutica a posse das aeronaves embarcadas.
Também no final de 1956, o recrudescimento no cenário mundial da chamada guerra fria, e o interesse norte-americano em ampliar suas instalações defensivas contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), fizeram com que o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) no Brasil, Ellis Briggs, em nome de seu país, solicitasse permissão ao governo brasileiro, no sentido de ser instalada em Pernambuco uma estação de rastreamento de foguetes. Kubitschek submeteu o assunto aos ministros militares, os quais vetaram o local escolhido, sugerindo o território de Fernando de Noronha. Em 17 de dezembro foi assinado o acordo que tinha por base os termos e resoluções do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, de 1947, e do Acordo de Assistência Militar, de 1952.
Em março de 1957, em concurso organizado por Oscar Niemeyer, foi aprovado o plano-piloto de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa para a construção de Brasília.
Ainda em 1957 , depois de pleitear empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), conhecido como Banco Mundial, foi proposto o reatamento das relações comerciais com a URSS tendo em vista, sobretudo, o interesse na venda do café. Todavia, o ministro da Guerra, general Lott, opôs-se resolutamente à medida, alegando motivo de segurança nacional.
Em março de 1958 uma terrível seca assolou o Nordeste. Devido ao estado de emergência configurado, Kubitschek seguiu, em 17 de abril, para o interior do Ceará, não só para avaliar a gravidade da situação, como para visitar as obras do açude de Araras, regressando três dias depois.
Em fins de 1958, contrária à transferência da capital da República, a UDN tomou iniciativas para adiar o evento. Carlos Lacerda requereu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que intimava os diretores da Novacap e todos os empreiteiros das obras a prestarem depoimento alegando irregularidades na construção de Brasília. Entretanto, as forças que apoiavam o governo comprometeram-se a adiar a CPI até a inauguração da nova capital.
No dia 17 de junho tornou-se público o rompimento de Juscelino com o FMI, provocado pela recusa do governo brasileiro em ceder às exigências do órgão para a concessão de financiamentos. A população do Rio, representada por suas organizações de classe, compareceu em massa ao Palácio do Catete em atitude de solidariedade ao presidente, portando faixas e cartazes em favor do estabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com a União Soviética e a China Popular.
Em julho, ainda em meio à celeuma decorrente da ruptura do governo com o FMI, Walter Moreira Sales foi nomeado embaixador do Brasil em Washington. Ernâni Amaral Peixoto, que exercia essas funções, assumiu o Ministério da Viação e Obras Públicas em substituição a Lúcio Meira, que substitui Roberto Campos, exonerado também neste mês da presidência do BNDE.
Diante da tensão reinante no cenário político, no início de 1959 o governo chegou a ameaçar a decretação do estado de sítio. Em março deste ano o Nordeste foi submetido novamente a uma situação dramática, pelo desabamento de fortes temporais que ameaçavam a população com enchentes e inundações.
Em 21 de abril de 1960 Kubitschek declarou inaugurada a nova capital, Brasília. Durante a primeira reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, assinou mensagem dirigida ao Congresso, propondo a criação da Universidade de Brasília (UnB).
Durante a primeira reunião de seu ministério, realizada no dia 1º de fevereiro de 1956, Juscelino expôs seu plano de governo - o Programa de Metas - e instituiu o Conselho de Desenvolvimento, órgão controlador da economia, diretamente subordinado à Presidência, designando para integrá-lo os ministros de Estado, os chefes dos gabinetes Civil e Militar e os presidentes do Banco do Brasil (BB) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE).
Em princípios de outubro de 1957, o ministro da Fazenda José Maria Alkmin compareceu à reunião da junta de governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), conhecido como Banco Mundial, realizada em Washington.
No intuito de atender às exigências do FMI, Lucas Lopes elaborou o Plano de Estabilização Monetária (PEM), que estabelecia uma rigorosa política antiinflacionária. Embora considerasse relevante a adoção dessa política ante a delicada situação financeira do país, Juscelino mostrou-se intransigente em relação à liberação das verbas destinadas ao Programa de Metas.
No âmbito econômico, ao assumir a presidência Juscelino herdou a difícil situação dos governos Vargas e Café Filho. A superprodução do café, os déficits do Tesouro e perda do poder de compra das exportações formavam na época, segundo analisou o economista Carlos Lessa, um "quadro impressionante de desequilíbrios econômicos".
Embora a economia acusasse instabilidade e crescente inflação, o ministro da Fazenda, José Maria Alkmin, propôs-se basicamente a impedir que os desequilíbrios tomassem vulto a ponto de comprometer o êxito do programa desenvolvimentista de Kubitschek.
O Programa de Metas, destinado sobretudo a promover o desenvolvimento acelerando o processo de industrialização, teve vários de seus objetivos consideravelmente ultrapassados em relação aos previamente estipulados. Para a implementação desse programa foram criados grupos de trabalho subordinados ao Conselho de Desenvolvimento.
Além dos estímulos permitidos pela legislação que favorecia a entrada de capital estrangeiro, o governo dispunha de outra importante fonte para angariar recursos. Através do BNDE assegurava o acesso a créditos do exterior aos empresários, que assumiam a co-responsabilidade pela liquidação do débito. A grande entrada de capital estrangeiro foi, no entanto, a principal fonte de oposição à política econômica de Juscelino, notadamente por parte da esquerda. De um lado, o mecanismo de proteção às manufaturas de origem nacional obrigava as empresas norte-americanas a investir diretamente no Brasil, a fim de não perderem o mercado. Do outro, o governo concedia isenções e privilégios, permitindo que aquelas empresas importassem bens de produção, sem cobertura cambial, enquanto negava o mesmo direito às brasileiras.
Como a participação inicial do capital norte-americano para a execução do Plano de Metas era irrisória, o processo de aceleração industrial encontrou viabilidade na entrada de capitais europeus e japoneses. Entretanto, a entrada destes capitais, notadamente do alemão, fortaleceu no Brasil a área de resistência aos Estados Unidos, ao mesmo tempo que impeliu este país a incrementar os investimentos na indústria brasileira para manter e consolidar sua hegemonia.
O complexo Plano de Estabilização Monetária (Pem) envolvia sérias providências corretivas nos setores da moeda, do crédito, das finanças públicas e salários e do balanço de pagamentos. Diante da difícil situação financeira do país, ao ser discutido no Congresso, o Pem sofreu inúmeros cortes e modificações. A solução encontrada foi a sustentação do plano, com as emendas introduzidas e a simultânea concessão de um "abono de emergência" ao funcionalismo civil e militar da União.
Enquanto aguardava a decisão do Congresso, Lucas Lopes, com o objetivo de minorar os efeitos da crise financeira, tomou medidas corretivas, comprimindo as despesas, controlando com rigor a política de liberação de verbas, sustando a execução de obras consideradas adiáveis e alterando substancialmente o nível das taxas de câmbio.
Em represália ao pouco interesse demonstrado pelos EUA em empreender um programa de assistência ao Brasil e aos outros países da América Latina, em novembro de 1958, Juscelino manifestou-se publicamente pelo reatamento das relações comerciais com a União Soviética e outros países socialistas, sob aplausos de líderes sindicais que compareceram ao Catete.
Em 1959, quando o Pem entrou em execução, determinando uma vertiginosa elevação dos preços, ocorreu forte reação popular em oposição às medidas implementadas. Entretanto, como essa política de estabilização foi considerada insatisfatória pelo FMI, Lucas Lopes seguiu para os EUA, assumindo o compromisso, junto às autoridades daquele órgão, de ampliar as medidas corretivas do Pem.
Embora o FMI aceitasse a contraproposta do Brasil, os jornais ligados a esse organismo desencadearam uma campanha de descrédito contra a economia brasileira. Tendo Lucas Lopes adoecido repentinamente, Juscelino decidiu conduzir as negociações com o FMI. Assim, ao se iniciar o mês de junho de 1959, Juscelino teve que optar por uma atitude a ser assumida pelo governo: ou submeteria o país às condições exigidas pelo FMI ou romperia com aquela entidade. Decidido a dar prosseguimento ao programa desenvolvimentista, optou pela ruptura com o FMI.
A política econômica do governo Kubitschek teria fortes repercussões sobre o processo de sucessão presidencial. Nas eleições realizadas em 3 de outubro de 1960, o candidato apoiado pela UDN, Jânio Quadros, obteve esmagadora vitória, apesar da reeleição de João Goulart à vice-presidência da República. Em 31 de janeiro de 1961, Kubitschek transmitiu o poder a Jânio Quadros. Nas eleições extraordinárias realizadas em 4 de junho de 1961, Juscelino elegeu-se senador por Goiás na legenda do PSD.
Em 31 de março de 1964 eclodiu o movimento militar que depôs Goulart. No dia 7 de daquele mês, Juscelino, em encontro proposto por Castelo Branco, manteve com este conversações acerca do problema sucessório. Ante o declarado interesse de Castelo Branco em concorrer às eleições presidenciais, apoiou essa pretensão. No dia 9 de abril, o Comando Supremo da Revolução promulgou o Ato Institucional Nº 1 (AI-1), que determinava a eleição dois dias depois, pelo Congresso Nacional, do presidente da República, que exerceria o poder até 31 de janeiro de 1966, quando seria empossado seu sucessor a ser eleito pelo sufrágio popular. O AI-1 também outorgava ao chefe do Executivo o poder de cassar mandatos parlamentares e suspender direitos políticos.
Em 3 de junho de 1964, Costa e Silva formulou o pedido de cassação de Juscelino. Enquanto o processo caminhava o PSD procurou sustá-lo. Em 8 de junho de 1964, porém, foi assinado o ato - divulgado dois dias depois - que cassava o mandato de Juscelino e suspendia seus direitos por dez anos, provocando a imediata decisão do PSD de retirar-se do bloco parlamentar de apoio ao presidente Castelo Branco.
Decidindo exilar-se, Juscelino seguiu para a Europa no dia 14 daquele mês. Em 4 de outubro de 1965, após longa permanência na Europa, parte na França e parte em Portugal, voltou ao Brasil, contrariando a direção do PSD e sendo recebido em meio a grande manifestação por parte de seus correligionários.
Em face da sucessão de inquéritos policiais-militares perante os quais foi convocado para prestar depoimento, Juscelino decidiu ausentar-se de novo do país. Só retornaria ao Brasil em junho de 1966, quando foi autorizado pelo governo a permanecer no país por 72 horas a fim de assistir aos funerais de sua irmã.
Em setembro de 1966 a imprensa divulgou a constituição de uma frente política - a Frente Ampla - que reunia Lacerda, seu principal articulador, Kubitschek e Goulart.
Em março de 1967, já estando Costa e Silva na presidência, foi por várias vezes noticiado o lançamento de um manifesto da Frente Ampla. Em maio Juscelino retornou definitivamente ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Embora tivesse obtido do governo a garantia de plena liberdade de movimento, foi advertido de que estaria sujeito a prestar depoimentos nos inquéritos em que estivesse envolvido. Ainda em 1967, Juscelino assumiu o cargo de diretor-presidente do conselho administrativo do Banco Denasa de Investimento, de cuja organização participara.
O agravamento da situação política levou o governo a um enrijecimento de suas posições, extingüindo a Frente Ampla no dia 5 de abril de 1968. Com a extinção do movimento, Juscelino abandonou definitivamente o cenário político, dedicando-se à área empresarial.
Em junho de 1974 foi eleito membro da Academia Mineira de Letras. Em 18 de junho de 1976 recebeu o troféu "Juca Pato" conferido pela União Brasileira de Escritores, em São Paulo, por ter sido eleito o intelectual do ano de 1975. Por essa época, abandonou suas funções junto ao Banco Denasa, passando a dedicar-se à administração da fazenda que possuía em Luziânia (GO). Em 22 de agosto de 1976 faleceu, vítima de desastre sofrido na via Dutra, nas proximidades de Resende (RJ).
Em abril de 1980, teve início em Brasília a construção de um monumento em homenagem a Juscelino - O Memorial JK - projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Em 12 de setembro, dia em que JK completaria 79 anos, dona Sara e o presidente João Batista Figueiredo inauguraram o Memorial JK, no qual seria instalado um museu e uma biblioteca.

[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]

domingo, 19 de outubro de 2014

CONJURAÇÃO MINEIRA OU INCONFIDÊNCIA MINEIRA

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.

Causas
Neste  período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.

Os Inconfidentes 


Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes (saiba mais sobre ele) era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim : Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).


Conseqüências
A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.


Curiosidades
Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos dias.
Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas.
A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes.
Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O PROFESSOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Professor, o grande agente do processo educacional! Por mais que haja investimentos em equipamentos, bibliotecas, laboratórios, quadras esportivas - sem negar a importância dessas ferramentas-, tudo isso não passa de aspectos materiais se comparados à importância do professor.
 Jamais as mudanças aconteceram de forma tão  rápida, a tecnologia avançou de forma assustadora. Há quem acredite que o computador irá substituir o professor, que nesta era, em que temos acesso às informações  de muitas maneiras , o professor perderá sua importância. No entanto, sabemos que a máquina nunca substituirá o professor, pois, por mais evoluída que seja, essa nunca será capaz de transmitir afeto e de passar emoção, o que é essencial para uma educação adequada.  Isso é um privilégio humano.  
Educar é muito mais do que repassar informações ou mostrar caminhos a trilhar, que  o professor sabe ser o correto. É ajudar o educando a tomar consciência de  si mesmo, dos outros  e da  sociedade em  que vive, bem como de  seu papel  dentro dela. É saber aceitar-se como pessoa e, principalmente, aceitar o outro com seus defeitos e  qualidades. É, também, oferecer diversas ferramentas para que o indivíduo escolha  o seu próprio caminho, entre muitos. Determinar aquele que for compatível com seus valores, com  sua  visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá enfrentar. O professor é, sem dúvida, a peça mestra nesse processo, devendo ser reconhecido como  elemento essencial e fundamental. Porém, não é o único responsável pelo sucesso ou insucesso do aluno. 
No processo educativo é necessário que algo mais permeie a relação aluno-professor: a afetividade, uma relação mais estreita entre o educando e o educador. A afetividade ocupa um papel de suma importância no processo ensino-aprendizagem, pois acredita-se que a interação  afetiva  auxilia  mais  na  compreensão e na   modificação das pessoas do que um raciocínio brilhante, repassado mecanicamente. Assim como o aluno precisa aprender a ser feliz e descobrir o prazer de aprender, nós educadores temos o dever de transmitir tal felicidade para que contagiemos os nossos educandos. Se a criança não é feliz em casa, a escola é o melhor lugar para mostrar a ela que a felicidade existe para quem acredita nela. Se ela não tem afeto e carinho, porque não mostrarmos à criança o quanto é bom um afeto?  
Podemos perceber que em muitas unidades escolares a preocupação com o conteúdo curricular não deixa espaço para o aprimoramento das relações, sendo o aluno visto como objeto de aprendizado, ou seja, um “lugar” onde as informações devem ser depositadas. Sem dúvida, o conteúdo curricular é imprescindível para uma boa formação, todavia, precisamos quebrar os paradigmas e pensar na criança e no jovem como um todo, um todo formado de emoções, sensações e amor. Por isso, é necessário que deixemos de passar apenas os conteúdos e passemos a pensar no ser humano e no seu bem-estar, psicológico, físico e cognitivo.
O magistério não é uma atividade fácil de desempenhar, pois, conforme exposto acima, educar é projetar muito do mestre, é deixar para os alunos herança valiosa, perpetuada nos valiosos exemplos. Nesse aspecto, o professor  torna-se responsável, em parte, pelas diretrizes da vida dos alunos, visto que a educação é o princípio, o meio e o fim do crescimento humano.
Sendo o educador um profissional que vai participar da formação do aluno desde sua primeira infância, ele deve ter equilíbrio emocional, de forma a não levar para a sala de aula seus problemas, ainda que esses sejam de ordem pessoal ou, os que a própria sociedade, injustamente, impõe-lhes, como é o caso dos baixos salários. 
Sabe-se que a dificuldade financeira é um obstáculo para a maior parte dos professores deste país, porém essa é uma questão que deve ser discutida fora da sala de aula. Essa categoria vem sendo tratada com desrespeito pela grande maioria dos administradores públicos do país. Entretanto, isso não pode ser desculpa para a acomodação, para a negligência ou para a impaciência, pois afinal o aluno merece todo nosso amor e consideração. 
Gabriel Chalita (2004), em seu livro Educação: a solução está no afeto, salienta que “não há destino; cada um constrói sua história, e da ação humana depende o resultado de cada empreendimento. Para isso, é preciso que o indivíduo se angustie para a tomada de decisão, e essa angústia será bem-vinda se for fruto de uma profunda reflexão.” 
Diante desses aspectos, parabenizo todos os colegas docentes pelo seu dia e convido-os a refletir sobre a necessidade de estarmos unidos para  a valorização do magistério é condição sine qua non para a melhoria  desse setor tão estratégico para  o desenvolvimento do país.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

EDUCAÇÃO E DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

As relações interpessoais entre professor/aluno no cotidiano, em sala de aula, nem sempre são as ideais. Há variados fatores que influencia este relacionamento, pois, cada um é um ser distinto e único,  com costumes e culturas diferenciadas nas questões morais e disciplinares.
Assim para que esta relação seja efetiva, deve existir uma interação entre professor- alunos e a instituição de ensino. Além disso, esta relação tem que ser pautada no respeito mútuo, na vontade de ensinar e de aprender, na participação de todos, com autonomia e responsabilidade.
Observado através do comportamento dos acadêmicos o professor posiciona sua "estratégia" metodológica para que este relacionamento seja o mais favorável para ambos.
O ambiente acadêmico deve favorecer a ocorrência da interação social dos alunos e o professor no ato de mediar e  construir conhecimentos. A qualidade da relação professor-aluno não depende do contexto didático, técnico-pedagógico ou ainda, da instituição educacional.
Segundo citação de Abreu e Masetto (1997, p.113), também reforçada por Roncaglio (2004, p. 1): "o professor e o aluno interagindo forma o cerne do processo educativo, sabendo que essa prática é eficaz para que o aluno desenvolva um comunicativo-facilitador de aprendizagem".
Sendo assim e por achar que as relações interpessoais são relevantes para o ensino e para a aprendizagem que se definiu como objetivo central deste estudo identificar a relação professor/aluno no ensino superior.
Evidencia-se que as novas tecnologias são excelentes ferramentas para aprendizagem, mas não pode substituir o docente, mesmo possibilitando fácil acesso as informações. O docente deve estar preparado para sanar dúvidas e dar sustentáculo para os alunos, intelectualmente e psicologicamente.
Para que o objetivo seja atingido, fez-se necessária a metodologia de pesquisa bibliográfica fundamentada em autores consagrados relacionados ao tema.

O COTIDIANO NA UNIVERSIDADE
A Universidade como qualquer outra instituição, deve deixar clara e evidenciada sua função social, pois assim não haverá tantos enganos e desencontros que a afastem de seus intuitos e objetivos.
Sendo assim tomar-se-á como base o que tem atravancado, nos dias atuais, esta variação, ou seja: a relação entre professor/aluno; o ensino/aprendizagem; e o respeito/indisciplina.
O professor que é comprometido com ato de ensinar deve planejar estudar e até experimentar suas aulas para, de antemão, garantir o mínimo de sucesso. Segundo Mascellani (1980, p.128 apud MENDONÇA et al., 2014, p. 8),
O educador que não se organiza de modo satisfatório para questionar as condições dentro das quais vive [...] não conseguirá sequer ter comportamentos autênticos diante daqueles que deve educar, ou, pelo menos, diante dos alunos que estão colocados diante de si, destinatários de sua ação educativa.
O professor não é o que transmite conteúdo e sim o que é questionado e questionado, interagindo e refletindo junto com os acadêmicos. Assim como Paulo Freire (1993, p.43)  insiste "na reflexão crítica sobre a prática", onde a reflexão é voltada para a prática pedagógica. Como seria o conviver e aprender na escola? Seria de um modo condicionado?
É preciso que as aulas sejam significativas para que a relação ensino aprendizagem ocorra efetivamente e se concretize. Neste sentido, Freire (1996, p.16) indica que:
Ensinar exige respeito aos saberes dos educados. Por isso mesmo pensar certo para o autor, coloca ao professor ou, mais amplamente, a escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educados, sobretudo os das classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária.
Sabe-se que a sala de aula não pode ser exclusivamente um lugar de transmissão teórica, mas inclusive de conquista de valores e de comportamentos sociais, para que as relações estabelecidas entre professores e universitários tornem-se  decisivo no processo pedagógico, de acordo, inclusive com os ideais de Freire (1996).                        
A inteiração professor- universitário pode tanto ser positiva como negativa, pois professor- universitário formam um par complementar complexo e dinâmico. è preciso investir tanto no universitário quanto no professor para que cada um não se transforme em um problema, onde sempre o maior prejudicado será sempre o universitário.
Aluno em interação com próprios colegas e com professores requer ambiente agradável e fecunda gestão democrática, supondo acordo, negociação e administração de conflitos, aprender com o outro numa perspectiva de cooperação e colaboração, sem dependência encaminhada para autonomia intelectual, desenvolvendo pensamento reflexivo.
Que a função do professor de ensinar e de aprender, não seja somente aulas expositivas, não podendo deixar distanciamento nas relações interpessoais, medir a aprendizagem e ao mesmo tempo estar interagindo com o outro. É importante a interação entre sujeito, objeto e a interatividade como processo sócio individual de aprendizagem. (VIGOTSKY e COLE, 1998).
 O professor universitário também deve promover a interação com os outros seus alunos para facilitar a construção do conhecimento do graduando.
Lucena (2003) apresenta uma sugestão no processo interativo: oferecer desafios variados aos alunos, propor questionamentos e atividades desafiadoras, trabalhar em grupo, levando em consideração a zona de desenvolvimento proximal.
Sendo assim e por achar que a relação interpessoal é relevante para o ensino/aprendizagem especificamente a relação professor/aluno e aluno/aluno é que a educação deve pautar seu ensinamento dentro de uma política humanitária e igualitária potencializando um dos pilares da educação aprender a conviver. (GADOTTI, 1992).
É fato que cada profissional deve conhecer seus alunos e ter uma relação de amizade e também de autoridade, porém o diálogo sempre será o mais sensato a se fazer continuadamente. Portanto a harmonia, o bom senso, a amizade e a cumplicidade será de longe um bom princípio para a relação professor/aluno universitário e vice-versa, tendo em vista o bom relacionamento entre ambos. Neste sentido Gadotti (1992, p.2), nos ensina que,
Para por em prática o diálogo, o educador não pode colocar-se na posição ingênua de quem se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posição humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto não é um homem "perdido", fora da realidade, mas alguém que tem toda a experiência de vida e por isso também é portador de um saber.
Para ampliar o conceito de ensinagem, Anastasiou (1998) faz uma diferenciação entre o conceito de ‘aprender' e ‘apreender'. Para a autora ‘aprender' significa "tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber a informação" (ANASTASIOU, 1998, p.14) e ‘apreender' significa "segurar, prender, pegar, assimilar, entender, compreender e agarrar".(ANASTASIOU, 1998, p.14).

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A RELAÇÃO COM ALUNOS
Segundo Louro (1997) e Bolzan (2002), durante muitos anos acreditou-se que instituição possuía o poder em relação aos conhecimentos, tornando-o o único caminho possível para a aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo. Além disso, proporcionava aos seus frequentadores um destaque social inegável e um reconhecimento que legitimava suas práticas. Esta se baseava na transmissão de conteúdo intelectual formal, por meio do uso de práticas docentes mecânicas que repetiam o que os livros diziam, não permitindo a participação e envolvimento de seus alunos por considerar o sujeito desprovido de qualquer tipo de conhecimento que pudesse ser valorizado.
Porém com o passar do tempo, segundo Louro (1997), vários estudos começaram a ser realizados, abrindo espaços dentro das instituições para práticas que valorizam o aluno e exige dos professores a tomada de consciência sobre o processo de ensinar e aprender, oferecendo a toda comunidade escolar e a sociedade, uma formação mais crítica.
Para o mesmo autor, nesse sentido, assumindo-se professor reflexivo, ele conquista autonomia no seu fazer, pois ele fica sujeito a imposições fora de sua aula, passando a agir de forma consciente e de acordo com a realidade na qual está inserido. (LOURO, 1997).
Assim, levando essas concepções para as instituições de Ensino superior que é o foco de estudo, vemos a reflexão como fator de fundamental importância na atuação da prática universitária.
De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), o magistério na educação superior deve ser exercido prioritariamente, por pessoas com titulo de mestre ou doutor.(BRASIL, 1996). No entanto, os cursos de pós-graduação Stricto Sensu usualmente oferecem mais disciplinas que visam à formação do pesquisador, com numero mais limitado de matérias voltadas para a docência. E isso acontece a despeito de o Plano Nacional de Pós Graduação (PNPG) incluir, entre os objetivos da pós-graduação a capacitação de docentes para as instituições de educação superior (BRASIL, 2011-2020).
Assim, a formação dos professores universitários  é uma preocupação atual e real, já que estes têm apresentado em seus resultados, mediante os formandos e em suas práticas acadêmicas, despreparo para formar profissionais, o que interfere diretamente na qualidade da Educação.
Uma das maiores dificuldades no ensino superior é que muitos professores universitários nunca tiveram práticas docentes em instituições além da própria universidade, segundo Behrens (2002 apud NEUENFELDT, 2014).
Portanto uma aula bem pensada, bem realizada com certeza chamará a atenção dos alunos, pois será ele mesmo o agente de sua aprendizagem, assim esta relação deverá estar pautada na confiança e respeito mútuo, onde a cumplicidade será um elemento a mais para garantir o ensino/aprendizagem.

ASPECTOS COGNOSCITIVOS DA INTERAÇÃO
O professor deverá estar inteirado das teorias para que sua prática seja efetivada com sucesso, pois se assim não for o mesmo não conseguirá atingir sua meta, planejar é importante e necessário. (NEUENFELDT, 2014).
O aluno não aprende por partes e depois vai adicionando umas sobre as outras, a aprendizagem ocorre quando o aluno é instigado a pensar sobre a problemática refletindo sobre suas conclusões validando ou não suas respostas. Neste sentido, Libâneo (1994, p.250) afirma que, 
O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.
Assim é importante ressaltar que a interação entre aluno/aluno, aluno/professor é de suma importância, pois é através da troca com o outro que ocorre efetivamente aprendizagem. Sendo assim o aluno universitário irá progredir em sua aprendizagem a partir do estudo em grupo, trocando, testando, errando e acertando.A troca de informações e de ideias faz parte da aprendizagem, pois há alunos que conseguem aprender melhor com uma conversa informal com os amigos do que em sala de aula com o auxilio do professor.
Mesmo não sendo este momento o mesmo para todos, o que realmente importa é que ele ocorra, em todos os segmentos da vida e não somente na escola, de acordo com os ideais de Freire (1996, p.95), que confirma: "[...] o fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto falam ou enquanto ouvem".
Afinal o diálogo é uma ferramenta da humanidade para se chegar a um denominador comum, é com esta arma que podemos criticar e ser criticado, aprender e ensinar.
Os aspectos sócios emocionais se referem aos vínculos afetivos existentes entre professor e alunos, como também a forma de se portar e estar em sala de aula, pois a disciplina não deve ser imposta, mas conquistada. Elias (1996, p.99), confirma: "[...] é por intermédio das modificações comportamentais da área afetiva que a escola pode contribuir para a fixação dos valores e dos ideais que a justificam como instituição social".
As relações afetivas devem ser cultivadas para o bom andamento da escola e para o relacionamento entre as pessoas, pois valores são passados através desta boa convivência. Cabe ao professor fazer a ponte para as relações, tendo em visto o benefício que trará para a aprendizagem, porém as especificidades de cada um, bem como, cultura, regionalismo, deve ser respeitada.
Conviver bem não é tão fácil assim, contudo se tivermos o bom senso, a vontade política e a tolerância, poderão coexistir.
Enfim viver bem é um exercício social, quando se tem amigos é mais fácil passar por certas situações diferentemente daqueles que ficam sozinhos em seu mundo levando-o a uma depressão e isolamento.
Assim o professor deve manter sua autoridade, de forma que a autoridade não deve ser confundida com repressão ou qualquer posição que leve a denegrir a imagem tanto do professor como a do aluno.
Vale lembrar, a tecnologia deve deixar espaço para o universitário construir seu próprio conhecimento, sem se preocupar em repassar conceitos prontos, o que frequentemente ocorre na prática tradicional sendo que a mesma auxilia o aluno na construção de seu próprio conhecimento.
As tecnologias de comunicação (TICs) não mudam necessariamente a relação pedagógica, elas apenas enriquecem as aulas. É inegável que as tecnologias abrem portas para a informação de forma mais acelerada e permitem uma nova tendência frente ao Ensino Superior. Possibilita que alunos exponham ideias além das "paredes" das salas de aula, pesquisem conteúdos juntamente com outros acadêmicos de outras localidades e o mesmo ocorre com professores junto à pesquisa e compartilhamento de informações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao terminarmos este estudo pudemos perceber o quanto é importante e favorável a interação de afeto com o outro, pois assim inicia-se uma relação de cumplicidade e confiança.
Assim, com este estudo espera-se contribuir para que nós professores tenhamos que pensar e repensar nesta relação de amor e afetividade e qual relação que se mantêm com a mesma a partir do momento que fazemos parte do processo do ensino/aprendizagem universitário.
Podemos concluir que, criar condições favoráveis para os profissionais mediarem seus conhecimentos onde os alunos possam interagir debatendo, discutindo as situações vivenciadas no cotidiano escolar é o que se faz mister para o melhor relacionamento professor-aluno universitário, melhorando, inclusive a qualidade na educação.

REFERÊNCIAS
ABREU, M. C.; MASETTO, M. T. O Professor Universitário Em Aula: Prática E Princípios Teóricos. 11.ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1997.
ANASTASIOU, L. das G. Metodologia Do Ensino Superior. Curitiba: IBPEX, 1998.
BOLZAN, Dóris. Formação De Professores: Compartilhando E Reconstruindo Conhecimentos. Porto Alegre: Mediação, 2002.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: MEC, 1996 
BRASIL. Plano Nacional de Pós Graduação (PNPG), 2011-2020. Disponível em:. Acesso em Curriculomais.educacao.sp.gov.br: 10 jun. 2014.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. Pedagogia Freinet - Teoria e Prática. São Paulo: Papirus, 1996.
FREIRE. P. Professora Sim, Tia Não: Cartas A Quem Ousa Ensinar. 2 ed. São Paulo: Olho d'água, 1993.
FREIRE. P.  Pedagogia Da Autonomia: Saberes Necessários À Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã: Uma Aula Sobre A Autonomia Da Escola. São Paulo, Cortez, 1992.
LIBÂNEO, José Carlos; Didática; São Paulo, Cortez, 1994
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade E Educação: Uma Perspectiva Pós-Estruturalista. 7 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
LUCENA, B. O Design No E-Learning. [s.d.]. 2003. Disponível em: Curriculomais.educacao.sp.gov.br. .Acesso em: 10 jun. 2014
MASCELLANI, M. Quem Educa O Educador. In: Revista Educação e Sociedade, ano II, nº 7, set. 1980.
MENDONÇA et al. Orientação De Monografias Na Educação A Distância. 2014. Disponível em: Curriculomais.educacao.sp.gov.br. Acesso em: 10 jun. 2014
NEUENFELDT, Manuelli Cerolini. Formação De Professores Para O Ensino Superior: Reflexões Sobre A Docência Orientada. Disponível em:. Curriculomais.educacao.sp.gov.br Acesso em: 10 jun. 2014
RONCAGLIO, Sônia Maria. A Relação Professor-Aluno Na Educação Superior: A Influência Da Gestão Educacional. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 24, n. 2, 2004 .  
VIGOTSKY, L. S.; COLE, M. A Formação Social Da Mente: O Desenvolvimento Dos Processos Psicológicos Superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998


domingo, 5 de outubro de 2014

OS DESENHOS DA DISNEY SÃO BONS PARA AS CRIANÇAS?

A Disney, mundialmente conhecida do público infantil e adulto por produzir um mundo de fantasias representados nos seus personagens, é pouco questionada pelas mensagens por atrás das “fantasias”.

Partido do pressuposto de que os personagens infantis receberam novas roupagens para acompanhar o desenvolvimento dessas crianças, quer vão ser adolescentes e adultos, os produtos seguem a mesma faixa etária, Giroux (2001) aborda as representações construídas pelos filmes animados produzidos pela Disney, destacando o seu papel em moldar a infância.

Para Giroux (2001), os desenhos animados operam em vários setores da comunidade, sendo mais persuasivo o seu papel de produtor da cultura e de ideologia, tomando o lugar das instituições (escolas, igrejas, famílias) anteriormente responsáveis pela transmissão de valores. Os valores difundidos pela Disney e reproduzidos no mercado quando as crianças se tornam consumidores ativos, preocupa pelo poder das crianças de convencimentos dos adultos na aquisição de produtos. Mas, há outras preocupações. Que mensagens ocultas são reproduzidas nos desenhos?

Os estereotípicos implícitos nas imagens poder alguns trazer as ideologias dos seus criadores. Para exemplificar esta situação, utilizaremos o filme A Pequena Sereia. A história tem como personagem central uma típica garota americana chamada Ariel, rebelde, com corpo de modelo, subordinada ao homem “pai”, que conhece um humano e faz um acordo com a bruxa Ursula para ter um par de pernas e, em trocar, perde a sua bela voz. Em suma, percebemos que esta representação de mulher submissa é tradicionalmente explorada pela Disney. Trazendo como personagem central uma mulher de beleza perfeita que não discorda das ordens dos dominantes, o filme reforma o papel da mulher submissa, fato bastante recorrente nestas produções. Os criadores optam por não mostrar as conquistas das mulheres. A ausência de representação nas telas de mulheres que não precisam do homem como provendo, que são mães, trabalham, mostram sim o preconceito existente na sociedade patriarcal e no cinema produzido pela Disney para o público.

“Um tipo de gênero estereotipado (...) que tem um efeito adverso nas crianças, em contrate com o que os pais pensam. (...) Os pais pensam que eles são essencialmente inofensivos­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ - e eles não são inofensivos” (Giroux, 2001, p. 98-99). Gostaria de destacar que o estúdio Disney não só utilizam o estereótipo de gênero, mas podemos encontrar também o racismo contra os negros, os preconceitos contra os nativos americanos e árabes. Percebe-se que os estereótipos são repetidos em diferentes graus e em diversas formas na linguagem, atitudes caricatas, dentre outras, em todos os filmes produzidos.

Sabemos que as crianças estão bastante expostas a formas de manipulação, mas que também são dotadas de grande capacidade como ser humano, e mais tarde saberão filtra essas informações e criar seu próprio mundo. Contudo, cabe também aos educadores e pais problematizarem os conteúdos dos filmes e exigirem histórias representativas da sociedade do século XXI sem esquecer que além do entretenimento, eles filmes animados podem ser exemplos de utopias.

REFERÊNCIA:
GIROUX, Henry. Os filmes da Disney são bons para seus filhos? In: STEINBERG, Shirley R; KINCHELOE, Joe L. In: ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_____ (Orgs.). Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. (p. 87-108)


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

MODELO DE PLANO DE CURSO - AULA E AVALIAÇÃO

  

PLANO DE CURSO : DISCIPLINA HISTÓRIA

1º BIMESTRE - AULAS PREVISTAS: 32
CONTEÚDO / TEMAS
HABILIDADE/COMPETÊNCIA
ESTRATÉGIAS
RECURSOS
AVALIAÇÃO

Imperialismo e Neocolonialismo século XIX


Primeira Guerra Mundial


Revolução Russa e stalinismo


República no Brasil
• Identificar, a partir de mapas, os principais movimentos históricos de ocupação territorial
• Reconhecer a importância do Imperialismo como componente essencial do processo
de construção das desigualdades socioeconômicas entre o conjunto das potências
capitalistas e o mundo dos países pobres
• Analisar as justificativas ideológicas apresentadas pelas grandes potências para interferir
nas várias regiões do planeta
• Identificar os significados históricos das relações de poder entre as nações e suas
decorrências nos conflitos armados

Aula expositiva dialogada e participativa, aproveitando sempre o conteúdo trazido pelo o aluno do seu cotidiano no enriquecimento da aula e deixando explícito o valor democrático e interativo da troca na construção do saber, como o respeito pelas variadas posições contrárias a nossa. Dentro disso: interpretação e produção de texto, textos reflexivos e discussões, serão constantes.
                                               Caderno do aluno, textos desenvolvidos pelo professor e livro didático objetivando os assuntos propostos e as intenções reflexivas necessárias ao tema. Os materiais serão modificados sempre que o professor observar a necessidade de melhoria no aprendizado ou esclarecimento e aprofundamento do tema. Dentro disso pode ser incluso vídeos, revistas, jornais, leitura dirigida, etc.

A avaliação será dinamizada em três etapas: 1° trabalho, exercício teórico ou prático. 2° participação, elaboração das atividades pedidas, assiduidade e interesse ou responsabilidade com seus estudos. 3° prova escrita ou assinalada dentro dos temas do bimestre.
Como principio avaliativo levarei também em consideração problemas singulares e plurais de aprendizado em cada sala.  Podendo haver, portanto, avaliações diferenciadas dentro de um mesmo grupo. Dessa forma a heterogeneidade no aprendizado não será um limitador na avaliação de todos e a modificação na dinâmica será contributiva nessa perspectiva avaliativa do singular ao plural.

2º BIMESTRE - AULAS PREVISTAS: 32
CONTEÚDO / TEMAS
HABILIDADE/COMPETÊNCIA
ESTRATÉGIAS
RECURSOS
AVALIAÇÃO

Nazifascismo



Crise de 1929



Segunda Guerra Mundial
.


O período Vargas


• Reconhecer o papel da propaganda de massa nas sociedades históricas
• Valorizar e respeitar as diferenças de variadas naturezas que caracterizam os indivíduos e os grupos sociais
• Reconhecer o respeito aos valores humanos e à diversidade sociocultural como fundamento da vida social
• Reconhecer a liberdade de práticas de religião e religiosidade dos indivíduos e grupos sociais como um direito básico da cidadania
• Reconhecer a importância dos documentos visuais para a construção do conhecimento
histórico

Aula expositiva dialogada e participativa, aproveitando sempre o conteúdo trazido pelo o aluno do seu cotidiano no enriquecimento da aula e deixando explícito o valor democrático e interativo da troca na construção do saber, como o respeito pelas variadas posições contrárias a nossa. Dentro disso: interpretação e produção de texto, textos reflexivos e discussões, serão constantes.
                                               Caderno do aluno, textos desenvolvidos pelo professor e livro didático objetivando os assuntos propostos e as intenções reflexivas necessárias ao tema. Os materiais serão modificados sempre que o professor observar a necessidade de melhoria no aprendizado ou esclarecimento e aprofundamento do tema. Dentro disso pode ser incluso vídeos, revistas, jornais, leitura dirigida, etc.

A avaliação será dinamizada em três etapas: 1° trabalho, exercício teórico ou prático. 2° participação, elaboração das atividades pedidas, assiduidade e interesse ou responsabilidade com seus estudos. 3° prova escrita ou assinalada dentro dos temas do bimestre.
Como principio avaliativo levarei também em consideração problemas singulares e plurais de aprendizado em cada sala.  Podendo haver, portanto, avaliações diferenciadas dentro de um mesmo grupo. Dessa forma a heterogeneidade no aprendizado não será um limitador na avaliação de todos e a modificação na dinâmica será contributiva nessa perspectiva avaliativa do singular ao plural.

3º BIMESTRE - AULAS PREVISTAS: 32
CONTEÚDO / TEMAS
HABILIDADE/COMPETÊNCIA
ESTRATÉGIAS
RECURSOS
AVALIAÇÃO
Os Nacionalismos na Ásia e na África.

Guerra Fria.

Contextualização para o Brasil.

Populismo e Ditadura Militar no Brasil.

• Reconhecer os principais movimentos nacionalistas na África e na Ásia envolvidos nas lutas pela independência
• Identificar os principais valores de defesa ao direito de autodeterminação dos povos
• Estabelecer relações entre a Segunda Guerra Mundial e o processo de descolonização da África e da Ásia
• Reconhecer as formas históricas das sociedades como resultado das relações de poder entre as nações
• Reconhecer, a partir de textos de natureza diversa, as principais características do período da Guerra Fria

Aula expositiva dialogada e participativa, aproveitando sempre o conteúdo trazido pelo o aluno do seu cotidiano no enriquecimento da aula e deixando explícito o valor democrático e interativo da troca na construção do saber, como o respeito pelas variadas posições contrárias a nossa. Dentro disso: interpretação e produção de texto, textos reflexivos e discussões, serão constantes.
                                               Caderno do aluno, textos desenvolvidos pelo professor e livro didático objetivando os assuntos propostos e as intenções reflexivas necessárias ao tema.
Os materiais serão modificados sempre que observar a necessidade de melhoria no aprendizado ou esclarecimento e aprofundamento do tema. Dentro disso pode ser incluso vídeos, revistas, jornais, leitura dirigida, etc.

A avaliação será dinamizada em três etapas: 1° trabalho, exercício teórico ou prático. 2° participação, elaboração das atividades pedidas, assiduidade e interesse com seus estudos. 3° prova objetivo-discursiva dentro dos temas do bimestre.
Como principio avaliativo levarei também em consideração problemas singulares de aprendizado em cada sala.  Podendo haver, portanto, avaliações diferenciadas dentro de um mesmo grupo. Dessa forma a heterogeneidade no aprendizado não será um limitador na avaliação de todos e a modificação na dinâmica será contributiva nessa perspectiva avaliativa do singular ao plural.

4º. BIMESTRE - AULAS PREVISTAS: 32
CONTEÚDO / TEMAS
HABILIDADE/COMPETÊNCIA
ESTRATÉGIAS
RECURSOS
AVALIAÇÃO

Redemocratização no Brasil.



Os EUA após a Segunda Guerra.



Movimentos culturais no século XX.

Fim da Guerra Fria e Nova Ordem Mundial.

• Identificar os principais movimentos de resistência aos governos militares, até a
deflagração da campanha das “Diretas Já”
• Estabelecer relações entre a supressão da censura à imprensa e o processo de
redemocratização do Brasil
• Reconhecer os principais movimentos rurais e urbanos de contestação aos sistemas políticos e econômicos ao longo da história
• Reconhecer que o processo histórico não decorre apenas da ação dos chamados grandes personagens
• Reconhecer a importância dos movimentos coletivos e de resistência para as conquistas sociais e a preservação dos direitos dos cidadãos ao longo da história

Aula expositiva dialogada e participativa, aproveitando sempre o conteúdo trazido pelo o aluno do seu cotidiano no enriquecimento da aula e deixando explícito o valor democrático e interativo da troca na construção do saber, como o respeito pelas variadas posições contrárias a nossa. Dentro disso: interpretação e produção de texto, textos reflexivos e discussões, serão constantes.
                                               Caderno do aluno, textos desenvolvidos pelo professor e livro didático objetivando os assuntos propostos e as intenções reflexivas necessárias ao tema. Os materiais serão modificados sempre que o professor observar a necessidade de melhoria no aprendizado ou esclarecimento e aprofundamento do tema. Dentro disso pode ser incluso vídeos, revistas, jornais, leitura dirigida, etc.

A avaliação será dinamizada em três etapas: 1° trabalho, exercício teórico ou prático. 2° participação, elaboração das atividades pedidas, assiduidade e responsabilidade com seus estudos. 3° prova objetivo-discursiva dentro dos temas do bimestre.
Contemplando as singularidades de aprendizado em cada sala, poderá haver, portanto, avaliações diferenciadas dentro de um mesmo grupo. Dessa forma a heterogeneidade no aprendizado não será um limitador na avaliação de todos e a modificação na dinâmica será contributiva nessa perspectiva avaliativa do singular ao plural.


SUGESTÃO PARA TRABALHO INTERDISCIPLINAR:
Interpretação de texto vinculando um tema às disciplinas de humanas aonde interesses específicos da cada disciplina podem ser trabalhadas de maneira singular e plural.
OBSERVAÇÃO:

BIBLIOGRAFIA:
§  Caderno do Aluno - Estado de São Paulo.
§  Textos Alternativos e Jornais.
§  Boulos, Alfredo. História, Sociedade e Cidadania. São Paulo. Ed. FTD

      ____________________________________                                                                                                                                                
                                Professor                                                                                                                         

PLANO DE AULA:
Recorte
Cód da disciplina
Aula nr 7
objetivos
A REPÚBLICA VELHA
CCJH0105
A República Velha
– consolidação
- Noções de direito civil e voto
- Indicar quais os fatores que levaram à Proclamação da República;
- Analisar as principais dificuldades enfrentadas nos primeiros anos da República, (a chamada "República da Espada") e a sua consolidação; - Entender o motivo pelo qual o Código Penal de 1890 foi posto em vigência, mesmo antes que se promulgasse a Constituição dos Estados Unidos do Brasil;
- Apontar quais as características organizacionais da República dos Estados Unidos do Brasil, segundo a Constituição de 1891.
Estrutura do Conteúdo Para esta aula você deverá ler o conteúdo do Capítulo 4 do Livro Didático, páginas 88 a 102,  complementando seus estudos com uma pesquisa na internet na qual deverá procurar investigar algumas características do Código Penal de 1890.
Serão abordados nesta nossa sétima aula os seguintes tópicos: - A República da Espada: do Governo Provisório ao governo do Marechal Floriano A República da Espada, ocorrida entre os anos de 1889 a 1894, foi por muitos considerado o primeiro período ditatorial ocorrido no Brasil. Durante este período, o Brasil foi governado pelos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Os levantes populares e a repressão a focos de resistência à República, composto por simpatizantes do Imperador Dom Pedro II, foram reprimidos, consolidando a República proclamada em 1889. O período consagra a concepção de um regime republicano centralizador, o que delineava um quadro contrário à vontade das  oligarquias rurais e dos grandes cafeicultores paulistas, que pregavam a implantação de um regime republicano descentralizado. - O Código Penal de 1890 Com a abolição da escravidão em 1888, a proibição da prática de capoeirae do samba e o preconceito (Lei 10.639/03) em espaços públicos pelo Código Penal de 1890, elaborado às pressas, com pouca discussão e reflexão, foi criticado por sua por sua falta de técnica, tendo, por isso sofrido interferência de inúmeras leis modificativas, até sua efetiva derrocada, em 14 de dezembro de 1932 (embora só fossemos ter um novo Código em 1940).
- A primeira Constituição Republicana de 1891 Analisemos a Constituição de 1891 - inspirada na Constituição norte-americana de 1787 - e as consequências geradas pela mesma, a partir de seus principais traços, tais como:
adoção da forma republicana de governo (República Federativa, sob a denominação de República dos Estados Unidos do Brasil);
previsão da existência de três poderes independentes e harmônicos entre si (com supressão do Poder Moderador, típico traço do Império);
eleição para escolha do Presidente da República e dos membros do poder Legislativo por meio do sufrágio direto, universal masculino (mas com voto aberto, propiciador do voto de cabresto)  e proibição de voto aos analfabetos, menores de 21 anos, mulheres, monges regulares, praças das Forças Armadas e mendigos;
Igreja separada do estado, extinguindo-se o Padroado; amplíssima autonomia para os estados (federalismo forte);
a) Analisando algumas características da Constituição de 1891, tais como: Unidade Federativa, Sistema Presidencialista, divisão de poderes, separação entre Estado/Igreja Católica e casamento civil, é possível correlacionar estas posições assumidas pelo Estado brasileiro com o modelo de organização política adotado pelos Estados Unidos?
b) O regime do Padroado foi mantido pela Constituição de 1891? Justifique.
c) Que razões teriam levado o governo republicano a produzir o Código Penal  mesmo antes de organizar o Estado republicano por meio de uma constituição?

PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO: Resolva as questões objetivas 1 e 2 do capítulo 4 de seu Livro Didático (ou tablet)

                AVALIAÇÃO MENSAL: HISTÓRIA                                                    professora: Gisele Finatti Baraglio

ALUNO : ________________________________ NÚMERO _________  turma ______________

AVALIAÇÃO MENSAL DE HISTÓRIA
QUESTÃO 1 (3,0)
Considerando o estudado até o momento quais as razões do crescimento dos Estados totalitários na Europa no início do século XX?






QUESTÃO 2 (2,0)
Durante o Governo de Getulio Vargas, surge no Brasil a AIB, que baseava sua proposta política:
I.                     No Nacional socialismo da Alemanha do pós-guerra
II.                    No regime totalitário do fascismo de Benito Mussolini;
III.                  Na Democracia Liberal, implantada por Theodor Roosevelt;
IV.                  No Neocolonialismo Asiático.

QUESTÃO 3 ( 5,0)
Com base no estudado sobre a primeira metade do século XX, analise o evento da imagem abaixo, quais seus desdobramentos para o cenário mundial: