sábado, 10 de março de 2007

A RETÓRICA É A OUTRA FACE DA DIALÉTICA


Segundo Aristóteles a retórica é “a outra face da dialética; pois ambas se ocupam de questões mais ou menos ligadas ao conhecimento comum e não corresponde a nenhuma ciência em particular.” Aristóteles considera que a retórica é indispensável à política ou aos discursos políticos. Segundo Aristóteles:
“É, pois, evidente que a retórica não pertence a nenhum gênero particular e definido, antes se assemelha à dialética. É também evidente que ele é útil e que a sua função não é persuadir, mas discernir os meios de persuasão mais pertinentes a cada caso, tal como acontece em todas outras artes; de facto, não é da medicina dar saúde ao doente, mas avançar o mais possível na direcção da cura, pois também se pode cuidar bem dos que já não estão em condições de recuperar a saúde.” (Retórica, I, 1355b, 41)
A retórica, para Aristóteles, não representa um verdadeira mal, pois a injustiça de um discurso retórico político, injusto não se encontra na retórica, mas sim na política, uma vez que a retórica não corresponde a nenhuma ciência em particular:
“Dizer a política é arquitetônica com relação à retórica implica dizer que o fim da retórica sempre estará a serviço de o fim da política e, assim, como sabemos que o fim da política é o bem humano ou a vantagem comum, a retórica pode ser salva. Se ela estiver sendo utilizada injustamente, não é da competência da retórica, mas da competência da política, corrigir a situação. Para isso, só será necessário apelar para o critérios, já bem estabelecidos pelo autor na constituição correta e poder político. (ARISTÓTELES,1985). “Este, única forma legítima de poder numa cidade propriamente tal, consiste em exercer o poder em beneficio dos governados, o que, em ultima instancia, virá constituir a salvação a arte de persuadir.” (YAMIN s.d., 745)