sábado, 31 de outubro de 2009

ENTRADAS E BANDEIRAS NO BRASIL

História Das Entradas E Bandeiras No Brasil, Resumo, O Que Eram, Características, Diferença, Objetivos, Principais Bandeiras
Definição (o que eram)
As entradas e bandeiras foram expedições de desbravamento territorial, que ocorreram no Brasil Colônia entre os séculos XVII e XVIII.

Diferenças entre entradas e bandeiras

1.
- As entradas eram expedições oficiais (organizadas pelo governo) que saiam do litoral em direção ao interior do Brasil.
- As bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, principalmente paulistas. Partiam de São Paulo e São Vicente principalmente, rumo às regiões centro-oeste e sul do Brasil.

2.
- As entradas tinham como objetivo principal fazer o mapeamento do território brasileiro, principalmente da região interior. Estas informações eram enviadas a Portugal, com objetivo de aumentar o conhecimento e viabilizar a colonização do interior do Brasil. 
- As bandeiras tinham como objetivo principal descobrir minas de ouro, prata e pedras preciosas. 

3.
- As entradas também atuavam no combate aos grupos indígenas que ofereciam resistência aos colonizadores.
- As bandeiras atacavam missões jesuíticas, capturando índios, que seriam comercializados como escravos.

4.
- As entradas eram compostas, em sua maioria, por soldados portugueses e brasileiros (a serviços das províncias).
- Já as bandeiras eram lideradas por paulistas chamados de bandeirantes e tinham em sua composição familiares, agregados, brancos pobres e mamelucos.

Principais bandeiras


- Bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva – ocorrida entre 1672 e 1740, partiu da região norte do atual estado de São Paulo em direção a região centro-oeste do Brasil. Tinha como principal objetivo o descobrimento de jazidas de ouro e pedras preciosas.

- Bandeira de Domingos Jorge Velho – ocorrida entre 1615 e 1703, partiu da região litorânea do Nordeste em direção ao sertão e litoral paulista. Tinha como principal o sertanismo de contrato, onde os bandeirantes eram contratados por fazendeiros para combater quilombos e tribos indígenas que atacavam cidades e engenhos.

- Bandeira de Raposo Tavares – ocorrida entre 1598 e 1658, partiu da cidade de São Paulo em direção às regiões sul e centro-oeste do Brasil. Tinha como principal objetivo a captura de indígenas. 

Sugestão de Leitura
Entradas e Bandeiras
Autor: Volpato, Luiza Rios Ricci
Editora: Global

Temas: Entradas, Bandeiras, Bandeirantes, História do Brasil Colonial

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TESE - ANTITESE - SÍNTESE : A DIALÉTICA

Antítese é uma figura de linguagem que pode ser explicada por uma associação/aproximação de palavras ou expressões que representem ideias opostas. Foi muito utilizada durante a época barroca, cuja produção ficou conhecida como “arte do conflito”.

Não confunda antítese com paradoxo, que é muito mais que o uso conjunto de ideias contrárias; no paradoxo, a ideia passada foge da realidade e não tem lógica se não a poética. Por exemplo:

Antítese: “Aqui é o céu, lá é o inferno.”
Paradoxo: “O inferno é o céu.”

Lista de antíteses através de palavras:
Morto e vivo
Feliz e triste
Amor e ódio
Preto e branco
Grande e pequeno
Sim e não
Claro e escuro
Jovem e idoso
Agora e depois
Rico e pobre
Dormir e acordar
Ir e voltar
Formal e informal
Ligar e desligar
Dia e noite
Sol e lua
Doce e salgado
Bonito e feio
Novo e velho
Cheio e vazio
Início e fim
Passado e futuro
Caro e barato
Lembrar e esquecer
Viver e morrer
Digital e analógico
Começar e terminar
Querer e desprezar

No entanto, não pode-se esquecer que existe também antíteses através de ideias contrárias, o que torna mais difícil percebê-la. Andar de carro pode se opor à andar à pé. Bondade pode formar antítese com a palavra maldade, mas também com palavras que representam seu oposto, como amargo, num contexto em que bondade é doce; escuridão, se bondade é claridade; sujeira, se comparo bondade com limpeza, etc…

A antítese é um dos termos da dialética, de Platão, Hegel e Marx, que veremos brevemente abaixo. O método dialético compõe-se de três termos:

A tese, que é uma afirmação, a antítese, que é a negação da tese/afirmação contrária, e a síntese, que, como o próprio nome indica, concilia as duas primeiras ideias em um meio-termo.

A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das duas.
E, na seqüência, dá origem a uma nova tese, que inicia novamente o ciclo. Exemplo:

Tese: Hoje vai cair uma tempestade.
Antítese: Hoje vai fazer um calorão.
Síntese: Hoje o dia será quente, porém nublado.
Nova tese: Hoje o dia será quente e nublado e choverá a tarde.

E inicia-se uma nova discussão…

A DIALÉTICA
A dialética  pode ser descrita como a arte do diálogo. Uma discussão na qual há contraposição de idéias, onde uma tese é defendida e contradita logo em seguida; uma espécie de debate. Sendo ao mesmo tempo, uma discussão onde é possível divisar e defender com clareza os conceitos envolvidos.
A prática da dialética surgiu na Grécia antiga, no entanto, há controvérsias a respeito do seu fundador. Aristóteles considerava a Zenôn como tal, já outros defendem que Sócrates foi o verdadeiro fundador da dialética por usar de um método discursivo para propagar suas idéias.

A DIALÉTICA EM PLATÃO
Para Platão a dialética é o único caminho que leva ao verdadeiro conhecimento. Pois a partir do método dialético de perguntas e respostas é possível iniciar o processo de busca da verdade.
Em sua Alegoria da Caverna, Platão fala da existência de dois mundos: o mundo sensível e o mundo das idéias. Sendo o segundo alcançado apenas através da dialética, da investigação de conceitos.

A DIALÉTICA EM HEGEL
Em Hegel, a dialética se movimenta da seguinte forma: primeiro existe a TESE, que é a idéia, gerando uma ANTÍTESE, que se contrapõe à TESE, surgindo assim a SÍNTESE, que é a superação das anteriores.
Hegel aplicava esse raciocínio à realidade e aos diferentes momentos da história humana. Desde as antigas civilizações do oriente até a concepção de Estado Moderno, constando nesse ínterim, acontecimentos como o surgimento da filosofia, o iluminismo e a Revolução Francesa. Ou seja, a história estaria dividida em três etapas, correspondendo exatamente à TESE, ANTÍTESE e SÍNTESE. A SÍNTESE representa a superação da contradição.

A DIALÉTICA MARXISTA
Karl Marx reformula o conceito de dialética em Hegel, voltando-o para a sociedade, as lutas de classes vinculadas a uma determinada organização social, surgindo assim, a chamada: dialética materialista ou materialismo dialético.
A dialética materialista une pensamento e realidade, mostrando que a realidade é contraditória ao pensamento dialético. Contradições estas, que é preciso compreender para então, transpô-las através da dialética. Marx fala da dialética sempre em um contexto de luta de classes, diferentes interesses, que geram a contradição. Sendo assim, o materialismo dialético é uma das bases do pensamento marxista.